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INTRODUÇÃO
A esquizofrenia pode causar incapacidade, devido aos sintomas como perda de contato com a realidade (psicose), alucinações (ouvir vozes), falsas convicções (delírios), pensamento e comportamento anômalos, diminuição da motivação e piora da função mental (cognição), isolamento, sensação de estar sendo perseguido, muito medo.
Os sintomas da esquizofrenia podem variar, sendo classificados em sintomas positivos, sintomas negativos e sintomas cognitivos.

Os sintomas positivos incluem delírios, alucinações e pensamento desorganizado.
Os Sintomas negativos envolvem uma diminuição ou ausência de características normais, como afeto embotado (diminuição da expressão emocional), anedonia (perda de interesse ou prazer), diminuição da fala e dificuldade de iniciar e manter atividades.

Os Sintomas cognitivos; temos a psicose que é um termo usado para descrever um conjunto de sintomas e condições psiquiátricas que envolvem uma perda de contato com a realidade. É uma condição complexa que pode afetar o pensamento, as emoções, as percepções e o comportamento de uma pessoa.
Seus sintomas mais comuns são a crença de estar sendo perseguida, a sensação de ter poderes especiais ou estar sendo controlada por forças externas.
Alguns pesquisadores acreditam que as células neurais chamadas de astrócitos podem afetar a rede vascular de algumas áreas cerebrais, mas isso ainda está em estudo para verificar se são responsáveis pela esquizofrenia.
Muitos estudos estão sendo feitos para saber a origem e o melhor tratamento ou até mesmo diagnosticar com antecedência sua manifestação.
Outros acreditam que a esquizofrenia pode ser genética e que fatores ambientais parecem estar associados a um aumento no risco de doenças psicológicas. E a proteína 97 (SAP97), que fica no hipocampo, pode ser a origem da esquizofrenia.

METODOLÓGICO
Foi utilizada a pesquisa de campo de natureza exploratória, segundo a abordagem qualitativa. Por meio da metodologia qualitativa exploratória, o pesquisador consegue compreender a realidade vivida pelos sujeitos envolvidos, a partir do contato direto com quem a vivência. Por trabalhar com o universo dos significados, esse tipo de metodologia permite ao pesquisador não somente descrever aquilo que observa, mas também interpretar, buscar explicações, reflexões e percepções das diferentes facetas do problema estudado.
As entrevistas somente foram realizadas após esclarecimento e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido pelo participante do estudo e pelo entrevistado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram três pessoas com esquizofrenia.

Características dos pesquisados:
Primeiro participante: Karla com 18 anos, sexo mulher trans, escolaridade superior.
Segundo participante Calos: 20 anos, sexo masculino, escolaridade ensino médio.
Terceira participante Tania: 24 anos, sexo feminino, escolaridade ensino médio.

DESENVOLVIMENTO
Pesquisa da mulher trans com esquizofrenia.

1- Relato
Nino, quando criança, sempre se sentiu diferente, mas nunca o demonstrava. Durante a adolescência, era popular e rodeado por meninos e meninas, mas. Por não saber o que estava acontecendo direito consigo mesmo, começou se afastar de todos, vários pensamentos confusos e sentimentos de medo, começa aparecer como vozes em sua cabeça dizendo o que fazer. Ele tinha medo de enlouquecer, então acabou se isolando em seu quarto. Nino demorou para compartilhar o que estava acontecendo, pois sentia que não tinha mais com quem conversar. Por não falar o que sente, os sintomas da esquizofrenia estabelecesse em sua mente, e leva ao agravamento da doença.
Aos 20 anos, Nino não aguentava mais e começou a se abrir com alguns amigos, até que finalmente conversou com sua mãe. Sua mãe nunca havia percebido nada de estranho, mas sabia que algo estava acontecendo com Nino, pois não ria mais, não saía para se divertir e apenas ficava recluso em seu quarto. Além disso, notou que ele começou a usar roupas mais coloridas, justas e com um estilo mais feminino.
Nino, diz a sua mãe que precisa passar no psicólogo pois tem vontade de se matar, não aceita seu órgão masculino e que ouve vozes na sua cabeça, ou seja, ele pediu socorro à Marta, sua mãe, que levou um susto, pois nem imaginava que Nino estava sofrendo. Marta se sentiu culpada por não perceber o sofria do seu filho. Marta então marcou uma consulta para Nino.
Seu pai, Fábio, não entende o que Nino está passando e acredita que é uma fase da adolescência. Sua irmã, Nina, mesmo distante, está sempre conversando com Nino.
Quando Nino começou a passar pelos médicos, ele não queria morrer, já que a morte muitas vezes parecia a solução de seus problemas, fez vários exames que o médico solicitou para verificar se não tinha outros problemas de saúde.
Nos exames tradicionais, deu normal. Nino começou o tratamento com os médicos: psicólogos, psiquiatras e psicanalistas e tomar remédio.
Sua família não entendia muito bem o que Nino estava passando, mas estavam sempre presentes, apoiando.

Nino teve coragem e disse para a família que era trans. Sua família, na hora, não teve reação, pois Nino nunca mostrou ser diferente.
Seu pai demorou para aceitar que seu menino era menina, mas acabou aceitando. Sua mãe e sua irmã aceitaram bem. Nino disse que gostaria de se chamar Karla e contou tudo o que havia passado em silêncio.
Karla contou à sua mãe que ouvia vozes, que sentia repulsa por seu pênis e que desejava cortá-lo. Quando revelou ser trans para seus amigos, muitos se afastaram como se ela tivesse uma doença contagiosa. Karla vivia com medo e, no quarto, desabafou durante horas, chorando tudo o que havia guardado por muitos anos e que a sufocava. Ela contou que sempre representou um personagem e que isso a levou ao isolamento, que sua mente não via luz, apenas o escuro da vida, sem cor, sem risos, sem alegria, apenas o medo da rejeição. Ela se sentia um monstro, uma aberração, e as vozes se multiplicavam em sua cabeça. Mas, de repente, quando começou a contar para sua mãe, um sorriso apareceu depois de muitos anos sem sorrir, e ela disse: As vozes sumiram da minha cabeça, tudo ficou mais claro e colorido. Na mesma semana, ela começou o tratamento médico.
Karla começou a trabalhar em eventos, onde todos sabiam que ela era trans e a tratavam com respeito. Foi lá que ela conheceu Oscar, um rapaz que sabia que Karla era trans. Os dois começaram a morar juntos e são felizes.
Karla passou por muitas coisas boas e ruins, como a perda de alguns amigos, a transformação de seu corpo através de medicamentos, a mudança de documentos e nomes, a aceitação da família, o trabalho, a faculdade e enfrentou olhares de rejeição e momentos de medo. As vozes diminuíram na cabeça, muitas vezes desapareceram com o tratamento médico adequado. O apoio da família e o ato de falar sobre suas angústias e medos ajudaram muito no tratamento.
Ela sabia que, se não falasse sempre sobre o que lhe trazia medo, angústia e preocupação, as vozes poderiam voltar, ela está em tratamento, mas bem e feliz.

2- Relato
Carlos, com 18 anos, morava com os pais. Ele tem duas irmãs, sendo a caçula da família. Carlos sempre se sentiu sozinha, pois quando era criança não tinha pessoas da sua idade para brincar. Seus pais trabalhavam, então ela ficava com a babá. Suas irmãs estavam na escola, quando estavam em casa, não brincavam muito com ele assim, Carlos começou a brincar sozinha. Durante o período escolar, ele era tímida e não tinha muitos amigos. Na maioria das vezes, ficava sozinha. Foi nesse período em que ele não tinha com quem conversar. Foi aí que apareceram as vozes. Ele passou a ficar mais no seu quarto e não participava das brincadeiras em família. Até que um dia, ele tentou se matar tomando vários comprimidos da sua mãe, que estavam no armário do banheiro. Quando ele pegou os comprimidos para tomar, seu pai entrou e viu. Ele deu um tapa na mão de Carlos, fazendo os comprimidos caírem no chão. Seu pai o abraçou e disse: Eu te amo. Os dois então se sentaram no chão do banheiro conversaram sobre o ocorrido.
Seu pai reuniu a família e contou o episódio. Carlos compartilhou o que estava passando, e todos o apoiaram. Ele começou a fazer tratamento médico para tratar da depressão, e as vozes que falavam para ele se matar desapareceram.
Carlos toma remédios para o tratamento da ansiedade e esquizofrenia.  Depois que ele contou tudo que passava para seu pai, tudo mudou as vozes naquele instante sumiu, hoje ele tem   colegas, amigos, dá risadas.
Sempre vai às sessões para conversar com seu psicólogo e toma remédios.

3- Relato
Tania tem 24 anos e as vozes começaram após sua separação. Ela foi casada por 3 anos, mas seu ex-marido a trocou por outra mulher.
Tania teve que começar do zero, pois só tinha a casa onde morava, que era de seus pais já falecidos. Ela teve que trabalhar como diarista, fazendo faxina nas casas de algumas vizinhas e familiares.
Devido ao longo período sem conversar, Tania começou a ver e ouvir coisas, e passou a beber em excesso até desmaiar. Houve um episódio em que ela procurou um médico. Foi quando Tania foi encontrada desmaiada dentro de uma lixeira de um shopping por um segurança. Ela provavelmente estava ali por horas, pois a embriaguez tinha passado. Nesse dia, Tania percebeu que algo estava errado, pois só lembrava de estar correndo com medo e a partir deste momento resolveu procurar um médico que diagnosticou com esquizofrenia. Ela relatou tudo que passou começou, as vozes pararam quando ela relatava seus sentimentos.  Hoje faz o tratamento, não consome bebidas
alcoólicas, pratica esportes e tem um cachorro, toma seus remédios diariamente conversa com seu animalzinho sempre, mas ainda tem medo, sempre está ocupando sua mente com algo.

OBJETIVO
Esta pesquisa mostra que os tratamentos com remédios e consultas com psiquiatras, psicólogos e psicanalistas, permitem que o paciente com esquizofrenia tenha uma vida social, e pode encontrar a felicidade.
Em todos os casos, observou-se um padrão entre os pacientes: a falta de comunicação, a falta de expressão de seus sentimentos e a relutância em compartilhar seus medos e preocupações. Eles tinham medo da rejeição, se preocupavam com a opinião das pessoas e tinham a solidão como companhia.
Isso acabava levando a um quadro de depressão, medo, isolamento e esquizofrenia.

CONCLUSÃO

A pesquisa mostra que o tratamento médico é importantíssimo, mas o apoio da família e a expressão dos sentimentos através da fala também são fundamentais.
Deixar o paciente falar sobre tudo o que lhe causa medo é fundamental, principalmente para os membros da família, não apenas para os médicos. Isso faz com que o paciente se sinta mais seguro e tenha controle sobre sua vida.
Pois, como podemos observar com Karla, Carlos e Tania, eles não conversavam sobre seus sentimentos, guardavam tudo para si, o que acabou resultando no desenvolvimento da esquizofrenia e outras doenças. Além disso, é importante lembrar que a esquizofrenia pode ter uma componente genética.
É essencial buscar ajuda adequada, uma vez que cada caso é único e requer uma abordagem individualizada.
Falar o que sente é muito importante, sempre.

 

Trabalho apresentado por Onanciara R. Fernandez


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