Seu carrinho está vazio no momento!
PSICOPATAS E SUAS PSICOPATIAS
PSICOPATAS, QUEM SÃO ELES?
Etimologicamente, psicopatia vem do grego psyché – alma; e pathos – enfermidade. O psicopata é alguém que tem a alma doente ou mente doente.
No entanto, apesar de ser um dos transtornos mentais mais intrigantes bem como cruel, em termos médico-psiquiátricos, a psicopatia não se encaixa na visão tradicional das doenças mentais. Os psicopatas não são considerados loucos nem apresentam algum tipo de desorientação. Também não sofrem de delírios ou alucinações e tampouco apresentam intenso sofrimento psíquico.
Na verdade, os psicopatas agem de maneira lúcida, fria e calculista sem deixar qualquer rastro de uma mente adoecida. Eles são bem articulados, sua oratória ilibada é tão envolvente que é capaz até mesmo de envolver os seus entrevistadores. Os psicopatas agem livremente no anseio desmedido de satisfazer suas próprias necessidade ou vontade independente se as pessoas sentem-se afetadas com isso.
Em ralação a sociedade, eles clandestinamente incomodam, criam problemas irreparáveis, são esquisitos ou diferentes, infringem a lei e os costumes sociais, não se adaptam ao sistema cotidiano, não produzem e não rendem.
Os psicopatas agem rompendo tudo que regem a sociedade como um todo, pois eles acreditam ser o centro do universo. Eles tem uma visão narcisistas demasiada de seu relevado grau de relevância. Vivem com o ego inflado, pensam ser o centro das atenções e superiores a todos os outros que compõe o planeta terra e, que por esta razão, acredita que tem o direito de criar suas próprias regras.
Indivíduos com psicopatias assim com sujeitos que sofrem do transtorno de personalidade narcisista são bons em dá atenção somente aquilo que o interessa e, que sobretudo, lhe proponha favorecimentos. Se não há recompensa, então não possibilidade do psicopata lhe dá atenção.
O psicanalista Robert Lindner em 1944 escreveu um estudo clássico sobre a psicopatia criminosa. Lindner via a psicopatia como uma praga, uma força terrível cujo potencial destrutivo é extremamente subestimado. Ele descreveu os psicopatas na sua relação com a sociedade. Citado o autor em pauta, Hare (2013, p. 93) diz:
O psicopata é um rebelde, um zeloso infrator dos códigos e padrões prevalentes, um rebelde sem causa, um agitador sem bordão, um revolucionário sem programa;
em outras palavras, o alvo de sua rebeldia é alcançar
objetivos capazes de satisfazer apenas a ele próprio; é incapaz de esforços em prol dos outros. Todos os seus esforços, sob qualquer que seja o disfarce, representam investimentos destinados a satisfazer suas vontades e desejos imediatos.
Para o autor, diante desta perspectiva, a cultura pode mudar, mas o “rebelde” psicopata continua o mesmo. Os psicopatas podiam ser encontrados, com frequência, no limiar da sociedade, onde “cintilam com o brilho de sua liberdade pessoal, onde “não há as rédeas nem os freios da comunidade, nem nenhum tipo de limite, tanto no sentido físico quanto no psicológico.
Os psicopatas falam copiosamente. Contam suas histórias mirabolantes com o intuito de convencer ou cativar seu ouvinte. Eles não se importam se forem pegos na mentira, e se por acaso forem pegos na mentira, forjam uma leviana preocupação ou trocam de assuntos. Portanto, diante disto, eles agem de forma friamente natural como se nada tivesse acontecido.
Suas longas conversas acontecem na expectativa de proporcionar uma boa impressão na vítima. Eles mentem sobre suas supostas conquistas e títulos acadêmicos.
Os psicopatas com frequência são espirituosos e articulados. Sua conversa pode ser divertida e envolvente; podem ter sempre uma resposta inteligente na ponta da língua e são capazes de contar histórias improváveis, mas convincentes, que os colocam em posição favorável.
(HARE, 2013, p. 50).
Os psicopatas de acordo com o autor acima, ao se apresentar,
costumam ser muito efetivos e, com frequência, mostram-se agradáveis e atraentes. Para alguns, porém, eles parecem pretensiosos e lisonjeiros demais, claramente falsos e superficiais. Observadores astutos costumam ter a impressão de que os psicopatas estão desempenhando um papel, “repetindo suas falas” mecanicamente.
Os psicopatas acreditam ser autossuficiente e, sobretudo, pensam que sua única fraqueza está em ser caridoso em extremo. Devido a sua autoconfiança e soberba pensam ser capazes diante de um tribunal elaborar sua própria defesa. A ostentação e o glamour emergem de maneira dramática
na vida dos psicopatas diante dos seus julgamentos. Muitas vezes, eles chegam até mesmo demitir seus advogados, na soberba ideia que são capazes de realizar suas próprias defesas.
A psicopatia é um dos transtornos ou perturbação da personalidade mais estudada tanto pelos profissionais da saúde mental tanto por aqueles que desejam está informado do assunto para terem um certo cuidado quando estiver de frente com esses indivíduos. Uma das maiores autoridade no assunto, o psicólogo Hare (2013), “psicopatia é um transtorno da personalidade definido por um conjunto específico de comportamentos e de traços de personalidade inferidos, a maioria deles vista pela sociedade como pejorativa”.
Apesar de ser um assunto tanto quanto intrigante e que causa
curiosidade em muitas pessoas, o primeiro estudo sobre psicopatas só foi publicado em 1941, com o livro The mask of sanity (A máscara da sanidade), de autoria do psiquiatra americano Hervey Cleckley. Na introdução do livro, Cleckley deixa claro que sua obra aborda um problema “muito conhecido, mas ao mesmo tempo ignorado pela sociedade como um todo”. Ele cita diversos casos de pacientes que apresentavam um charme acima da média, uma capacidade de convencimento muito alta e ausência de remorso ou arrependimento em relação às suas atitudes.
Destarte, os tempos são outros, e por isso vivemos tempos em que a informação são requisitos fundamentais para não somente empregarmos pessoas nos grandes centros corporativos, mas sobretudo, para lidarmos no dia-a-dia e principalmente sabermos com quem nos relacionamos, bem como levamos para o nosso lar.
Com base nos estudos de Cleckley, o psicólogo canadense Robert Hare, dedicou anos de sua vida profissional reunindo características comuns de pessoas com esse tipo de perfil, até conseguir montar, em 1991, um sofisticado questionário denominado escala Hare e que hoje se constitui no método mais confiável na identificação de psicopatas.
Obviamente, ficou menos complicado com a criação deste método, pois assim os especialista da saúde mental, ganhou mais credibilidade em seu diagnóstico, uma vez que a escala de Hare mostrou-se mui fidedigna.
De acordo com a psiquiatra Silva (2014), “o diagnóstico da psicopatia ganhou uma ferramenta altamente fidedigna”. A autora citada acima explica que a escala Hare também recebe o nome de psychopathy checklist, ou PCL, e sua aceitação e relevância têm levado diversos países a utilizá-la como um
instrumento de grande valor no combate à violência e na melhoria ética da sociedade.
O PCL examina, de forma detalhada, vários aspectos da personalidade psicopática, desde os ligados aos sentimentos e relacionamentos interpessoais até o estilo de vida dos psicopatas e seus comportamentos evidentemente antissociais. Especialistas explicam que o PCL é uma complexa ferramenta
cuja utilização clínica somente deve ser feita por profissionais ou instituições qualificados. A simples identificação de alguns sintomas não é suficiente para a realização do diagnóstico da psicopatia. Muitas pessoas podem ser sedutoras, impulsivas, pouco afetivas ou até mesmo terem cometido atos ilegais, mas nem por isso são psicopatas.
O psicólogo canadense Robert Hare, diz que a prevalência desses indivíduos na população carcerária gira em torno de 20%. No entanto, essa minoria é responsável por mais de 50% dos crimes graves cometidos quando comparados aos outros presidiários. Além disso, tudo indica que esses números também são válidos para os psicopatas que se encontram fora do sistema penitenciário.
A psicopatia mostra-nos níveis diversos quanto a sua gravidade: leve, moderado e grave. A psiquiatra Silva em seu livro Mentes Perigosas (2014), explica estes níveis da seguinte maneira:
os primeiros se dedicam a trapacear, aplicar golpes e pequenos roubos, mas provavelmente não “sujarão as mãos de sangue” nem matarão suas vítimas. Já os últimos botam verdadeiramente a “mão na massa”, com métodos cruéis sofisticados, e sentem um enorme prazer com seus atos brutais. Mas não se iluda! Qualquer que seja o grau de gravidade, todos, invariavelmente, deixam marcas de destruição por onde passam, sem piedade.
De acordo com a autora em apreço, a parte racional ou cognitiva dos psicopatas é perfeita e íntegra, por isso sabem perfeitamente o que estão fazendo. Quanto aos sentimentos, porém, são absolutamente deficitários, pobres, ausentes de afeto e de profundidade emocional. Assim, concordo plenamente quando alguns autores dizem, de forma metafórica, que os psicopatas entendem a letra de uma canção, mas são incapazes de compreender a melodia.
Paradoxalmente, uma vez que os psicopatas sabem exatamente o que estão fazendo, por outro lado, eles não tem capacidade de formar imagens mentais relacionado as suas dantescas atrocidades.
Estes fatores faz com que as características do transtorno sejam percebida em suas diversas maneiras, isto é, nem todos os psicopatas apresentam as mesmas características em números e graus iguais.
Características dos Psicopatas
São insensíveis;
Apresentam parasitismo;
Tem autoestima inflada;
São estupidamente frios;
São extremamente calculistas;
São inescrupulosos e dissimulados;
Eles são incapazes de estabelecer vínculos afetivos;
Eles também apresentam comportamentos fantasiosos;
Eles também facilmente se ofendem;
São denominados “cabeça quente” ou “pavio curto”;
Eles também são:
Egocêntricos;
Megalomaníacos;
Indiferente ao próximo;
Sem emoção;
Manipuladores;
Cheio de lábia;
Desrespeitosos;
Apresentam luxúria;
Sem consciência;
Fingem emoção;
São desprovidos de consciência;
Revelam ausência de empatia ou remorso.
Volátil,
Mentirosos,
Aproveitadores da boa fé dos outros,
Sede por adrenalina,
Desejo desmedido de dominância,
Comportamentos violentos e manipuladores,
Transgressores de regras sociais;
Eles também são especialistas na arte de provocar uma boa impressão de acordo com sua conveniência.
Em seu livro Psicopatas do cotidiano, Katia Mecler (2014), ressalta sobre alguns traços dos psicopatas:
nos seduzem, manipulam, surpreendem, espantam,
assustam, sufocam. Tudo em seu comportamento é
exagerado: amor demais, carência demais, desconfiança
demais, controle demais, raiva demais. Invariavelmente,
passam a impressão de que alguma coisa está fora da
ordem.
Os psicopatas são explosivos e agressivos, e isso pode acontecer num pequeno espaço de tempo, para logo depois, eles agirem surpreendentemente como se absolutamente nada tivesse acontecido. É normal muitas vezes que diante dos ataques súbitos dos psicopatas as pessoas pensarem que eles
estão tendo um ataque de loucura, no entanto, é importante entender que todo processo de raiva dos psicopatas estão tudo friamente calculado, isto é, eles sabem exatamente o que fazendo.
Eles não conseguem manter seu súbito ataque pela carência de
emoção. Diante desta perspectiva, (SILVA, 2014), diz que eles “rapidamente se recompõem, até porque lhes falta a verdadeira emoção vivenciada pelas pessoas comuns quando estas perdem a cabeça”.
De acordo com a autora citada acima, um psicopata, quando perde o controle, sabe exatamente até onde quer ir para magoar, amedrontar ou machucar uma pessoa. Apesar de tudo isso, recusa-se a admitir que tenha problemas em controlar seu temperamento. Ele descreve seus episódios agressivos como uma resposta natural à provocação a que foi submetido. Daí a se colocar como vítima de toda a situação é um passo muito pequeno!
O diagnóstico para os psicopatas ainda é algo muito complexo. Tudo isso ao fato deles apresentarem uma gangorra de característica positiva e negativa, no entanto, essa gangorra os torna poderosos.
Vemos alguns traços:
Eles apresentam ausência de nervosismo;
São indiferentes;
Também são egoístas e dissimulados;
São autocentrados;
Impiedosos;
Misantropos;
São desprovidos de quaisquer sentimentos;
Os psicopatas também são indiferentes a todas as matérias da vida em si,
Eles também apresentam comportamento transgressor;
Falhas em seguir qualquer plano especifico de vida;
Mente trapaceira;
Apresenta ausência de culpa;
Não sentem nenhum embaraço em relação a dívidas ou pendências;
Recusam uma educação que o direcione à uma carreira qualificada, pois julgam serem detentores ou possuidores de habilidades excepcionais;
Os psicopatas também pintam suas vítimas como os verdadeiros vilões, eles também têm todas as ferramentas de que precisam para fraudar, manipular e enganar a quem deseja. Eles são convincentes, encantadores, sabem persuadir, são seguros de si, hábeis em situações sociais, frios sob pressão, inteiramente implacáveis e, sobretudo não se intimidam com o risco de serem flagrados.
O catedrático sobre psicopatia, o psicólogo canadense Robert Hare (2013, p. 20), explica alguns traços dos psicopatas:
reunidas, as peças desse quebra-cabeça formam a
imagem de uma pessoa autocentrada, fria, que não sente
remorso, com profunda falta de empatia, incapaz de
estabelecer relações emocionais calorosas com os outros;
uma pessoa que age sem as restrições da consciência.
Se você parar para pensar, vai perceber que, nesse
quadro, faltam justamente as qualidades que permitem ao
ser humano viver em harmonia social.
Citando Cleckley, o psicólogo Robert Hare (2013, p. 43), diz:
“beleza e feiura, exceto em um sentido superficial,
bondade, maldade, amor, horror e humor não têm
nenhum significado real, nenhuma força que o mova.
Além disso, não tem capacidade de entender como os
outros são tocados por essas coisas. É como se fosse
cego a cores, a esse aspecto da existência humana,
embora tenha uma inteligência aguçada. Ele não pode
entender nada disso porque não há nada, em nenhum
ponto de sua consciência, que possa preencher a lacuna
necessária a uma comparação. Ele pode repetir as
palavras e dizer com loquacidade que está
compreendendo, mas não tem como saber que não
compreende”.
Os psicopatas desconhece a magia de sentir a poética melodia de uma
bela canção. O céu azul não passa de uma nuvem cinzenta para eles. Eles
sabem agir como se estivesse apaixonado, mas são incapazes de sentir o calor
voraz de uma paixão. Eles sabem a natureza de fazer um filho, mas não
entendem e nem tem a capacidade de propor um amor fraternal. O amor dos
psicopatas é insipido e desunamos. Portanto, viver na espera de afetividade de
um psicopata é uma infindável ilusão.
Os psicopatas não são loucos, apesar do seu comportamento insano
Apesar de carregar todos esses traços pesados, os psicopatas não são
classificados como loucos. Sei que o leito está pensando que é uma loucura
em pensar que os psicopatas assassinos não são loucos, mas é verdade. De
acordo com os padrões psiquiátricos eles não apresentam quaisquer indicio de
insanidade mental.
Seus atos aparentemente insano não resultam de uma mente
caoticamente perturbada, mas de uma mente racional, fria e, sobretudo,
calculista. Por isso, é que eles tratam as pessoas sem se importar com os
sentimento alheios. “Esse comportamento moralmente incompreensível exibido
por uma pessoa aparentemente normal nos deixa desnorteados e impotentes”
(HARE, 2013, p. 23).
É importante frisar que os psicopatas ou pessoas que tem traços de
psicopatia não são todos necessariamente assassinos em série bem como
indivíduos que realizam crimes hediondos.
Porém, vale ressaltar que há psicopatas que levam a vida de boa,
trabalham, criam família como outras pessoas comuns. A médica psiquiatra
Ana Beatriz Barbosa (2014) diz:
“Eles podem arruinar empresas e famílias, provocar
intrigas, destruir sonhos, mas não matam. E, exatamente
por isso, permanecem por muito tempo, ou até uma vida
inteira, sem ser descobertos ou diagnosticados. Por
serem charmosos, eloquentes, inteligentes, envolventes e
sedutores, não costumam levantar a menor suspeita de
quem realmente são. Podemos encontrá-los disfarçados
de religiosos, bons políticos, bons amantes, bons amigos.
Visam apenas o benefício próprio, almejam o poder e o
status, engordam ilicitamente suas contas bancárias, são
mentirosos contumazes, parasitas, chefes tiranos,
pedófilos, líderes natos da maldade” (SILVA, 2014).
Para autora em tela, é preciso estar atento para o fato de que, ao
contrário do que se possa imaginar, existem muito mais psicopatas que não
matam do que aqueles que chegam à desumanidade máxima de cometer um
homicídio. Cuidado: os psicopatas que não matam não são, em absoluto,
inofensivos! Eles são capazes de provocar grande impacto no cotidiano das
pessoas e são igualmente insensíveis. Estamos muito mais propensos e
vulneráveis a perder nossas economias ao cair na lábia manipuladora de um
golpista do que perder a vida pelas mãos dos assassinos.
Os psicopatas sentem prazer em proporcionar desprazer nas suas
vítimas
Os psicopatas são sujeitos que de certa forma biológica ou psicológica
não conseguem discernir emoções. O jogo deles está sempre fitado sempre na
autopromoção e no poder sempre a custas dos indivíduos desprovidos de
conhecimento sobre a seu respeito. Eles são, portanto, capazes de atropelar
pelo simples fato de saciar seu egocentrismo inflado.
Outro ponto também importante a se destacar é quando pensamos em
psicopatia, vem à mente um alguém com cara de sisudo, sagaz, truculento, de
aparência maltratada, pinta de assassino ou serial killer e desvios
comportamentais tão claro que poderíamos reconhecê-lo ao primeiro olhar. No
entanto, isso é uma inverdade, pois, muitos diante desta crença são pegos por
esses indivíduos.
Para os desavisados, é importante se municiar dos traços citados no
decorrer desta obra para não serem pego de surpresa. Contudo, mesmo sendo
detentores dos fatores que tornam um indivíduos com psicopatia, não nos
imune de hora ou outro sermos pegos pelos psicopatas. Em seu livro Mentes
perigosas, a psiquiatra Ana Beatriz (2014) diz:
Os psicopatas enganam e representam muitíssimo bem!
Seus talentos teatrais e seu poder de convencimento são
tão impressionantes que eles chegam a usar as pessoas
com a única intenção de atingir seus sórdidos objetivos.
Tudo isso sem nenhum aviso prévio, em grande estilo,
doa a quem doer.
Diante disto, de acordo com a autora em pauta esses “predadores
sociais” com aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos,
infiltrados em todos os setores sociais. São homens, mulheres, de qualquer
etnia, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, casam, têm
filhos, mas, definitivamente, não são como a maioria das pessoas: aquelas a
quem chamaríamos de “pessoas do bem”.
A personalidade dos psicopatas são externo e superficialmente
irrepreensível e, por isso, não revela qualquer sinal de variação ou distorção.
Cleckley (1988, p. 247), diz que o psicopata “conduz no que é considerado
consciência normal sobre as consequências e sem influências distorcidas de
qualquer demonstração de um sistema delirante. Sua personalidade externa é
aparentemente ou superficialmente intacta e sem sinais de distorção”.
Os psicopatas em casos absolutamente extremos assassinam a sangue-
frio, com requintes de crueldades, sem medo nem remorso ou arrependimento.
O mais grave de tudo isso, é que não sabemos que de fato é um
individuo tirano. Eles moraram dentro até mesmo do nosso lar. Eles podem ser
nossos patrões, colegas de trabalho, amigo de faculdade, namorado, primo,
pai, mãe, vizinhos ou até você mesmo pode ser um psicopata. O fato é que,
muitos transitam bem próximos de nós sem deixar rastros de sua impiedosa
personalidade.
Katia Mecler (2015), em seu livro Psicopatas do cotidiano diz:
O psicopata do cotidiano tanto pode ser um líder místico
que convence seus seguidores ao suicídio coletivo quanto
um garoto que depreda patrimônio público e posta foto de
seu ato na internet. Mas seus traços de personalidade
também aparecem nos motoristas que perdem a cabeça
no trânsito, nos vizinhos que vão parar na delegacia após
uma discussão no condomínio ou nos pais e nas mães
que fazem chantagem emocional com os filhos até levá-
los a tomar atitudes contrárias às suas vontades.
Por isso, é importante que saibamos que os psicopatas não estão
apenas nos presídios, porém, mas perto do que imaginamos. Muitos deles
podem está no poder público, bem como regendo as grandes empresas de
nossas nações. O psicopata é um ser que realiza sua malvadez nos bastidores
emocionais e psicológicos de suas vítimas.
É comum indivíduos como os psicopatas agirem arrogantemente
revelando a sua prepotência vaidosa e também vive sem qualquer tipo de
vergonha diante dos seus atos.
Os psicopatas são extremamente seguros de si, são de opinião firme e
controladores ao extremo. E vivem sempre invalidando a opinião de outras
pessoas. Como já disse, eles são tão dissimulado que dificilmente sentem-se
constrangidos com problemas jurídicos, financeiros ou pessoais. “Em vez
disso, consideram esses problemas como derrotas temporárias, resultado de
má sorte, de amigos traidores ou de um sistema injusto e incompetente”
(HARE, 2013, p. 53).
Em caso extremo os psicopatas são, sobretudo, seres cruéis que não se
importam com a dor alheia e que destrói não somente o corpo, mas que,
também, vampirizam a alma humana, deixando a emoção de suas vítimas em
frangalhos, sem razão para continuar vivendo nesta diminuta existência. Morar
com um psicopata é um convite fantasmagórico pra viver na antessala do
inferno.
Não obstante a isto, vale ressaltar que todos nós temos traços
corriqueiros que indivíduos com psicopatia comentem e nem por isso somos
psicopatas. Pelo simples fato de estamos nesta existencia estamos sujeito aqui
e acolá magoar, insultar, mentir e cometer de injustiça com alguém. Somos
seres humanos, sujeitos a falhas e como ressaltou a psiquiatra Silva (2014),
que “nem sempre estamos com nossa consciência funcionando cem por cento:
somos influenciados pelas circunstâncias ou pelas necessidades”.
Ao contrário de nós que somos assaltados pelo senso ético de culpa que
nos faz refletir sobre nossa conduta, os psicopata está na ausência de
altruísmo, da empatia e do arrependimento. Eles fazem seus atos insanos
conscientes por mera diversão e sem qualquer vestígio ressentimento ou
arrependimento.
Existem muitos criminosos que cometeram atos inumanos que não são
considerados psicopatas. Por isso, é bom ressaltar que os psicopatas não são
os únicos a cometerem atos insanos.
É comum os vizinhos ou até mesmo parentes ficarem surpreso quando
descobrem as atrocidades de um psicopatas. Alguns ficam estupefatos diante
da desumanidade que agiu aquele que ela considerava a pessoa mais
formidável que já conheceu.
Esta obra trata-se apenas fatos teóricos baseados em intensas
pesquisas. Não dissecarei sobre alguns fatos verídicos pelo fato da
complexidade de entrevistar algum psicopata e, que, sobretudo, reconhecer ser
um detentor da psicopatia.
Por isso, concordo com a médica psiquiatra Ana Beatriz (2014), quando
em seu livro Mentes perigosas diz:
é um grande e limitante problema em realizar pesquisas
sobre os psicopatas é que elas, em geral, só podem ser
feitas em penitenciárias, e isso é perfeitamente
compreensível. Afinal, é muito difícil um psicopata
subcriminal, ou seja, aquele que nunca foi preso ou
internado em instituições psiquiátricas, falar
espontaneamente sobre seus atos ilícitos.
Para autora acima, na grande maioria das vezes, eles não possuem
nenhum interesse em revelar algo significativo para os pesquisadores ou
mesmo para os funcionários do presídio, e, quando o fazem, tentam manipular
a verdade somente para obter vantagens, como a redução da pena por bom
comportamento e colaborações de cunho social.
Tentar entrevistar ou realizar um trabalho terapêutico com um psicopata
é quase um trabalho em vão. Eles não acreditam precisar de ajuda psicológica
uma vez que acreditam serem detentores de uma ilibada estrutura psíquica.
Diane disto, perceba que realizar uma terapia no desejo de tirar deles verdades
e desiquilíbrio emocional já é uma tarefa difícil agora imagine conviver com
eles.
Apesar dos psicopatas serem inteligentes e bem articulados, contudo, é
bem arriscado senão quase impossível conviver com um psicopata, pois eles
podem assumir qualquer papel para conseguir o que desejam. A certeza é que
sempre a vítima sempre sairá com danos físicos e emocionais irreparáveis. Os
psicopatas podem ter inúmeras facetas, isto é, ora eles são encantadores e
amigáveis e para outro, porém, são pessoas insensíveis.
Os psicopatas não estão apenas nos manicômios ou nos presídios de
segurança máxima de nosso país, mas, sobretudo, estão nos cargos de poder
público regendo erroneamente e atuando com toda sua sagacidade.
Hare psicólogo canadense em diversas vezes na sua obra, chama os
psicopatas de “predadores sociais”. Que vivem na busca desenfreada de
conquista e manipular todos aqueles que cruzam seu caminho. Para o
psicólogo, o psicopata deixa um rastro nos corações partidos de suas vítimas,
sem nenhum remorso ou arrependimento.
Sem nenhuma consciência ou sentimento, tomam tudo o
que querem do modo mais egoísta, fazem o que têm
vontade, violam as normas e expectativas sociais sem a
menor culpa ou arrependimento. Suas vítimas,
desnorteadas, perguntam em desespero: “Quem são
essas pessoas?”, “Por que elas são assim?”, “Como
podemos nos proteger?” (HARE, 2013).
Para o autor citado acima, muitos psicopatas nunca vão para a prisão
nem para alguma outra instituição. Eles parecem funcionar razoavelmente
bem, são advogados, médicos, psiquiatras, acadêmicos, mercenários, policiais,
líderes religiosos, militares, empresários, escritores, artistas, etc., e não
infringem a lei ou, pelo menos, não são descobertos nem condenados. Esses
indivíduos são tão egocêntricos, frios e manipuladores quanto o psicopata
criminoso típico; porém, sua inteligência, formação familiar, habilidades sociais
e circunstâncias de vida permitem que construam uma fachada de normalidade
e que consigam o que querem com relativa impunidade.
Os psicopatas não andam nas vielas da cidade ou dos becos escuros da
periferia. Eles não andam sisudo com a cara fechada ou aparentando alguém
mal encarado. Ao contrário, eles são elegantes, bem articulados, bem trajados,
usam de forma inigualável sua arte de persuasão.
Os psicopatas andam dentro de ternos valiosos com sorrisos
encantadores exercendo cargos políticos de nossa nação. Eles vestem belos
jalecos exercendo o desejado cargo de médico, contudo, ao invés de curar
nossas crianças, esses pedófilos criam nelas uma ferida incurável. Eles
também vestem-se de poder nos centros corporativos relevantes de nossa
cidades.
Os psicopatas inúmeras vezes são pessoas de alto patamar, são
pessoas conceituadas do Brasil e detentor de um currículo invejável. Eles
podem está vestido de juiz, desembargador, professor, médicos, líderes
religiosos. Os psicopatas também estão envolvidos em transgressões sociais,
como tráfico de drogas, estelionatos, corrupção, roubos, assaltos à mão
armada, fraudes no sistema financeiro, agressões físicas, violência no trânsito
e familiar.
Esses indivíduos agem de maneira tão discreta que raramente são
penalizado pelo seu comportamento criminoso. Um exemplo bem comum de
suas atrocidades são o abuso físico realizado nas esposas, filhos, funcionários
e amigos. Silvia (2014) diz que “se existe uma “personalidade criminosa”, esta
se realiza por completo no psicopata. Ninguém está tão habilitado a
desobedecer às leis, enganar ou ser violento como ele”.
Portanto, esta obra tem por objetivo propor ao leitor uma compreensão,
bem como protege-los dos laços malignos dos psicopatas sociais anônimos
que compões nossa sociedade tristemente falida emocionalmente.
2 – O PSICOPATA E SUAS PSICOPATIAS
Os psicopatas são desprovidos do medo
O medo é uma característica bem comum para os psicopatas, isto é,
eles são absolutamente desprovidos de medo. Aquilo que nos causaria
arrepios, para os psicopatas não passa de algo comum como passeia pela
varanda serena de uma casa.
O medo trata-se de uma emoção primária que atua como um
mecanismo de defesa, ou seja, ela é necessária para nossa sobrevivência e,
sobretudo, no impede de tomar decisões incoerentes.
O medo proporciona sensações psicológica e física desagradáveis. Silva
(2014) diz que o medo provoca sensações como “suor nas mãos, coração
acelerado, boca seca, tensão muscular, tremores e até náuseas e vômitos”.
Para os psicopatas, estes tipos de emoções ou sensações não significa
absolutamente nada, pois o medo é algo que os psicopatas jamais
experimentarão. “Para eles, o medo, como a maioria das emoções, é algo
incompleto, superficial, cognitivo por natureza (apenas um conceito de
linguagem) e não está associado a alterações corporais” (SILVA, 2014).
A autora em tela ainda traz luz ao fato corroborando que alguns
presidiários identificados como psicopatas foram submetidos à visualização de
cenas de conteúdo chocante. Esse conjunto de imagens editadas mostrava,
entre outras coisas, corpos decapitados, torturas com eletrochoques, crianças
esquálidas com moscas nos olhos e gritos de desespero. Enquanto as pessoas
comuns ficariam arrepiadas e com reações físicas de medo só de imaginar tais
situações, esses psicopatas não apresentaram sequer variação dos batimentos
cardíacos.
Experimentos de laboratório que utilizam registros
biomédicos têm mostrado que os psicopatas não têm as
respostas psicológicas normalmente associadas ao medo.
O medo impede que façamos coisas erradas – “Faça isso
e vai se arrepender”. Isso não acontece com os
psicopatas; eles simplesmente mergulham de cabeça,
talvez sabendo o que pode acontecer, mas sem dar a
mínima para isso (HARE, 2013, p. 68).
De acordo com o pensamento do autor em tela, para os psicopatas, o
medo, assim como as outras emoções ou uma parte delas é de natureza
incompleta, “rasa” e, sobretudo, amplamente cognitiva e não envolve o
turbilhão fisiológicas que a maioria de nós acha distintamente inconvenientes e
quer evitar ou reduzir.
Os psicopatas são especialistas em manipulação
Manipular, mentir e enganar são talentos naturais e corriqueiros dos
psicopatas. Os psicopatas são talentosos em mentir. Eles são verdadeiros
atores da manipulação, ou seja, para manter seus desejos sempre supridos,
eles agem de forma sutil, dissecando suas histórias mirabolantes e, sobretudo,
se passando por um catedrático do saber humano pelo simples fato de manter
sob seu domínio sua frágil presa.
Este livro trata-se também de uma ferramenta introdutória que revela
alguns traços dos psicopatas, a partir do conhecimento sobre eles, não
seremos pegos desprovidamente. É importante termos conhecimento o
suficiente a respeito destes sujeitos, pois eles não são pessoas desprovida do
saber. Silva (2014) diz que psicopatas “tentam demonstrar conhecimento em
diversas áreas, como filosofia, arte, literatura, sociologia, poesia, medicina,
psiquiatria, psicologia, administração e legislação”.
Diante disto, é bem comum eles esbanjarem sabedoria e além disso,
eles elencam desabridos termos técnicos dos mais variados temas do saber
humano na busca macabra de encantar suas vítimas desavisadas.
Por isso, é incoerente pensar que os psicopatas se importam com
alguém por mais que suas atitudes aparentam bondade. Os psicopatas,
portanto, não costumam se relacionar com indivíduos por questões emocionais
verdadeira, mas sim para se aproveitar do que essas pessoas tem a lhe
oferecer. Suas atitudes em relação a outras pessoas trata-se de algo que elas
podem oferecer.
Para médica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, em seu livro Mentes
perigosas (2014) diz que os psicopatas são os vampiros da vida real, a autora
explica este fato da seguinte maneira:
Não é exatamente o nosso sangue o que eles sugam,
mas sim nossa energia emocional. Podemos considerá-
los autênticas criaturas das trevas. Possuem um
extraordinário poder de nos importunar e de nos
hipnotizar com o objetivo maquiavélico de anestesiar
nossa capacidade de julgamento e nossa racionalidade.
Com histórias imaginárias e falsas promessas, fazem-nos
sucumbir ao seu jogo, e, totalmente entregues à nossa
própria sorte, perdemos nossos bens materiais ou somos
dominados mental e psicologicamente.
Para psiquiatra citada acima, convidar um psicopata a entrar em nossa
vida e, quase sempre, só percebemos o erro e o tamanho do engodo quando
eles desaparecem inesperadamente, deixando-nos exaustos, adoecidos, com
uma enorme dor de cabeça, a carteira vazia, o coração destroçado e, nos
piores casos, com vida perdida.
Os prejuízos são irreparáveis. Por onde eles passam, deixam rastros de
destruição. Além da dificuldade de se responsabilizarem pelas suas atitudes
insanas, eles costumam pensar que são o centro das atenções e que as luzes
de lisonjas devem está sempre em torno deles.
Os psicopatas são mentirosos contumazes
Os psicopatas apresentam real orgulho da sua impiedosa habilidade de
mentir. Suas mentiras são tão costumeira ou patológico que as vezes eles não
se dão conta da veracidade de suas mentiras e acabam que acreditando
piamente nelas. Eles conseguem forjar até mesmo copiosas lágrimas para
aparentar um sentimento alheio.
Os psicopatas são mentirosos habilidosos. Eles mentem com maestria
sem se importar se serão pegos mentindo. Eles mentem olhando nos olhos de
suas vítimas sem pestanejar. Com razão Silva (2014) diz:
Os psicopatas são mentirosos contumazes, mentem com
competência (de forma fria e calculada), olhando nos
olhos das pessoas. São tão habilidosos na arte de mentir
que, muitas vezes, podem enganar até mesmo os
profissionais mais experientes do comportamento
humano. Para os psicopatas, a mentira é como se fosse
um instrumento de trabalho, utilizado de forma sistemática
e motivo de grande orgulho.
De acordo com a autora em tela, mentir, trapacear e manipular são
talentos inatos dos psicopatas. Com uma imaginação fértil e focada sempre em
si próprios, os psicopatas também apresentam uma surpreendente indiferença
à possibilidade de serem descobertos em suas farsas. Se forem flagrados
mentindo, raramente ficam envergonhados, constrangidos ou perplexos;
apenas mudam de assunto ou tentam refazer a história inventada para que ela
pareça mais verossímil. Eles se gabam de suas habilidades em mentir, e
podem fazê-lo sem nenhuma justificativa ou motivo. Essa habilidade, muitas
vezes, é potencializada pela facilidade de associarem a linguagem verbal à
corporal (gestos e expressões) na elaboração de suas mentiras, dando-lhes um
apelo teatral. Nesse cenário de enganação, os psicopatas são, ao mesmo
tempo, roteiristas, atores e diretores de suas histórias improváveis.
Por muito tempo, acreditamos que se a pessoa está falando a verdade,
ela falando olhando nos olhos e com uma postura firme e coerente na fala. O
psicopata faz isso de tal maneira que deixa qualquer ator profissional de boca
aberta. Eles são tão perspicazes na mentira que mesmo sendo flagrados, eles
conseguem se livrar de suas mentiras.
A indiferença do psicopata quanto à identificação da
mentira é realmente extraordinária; isso faz o ouvinte
questionar a sanidade do falante. No entanto, com mais
frequência, o ouvinte é levado na conversa (HARE, 2013,
p. 62).
O autor citado acima, trata-se de uma das maiores autoridades do
mundo no que diz respeito a psicopatia. Seus trabalhos têm servido de grande
ajuda para todos os especialistas da saúde mental. Para ele a capacidade que
os psicopatas tem de iludir amigos e inimigos indistintamente faz com que seja
comum para os psicopatas fraudar, dar desfalques e fingir, vender ações
falsificadas e propriedades sem valor, realizar fraudes de todo tipo, pequenas e
grandes.
A psiquiatra Silva (2014), ainda explica que “Alguns psicopatas mais
experientes são tão especialmente hábeis em mentir que se utilizam de
pequenas verdades para ganhar credibilidade em seus discursos”. Para a
psiquiatra em tela, os psicopatas admitem alguns deslizes que cometeram de
fato apenas para que as pessoas de bem se confundam e pensem da seguinte
maneira: “Sejamos razoáveis: se ‘fulano’ está admitindo seus erros, é bem
provável que ele esteja falando a verdade sobre as demais histórias”. Por isso,
é preciso muita observação, conhecimento de seu passado e um pouco de
distanciamento emocional para não se deixar enganar com facilidade por um
psicopata.
A maioria de nós ficaria devastada e humilhada pela
exposição pública como mentiroso e trapaceiro, mas o
psicopata não. Ele ainda é capaz de olhar nos olhos dos
membros da comunidade e de fazer promessas
fervorosas, dando sua “palavra de honra” (HARE, 2013, p.
122).
Diante desta perspectiva, seu objetivo é ganhar a confiança, mesmo que
para isso, muitos deles tenham que criar mentiras exorbitantes sobre suas
origens, conquistas e títulos acadêmicos. Estes sujeitos acreditam que
detentores de todo o conhecimento e que nenhuma ideia se igual as suas, tudo
isso pelo simples fato de manter seu domínio sob as pessoas que os rodeiam.
Obviamente, sabemos que essas características que aparentemente
seriam virtudes, ou seja, a capacidade de conquistar outros, na verdade, eles
aprendem a agir ou simular desta maneira para que seus desejos levianos
sejam satisfeitos. Não obstante a isto, estas atitudes parecem normais aos
sujeitos desavisados.
As mentiras são tão bem elaboradas a ponto deles olharem nos olhos
dos indivíduos com os olhos marejados de lágrimas e dissecarem suas
supostas histórias. Quando suas mentiras são reveladas, eles agem
normalmente e rapidamente trocam de assunto ou na menor das hipóteses
tentam elaborar outro caso para que pareça que estão corretos de suas
mentiras escabrosas.
Hare (2013, p. 63) diz que “dada sua eloquência e facilidade em mentir,
não causa surpresa o fato de os psicopatas enganarem, trapacearem,
fraudarem, iludirem e manipularem as pessoas sem o menor escrúpulo”.
Para o autor citado acima, algumas das operações dos psicopatas são
elaboradas e bem pensadas, enquanto outras são bastante simples: envolver-
se com várias mulheres ao mesmo tempo ou convencer familiares e amigos de
que precisa de dinheiro “para sair de uma enrascada”. Seja qual for o
esquema, ele é conduzido de modo frio, confiante, atrevido.
Portanto, não se impressione quando as pessoas olharem nos olhos e
dissecam suas supostas verdades. Não estou dizendo que todas as pessoas
que são firmes e coerentes quando falam são psicopatas. Na verdade, existem
muitos fatores como já disse até aqui que corroboram para diagnosticar um
psicopata. E novamente volto a ressaltar que o diagnostico é realizado
somente por um psiquiatra especialista no assunto.
3 – OS PSICOPATAS SÃO INDIVÍDUOS ARTICULADOS
Os psicopatas são pessoas articuladas que tem um bom emprego e,
sobretudo, apresentam-se aparentemente como sujeitos educados. Muito deles
tem família e vínculos afetivo de longa duração sem revelar quaisquer suspeita
aqueles que o cercam. No entanto, suas emoções são apenas em palavras,
pois seus sentimentos são desprovidos de altruísmo.
Nas relações interpessoais os psicopatas são possuidores de uma
ilibada loquacidade. Sua autoestima vive sempre no ápice, afinal de conta,
acham-se sempre os melhores.
Eles usam de sua habilidade de persuasão para angariar empregos que
lhe proporciona poder. Eles não ficam satisfeito em apenas permanecer no
mesmo degrau corporativa, ele desejam crescer e executar um carga de alto
escalão. Eles lutarão até ter aquilo que desejam com o seu poder de
manipulação.
Eles estão por toda parte, e, no dia a dia, é possível encontrá-los em
diversas categorias profissionais, no entanto, outra área além dos presídios ou
manicômios judiciários bem comum deles atuarem apesar de ser uma
empreitada bastante difícil é no cenário político. Pouquíssimos cargos
permitem um exercício tão propício para a atuação dos psicopatas quanto o
político.
Além do salário relevante, os psicopatas valem-se da impunidade
parlamentar. Principalmente no Brasil onde a impunidade funciona com
maestria e assim possibilitam os psicopatas de saírem ilesos de suas
falcatruas.
Eles gostam desta área devido a imensidão da projeção, das regalias e
privilégios que eles terão. Afinal de contas, eles sempre saem-se bem como
politico devido a inigualável retórica rebuscada em brilhantes discursos.
Segundo Robert Hare, o número de psicopatas burocratas ou de “colarinho-
branco” é significativo em cargos de liderança e chefias. Por ser difícil
reconhecê-los no início, eles costumam tiranizar seus colegas de trabalho, e
alguns chegam até a causar grandes prejuízos financeiros para as empresas
em que trabalham.
O psicólogo norte-americano Paul Babiak (2007), especializado em
recursos humanos, realizou um importante estudo das táticas utilizadas por
psicopatas no meio corporativo. Devido suas ações cínicas, ele o chamou de
“cobras de terno” inescrupulosas e antiéticas na disputa por altos cargos,
salários e, sobretudo, poder. Segundo psicólogo, os psicopatas em ambientes
empresariais costumam adotar um plano tático que pode ser resumido em
cinco fases, vejamos:
Fase 1 — Ingresso na empresa Esta fase corresponde
basicamente à entrevista de emprego. Na ocasião, o
candidato psicopata mostra-se cativante, seguro e
charmoso. Utiliza-se de todo o seu arsenal sedutor com o
objetivo claro de impressionar o entrevistador da forma
mais positiva possível.
Fase 2 — Estudo do território (avaliação) Nesta etapa o
psicopata já se encontra empregado. Procura então
descobrir, da forma mais rápida possível, quem são as
pessoas que possuem voz ativa na empresa. Logo em
seguida, trata de construir relações pessoais, de
preferência íntimas, com esses funcionários influentes.
Fase 3 — Manipulação de pessoas e fatos De forma
intencional, espalha falsas informações para que ele seja
visto de forma positiva e os outros, de maneira negativa
perante as chefias. Semeia desconfiança entre os
funcionários, jogando uns contra os outros. Disfarça-se de
amigo, contando aos colegas sobre outros que o
difamaram. Estabelece contato individual com as
pessoas, mas evita reuniões ou situações nas quais
precise se posicionar perante todo o grupo. Mantém-se
“camuflado” para levar adiante a estratégia de ascensão
ao poder.
Fase 4 — Confrontação Nesta fase, os psicopatas “de
terno e gravata” abandonam as pessoas que haviam
cortejado anteriormente e que não são mais úteis à sua
ascensão profissional. Num requinte de maldade, utilizam
a humilhação como arma para manter suas vítimas em
silêncio. Dessa forma, as pessoas que mais foram
exploradas são aquelas que menos se dispõem a falar
sobre suas experiências.
Fase 5 — Ascensão Tal qual num jogo de xadrez, esta é
a hora do xeque-mate, a hora do golpe fatal. Após colocar
líderes e chefias uns contra os outros, o psicopata “de
terno e gravata” toma o lugar do seu superior, que
geralmente é demitido ou rebaixado de cargo e função. É
importante lembrar que a ausência de consciência e de
medo torna essas pessoas potencialmente ardilosas e
perigosas. Para elas, infringir as normas e externar seus
desejos agressivos e predatórios sem nenhum escrúpulo
ou culpa são atitudes naturais e, por isso mesmo, isentas
de qualquer autocrítica.
O psicopata não descansará até conseguir o cargo almejado, não
obstante a isto, Stout (2010), diz que “carreiras militares e médicas também
chamam atenção, uma vez que há a possibilidade de manipular vidas, uma boa
maneira de extravasar todo seu desejo de agressividade e domínio.
Para Stout, o psicopata busca na sua carreira uma profissão que traga
sucesso, dinheiro e reconhecimento pelo trabalho excepcional. A sua vaidade e
o ego inflado fazem com que sinta necessidade de estar sempre nos holofotes,
colhendo os louros do sucesso.
Diante desta perspectiva, o papel de liderança em funções como diretor
executivo, gerente administrativo, supervisor ou executivo é sempre algo muito
empolgante para um psicopata. Para muitos supervisores que vivem num pico
dantesco de tarefa e responsabilidades, fica mais complexo identificar os
supostos psicopatas.
Ora, a psiquiatra Silva (2014) sugere que a presença de psicólogos
qualificados e bem treinados nas empresas pode ser um diferencial muito bem-
vindo quando se trata de separar o joio do trigo no campo profissional”
Para autora acima as pessoas que têm que tomar decisões sobre a
contratação de funcionários nem sempre estão adequadamente capacitadas e
treinadas para enfrentar as habilidades de manipulação e convencimento dos
psicopatas. Assim, deve-se atentar para as seguintes dicas:
Desconfie de um currículo ostensivo em demasia.
Repare se ele apresenta inúmeras mudanças de cargo em curtos
espaços de tempo.
Solicite ao setor de Recursos Humanos que faça contato com seu último
empregador.
Na entrevista com o candidato, elabore perguntas habilidosas que
possam aferira veracidade das informações contidas no currículo.
4 – SINTOMAS
A psicopatia pode acontecer tento em homens quanto em mulheres,
porém, as características são mais evidentes em homens. Outro ponto
importante a se notar é que crianças não podem ser diagnostica com o mesmo
padrão dos adultos que por sua vez podem ser diagnosticados quando estes
atingem a maioridade.
Por outro lado, vale lembrar que as crianças revelam traços ainda
tenros. Percebemos as dificuldades de muitas pessoas de acreditarem que
crianças tem capacidade de cometer crimes cruéis. O fato delas aparentarem
universalmente meigas, isso não significa que ela são isentas de cometer
dantesca atrocidade.
Hare (2013, p. 168) diz que “a maioria das crianças que chega à idade
adulta como psicopata desperta a atenção de professores e conselheiros bem
cedo, e é essencial que esses profissionais compreendam a natureza do
problema que estão enfrentando”.
Se a intervenção psicológica não acontecer ainda na tenra idade, os
procedimentos terapêuticos com a expectativa de resultados positivo será mui
tênue.
De acordo com Hare, muitos dos profissionais que lidam com essas
crianças não enfrentam o problema de frente, por uma série de razões. Alguns
adotam uma abordagem puramente comportamental, preferindo tratar
comportamentos específicos – agressão, roubo, etc. – em vez do transtorno da
personalidade como um todo, com a complexa combinação de traços e
sintomas que o caracteriza. Outros se sentem desconfortáveis com
consequências de longo prazo que a criança pode ter se receber o diagnóstico
de um transtorno que se acredita incurável.
outros ainda acham difícil conceber que os
comportamentos e os sintomas observados nesses jovens
clientes sejam algo mais do que formas exageradas do
comportamento normal, resultado de uma criação
inadequada ou de uma condição social baixa, e, portanto,
tratáveis. Todas as crianças são um tanto egocêntricas,
falsas e manipuladoras; é uma simples questão de
imaturidade, argumentam eles para desalento de pais
arrasados, que precisam lidar diariamente com uma
situação que se recusa a ceder e que, às vezes, até piora”
(HARE, 2013, 168).
O autor acima sugere que não reconhecer que a criança tem muitos ou a
maioria dos traços de personalidade que definem a psicopatia pode sentenciar
os pais a intermináveis consultas a diretores de escolas, psiquiatras, psicólogos
e conselheiros, em uma tentativa vã de descobrir o que há de errado com seu
filho e com eles próprios. Isso pode levar também a uma sucessão de
tratamentos e intervenções inapropriados – tudo com grande custo financeiro e
emocional. Se o profissional não se sente confortável em rotular indivíduos
mais jovens com um diagnóstico formal, então deve evitar essa situação.
Entretanto, não deve perder o problema de vista: a presença de uma síndrome
com traços de personalidade e comportamentos específicos que se traduz em
problemas de longo prazo, não importa como seja chamada.
Em seu livro Mentes perigosas, a médica psiquiatra Silva (2013) diz algo
bem real nos dias hodiernos:
O Brasil, infelizmente, também faz parte desse cruel
panorama. É estarrecedor observar que crianças que
deveriam estar brincando ou folheando livros nas escolas
trafiquem drogas, empunhem armas e apertem gatilhos
sem nenhum vestígio de piedade. Logicamente, não
podemos negar que muitas delas são influenciadas pelo
meio social ao redor; no entanto, outras crianças possuem
uma inclinação voraz e inata ao crime.
Para Silva, assim como adultos psicopatas, crianças com essa natureza
são desprovidas de sentimento de culpa ou remorso, características inerentes
às pessoas “de bem”. São más em sua essência.
Em razão da complexidade do diagnóstico, antes dos dezoito anos é
conhecido como transtorno da conduta. Alguns traços citados abaixo revelarão
condutas incoerentes de crianças com traços de psicopatia. No entanto, vale
ressaltar que são características genéricas, uma vez que somente um
especialista no assunto poderá corroborar com o possível diagnóstico.
Curiosamente o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais
(DSM-5), “bíblia” do diagnóstico da American Psychiatric Association, não
apresenta nenhuma categoria que capture toda a essência da personalidade
psicopática em crianças e adolescentes. Em vez disso, descreve uma classe
de transtornos disruptivos do comportamento, caracterizada por um
comportamento socialmente inadequado que, com frequência, causa mais
sofrimento aos outros do que à própria pessoa que o apresenta. São listadas
três categorias que se sobrepõem:
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
Caracterizado por graus de desatenção, impulsividade e
hiperatividade inconsistentes com o nível de
desenvolvimento.
Transtorno da conduta. Padrão de conduta persistente,
em que são violados os direitos individuais dos outros,
normas ou regras sociais importantes próprias da idade.
Transtorno desafiador de oposição. Padrão de
comportamento negativista, hostil e desafiador, somado a
graves violações dos direitos individuais básicos dos
outros observadas no transtorno da conduta.
Hare (2013, p. 167), explica que “a maioria dos psicopatas adultos
provavelmente atende aos critérios do diagnóstico do transtorno da conduta
quando mais novo, mas o inverso não é verdadeiro”.
Para Hare, a maioria das crianças com transtorno da conduta não serão
adultos psicopatas. O texto em tela mostra-nos a criança com traços de
psicopatia pode não ser um psicopata, contudo, os psicopatas tiveram o
mesmo traço quando eram tenros, porém, em escalar menor.
Ainda cedo aparecem os traços da psicopatia. As crianças com traços
da psicopatia ou transtorno de conduta podem cometer:
Mentiras repetitivas e sem sentidos;
Introdução precoce ao uso de drogas;
Ausência de empatia ou preocupação pelos sentimentos alheios;
Faltas constante na escola;
Impulsividade e irresponsabilidade;
Tendência a culpar os outros por erros cometidos por si mesmos,
Frieza emocional diante de situações catastróficas;
Violação às regras sociais;
Atos de vandalismo;
Dificuldade em manter amizades;
Desobediências e desrespeito aos pais e professores e outras
autoridades;
Crueldade com animais, irmãos e coleguinhas;
Algumas atrocidades são aprendidas ainda muito cedo pelos psicopatas.
Os pais fingem que nada está acontecendo e que o filho está apenas
cometendo algo impensadamente, porém não é assim que acontece.
“É comum que os psicopatas adultos descrevam a
crueldade contra animais praticada na própria infância
como acontecimentos normais, coisas triviais, até
divertidas” (HARE 2013, p. 80).
Eles podem realizar maldades e, sobretudo, podem ser flagrados
cometendo atos ilícitos ou cruéis e não expressarem nenhum remorso.
Elencarei outros traços importantes que devemos notar deste cedo nos filhos:
Agressão;
Bullying e brigas persistentes;
Preocupação excessiva com seus próprios interesses;
Permanência fora de casa até tarde da noite;
Vandalismo e incêndios;
Pequenos roubos de objetos de outras crianças e dos pais eles;
Experiências sexuais ainda muito tenros;
Alguns crianças têm sua primeira relação sexual precoce acentuada aos
dez anos. Alguns devido a sua insensibilidade não poupam ninguém para
manter relação sexual.
Inúmeros casos de psicopatas quando eram crianças causam pavor na
sociedade. Hare (2013, p. 81) diz que “crianças impulsivas, que enganam os
outros, que não sentem empatia e veem o mundo como sua própria concha,
serão assim também quando adultas”.
Atrocidades como sufocar a irmã enquanto dorme ou cortá-la, atirar no
em cachorros e pendurá-los nas estacas, esquartejar sapos, matar cruelmente
os gatos, fazer operações nos ratos e até mesmo crueldade com a boneca da
irmã são traços corriqueiro em forte pretendentes a psicopatia.
O psicólogo Robert Hare (2013, p. 80), numa de suas entrevistas com
um psicopata discorre sobre um feito dele quando era criança: um “preso por
fraude, disse que, quando era criança, pegava uma corda, amarrava uma ponta
no pescoço do gato e a outra em uma vara, e fazia o gato rodar, batendo nele
com uma raquete de tênis. Disse, também, que a irmã tinha uns cachorrinhos e
que ele matou aqueles que ela não queria criar. “Eu amarrava o bicho em uma
barra de ferro e usava a cabeça dele como bola de beisebol”, disse com um
leve sorriso”.
Os psicopatas começam a exibir problemas comportamentais sérios
desde muito cedo, tais como mentiras recorrentes, falta de remorso,
estelionatos, trapaças, roubo, vandalismo, incêndio e violência.
De acordo com Silva (2014) os psicopatas também “apresentam também
comportamentos cruéis contra os animais e outras crianças, que podem incluir
seus próprios irmãos, bem como os coleguinhas da escola”
Silva sugere que vale a pena destacar que crianças e adolescentes com
perfil psicopático costumam realizar intimidações contra pessoas pertencentes
aos seus grupos sociais. E quando isso acontece no ambiente escolar, pode
caracterizar a ocorrência de um fenômeno denominado bullying.
Como já trabalhamos em outra obra que abordamos assuntos somente
sobre o bullying, para autora citada acima, este fenômeno pode ser definido
como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que
ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra
outros. Os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão
e prazer, cujas “brincadeiras” têm como propósito maltratar, intimidar, humilhar
e amedrontar, causando dor, angústia e sofrimento às vítimas. O líder do grupo
agressor (o “valentão” ou “tirano”) costuma ser o indivíduo que apresenta
características compatíveis com a personalidade psicopática.
É importante os pais observar se estes gostam de torturar animais de
estimação e até mesmo mata-lo, e quando isso acontecer também deve
perceber a reação do filho diante de um animal dilacerado ou até mesmo um
ser humano.
Os pais além de observar, precisam também se posicionar em relação a
conduta do filho. A psiquiatra Ana Beatriz em seu livro Mentes perigosas
(2014), propõe algumas posturas a ser assumida pelos pais:
1 – Procure conhecer bem o seu filho. A maioria dos pais
não sabe como ele se comporta longe dos seus olhos.
Estabeleça contato com todas as pessoas do convívio
dele (professores, amigos, pais dos amigos etc.). Quanto
mais precocemente você identificar o problema, maiores
serão as chances de que ele se molde a um estilo de vida
minimamente produtivo e socialmente aceito.
2 – Busque ajuda profissional. Isso é válido tanto para se
certificar do diagnóstico dessa criança quanto para
receber orientações de como você deve agir.
3 – Não permita que seu filho controle a situação.
Estabeleça um programa de objetivos mínimos para obter
alguns resultados positivos. Regras e limites claros são
necessários para evitar as condutas de manipulação,
enganos e falta de respeito para com os demais. Lembre-
se de que uma criança com perfil psicopático apresenta
um talento extraordinário para distorcer as regras
estabelecidas e virar o jogo a favor dela. Por isso, não
ceda! Se você fraquejar, certamente ela ocupará todos os
“espaços” deixados pela sua desistência.
Ao identificar traços de personalidade nos filhos, os pais por sua vez
devem buscar ajuda de um especialista da saúde mental para o devido
tratamento. Este transtorno psicológico assim como outros relacionados, surge
por alterações cerebrais, isto é, devido a fatores genéticos e, principalmente
traumas quando ainda eram tenros como abuso sexual, físico, moral e outros
conflitos no contexto familiar.
No caso dos adultos, alguns sintomas são dignos de nota nesta obra,
mas para isso, irei abordar de forma sistemática os sintomas interpessoal e
social citado pelo psicólogo Robert Hare (2013, p. 49):
Emocional/interpessoal
• eloquente e superficial
• egocêntrico e grandioso
• ausência de remorso ou culpa
• falta de empatia
• enganador e manipulador
• emoções “rasas”
Desvio social
• impulsivo
• fraco controle do comportamento
• necessidade de excitação
• falta de responsabilidade
• problemas de comportamento precoces
• comportamento adulto antissocial
O psicólogo em pauta, durante seus anos de pesquisa criou aquilo que
chamamos de Psychopathy Checklist (Avaliação de psicopatia), ou seja, é uma
ferramenta clínica complexa, destinada ao uso profissional. Mesmo tendo em
mãos a ferramenta que sugere que uma pessoa possa ser um psicopata,
sugiro que não estabeleça um critério ou diagnóstico do mesmo, ao contrário,
busque ajuda de um especialista qualificado, para realizar os devidos
procedimentos.
Outro ponto importante a se ressaltar, é que existem indivíduos com
traços de psicopatia, no entanto, nem por isso, ele pode ser considerado um
psicopata. Hare (2013, p. 49) explica que “Muitos indivíduos são impulsivos ou
volúveis, frios ou insensíveis, antissociais, mas isso não significa que são
psicopatas. A psicopatia é uma síndrome – um conjunto de sintomas
relacionados”.
Percebemos neste capítulo a complexidade não apenas aqui, mas em
todo o livro. Os psicopatas são de fato um verdadeiro enigma para todos nós.
Na verdade, é um enigma até mesmo para os psicopatas que acreditam serem
donos de uma sanidade inigualável.
Os sintomas ou traços são por sua vez fáceis de detectar, contudo, o
tratamento é algo ainda que fica somente no campo das ideias até mesmo para
os mais gabaritado da saúde mental.
Portanto, ao encontrar alguém com alguns traços da psicopatia, não é
prudente você querer diagnosticá-lo. Deixa este assunto para um profissional
da saúde mental. E caso você tem alguém na família com traços de psicopatia,
busque ajuda terapêutica para você aprender a lidar com um psicopata.
5 – COMO LIDAR COM OS PSICOPATAS
Sabemos que lidar com um psicopata parece ser uma habilidade ainda
distante. Só quem vive sabe o quão pesaroso é viver com pessoas desprovida
de qualquer beneficio emocional. Como lidar com alguém que não se importa
se você existe ou não? E se você existe, não passará de alguém que servirá
para alavancar o ego inflado do psicopata.
Este livro não substitui o diagnóstico médico, esta obra trata-se apenas
de uma breve introdução e que com muita responsabilidade me atrevo a
dissecar cuidadosamente num campo totalmente minado de detalhe. Sei da
responsabilidade que estou tento de compartilhar com o leitor alguns fatores
que de certa forma ajudará a lidar cotidianamente com um psicopata.
Somente quem convive com um psicopata tem uma sensação
permanente de abuso, invasão, inutilidade. “Suas relações são marcadas pela
exigência de um padrão que dificulta a ação de quem está ao redor. A vida gira
em torno desse sequestrador de emoções alheias” (MECLER, 2015).
Temos também a sensação de ter a energia sugado e vivem num
drástica gangorra emocional. Depois de tudo que já estudamos até aqui,
parece uma ironia deste capítulo em salientar sobre como lidar com os
psicopatas.
Não obstante, nem tudo está perdido, para o psicopata, a sanidade
mental para eles ainda é um caminho quase impenetrável, contudo, para nós
lidarmos com ele, ainda temos trilhos para galgarmos triunfantemente.
A psicopatia pode acontecer tento em homens quanto em mulheres,
porém, as características são mais evidentes em homens. Outro ponto
importante a se notar é que crianças não podem ser diagnostica com o mesmo
padrão dos adultos que por sua vez podem ser diagnosticados quando estes
atingem a maioridade.
Por outro lado, vale lembrar que as crianças revelam traços ainda
tenros. Percebemos as dificuldades de muitas pessoas de acreditarem que
crianças tem capacidade de cometer crimes cruéis. O fato delas aparentarem
universalmente meigas, isso não significa que ela são isentas de cometer
dantesca atrocidade.
Com já ressaltei anteriormente, isto é, me escudando de outros autores
que diz que no Brasil, crianças que deveriam estar brincado ou realizando
atividades lúdicas, elas estão traficando drogas com armas em punho
sabotando assim sua infância. Muitas delas são influenciadas pelo meio social,
outras crianças possuem uma inclinação voraz e inata ao crime. Assim como
adultos psicopatas, crianças com essa natureza são desprovidas de sentimento
de culpa ou remorso, características inerentes às pessoas “de bem”.
Em razão da complexidade do diagnóstico, antes dos dezoito anos é
conhecido como transtorno da conduta. Alguns traços citados abaixo revelarão
condutas incoerentes de crianças com traços de psicopatia. No entanto, vale
ressaltar que são características genéricas, uma vez que somente um
especialista no assunto poderá corroborar com o possível diagnóstico.
Aprendendo a lidar com o psicopata na família
Tudo que você imaginar de pior, pode acontecer por um psicopata. Hare
(2013), diz que “os psicopatas não hesitam em usar os recursos da família e de
amigos para sair de suas próprias dificuldades e não se intimidam com a
possibilidade de que suas ações possam resultar em sofrimento ou risco para
outros”.
Viver com um cônjuge psicopata é ter o inferno com seus demônios
dentro de casa. Os filhos sofrem a esposa ou marido sofrem, os familiares
sofre e até mesmo os vizinhos sofrem.
Estudos apontam que uma parte considerável dos maridos que agridem
a esposa são psicopatas. Esposas de homens psicopatas vivem dias de terror
sem precedentes. Elas vivem momentos de insegurança e humilhação diante
do seu algoz, ora, pelo fato do psicopata ser um individuo bem articulado,
inúmeras esposas devido a sua ilusão causada por eles, vivem dentro de um
macabro relacionamento abusivo.
O psicopata pode, por exemplo, achar que não há nada
errado em dizer a uma mulher “Eu te amo” logo depois de
bater nela. Ou então de dizer a alguém “Eu precisei dar
uma surra nela para ela não sair da linha, mas ela sabe
que eu a amo”. (HARE, 2013, p. 146).
Silva (2014) diz que “maridos que agridem fisicamente sua esposa
costumam responsabilizá-la por seus atos agressivos” para autora, os
psicopatas não amam seus cônjuges, isso não existe! Eles os possuem como
uma mercadoria ou um troféu, com os quais reforçam seus desejos de
manipulação, controle e poder.
Alguns até podem casar, mas simplesmente para aparenta-se um sujeito
do bem e também por a família representar a fonte de status da sociedade,
contudo, o casamento de fachada servirá apenas para revelar seu poderio, sua
posse, mas amor, infelizmente, a família não terá.
A psiquiatra Silva (2014), explica que “quando a questão é família, o
comportamento deles também segue o mesmo padrão de indiferença e
irresponsabilidade”.
Para Silva, quando constituem famílias, os psicopatas não o fazem por
sentimentos amorosos, mas como um instrumento necessário para construir
uma boa imagem perante a sociedade.
A relação com um pai ou uma mãe psicopata sempre será uma relação
distante e vazia, pois não haverá efetividade, uma vez que o psicopata busca
apenas o interesse próprio. Ora, tanto, o transtorno de personalidade
antissocial e narcisista tem uma relação muito semelhante aos psicopatas.
Outro fator importante a se ressaltar é que o pai psicopata sempre fará a
esposa e os filhos se sentirem culpados diante dos seus atos.
“Apesar de todo o estrago, muitas pessoas vitimadas por
eles ainda se perguntam e exclamam: “Será que o erro foi
meu ou foi dele?”, “Onde foi que eu errei para que aquela
pessoa que era tão boa e fascinante se transformasse
num monstro sem escrúpulos?”, “Meu Deus, a culpa disso
tudo é minha?!”” (SILVA, 2014).
De acordo com a autora citada acima, os psicopatas mostram uma total
e impressionante ausência de culpa em relação aos efeitos devastadores que
suas atitudes provocam nas outras pessoas. Os mais graves chegam a ser
sinceros sobre esse assunto: dizem que não possuem sentimento de culpa,
que não lamentam pelo sofrimento que causaram em outras pessoas e que
não conseguem ver nenhuma razão para se preocuparem com isso. Na cabeça
dos psicopatas, o que está feito, está feito, e a culpa não passa de uma ilusão
utilizada pelo sistema para controlar as pessoas. Por sinal, eles (os psicopatas)
sabem utilizar a culpa contra as pessoas de bem e a favor deles com
impressionante maestria.
Para os psicopatas, é possível que um veículo tem o mesmo valor que
um filho. Obviamente, como já ressaltei, isso não significa também que eles
não tenham apreço pelo filho. As pessoas sendo do vinculo familiar ou não,
sempre serão apenas meros fantoches nas mãos de um ser inescrupuloso
como o psicopata.
Hare (2013, p. 17) diz que a “indiferença em relação ao bem-estar dos
filhos – ao bem-estar próprio e do homem ou mulher com quem estão vivendo
no momento – é tema comum em nossos arquivos de psicopatas.
O psicólogo Hare diz que os psicopatas veem as crianças como uma
inconveniência. Alguns, como Diane Downs, insistem em que se preocupam
muito com os próprios filhos, mas suas ações negam as palavras. Em geral,
deixam as crianças sozinhas por longos períodos ou aos cuidados de pessoas
que não merecem confiança.
As famílias por sua vez terá grande importância de como lidar com
psicopatas. O objetivo desta obra é fazer com que tenhamos uma noção das
pessoas a nossa volta. Não pelo simples fato de poder julgá-lo ou até mesmo
querer diagnosticá-lo, mas, sobretudo, poder prevenir a nós mesmo bem como
as pessoas que fazem parte de nosso vinculo afetivo. Ora, diante disto, o
psicólogo Hare (2013, p. 124) diz:
Tenho certeza de que, se as famílias e os amigos desses
indivíduos estivessem dispostos a discutir suas
experiências sem medo de retaliação, nós poderíamos
revelar um ninho de ratos de abuso emocional, flertes,
falsidade e comportamentos de baixo nível em geral.
Esses ninhos de rato às vezes vêm a público de modo
dramático.
Diante desta perspectiva, sugiro que todos aqueles que fazem parte ou
tem alguém na família com traços ou literalmente é um psicopata, procure
urgentemente um acompanhamento psicológico. O psicopata jamais entenderá
que precisará de ajuda, mas você com ajuda de um terapeuta especializado na
área triunfará diante das artimanhas do psicopata.
Conhecendo a natureza dos psicopatas
Para lidar com os psicopatas é importante em primeiro lugar saber com
quem estamos lidando ou convivendo, e principalmente, conhecer a si próprio,
pois quando conhecemos nós mesmo, saberemos onde está nossos pontos
frágeis.
Se você gosta de ser elogiado, o psicopata saberá disso;
Se você gosta de ganhar presentes, o psicopata saberá disso;
Se você gosta de ser aceito, o psicopata saberá disso;
Se você gosta de carinho, o psicopata saberá disso;
Se você não gosta de ficar, o psicopata saberá disso;
O psicopata procurará informações sobre você para que através destas
informações ele procure estabelecer uma investida, ou seja, para eles a vida é
um jogo, e quanto mais ele sabe sobre sua vítima, mas chance ele terá de
dominá-la.
Portanto, a melhor maneira de lidar com os psicopatas está em
fortalecer as zonas frágeis da sua vida, pois ele saberá onde atuar na tua
história e diante disto, causar estragos emocionais irreparáveis.
Os psicopatas estão em todos os lugares e em todos os seguimentos da
sociedade. Encontra-se com um psicopata será inevitável, por isso, saber como
lidar com eles é a melhor maneira para não sofrermos grandes perdas. Por
isso, é que nesta obra tenho objetivo, sobretudo, de aconselhar que para poder
lidar com esses sujeitos, é importante conhecer a naturezas desses indivíduos.
Não se engane com o sorriso inglório de um psicopata
Outro ponto importante a se ressaltar, é que não podemos nos deixar
levar pelos sorrisos mateiros desses sujeitos. Por detrás de cada sorriso de um
psicopata encontra-se um desejo desenfreado de obter ganho sobre seu
oponente.
Não se engane com as palavras rasas de um psicopata
Os psicopatas são habilidosos em seus discursos. Como já vimos no
decorrer desta obra, estes indivíduos são muitos bons em mentir bem como
persuadir. Por isso, suas belas palavras não revelam que são bons moços, e
em razão disso, a melhor coisa a se fazer é não considerar suas palavras de
suposta empatia. Os psicopatas usaram de todas as suas ferramentas para
adentrar nos corredores mentais de seu opressor. Eles também usaram suas
linguagens fácil e corporal, tudo isso, para apresentar-se como bons cidadãos
dignos de aceitação bem como de apreciação.
Não se engane com o olhar firme nos olhos dos psicopatas
Não pense que pessoas que falam a verdade são aquelas que olham
nos olhos. Não se engane. Os psicopatas olham com demasiado entusiasmo
nos olhos de suas vítimas. Portanto, a melhor coisa a se fazer é manter a
distância.
É importante frisar que mesmo tomando todo os cuidados necessários
para lidar com os psicopatas, não é garantia de que você está livre da ação
predadora deles.
Não se sinta culpado diante dos atos insanos dos psicopatas
Como já disse, uma hora ou outra, inevitavelmente nos depararemos
com um psicopata. Independentemente como o psicopata entrou na sua vida, e
tenha te machucado horrendamente, não se culpe. Pois uma das habilidades
dos psicopatas é fazer com que suas vítimas se sintam culpadas.
os psicopatas dão a impressão de que são eles que estão
sofrendo, de que as verdadeiras vítimas são as culpadas
por seus problemas. Entretanto, sofrem muito menos do
que você e por outras razões. Não gaste sua compaixão
com eles; os problemas deles não estão no mesmo nível
dos problemas das vítimas (HARE, 2013, p. 220).
A vida para os psicopatas são um jogos de xadrez onde as pessoas que
o cercam são as peças desse tabuleiro onde ele decide onde elas devem ficar.
Hare diz que os psicopatas jogam sempre de acordo com as mesmas regras –
as deles – com todo mundo.
Eles sempre farão de tudo para se dá bem, pois os jogos deles serão de
acordo com as próprias regras deles e por isso, eles jamais se consideram que
sairão perdendo.
Se posicione diante das atitudes dos psicopatas
É comum em nossa sociedade até mesmo aqueles que não são
psicopatas se aproveitarem de pessoas que tem dificuldade de se posicionar
diante dos dilemas da vida. Diante disto, para lidar com os psicopatas é
prudente que você seja firme em suas decisões. Além de revelar sua firmeza,
não brinque ou jogue com eles, pois os psicopatas não gostam ou não sabem
perder.
Não tente mudar os psicopatas, eles não acreditam que precisam de
mudança
Não procure mudanças por parte dos psicopatas, eles não mudam. Eles
podem até fazer joguinho de poder para de certa maneira tentar impressionar
suas vítimas, mas, contudo, eles não mudam.
Sei que muitos podem até ter boa intenção em querer que eles uma hora
ou outra tenha uma mudança radical, no entanto, esperar ou criar possibilidade
para mudança deles, será tristemente um ato inglório.
Procure acompanhamento psicológico
É importante que se você convive com um psicopata, que procure
orientação terapêutica. Assim, o especialista da saúde mental e, que
sobretudo, saiba profundamente sobre os psicopatas, possa orienta-la como
agir diante destes indivíduos.
Uma razão de você fazer sessões terapêuticas dar-se pelo fato dos
próprios psicopatas acreditarem que não necessitam de tratamento. O fato
deles reconhecer que precisam de ajuda, é quase que uma busca em vão.
6 – TRATAMENTO
Quanto mais cedo melhor para o devido tratamento para pessoas com
traços de psicopatia. É importante que os pais tenham real sensibilidade ou
flexibilidade para entender os atos do filho e leva-lo à um especialista para
poder propor uma vida significativa, aceita e produtiva para o paciente, mesmo
aparentando ser um procedimento ineficaz.
Infelizmente, há uma situação em que todo especialista da saúda mental
não deseja dizer ao paciente e muito menos aos familiares que “a psicopatia
não tem cura; é um transtorno da personalidade, e não uma fase de alterações
comportamentais momentâneas” (SILVA, 2014).
Quando os pais levam o filho cedo fica mais fácil deles saberem lidar
com o filho em momentos de crise. Assim como outros transtornos, o
tratamento para este comportamento, muito embora com pouco eficácia é a
psicoterapia. Devido também o seu ego inflado, eles simplesmente acreditam
que não precisam de tratamento ou ajuda.
Para Silva (2014), “só é possível ajudar aqueles que de fato querem e
procuram ajuda” e como já falamos no decorrer desta obra, os psicopatas,
pensam que não há nada de errado com eles em relação a sua saúde mental.
Eles também não esboçam nenhum anseio para se enquadrar nos patrões
normativos da sociedade.
Silva diz que eles julgam-se autossuficientes, são egocêntricos, e suas
ações predatórias são absolutamente satisfatórias e recompensadoras para
eles mesmos. Mudar para quê?. Os psicopatas raramente procuram auxílio
médico ou psicológico. Quando chegam a um consultório, quase sempre é por
pressões familiares ou, então, com o intuito de se beneficiarem de um laudo
técnico. Frequentemente estão envolvidos com problemas legais, endividados
e às voltas com o sistema judicial. Por isso, tentam obter do profissional de
saúde mental algum diagnóstico ou alguma comprovação de problemas que os
auxiliem a minimizar as sanções que lhes foram impostas.
Por esta razão, dificilmente se sujeitarão ao tratamento medicamentoso
e psicoterapêutico, pelo fato de acreditarem que não necessitam de ajuda
emocional.
Diante disto, “com raras exceções, as terapias biológicas
(medicamentos) e as psicoterapias em geral se mostram,
até o presente momento, ineficazes para a psicopatia.
Para os profissionais de saúde, esse é um fator intrigante
e, ao mesmo tempo, desanimador, uma vez que não
dispomos de nenhum método eficaz que mude a forma de
um psicopata se relacionar com os outros e perceber o
mundo ao seu redor. É lamentável dizer que, por
enquanto, tratar um deles costuma ser uma luta inglória”
(SILVA, 2014).
De acordo com a autora citado acima, temos que ter em mente que as
psicoterapias são direcionadas às pessoas que estejam em intenso
desconforto emocional, o que as impede de manter uma boa qualidade de vida.
Por mais bizarro que possa parecer, os psicopatas parecem estar inteiramente
satisfeitos consigo mesmos e não apresentam constrangimentos morais nem
sofrimentos emocionais, como depressão, ansiedade, culpas, baixa autoestima
etc. Não é possível tratar um sofrimento inexistente.
Há outras razões pelas quais os psicopatas são candidatos tão
inadequados à terapia. O psicólogo canadense Robert Hare (2013, p. 201)
elenca algumas razões deles não pensarem que não precisa de terapia:
Os psicopatas não são indivíduos “frágeis”. O que eles
pensam e fazem são extensões de uma estrutura de
personalidade sólida como uma rocha, extremamente
resistente à influência externa. Quando concordam em
participar de um programa de tratamento, suas atitudes e
padrões comportamentais já estão tão fortalecidos, que é
difícil fazê-los ceder mesmo nas melhores circunstâncias.
Muitos psicopatas são protegidos das consequências dos
próprios atos por familiares ou amigos bem-intencionados;
o comportamento deles permanece relativamente sem
controle e sem punição. Outros são tão hábeis que
conseguem traçar o próprio caminho na vida sem muita
inconveniência pessoal. E, inclusive aqueles que são
pegos e punidos por suas transgressões, geralmente
culpam o sistema, os outros, o destino – com exceção de
si mesmos – pelo próprio apuro. Muitos simplesmente
gostam do estilo de vida que levam.
Diferentemente de outros indivíduos, os psicopatas não
procuram ajuda por conta própria. Em vez disso, são
empurrados para a terapia pela família desesperada ou
então aceitam se tratar para cumprir uma ordem judicial
ou como prelúdio do pedido de liberdade condicional.
Quando estão em terapia, em geral fazem pouco mais do
que fingir. São incapazes de desenvolver a intimidade
emocional e de fazer as buscas profundas que a maioria
das terapias se empenha em estimular. As relações
interpessoais, cruciais para o sucesso, não têm valor
intrínseco para o psicopata.
De acordo com o autor acima, os sociopatas não têm vontade de mudar,
acham que compreender melhor a situação é arranjar desculpas, não têm
noção do futuro, demonstram ressentimento em relação a autoridades,
incluindo os terapeutas, veem o papel do paciente como lamentável, detestam
ficar em posição de inferioridade, julgam que a terapia é uma brincadeira e, os
terapeutas, objetos que devem ser enganados, ameaçados, seduzidos ou
usados.
Para Hare (2013, p. 38), “os psicopatas não são pessoas desorientadas
ou que perderam o contato com a realidade; não apresentam ilusões,
alucinações ou a angústia subjetiva intensa que caracterizam a maioria dos
transtornos mentais”.
Os psicopatas são extremamente racionais, conscientes dos seus atos,
eles sabem o motivo por agirem assim. Seu comportamento, portanto, são
resultados de uma escolha pensada e friamente calculada.
Diante desta perspectiva, temos uma ideia da complexidade do
tratamento bem como do diagnóstico. A psicopatia é um transtorno de colocar
os psiquiatras para trabalhar na busca incessante e incansável por soluções ou
diagnósticos.
O diagnostico por sua vez é feito por um médico psiquiatra. Vale
ressaltar que o diagnostico não é nada fácil. Especialistas corroboram que o
diagnóstico de psicopatia somente pode ser feito quando o indivíduo se
encaixa, de forma significativa, nesse perfil, ou seja, quando possui a maioria
dos sintomas aqui apresentados.
“Como acontece com qualquer outro transtorno psiquiátrico, o
diagnóstico baseia-se no acúmulo de indícios presentes no indivíduo a ponto
de satisfazer os critérios mínimos exigidos. Os indivíduos são cuidadosamente
diagnosticados de acordo com extensivas entrevistas e registro de
informações” (HARE, 2013).
Portanto, para o devido tratamento para os psicopatas ainda é um sonho
a ser conquistado. A mente humana é complexa do que podemos imaginar,
porém, nem tudo está perdido, acreditamos no avanço da ciência bem como
psicológico para adentramos na mais fantástica fronteira imprevisível e instável
do universo, a mente humana.
Citando Cleckley, o psicólogo Robert Hare (2013, p. 43), diz:
“beleza e feiura, exceto em um sentido superficial,
bondade, maldade, amor, horror e humor não têm
nenhum significado real, nenhuma força que o mova.
Além disso, não tem capacidade de entender como os
outros são tocados por essas coisas. É como se fosse
cego a cores, a esse aspecto da existência humana,
embora tenha uma inteligência aguçada. Ele não pode
entender nada disso porque não há nada, em nenhum
ponto de sua consciência, que possa preencher a lacuna
necessária a uma comparação. Ele pode repetir as
palavras e dizer com loquacidade que está
compreendendo, mas não tem como saber que não
compreende”.
Os psicopatas desconhece a magia de sentir a poética melodia de uma
bela canção. O céu azul não passa de uma nuvem cinzenta para eles. Eles
sabem agir como se estivesse apaixonado, mas são incapazes de sentir o calor
voraz de uma paixão. Eles sabem a natureza de fazer um filho, mas não
entendem e nem tem a capacidade de propor um amor fraternal. O amor dos
psicopatas é insipido e desunamos. Portanto, viver na espera de afetividade de
um psicopata é uma infindável ilusão.
Os psicopatas não são loucos, apesar do seu comportamento insano
Apesar de carregar todos esses traços pesados, os psicopatas não são
classificados como loucos. Sei que o leito está pensando que é uma loucura
em pensar que os psicopatas assassinos não são loucos, mas é verdade. De
acordo com os padrões psiquiátricos eles não apresentam quaisquer indicio de
insanidade mental.
Seus atos aparentemente insano não resultam de uma mente
caoticamente perturbada, mas de uma mente racional, fria e, sobretudo,
calculista. Por isso, é que eles tratam as pessoas sem se importar com os
sentimento alheios. “Esse comportamento moralmente incompreensível exibido
por uma pessoa aparentemente normal nos deixa desnorteados e impotentes”
(HARE, 2013, p. 23).
É importante frisar que os psicopatas ou pessoas que tem traços de
psicopatia não são todos necessariamente assassinos em série bem como
indivíduos que realizam crimes hediondos.
Porém, vale ressaltar que há psicopatas que levam a vida de boa,
trabalham, criam família como outras pessoas comuns. A médica psiquiatra
Ana Beatriz Barbosa (2014) diz:
“Eles podem arruinar empresas e famílias, provocar
intrigas, destruir sonhos, mas não matam. E, exatamente
por isso, permanecem por muito tempo, ou até uma vida
inteira, sem ser descobertos ou diagnosticados. Por
serem charmosos, eloquentes, inteligentes, envolventes e
sedutores, não costumam levantar a menor suspeita de
quem realmente são. Podemos encontrá-los disfarçados
de religiosos, bons políticos, bons amantes, bons amigos.
Visam apenas o benefício próprio, almejam o poder e o
status, engordam ilicitamente suas contas bancárias, são
mentirosos contumazes, parasitas, chefes tiranos,
pedófilos, líderes natos da maldade” (SILVA, 2014).
Para autora em tela, é preciso estar atento para o fato de que, ao
contrário do que se possa imaginar, existem muito mais psicopatas que não
matam do que aqueles que chegam à desumanidade máxima de cometer um
homicídio. Cuidado: os psicopatas que não matam não são, em absoluto,
inofensivos! Eles são capazes de provocar grande impacto no cotidiano das
pessoas e são igualmente insensíveis. Estamos muito mais propensos e
vulneráveis a perder nossas economias ao cair na lábia manipuladora de um
golpista do que perder a vida pelas mãos dos assassinos.
Os psicopatas sentem prazer em proporcionar desprazer nas suas
vítimas
Os psicopatas são sujeitos que de certa forma biológica ou psicológica
não conseguem discernir emoções. O jogo deles está sempre fitado sempre na
autopromoção e no poder sempre a custas dos indivíduos desprovidos de
conhecimento sobre a seu respeito. Eles são, portanto, capazes de atropelar
pelo simples fato de saciar seu egocentrismo inflado.
Outro ponto também importante a se destacar é quando pensamos em
psicopatia, vem à mente um alguém com cara de sisudo, sagaz, truculento, de
aparência maltratada, pinta de assassino ou serial killer e desvios
comportamentais tão claro que poderíamos reconhecê-lo ao primeiro olhar. No
entanto, isso é uma inverdade, pois, muitos diante desta crença são pegos por
esses indivíduos.
Para os desavisados, é importante se municiar dos traços citados no
decorrer desta obra para não serem pego de surpresa. Contudo, mesmo sendo
detentores dos fatores que tornam um indivíduos com psicopatia, não nos
imune de hora ou outro sermos pegos pelos psicopatas. Em seu livro Mentes
perigosas, a psiquiatra Ana Beatriz (2014) diz:
Os psicopatas enganam e representam muitíssimo bem!
Seus talentos teatrais e seu poder de convencimento são
tão impressionantes que eles chegam a usar as pessoas
com a única intenção de atingir seus sórdidos objetivos.
Tudo isso sem nenhum aviso prévio, em grande estilo,
doa a quem doer.
Diante disto, de acordo com a autora em pauta esses “predadores
sociais” com aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos,
infiltrados em todos os setores sociais. São homens, mulheres, de qualquer
etnia, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, casam, têm
filhos, mas, definitivamente, não são como a maioria das pessoas: aquelas a
quem chamaríamos de “pessoas do bem”.
A personalidade dos psicopatas são externo e superficialmente
irrepreensível e, por isso, não revela qualquer sinal de variação ou distorção.
Cleckley (1988, p. 247), diz que o psicopata “conduz no que é considerado
consciência normal sobre as consequências e sem influências distorcidas de
qualquer demonstração de um sistema delirante. Sua personalidade externa é
aparentemente ou superficialmente intacta e sem sinais de distorção”.
Os psicopatas em casos absolutamente extremos assassinam a sangue-
frio, com requintes de crueldades, sem medo nem remorso ou arrependimento.
O mais grave de tudo isso, é que não sabemos que de fato é um
individuo tirano. Eles moraram dentro até mesmo do nosso lar. Eles podem ser
nossos patrões, colegas de trabalho, amigo de faculdade, namorado, primo,
pai, mãe, vizinhos ou até você mesmo pode ser um psicopata. O fato é que,
muitos transitam bem próximos de nós sem deixar rastros de sua impiedosa
personalidade.
Katia Mecler (2015), em seu livro Psicopatas do cotidiano diz:
O psicopata do cotidiano tanto pode ser um líder místico
que convence seus seguidores ao suicídio coletivo quanto
um garoto que depreda patrimônio público e posta foto de
seu ato na internet. Mas seus traços de personalidade
também aparecem nos motoristas que perdem a cabeça
no trânsito, nos vizinhos que vão parar na delegacia após
uma discussão no condomínio ou nos pais e nas mães
que fazem chantagem emocional com os filhos até levá-
los a tomar atitudes contrárias às suas vontades.
Por isso, é importante que saibamos que os psicopatas não estão
apenas nos presídios, porém, mas perto do que imaginamos. Muitos deles
podem está no poder público, bem como regendo as grandes empresas de
nossas nações. O psicopata é um ser que realiza sua malvadez nos bastidores
emocionais e psicológicos de suas vítimas.
É comum indivíduos como os psicopatas agirem arrogantemente
revelando a sua prepotência vaidosa e também vive sem qualquer tipo de
vergonha diante dos seus atos.
Os psicopatas são extremamente seguros de si, são de opinião firme e
controladores ao extremo. E vivem sempre invalidando a opinião de outras
pessoas. Como já disse, eles são tão dissimulado que dificilmente sentem-se
constrangidos com problemas jurídicos, financeiros ou pessoais. “Em vez
disso, consideram esses problemas como derrotas temporárias, resultado de
má sorte, de amigos traidores ou de um sistema injusto e incompetente”
(HARE, 2013, p. 53).
Em caso extremo os psicopatas são, sobretudo, seres cruéis que não se
importam com a dor alheia e que destrói não somente o corpo, mas que,
também, vampirizam a alma humana, deixando a emoção de suas vítimas em
frangalhos, sem razão para continuar vivendo nesta diminuta existência. Morar
com um psicopata é um convite fantasmagórico pra viver na antessala do
inferno.
Não obstante a isto, vale ressaltar que todos nós temos traços
corriqueiros que indivíduos com psicopatia comentem e nem por isso somos
psicopatas. Pelo simples fato de estamos nesta estamos sujeito aqui
e acolá magoar, insultar, mentir e cometer de injustiça com alguém. Somos
seres humanos, sujeitos a falhas e como ressaltou a psiquiatra Silva (2014),
que “nem sempre estamos com nossa consciência funcionando cem por cento:
somos influenciados pelas circunstâncias ou pelas necessidades”.
Ao contrário de nós que somos assaltados pelo senso ético de culpa que
nos faz refletir sobre nossa conduta, os psicopata está na ausência de
altruísmo, da empatia e do arrependimento. Eles fazem seus atos insanos
conscientes por mera diversão e sem qualquer vestígio ressentimento ou
arrependimento.
Existem muitos criminosos que cometeram atos inumanos que não são
considerados psicopatas. Por isso, é bom ressaltar que os psicopatas não são
os únicos a cometerem atos insanos.
É comum os vizinhos ou até mesmo parentes ficarem surpreso quando
descobrem as atrocidades de um psicopatas. Alguns ficam estupefatos diante
da desumanidade que agiu aquele que ela considerava a pessoa mais
formidável que já conheceu.
Esta obra trata-se apenas fatos teóricos baseados em intensas
pesquisas. Não dissecarei sobre alguns fatos verídicos pelo fato da
complexidade de entrevistar algum psicopata e, que, sobretudo, reconhecer ser
um detentor da psicopatia.
Por isso, concordo com a médica psiquiatra Ana Beatriz (2014), quando
em seu livro Mentes perigosas diz:
é um grande e limitante problema em realizar pesquisas
sobre os psicopatas é que elas, em geral, só podem ser
feitas em penitenciárias, e isso é perfeitamente
compreensível. Afinal, é muito difícil um psicopata
subcriminal, ou seja, aquele que nunca foi preso ou
internado em instituições psiquiátricas, falar
espontaneamente sobre seus atos ilícitos.
Para autora acima, na grande maioria das vezes, eles não possuem
nenhum interesse em revelar algo significativo para os pesquisadores ou
mesmo para os funcionários do presídio, e, quando o fazem, tentam manipular
a verdade somente para obter vantagens, como a redução da pena por bom
comportamento e colaborações de cunho social.
Tentar entrevistar ou realizar um trabalho terapêutico com um psicopata
é quase um trabalho em vão. Eles não acreditam precisar de ajuda psicológica
uma vez que acreditam serem detentores de uma ilibada estrutura psíquica.
Diane disto, perceba que realizar uma terapia no desejo de tirar deles verdades
e desiquilíbrio emocional já é uma tarefa difícil agora imagine conviver com
eles.
Apesar dos psicopatas serem inteligentes e bem articulados, contudo, é
bem arriscado senão quase impossível conviver com um psicopata, pois eles
podem assumir qualquer papel para conseguir o que desejam. A certeza é que
sempre a vítima sempre sairá com danos físicos e emocionais irreparáveis. Os
psicopatas podem ter inúmeras facetas, isto é, ora eles são encantadores e
amigáveis e para outro, porém, são pessoas insensíveis.
Os psicopatas não estão apenas nos manicômios ou nos presídios de
segurança máxima de nosso país, mas, sobretudo, estão nos cargos de poder
público regendo erroneamente e atuando com toda sua sagacidade.
Hare psicólogo canadense em diversas vezes na sua obra, chama os
psicopatas de “predadores sociais”. Que vivem na busca desenfreada de
conquista e manipular todos aqueles que cruzam seu caminho. Para o
psicólogo, o psicopata deixa um rastro nos corações partidos de suas vítimas,
sem nenhum remorso ou arrependimento.
Sem nenhuma consciência ou sentimento, tomam tudo o
que querem do modo mais egoísta, fazem o que têm
vontade, violam as normas e expectativas sociais sem a
menor culpa ou arrependimento. Suas vítimas,
desnorteadas, perguntam em desespero: “Quem são
essas pessoas?”, “Por que elas são assim?”, “Como
podemos nos proteger?” (HARE, 2013).
Para o autor citado acima, muitos psicopatas nunca vão para a prisão
nem para alguma outra instituição. Eles parecem funcionar razoavelmente
bem, são advogados, médicos, psiquiatras, acadêmicos, mercenários, policiais,
líderes religiosos, militares, empresários, escritores, artistas, etc., e não
infringem a lei ou, pelo menos, não são descobertos nem condenados. Esses
indivíduos são tão egocêntricos, frios e manipuladores quanto o psicopata
criminoso típico; porém, sua inteligência, formação familiar, habilidades sociais
e circunstâncias de vida permitem que construam uma fachada de normalidade
e que consigam o que querem com relativa impunidade.
Os psicopatas não andam nas vielas da cidade ou dos becos escuros da
periferia. Eles não andam sisudo com a cara fechada ou aparentando alguém
mal encarado. Ao contrário, eles são elegantes, bem articulados, bem trajados,
usam de forma inigualável sua arte de persuasão.
Os psicopatas andam dentro de ternos valiosos com sorrisos
encantadores exercendo cargos políticos de nossa nação. Eles vestem belos
jalecos exercendo o desejado cargo de médico, contudo, ao invés de curar
nossas crianças, esses pedófilos criam nelas uma ferida incurável. Eles
também vestem-se de poder nos centros corporativos relevantes de nossa
cidades.
Os psicopatas inúmeras vezes são pessoas de alto patamar, são
pessoas conceituadas do Brasil e detentor de um currículo invejável. Eles
podem está vestido de juiz, desembargador, professor, médicos, líderes
religiosos. Os psicopatas também estão envolvidos em transgressões sociais,
como tráfico de drogas, estelionatos, corrupção, roubos, assaltos à mão
armada, fraudes no sistema financeiro, agressões físicas, violência no trânsito
e familiar.
Esses indivíduos agem de maneira tão discreta que raramente são
penalizado pelo seu comportamento criminoso. Um exemplo bem comum de
suas atrocidades são o abuso físico realizado nas esposas, filhos, funcionários
e amigos. Silvia (2014) diz que “se existe uma “personalidade criminosa”, esta
se realiza por completo no psicopata. Ninguém está tão habilitado a
desobedecer às leis, enganar ou ser violento como ele”.
Portanto, esta obra tem por objetivo propor ao leitor uma compreensão,
bem como protege-los dos laços malignos dos psicopatas sociais anônimos
que compões nossa sociedade tristemente falida emocionalmente.
2 – O PSICOPATA E SUAS PSICOPATIAS
Os psicopatas são desprovidos do medo
O medo é uma característica bem comum para os psicopatas, isto é,
eles são absolutamente desprovidos de medo. Aquilo que nos causaria
arrepios, para os psicopatas não passa de algo comum como passeia pela
varanda serena de uma casa.
O medo trata-se de uma emoção primária que atua como um
mecanismo de defesa, ou seja, ela é necessária para nossa sobrevivência e,
sobretudo, no impede de tomar decisões incoerentes.
O medo proporciona sensações psicológica e física desagradáveis. Silva
(2014) diz que o medo provoca sensações como “suor nas mãos, coração
acelerado, boca seca, tensão muscular, tremores e até náuseas e vômitos”.
Para os psicopatas, estes tipos de emoções ou sensações não significa
absolutamente nada, pois o medo é algo que os psicopatas jamais
experimentarão. “Para eles, o medo, como a maioria das emoções, é algo
incompleto, superficial, cognitivo por natureza (apenas um conceito de
linguagem) e não está associado a alterações corporais” (SILVA, 2014).
A autora em tela ainda traz luz ao fato corroborando que alguns
presidiários identificados como psicopatas foram submetidos à visualização de
cenas de conteúdo chocante. Esse conjunto de imagens editadas mostrava,
entre outras coisas, corpos decapitados, torturas com eletrochoques, crianças
esquálidas com moscas nos olhos e gritos de desespero. Enquanto as pessoas
comuns ficariam arrepiadas e com reações físicas de medo só de imaginar tais
situações, esses psicopatas não apresentaram sequer variação dos batimentos
cardíacos.
Experimentos de laboratório que utilizam registros
biomédicos têm mostrado que os psicopatas não têm as
respostas psicológicas normalmente associadas ao medo.
O medo impede que façamos coisas erradas – “Faça isso
e vai se arrepender”. Isso não acontece com os
psicopatas; eles simplesmente mergulham de cabeça,
talvez sabendo o que pode acontecer, mas sem dar a
mínima para isso (HARE, 2013, p. 68).
De acordo com o pensamento do autor em tela, para os psicopatas, o
medo, assim como as outras emoções ou uma parte delas é de natureza
incompleta, “rasa” e, sobretudo, amplamente cognitiva e não envolve o
turbilhão fisiológicas que a maioria de nós acha distintamente inconvenientes e
quer evitar ou reduzir.
Os psicopatas são especialistas em manipulação
Manipular, mentir e enganar são talentos naturais e corriqueiros dos
psicopatas. Os psicopatas são talentosos em mentir. Eles são verdadeiros
atores da manipulação, ou seja, para manter seus desejos sempre supridos,
eles agem de forma sutil, dissecando suas histórias mirabolantes e, sobretudo,
se passando por um catedrático do saber humano pelo simples fato de manter
sob seu domínio sua frágil presa.
Este livro trata-se também de uma ferramenta introdutória que revela
alguns traços dos psicopatas, a partir do conhecimento sobre eles, não
seremos pegos desprovidamente. É importante termos conhecimento o
suficiente a respeito destes sujeitos, pois eles não são pessoas desprovida do
saber. Silva (2014) diz que psicopatas “tentam demonstrar conhecimento em
diversas áreas, como filosofia, arte, literatura, sociologia, poesia, medicina,
psiquiatria, psicologia, administração e legislação”.
Diante disto, é bem comum eles esbanjarem sabedoria e além disso,
eles elencam desabridos termos técnicos dos mais variados temas do saber
humano na busca macabra de encantar suas vítimas desavisadas.
Por isso, é incoerente pensar que os psicopatas se importam com
alguém por mais que suas atitudes aparentam bondade. Os psicopatas,
portanto, não costumam se relacionar com indivíduos por questões emocionais
verdadeira, mas sim para se aproveitar do que essas pessoas tem a lhe
oferecer. Suas atitudes em relação a outras pessoas trata-se de algo que elas
podem oferecer.
Para médica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa, em seu livro Mentes
perigosas (2014) diz que os psicopatas são os vampiros da vida real, a autora
explica este fato da seguinte maneira:
Não é exatamente o nosso sangue o que eles sugam,
mas sim nossa energia emocional. Podemos considerá-
los autênticas criaturas das trevas. Possuem um
extraordinário poder de nos importunar e de nos
hipnotizar com o objetivo maquiavélico de anestesiar
nossa capacidade de julgamento e nossa racionalidade.
Com histórias imaginárias e falsas promessas, fazem-nos
sucumbir ao seu jogo, e, totalmente entregues à nossa
própria sorte, perdemos nossos bens materiais ou somos
dominados mental e psicologicamente.
Para psiquiatra citada acima, convidar um psicopata a entrar em nossa
vida e, quase sempre, só percebemos o erro e o tamanho do engodo quando
eles desaparecem inesperadamente, deixando-nos exaustos, adoecidos, com
uma enorme dor de cabeça, a carteira vazia, o coração destroçado e, nos
piores casos, com vida perdida.
Os prejuízos são irreparáveis. Por onde eles passam, deixam rastros de
destruição. Além da dificuldade de se responsabilizarem pelas suas atitudes
insanas, eles costumam pensar que são o centro das atenções e que as luzes
de lisonjas devem está sempre em torno deles.
Os psicopatas são mentirosos contumazes
Os psicopatas apresentam real orgulho da sua impiedosa habilidade de
mentir. Suas mentiras são tão costumeira ou patológico que as vezes eles não
se dão conta da veracidade de suas mentiras e acabam que acreditando
piamente nelas. Eles conseguem forjar até mesmo copiosas lágrimas para
aparentar um sentimento alheio.
Os psicopatas são mentirosos habilidosos. Eles mentem com maestria
sem se importar se serão pegos mentindo. Eles mentem olhando nos olhos de
suas vítimas sem pestanejar. Com razão Silva (2014) diz:
Os psicopatas são mentirosos contumazes, mentem com
competência (de forma fria e calculada), olhando nos
olhos das pessoas. São tão habilidosos na arte de mentir
que, muitas vezes, podem enganar até mesmo os
profissionais mais experientes do comportamento
humano. Para os psicopatas, a mentira é como se fosse
um instrumento de trabalho, utilizado de forma sistemática
e motivo de grande orgulho.
De acordo com a autora em tela, mentir, trapacear e manipular são
talentos inatos dos psicopatas. Com uma imaginação fértil e focada sempre em
si próprios, os psicopatas também apresentam uma surpreendente indiferença
à possibilidade de serem descobertos em suas farsas. Se forem flagrados
mentindo, raramente ficam envergonhados, constrangidos ou perplexos;
apenas mudam de assunto ou tentam refazer a história inventada para que ela
pareça mais verossímil. Eles se gabam de suas habilidades em mentir, e
podem fazê-lo sem nenhuma justificativa ou motivo. Essa habilidade, muitas
vezes, é potencializada pela facilidade de associarem a linguagem verbal à
corporal (gestos e expressões) na elaboração de suas mentiras, dando-lhes um
apelo teatral. Nesse cenário de enganação, os psicopatas são, ao mesmo
tempo, roteiristas, atores e diretores de suas histórias improváveis.
Por muito tempo, acreditamos que se a pessoa está falando a verdade,
ela falando olhando nos olhos e com uma postura firme e coerente na fala. O
psicopata faz isso de tal maneira que deixa qualquer ator profissional de boca
aberta. Eles são tão perspicazes na mentira que mesmo sendo flagrados, eles
conseguem se livrar de suas mentiras.
A indiferença do psicopata quanto à identificação da
mentira é realmente extraordinária; isso faz o ouvinte
questionar a sanidade do falante. No entanto, com mais
frequência, o ouvinte é levado na conversa (HARE, 2013,
p. 62).
O autor citado acima, trata-se de uma das maiores autoridades do
mundo no que diz respeito a psicopatia. Seus trabalhos têm servido de grande
ajuda para todos os especialistas da saúde mental. Para ele a capacidade que
os psicopatas tem de iludir amigos e inimigos indistintamente faz com que seja
comum para os psicopatas fraudar, dar desfalques e fingir, vender ações
falsificadas e propriedades sem valor, realizar fraudes de todo tipo, pequenas e
grandes.
A psiquiatra Silva (2014), ainda explica que “Alguns psicopatas mais
experientes são tão especialmente hábeis em mentir que se utilizam de
pequenas verdades para ganhar credibilidade em seus discursos”. Para a
psiquiatra em tela, os psicopatas admitem alguns deslizes que cometeram de
fato apenas para que as pessoas de bem se confundam e pensem da seguinte
maneira: “Sejamos razoáveis: se ‘fulano’ está admitindo seus erros, é bem
provável que ele esteja falando a verdade sobre as demais histórias”. Por isso,
é preciso muita observação, conhecimento de seu passado e um pouco de
distanciamento emocional para não se deixar enganar com facilidade por um
psicopata.
A maioria de nós ficaria devastada e humilhada pela
exposição pública como mentiroso e trapaceiro, mas o
psicopata não. Ele ainda é capaz de olhar nos olhos dos
membros da comunidade e de fazer promessas
fervorosas, dando sua “palavra de honra” (HARE, 2013, p.
122).
Diante desta perspectiva, seu objetivo é ganhar a confiança, mesmo que
para isso, muitos deles tenham que criar mentiras exorbitantes sobre suas
origens, conquistas e títulos acadêmicos. Estes sujeitos acreditam que
detentores de todo o conhecimento e que nenhuma ideia se igual as suas, tudo
isso pelo simples fato de manter seu domínio sob as pessoas que os rodeiam.
Obviamente, sabemos que essas características que aparentemente
seriam virtudes, ou seja, a capacidade de conquistar outros, na verdade, eles
aprendem a agir ou simular desta maneira para que seus desejos levianos
sejam satisfeitos. Não obstante a isto, estas atitudes parecem normais aos
sujeitos desavisados.
As mentiras são tão bem elaboradas a ponto deles olharem nos olhos
dos indivíduos com os olhos marejados de lágrimas e dissecarem suas
supostas histórias. Quando suas mentiras são reveladas, eles agem
normalmente e rapidamente trocam de assunto ou na menor das hipóteses
tentam elaborar outro caso para que pareça que estão corretos de suas
mentiras escabrosas.
Hare (2013, p. 63) diz que “dada sua eloquência e facilidade em mentir,
não causa surpresa o fato de os psicopatas enganarem, trapacearem,
fraudarem, iludirem e manipularem as pessoas sem o menor escrúpulo”.
Para o autor citado acima, algumas das operações dos psicopatas são
elaboradas e bem pensadas, enquanto outras são bastante simples: envolver-
se com várias mulheres ao mesmo tempo ou convencer familiares e amigos de
que precisa de dinheiro “para sair de uma enrascada”. Seja qual for o
esquema, ele é conduzido de modo frio, confiante, atrevido.
Portanto, não se impressione quando as pessoas olharem nos olhos e
dissecam suas supostas verdades. Não estou dizendo que todas as pessoas
que são firmes e coerentes quando falam são psicopatas. Na verdade, existem
muitos fatores como já disse até aqui que corroboram para diagnosticar um
psicopata. E novamente volto a ressaltar que o diagnostico é realizado
somente por um psiquiatra especialista no assunto.
3 – OS PSICOPATAS SÃO INDIVÍDUOS ARTICULADOS
Os psicopatas são pessoas articuladas que tem um bom emprego e,
sobretudo, apresentam-se aparentemente como sujeitos educados. Muito deles
tem família e vínculos afetivo de longa duração sem revelar quaisquer suspeita
aqueles que o cercam. No entanto, suas emoções são apenas em palavras,
pois seus sentimentos são desprovidos de altruísmo.
Nas relações interpessoais os psicopatas são possuidores de uma
ilibada loquacidade. Sua autoestima vive sempre no ápice, afinal de conta,
acham-se sempre os melhores.
Eles usam de sua habilidade de persuasão para angariar empregos que
lhe proporciona poder. Eles não ficam satisfeito em apenas permanecer no
mesmo degrau corporativa, ele desejam crescer e executar um carga de alto
escalão. Eles lutarão até ter aquilo que desejam com o seu poder de
manipulação.
Eles estão por toda parte, e, no dia a dia, é possível encontrá-los em
diversas categorias profissionais, no entanto, outra área além dos presídios ou
manicômios judiciários bem comum deles atuarem apesar de ser uma
empreitada bastante difícil é no cenário político. Pouquíssimos cargos
permitem um exercício tão propício para a atuação dos psicopatas quanto o
político.
Além do salário relevante, os psicopatas valem-se da impunidade
parlamentar. Principalmente no Brasil onde a impunidade funciona com
maestria e assim possibilitam os psicopatas de saírem ilesos de suas
falcatruas.
Eles gostam desta área devido a imensidão da projeção, das regalias e
privilégios que eles terão. Afinal de contas, eles sempre saem-se bem como
politico devido a inigualável retórica rebuscada em brilhantes discursos.
Segundo Robert Hare, o número de psicopatas burocratas ou de “colarinho-
branco” é significativo em cargos de liderança e chefias. Por ser difícil
reconhecê-los no início, eles costumam tiranizar seus colegas de trabalho, e
alguns chegam até a causar grandes prejuízos financeiros para as empresas
em que trabalham.
O psicólogo norte-americano Paul Babiak (2007), especializado em
recursos humanos, realizou um importante estudo das táticas utilizadas por
psicopatas no meio corporativo. Devido suas ações cínicas, ele o chamou de
“cobras de terno” inescrupulosas e antiéticas na disputa por altos cargos,
salários e, sobretudo, poder. Segundo psicólogo, os psicopatas em ambientes
empresariais costumam adotar um plano tático que pode ser resumido em
cinco fases, vejamos:
Fase 1 — Ingresso na empresa Esta fase corresponde
basicamente à entrevista de emprego. Na ocasião, o
candidato psicopata mostra-se cativante, seguro e
charmoso. Utiliza-se de todo o seu arsenal sedutor com o
objetivo claro de impressionar o entrevistador da forma
mais positiva possível.
Fase 2 — Estudo do território (avaliação) Nesta etapa o
psicopata já se encontra empregado. Procura então
descobrir, da forma mais rápida possível, quem são as
pessoas que possuem voz ativa na empresa. Logo em
seguida, trata de construir relações pessoais, de
preferência íntimas, com esses funcionários influentes.
Fase 3 — Manipulação de pessoas e fatos De forma
intencional, espalha falsas informações para que ele seja
visto de forma positiva e os outros, de maneira negativa
perante as chefias. Semeia desconfiança entre os
funcionários, jogando uns contra os outros. Disfarça-se de
amigo, contando aos colegas sobre outros que o
difamaram. Estabelece contato individual com as
pessoas, mas evita reuniões ou situações nas quais
precise se posicionar perante todo o grupo. Mantém-se
“camuflado” para levar adiante a estratégia de ascensão
ao poder.
Fase 4 — Confrontação Nesta fase, os psicopatas “de
terno e gravata” abandonam as pessoas que haviam
cortejado anteriormente e que não são mais úteis à sua
ascensão profissional. Num requinte de maldade, utilizam
a humilhação como arma para manter suas vítimas em
silêncio. Dessa forma, as pessoas que mais foram
exploradas são aquelas que menos se dispõem a falar
sobre suas experiências.
Fase 5 — Ascensão Tal qual num jogo de xadrez, esta é
a hora do xeque-mate, a hora do golpe fatal. Após colocar
líderes e chefias uns contra os outros, o psicopata “de
terno e gravata” toma o lugar do seu superior, que
geralmente é demitido ou rebaixado de cargo e função. É
importante lembrar que a ausência de consciência e de
medo torna essas pessoas potencialmente ardilosas e
perigosas. Para elas, infringir as normas e externar seus
desejos agressivos e predatórios sem nenhum escrúpulo
ou culpa são atitudes naturais e, por isso mesmo, isentas
de qualquer autocrítica.
O psicopata não descansará até conseguir o cargo almejado, não
obstante a isto, Stout (2010), diz que “carreiras militares e médicas também
chamam atenção, uma vez que há a possibilidade de manipular vidas, uma boa
maneira de extravasar todo seu desejo de agressividade e domínio.
Para Stout, o psicopata busca na sua carreira uma profissão que traga
sucesso, dinheiro e reconhecimento pelo trabalho excepcional. A sua vaidade e
o ego inflado fazem com que sinta necessidade de estar sempre nos holofotes,
colhendo os louros do sucesso.
Diante desta perspectiva, o papel de liderança em funções como diretor
executivo, gerente administrativo, supervisor ou executivo é sempre algo muito
empolgante para um psicopata. Para muitos supervisores que vivem num pico
dantesco de tarefa e responsabilidades, fica mais complexo identificar os
supostos psicopatas.
Ora, a psiquiatra Silva (2014) sugere que a presença de psicólogos
qualificados e bem treinados nas empresas pode ser um diferencial muito bem-
vindo quando se trata de separar o joio do trigo no campo profissional”
Para autora acima as pessoas que têm que tomar decisões sobre a
contratação de funcionários nem sempre estão adequadamente capacitadas e
treinadas para enfrentar as habilidades de manipulação e convencimento dos
psicopatas. Assim, deve-se atentar para as seguintes dicas:
Desconfie de um currículo ostensivo em demasia.
Repare se ele apresenta inúmeras mudanças de cargo em curtos
espaços de tempo.
Solicite ao setor de Recursos Humanos que faça contato com seu último
empregador.
Na entrevista com o candidato, elabore perguntas habilidosas que
possam aferira veracidade das informações contidas no currículo.
4 – SINTOMAS
A psicopatia pode acontecer tento em homens quanto em mulheres,
porém, as características são mais evidentes em homens. Outro ponto
importante a se notar é que crianças não podem ser diagnostica com o mesmo
padrão dos adultos que por sua vez podem ser diagnosticados quando estes
atingem a maioridade.
Por outro lado, vale lembrar que as crianças revelam traços ainda
tenros. Percebemos as dificuldades de muitas pessoas de acreditarem que
crianças tem capacidade de cometer crimes cruéis. O fato delas aparentarem
universalmente meigas, isso não significa que ela são isentas de cometer
dantesca atrocidade.
Hare (2013, p. 168) diz que “a maioria das crianças que chega à idade
adulta como psicopata desperta a atenção de professores e conselheiros bem
cedo, e é essencial que esses profissionais compreendam a natureza do
problema que estão enfrentando”.
Se a intervenção psicológica não acontecer ainda na tenra idade, os
procedimentos terapêuticos com a expectativa de resultados positivo será mui
tênue.
De acordo com Hare, muitos dos profissionais que lidam com essas
crianças não enfrentam o problema de frente, por uma série de razões. Alguns
adotam uma abordagem puramente comportamental, preferindo tratar
comportamentos específicos – agressão, roubo, etc. – em vez do transtorno da
personalidade como um todo, com a complexa combinação de traços e
sintomas que o caracteriza. Outros se sentem desconfortáveis com
consequências de longo prazo que a criança pode ter se receber o diagnóstico
de um transtorno que se acredita incurável.
outros ainda acham difícil conceber que os
comportamentos e os sintomas observados nesses jovens
clientes sejam algo mais do que formas exageradas do
comportamento normal, resultado de uma criação
inadequada ou de uma condição social baixa, e, portanto,
tratáveis. Todas as crianças são um tanto egocêntricas,
falsas e manipuladoras; é uma simples questão de
imaturidade, argumentam eles para desalento de pais
arrasados, que precisam lidar diariamente com uma
situação que se recusa a ceder e que, às vezes, até piora”
(HARE, 2013, 168).
O autor acima sugere que não reconhecer que a criança tem muitos ou a
maioria dos traços de personalidade que definem a psicopatia pode sentenciar
os pais a intermináveis consultas a diretores de escolas, psiquiatras, psicólogos
e conselheiros, em uma tentativa vã de descobrir o que há de errado com seu
filho e com eles próprios. Isso pode levar também a uma sucessão de
tratamentos e intervenções inapropriados – tudo com grande custo financeiro e
emocional. Se o profissional não se sente confortável em rotular indivíduos
mais jovens com um diagnóstico formal, então deve evitar essa situação.
Entretanto, não deve perder o problema de vista: a presença de uma síndrome
com traços de personalidade e comportamentos específicos que se traduz em
problemas de longo prazo, não importa como seja chamada.
Em seu livro Mentes perigosas, a médica psiquiatra Silva (2013) diz algo
bem real nos dias hodiernos:
O Brasil, infelizmente, também faz parte desse cruel
panorama. É estarrecedor observar que crianças que
deveriam estar brincando ou folheando livros nas escolas
trafiquem drogas, empunhem armas e apertem gatilhos
sem nenhum vestígio de piedade. Logicamente, não
podemos negar que muitas delas são influenciadas pelo
meio social ao redor; no entanto, outras crianças possuem
uma inclinação voraz e inata ao crime.
Para Silva, assim como adultos psicopatas, crianças com essa natureza
são desprovidas de sentimento de culpa ou remorso, características inerentes
às pessoas “de bem”. São más em sua essência.
Em razão da complexidade do diagnóstico, antes dos dezoito anos é
conhecido como transtorno da conduta. Alguns traços citados abaixo revelarão
condutas incoerentes de crianças com traços de psicopatia. No entanto, vale
ressaltar que são características genéricas, uma vez que somente um
especialista no assunto poderá corroborar com o possível diagnóstico.
Curiosamente o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais
(DSM-5), “bíblia” do diagnóstico da American Psychiatric Association, não
apresenta nenhuma categoria que capture toda a essência da personalidade
psicopática em crianças e adolescentes. Em vez disso, descreve uma classe
de transtornos disruptivos do comportamento, caracterizada por um
comportamento socialmente inadequado que, com frequência, causa mais
sofrimento aos outros do que à própria pessoa que o apresenta. São listadas
três categorias que se sobrepõem:
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
Caracterizado por graus de desatenção, impulsividade e
hiperatividade inconsistentes com o nível de
desenvolvimento.
Transtorno da conduta. Padrão de conduta persistente,
em que são violados os direitos individuais dos outros,
normas ou regras sociais importantes próprias da idade.
Transtorno desafiador de oposição. Padrão de
comportamento negativista, hostil e desafiador, somado a
graves violações dos direitos individuais básicos dos
outros observadas no transtorno da conduta.
Hare (2013, p. 167), explica que “a maioria dos psicopatas adultos
provavelmente atende aos critérios do diagnóstico do transtorno da conduta
quando mais novo, mas o inverso não é verdadeiro”.
Para Hare, a maioria das crianças com transtorno da conduta não serão
adultos psicopatas. O texto em tela mostra-nos a criança com traços de
psicopatia pode não ser um psicopata, contudo, os psicopatas tiveram o
mesmo traço quando eram tenros, porém, em escalar menor.
Ainda cedo aparecem os traços da psicopatia. As crianças com traços
da psicopatia ou transtorno de conduta podem cometer:
Mentiras repetitivas e sem sentidos;
Introdução precoce ao uso de drogas;
Ausência de empatia ou preocupação pelos sentimentos alheios;
Faltas constante na escola;
Impulsividade e irresponsabilidade;
Tendência a culpar os outros por erros cometidos por si mesmos,
Frieza emocional diante de situações catastróficas;
Violação às regras sociais;
Atos de vandalismo;
Dificuldade em manter amizades;
Desobediências e desrespeito aos pais e professores e outras
autoridades;
Crueldade com animais, irmãos e coleguinhas;
Algumas atrocidades são aprendidas ainda muito cedo pelos psicopatas.
Os pais fingem que nada está acontecendo e que o filho está apenas
cometendo algo impensadamente, porém não é assim que acontece.
“É comum que os psicopatas adultos descrevam a
crueldade contra animais praticada na própria infância
como acontecimentos normais, coisas triviais, até
divertidas” (HARE 2013, p. 80).
Eles podem realizar maldades e, sobretudo, podem ser flagrados
cometendo atos ilícitos ou cruéis e não expressarem nenhum remorso.
Elencarei outros traços importantes que devemos notar deste cedo nos filhos:
Agressão;
Bullying e brigas persistentes;
Preocupação excessiva com seus próprios interesses;
Permanência fora de casa até tarde da noite;
Vandalismo e incêndios;
Pequenos roubos de objetos de outras crianças e dos pais eles;
Experiências sexuais ainda muito tenros;
Alguns crianças têm sua primeira relação sexual precoce acentuada aos
dez anos. Alguns devido a sua insensibilidade não poupam ninguém para
manter relação sexual.
Inúmeros casos de psicopatas quando eram crianças causam pavor na
sociedade. Hare (2013, p. 81) diz que “crianças impulsivas, que enganam os
outros, que não sentem empatia e veem o mundo como sua própria concha,
serão assim também quando adultas”.
Atrocidades como sufocar a irmã enquanto dorme ou cortá-la, atirar no
em cachorros e pendurá-los nas estacas, esquartejar sapos, matar cruelmente
os gatos, fazer operações nos ratos e até mesmo crueldade com a boneca da
irmã são traços corriqueiro em forte pretendentes a psicopatia.
O psicólogo Robert Hare (2013, p. 80), numa de suas entrevistas com
um psicopata discorre sobre um feito dele quando era criança: um “preso por
fraude, disse que, quando era criança, pegava uma corda, amarrava uma ponta
no pescoço do gato e a outra em uma vara, e fazia o gato rodar, batendo nele
com uma raquete de tênis. Disse, também, que a irmã tinha uns cachorrinhos e
que ele matou aqueles que ela não queria criar. “Eu amarrava o bicho em uma
barra de ferro e usava a cabeça dele como bola de beisebol”, disse com um
leve sorriso”.
Os psicopatas começam a exibir problemas comportamentais sérios
desde muito cedo, tais como mentiras recorrentes, falta de remorso,
estelionatos, trapaças, roubo, vandalismo, incêndio e violência.
De acordo com Silva (2014) os psicopatas também “apresentam também
comportamentos cruéis contra os animais e outras crianças, que podem incluir
seus próprios irmãos, bem como os coleguinhas da escola”
Silva sugere que vale a pena destacar que crianças e adolescentes com
perfil psicopático costumam realizar intimidações contra pessoas pertencentes
aos seus grupos sociais. E quando isso acontece no ambiente escolar, pode
caracterizar a ocorrência de um fenômeno denominado bullying.
Como já trabalhamos em outra obra que abordamos assuntos somente
sobre o bullying, para autora citada acima, este fenômeno pode ser definido
como um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que
ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra
outros. Os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão
e prazer, cujas “brincadeiras” têm como propósito maltratar, intimidar, humilhar
e amedrontar, causando dor, angústia e sofrimento às vítimas. O líder do grupo
agressor (o “valentão” ou “tirano”) costuma ser o indivíduo que apresenta
características compatíveis com a personalidade psicopática.
É importante os pais observar se estes gostam de torturar animais de
estimação e até mesmo mata-lo, e quando isso acontecer também deve
perceber a reação do filho diante de um animal dilacerado ou até mesmo um
ser humano.
Os pais além de observar, precisam também se posicionar em relação a
conduta do filho. A psiquiatra Ana Beatriz em seu livro Mentes perigosas
(2014), propõe algumas posturas a ser assumida pelos pais:
1 – Procure conhecer bem o seu filho. A maioria dos pais
não sabe como ele se comporta longe dos seus olhos.
Estabeleça contato com todas as pessoas do convívio
dele (professores, amigos, pais dos amigos etc.). Quanto
mais precocemente você identificar o problema, maiores
serão as chances de que ele se molde a um estilo de vida
minimamente produtivo e socialmente aceito.
2 – Busque ajuda profissional. Isso é válido tanto para se
certificar do diagnóstico dessa criança quanto para
receber orientações de como você deve agir.
3 – Não permita que seu filho controle a situação.
Estabeleça um programa de objetivos mínimos para obter
alguns resultados positivos. Regras e limites claros são
necessários para evitar as condutas de manipulação,
enganos e falta de respeito para com os demais. Lembre-
se de que uma criança com perfil psicopático apresenta
um talento extraordinário para distorcer as regras
estabelecidas e virar o jogo a favor dela. Por isso, não
ceda! Se você fraquejar, certamente ela ocupará todos os
“espaços” deixados pela sua desistência.
Ao identificar traços de personalidade nos filhos, os pais por sua vez
devem buscar ajuda de um especialista da saúde mental para o devido
tratamento. Este transtorno psicológico assim como outros relacionados, surge
por alterações cerebrais, isto é, devido a fatores genéticos e, principalmente
traumas quando ainda eram tenros como abuso sexual, físico, moral e outros
conflitos no contexto familiar.
No caso dos adultos, alguns sintomas são dignos de nota nesta obra,
mas para isso, irei abordar de forma sistemática os sintomas interpessoal e
social citado pelo psicólogo Robert Hare (2013, p. 49):
Emocional/interpessoal
• eloquente e superficial
• egocêntrico e grandioso
• ausência de remorso ou culpa
• falta de empatia
• enganador e manipulador
• emoções “rasas”
Desvio social
• impulsivo
• fraco controle do comportamento
• necessidade de excitação
• falta de responsabilidade
• problemas de comportamento precoces
• comportamento adulto antissocial
O psicólogo em pauta, durante seus anos de pesquisa criou aquilo que
chamamos de Psychopathy Checklist (Avaliação de psicopatia), ou seja, é uma
ferramenta clínica complexa, destinada ao uso profissional. Mesmo tendo em
mãos a ferramenta que sugere que uma pessoa possa ser um psicopata,
sugiro que não estabeleça um critério ou diagnóstico do mesmo, ao contrário,
busque ajuda de um especialista qualificado, para realizar os devidos
procedimentos.
Outro ponto importante a se ressaltar, é que existem indivíduos com
traços de psicopatia, no entanto, nem por isso, ele pode ser considerado um
psicopata. Hare (2013, p. 49) explica que “Muitos indivíduos são impulsivos ou
volúveis, frios ou insensíveis, antissociais, mas isso não significa que são
psicopatas. A psicopatia é uma síndrome – um conjunto de sintomas
relacionados”.
Percebemos neste capítulo a complexidade não apenas aqui, mas em
todo o livro. Os psicopatas são de fato um verdadeiro enigma para todos nós.
Na verdade, é um enigma até mesmo para os psicopatas que acreditam serem
donos de uma sanidade inigualável.
Os sintomas ou traços são por sua vez fáceis de detectar, contudo, o
tratamento é algo ainda que fica somente no campo das ideias até mesmo para
os mais gabaritado da saúde mental.
Portanto, ao encontrar alguém com alguns traços da psicopatia, não é
prudente você querer diagnosticá-lo. Deixa este assunto para um profissional
da saúde mental. E caso você tem alguém na família com traços de psicopatia,
busque ajuda terapêutica para você aprender a lidar com um psicopata.
5 – COMO LIDAR COM OS PSICOPATAS
Sabemos que lidar com um psicopata parece ser uma habilidade ainda
distante. Só quem vive sabe o quão pesaroso é viver com pessoas desprovida
de qualquer beneficio emocional. Como lidar com alguém que não se importa
se você existe ou não? E se você existe, não passará de alguém que servirá
para alavancar o ego inflado do psicopata.
Este livro não substitui o diagnóstico médico, esta obra trata-se apenas
de uma breve introdução e que com muita responsabilidade me atrevo a
dissecar cuidadosamente num campo totalmente minado de detalhe. Sei da
responsabilidade que estou tento de compartilhar com o leitor alguns fatores
que de certa forma ajudará a lidar cotidianamente com um psicopata.
Somente quem convive com um psicopata tem uma sensação
permanente de abuso, invasão, inutilidade. “Suas relações são marcadas pela
exigência de um padrão que dificulta a ação de quem está ao redor. A vida gira
em torno desse sequestrador de emoções alheias” (MECLER, 2015).
Temos também a sensação de ter a energia sugado e vivem num
drástica gangorra emocional. Depois de tudo que já estudamos até aqui,
parece uma ironia deste capítulo em salientar sobre como lidar com os
psicopatas.
Não obstante, nem tudo está perdido, para o psicopata, a sanidade
mental para eles ainda é um caminho quase impenetrável, contudo, para nós
lidarmos com ele, ainda temos trilhos para galgarmos triunfantemente.
A psicopatia pode acontecer tento em homens quanto em mulheres,
porém, as características são mais evidentes em homens. Outro ponto
importante a se notar é que crianças não podem ser diagnostica com o mesmo
padrão dos adultos que por sua vez podem ser diagnosticados quando estes
atingem a maioridade.
Por outro lado, vale lembrar que as crianças revelam traços ainda
tenros. Percebemos as dificuldades de muitas pessoas de acreditarem que
crianças tem capacidade de cometer crimes cruéis. O fato delas aparentarem
universalmente meigas, isso não significa que ela são isentas de cometer
dantesca atrocidade.
Com já ressaltei anteriormente, isto é, me escudando de outros autores
que diz que no Brasil, crianças que deveriam estar brincado ou realizando
atividades lúdicas, elas estão traficando drogas com armas em punho
sabotando assim sua infância. Muitas delas são influenciadas pelo meio social,
outras crianças possuem uma inclinação voraz e inata ao crime. Assim como
adultos psicopatas, crianças com essa natureza são desprovidas de sentimento
de culpa ou remorso, características inerentes às pessoas “de bem”.
Em razão da complexidade do diagnóstico, antes dos dezoito anos é
conhecido como transtorno da conduta. Alguns traços citados abaixo revelarão
condutas incoerentes de crianças com traços de psicopatia. No entanto, vale
ressaltar que são características genéricas, uma vez que somente um
especialista no assunto poderá corroborar com o possível diagnóstico.
Aprendendo a lidar com o psicopata na família
Tudo que você imaginar de pior, pode acontecer por um psicopata. Hare
(2013), diz que “os psicopatas não hesitam em usar os recursos da família e de
amigos para sair de suas próprias dificuldades e não se intimidam com a
possibilidade de que suas ações possam resultar em sofrimento ou risco para
outros”.
Viver com um cônjuge psicopata é ter o inferno com seus demônios
dentro de casa. Os filhos sofrem a esposa ou marido sofrem, os familiares
sofre e até mesmo os vizinhos sofrem.
Estudos apontam que uma parte considerável dos maridos que agridem
a esposa são psicopatas. Esposas de homens psicopatas vivem dias de terror
sem precedentes. Elas vivem momentos de insegurança e humilhação diante
do seu algoz, ora, pelo fato do psicopata ser um individuo bem articulado,
inúmeras esposas devido a sua ilusão causada por eles, vivem dentro de um
macabro relacionamento abusivo.
O psicopata pode, por exemplo, achar que não há nada
errado em dizer a uma mulher “Eu te amo” logo depois de
bater nela. Ou então de dizer a alguém “Eu precisei dar
uma surra nela para ela não sair da linha, mas ela sabe
que eu a amo”. (HARE, 2013, p. 146).
Silva (2014) diz que “maridos que agridem fisicamente sua esposa
costumam responsabilizá-la por seus atos agressivos” para autora, os
psicopatas não amam seus cônjuges, isso não existe! Eles os possuem como
uma mercadoria ou um troféu, com os quais reforçam seus desejos de
manipulação, controle e poder.
Alguns até podem casar, mas simplesmente para aparenta-se um sujeito
do bem e também por a família representar a fonte de status da sociedade,
contudo, o casamento de fachada servirá apenas para revelar seu poderio, sua
posse, mas amor, infelizmente, a família não terá.
A psiquiatra Silva (2014), explica que “quando a questão é família, o
comportamento deles também segue o mesmo padrão de indiferença e
irresponsabilidade”.
Para Silva, quando constituem famílias, os psicopatas não o fazem por
sentimentos amorosos, mas como um instrumento necessário para construir
uma boa imagem perante a sociedade.
A relação com um pai ou uma mãe psicopata sempre será uma relação
distante e vazia, pois não haverá efetividade, uma vez que o psicopata busca
apenas o interesse próprio. Ora, tanto, o transtorno de personalidade
antissocial e narcisista tem uma relação muito semelhante aos psicopatas.
Outro fator importante a se ressaltar é que o pai psicopata sempre fará a
esposa e os filhos se sentirem culpados diante dos seus atos.
“Apesar de todo o estrago, muitas pessoas vitimadas por
eles ainda se perguntam e exclamam: “Será que o erro foi
meu ou foi dele?”, “Onde foi que eu errei para que aquela
pessoa que era tão boa e fascinante se transformasse
num monstro sem escrúpulos?”, “Meu Deus, a culpa disso
tudo é minha?!”” (SILVA, 2014).
De acordo com a autora citada acima, os psicopatas mostram uma total
e impressionante ausência de culpa em relação aos efeitos devastadores que
suas atitudes provocam nas outras pessoas. Os mais graves chegam a ser
sinceros sobre esse assunto: dizem que não possuem sentimento de culpa,
que não lamentam pelo sofrimento que causaram em outras pessoas e que
não conseguem ver nenhuma razão para se preocuparem com isso. Na cabeça
dos psicopatas, o que está feito, está feito, e a culpa não passa de uma ilusão
utilizada pelo sistema para controlar as pessoas. Por sinal, eles (os psicopatas)
sabem utilizar a culpa contra as pessoas de bem e a favor deles com
impressionante maestria.
Para os psicopatas, é possível que um veículo tem o mesmo valor que
um filho. Obviamente, como já ressaltei, isso não significa também que eles
não tenham apreço pelo filho. As pessoas sendo do vinculo familiar ou não,
sempre serão apenas meros fantoches nas mãos de um ser inescrupuloso
como o psicopata.
Hare (2013, p. 17) diz que a “indiferença em relação ao bem-estar dos
filhos – ao bem-estar próprio e do homem ou mulher com quem estão vivendo
no momento – é tema comum em nossos arquivos de psicopatas.
O psicólogo Hare diz que os psicopatas veem as crianças como uma
inconveniência. Alguns, como Diane Downs, insistem em que se preocupam
muito com os próprios filhos, mas suas ações negam as palavras. Em geral,
deixam as crianças sozinhas por longos períodos ou aos cuidados de pessoas
que não merecem confiança.
As famílias por sua vez terá grande importância de como lidar com
psicopatas. O objetivo desta obra é fazer com que tenhamos uma noção das
pessoas a nossa volta. Não pelo simples fato de poder julgá-lo ou até mesmo
querer diagnosticá-lo, mas, sobretudo, poder prevenir a nós mesmo bem como
as pessoas que fazem parte de nosso vinculo afetivo. Ora, diante disto, o
psicólogo Hare (2013, p. 124) diz:
Tenho certeza de que, se as famílias e os amigos desses
indivíduos estivessem dispostos a discutir suas
experiências sem medo de retaliação, nós poderíamos
revelar um ninho de ratos de abuso emocional, flertes,
falsidade e comportamentos de baixo nível em geral.
Esses ninhos de rato às vezes vêm a público de modo
dramático.
Diante desta perspectiva, sugiro que todos aqueles que fazem parte ou
tem alguém na família com traços ou literalmente é um psicopata, procure
urgentemente um acompanhamento psicológico. O psicopata jamais entenderá
que precisará de ajuda, mas você com ajuda de um terapeuta especializado na
área triunfará diante das artimanhas do psicopata.
Conhecendo a natureza dos psicopatas
Para lidar com os psicopatas é importante em primeiro lugar saber com
quem estamos lidando ou convivendo, e principalmente, conhecer a si próprio,
pois quando conhecemos nós mesmo, saberemos onde está nossos pontos
frágeis.
Se você gosta de ser elogiado, o psicopata saberá disso;
Se você gosta de ganhar presentes, o psicopata saberá disso;
Se você gosta de ser aceito, o psicopata saberá disso;
Se você gosta de carinho, o psicopata saberá disso;
Se você não gosta de ficar, o psicopata saberá disso;
O psicopata procurará informações sobre você para que através destas
informações ele procure estabelecer uma investida, ou seja, para eles a vida é
um jogo, e quanto mais ele sabe sobre sua vítima, mas chance ele terá de
dominá-la.
Portanto, a melhor maneira de lidar com os psicopatas está em
fortalecer as zonas frágeis da sua vida, pois ele saberá onde atuar na tua
história e diante disto, causar estragos emocionais irreparáveis.
Os psicopatas estão em todos os lugares e em todos os seguimentos da
sociedade. Encontra-se com um psicopata será inevitável, por isso, saber como
lidar com eles é a melhor maneira para não sofrermos grandes perdas. Por
isso, é que nesta obra tenho objetivo, sobretudo, de aconselhar que para poder
lidar com esses sujeitos, é importante conhecer a naturezas desses indivíduos.
Não se engane com o sorriso inglório de um psicopata
Outro ponto importante a se ressaltar, é que não podemos nos deixar
levar pelos sorrisos mateiros desses sujeitos. Por detrás de cada sorriso de um
psicopata encontra-se um desejo desenfreado de obter ganho sobre seu
oponente.
Não se engane com as palavras rasas de um psicopata
Os psicopatas são habilidosos em seus discursos. Como já vimos no
decorrer desta obra, estes indivíduos são muitos bons em mentir bem como
persuadir. Por isso, suas belas palavras não revelam que são bons moços, e
em razão disso, a melhor coisa a se fazer é não considerar suas palavras de
suposta empatia. Os psicopatas usaram de todas as suas ferramentas para
adentrar nos corredores mentais de seu opressor. Eles também usaram suas
linguagens fácil e corporal, tudo isso, para apresentar-se como bons cidadãos
dignos de aceitação bem como de apreciação.
Não se engane com o olhar firme nos olhos dos psicopatas
Não pense que pessoas que falam a verdade são aquelas que olham
nos olhos. Não se engane. Os psicopatas olham com demasiado entusiasmo
nos olhos de suas vítimas. Portanto, a melhor coisa a se fazer é manter a
distância.
É importante frisar que mesmo tomando todo os cuidados necessários
para lidar com os psicopatas, não é garantia de que você está livre da ação
predadora deles.
Não se sinta culpado diante dos atos insanos dos psicopatas
Como já disse, uma hora ou outra, inevitavelmente nos depararemos
com um psicopata. Independentemente como o psicopata entrou na sua vida, e
tenha te machucado horrendamente, não se culpe. Pois uma das habilidades
dos psicopatas é fazer com que suas vítimas se sintam culpadas.
os psicopatas dão a impressão de que são eles que estão
sofrendo, de que as verdadeiras vítimas são as culpadas
por seus problemas. Entretanto, sofrem muito menos do
que você e por outras razões. Não gaste sua compaixão
com eles; os problemas deles não estão no mesmo nível
dos problemas das vítimas (HARE, 2013, p. 220).
A vida para os psicopatas são um jogos de xadrez onde as pessoas que
o cercam são as peças desse tabuleiro onde ele decide onde elas devem ficar.
Hare diz que os psicopatas jogam sempre de acordo com as mesmas regras –
as deles – com todo mundo.
Eles sempre farão de tudo para se dá bem, pois os jogos deles serão de
acordo com as próprias regras deles e por isso, eles jamais se consideram que
sairão perdendo.
Se posicione diante das atitudes dos psicopatas
É comum em nossa sociedade até mesmo aqueles que não são
psicopatas se aproveitarem de pessoas que tem dificuldade de se posicionar
diante dos dilemas da vida. Diante disto, para lidar com os psicopatas é
prudente que você seja firme em suas decisões. Além de revelar sua firmeza,
não brinque ou jogue com eles, pois os psicopatas não gostam ou não sabem
perder.
Não tente mudar os psicopatas, eles não acreditam que precisam de
mudança
Não procure mudanças por parte dos psicopatas, eles não mudam. Eles
podem até fazer joguinho de poder para de certa maneira tentar impressionar
suas vítimas, mas, contudo, eles não mudam.
Sei que muitos podem até ter boa intenção em querer que eles uma hora
ou outra tenha uma mudança radical, no entanto, esperar ou criar possibilidade
para mudança deles, será tristemente um ato inglório.
Procure acompanhamento psicológico
É importante que se você convive com um psicopata, que procure
orientação terapêutica. Assim, o especialista da saúde mental e, que
sobretudo, saiba profundamente sobre os psicopatas, possa orienta-la como
agir diante destes indivíduos.
Uma razão de você fazer sessões terapêuticas dar-se pelo fato dos
próprios psicopatas acreditarem que não necessitam de tratamento. O fato
deles reconhecer que precisam de ajuda, é quase que uma busca em vão.
6 – TRATAMENTO
Quanto mais cedo melhor para o devido tratamento para pessoas com
traços de psicopatia. É importante que os pais tenham real sensibilidade ou
flexibilidade para entender os atos do filho e leva-lo à um especialista para
poder propor uma vida significativa, aceita e produtiva para o paciente, mesmo
aparentando ser um procedimento ineficaz.
Infelizmente, há uma situação em que todo especialista da saúda mental
não deseja dizer ao paciente e muito menos aos familiares que “a psicopatia
não tem cura; é um transtorno da personalidade, e não uma fase de alterações
comportamentais momentâneas” (SILVA, 2014).
Quando os pais levam o filho cedo fica mais fácil deles saberem lidar
com o filho em momentos de crise. Assim como outros transtornos, o
tratamento para este comportamento, muito embora com pouco eficácia é a
psicoterapia. Devido também o seu ego inflado, eles simplesmente acreditam
que não precisam de tratamento ou ajuda.
Para Silva (2014), “só é possível ajudar aqueles que de fato querem e
procuram ajuda” e como já falamos no decorrer desta obra, os psicopatas,
pensam que não há nada de errado com eles em relação a sua saúde mental.
Eles também não esboçam nenhum anseio para se enquadrar nos patrões
normativos da sociedade.
Silva diz que eles julgam-se autossuficientes, são egocêntricos, e suas
ações predatórias são absolutamente satisfatórias e recompensadoras para
eles mesmos. Mudar para quê?. Os psicopatas raramente procuram auxílio
médico ou psicológico. Quando chegam a um consultório, quase sempre é por
pressões familiares ou, então, com o intuito de se beneficiarem de um laudo
técnico. Frequentemente estão envolvidos com problemas legais, endividados
e às voltas com o sistema judicial. Por isso, tentam obter do profissional de
saúde mental algum diagnóstico ou alguma comprovação de problemas que os
auxiliem a minimizar as sanções que lhes foram impostas.
Por esta razão, dificilmente se sujeitarão ao tratamento medicamentoso
e psicoterapêutico, pelo fato de acreditarem que não necessitam de ajuda
emocional.
Diante disto, “com raras exceções, as terapias biológicas
(medicamentos) e as psicoterapias em geral se mostram,
até o presente momento, ineficazes para a psicopatia.
Para os profissionais de saúde, esse é um fator intrigante
e, ao mesmo tempo, desanimador, uma vez que não
dispomos de nenhum método eficaz que mude a forma de
um psicopata se relacionar com os outros e perceber o
mundo ao seu redor. É lamentável dizer que, por
enquanto, tratar um deles costuma ser uma luta inglória”
(SILVA, 2014).
De acordo com a autora citado acima, temos que ter em mente que as
psicoterapias são direcionadas às pessoas que estejam em intenso
desconforto emocional, o que as impede de manter uma boa qualidade de vida.
Por mais bizarro que possa parecer, os psicopatas parecem estar inteiramente
satisfeitos consigo mesmos e não apresentam constrangimentos morais nem
sofrimentos emocionais, como depressão, ansiedade, culpas, baixa autoestima
etc. Não é possível tratar um sofrimento inexistente.
Há outras razões pelas quais os psicopatas são candidatos tão
inadequados à terapia. O psicólogo canadense Robert Hare (2013, p. 201)
elenca algumas razões deles não pensarem que não precisa de terapia:
Os psicopatas não são indivíduos “frágeis”. O que eles
pensam e fazem são extensões de uma estrutura de
personalidade sólida como uma rocha, extremamente
resistente à influência externa. Quando concordam em
participar de um programa de tratamento, suas atitudes e
padrões comportamentais já estão tão fortalecidos, que é
difícil fazê-los ceder mesmo nas melhores circunstâncias.
Muitos psicopatas são protegidos das consequências dos
próprios atos por familiares ou amigos bem-intencionados;
o comportamento deles permanece relativamente sem
controle e sem punição. Outros são tão hábeis que
conseguem traçar o próprio caminho na vida sem muita
inconveniência pessoal. E, inclusive aqueles que são
pegos e punidos por suas transgressões, geralmente
culpam o sistema, os outros, o destino – com exceção de
si mesmos – pelo próprio apuro. Muitos simplesmente
gostam do estilo de vida que levam.
Diferentemente de outros indivíduos, os psicopatas não
procuram ajuda por conta própria. Em vez disso, são
empurrados para a terapia pela família desesperada ou
então aceitam se tratar para cumprir uma ordem judicial
ou como prelúdio do pedido de liberdade condicional.
Quando estão em terapia, em geral fazem pouco mais do
que fingir. São incapazes de desenvolver a intimidade
emocional e de fazer as buscas profundas que a maioria
das terapias se empenha em estimular. As relações
interpessoais, cruciais para o sucesso, não têm valor
intrínseco para o psicopata.
De acordo com o autor acima, os sociopatas não têm vontade de mudar,
acham que compreender melhor a situação é arranjar desculpas, não têm
noção do futuro, demonstram ressentimento em relação a autoridades,
incluindo os terapeutas, veem o papel do paciente como lamentável, detestam
ficar em posição de inferioridade, julgam que a terapia é uma brincadeira e, os
terapeutas, objetos que devem ser enganados, ameaçados, seduzidos ou
usados.
Para Hare (2013, p. 38), “os psicopatas não são pessoas desorientadas
ou que perderam o contato com a realidade; não apresentam ilusões,
alucinações ou a angústia subjetiva intensa que caracterizam a maioria dos
transtornos mentais”.
Os psicopatas são extremamente racionais, conscientes dos seus atos,
eles sabem o motivo por agirem assim. Seu comportamento, portanto, são
resultados de uma escolha pensada e friamente calculada.
Diante desta perspectiva, temos uma ideia da complexidade do
tratamento bem como do diagnóstico. A psicopatia é um transtorno de colocar
os psiquiatras para trabalhar na busca incessante e incansável por soluções ou
diagnósticos.
O diagnostico por sua vez é feito por um médico psiquiatra. Vale
ressaltar que o diagnostico não é nada fácil. Especialistas corroboram que o
diagnóstico de psicopatia somente pode ser feito quando o indivíduo se
encaixa, de forma significativa, nesse perfil, ou seja, quando possui a maioria
dos sintomas aqui apresentados.
“Como acontece com qualquer outro transtorno psiquiátrico, o
diagnóstico baseia-se no acúmulo de indícios presentes no indivíduo a ponto
de satisfazer os critérios mínimos exigidos. Os indivíduos são cuidadosamente
diagnosticados de acordo com extensivas entrevistas e registro de
informações” (HARE, 2013).
Portanto, para o devido tratamento para os psicopatas ainda é um sonho
a ser conquistado. A mente humana é complexa do que podemos imaginar,
porém, nem tudo está perdido, acreditamos no avanço da ciência bem como
psicológico para adentramos na mais fantástica fronteira imprevisível e instável
do universo, a mente humana.
REFERÊNCIAS
BABIAK, Paul & HARE, Robert D. – Snakes in suits: when psychopaths go to
work. Nova York: Harper Collins, 2007.
GOLEMAN, Daniel – Inteligência emocional – 84ª edição, Rio de Janeiro;
Objetiva, 2001.
HARE, Robert. D. – Sem consciência: o mundo perturbador dos psicopatas que
vivem entre nós; porto alegre, Artmed; 2013.
STOUT, M. – Meu vizinho é um psicopata – Rio de Janeiro; Sextante, 2010.
SILVA, Ana Beatriz B. – Mentes perigosas: o psicopata mora ao lado – 2ª ed. –
São Paulo: Globo, 2014.
MECLER, Katia – Psicopatas do cotidiano: como reconhecer, como conviver,
como se proteger – 1ª ed. – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2015.
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 American
Psychiatric Association; 5ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2014.
PRADO, Ana Carolina. Entenda melhor como funciona o cérebro de um
psicopata. Revista Superinteressante. Novembro, 2011.
LOWEN, Alexander – Narcisismo: Negação do verdadeiro self, Editora Cutrix;
São Paulo, 1993.
SIQUEIRA, Juliana – O papel do empático no abuso narcisista – Publicação
independente; São Paulo, 2018.
Este material sobre: Psicopata e suas psicopatias , foi escrito por Paulo Leno Alves da Silva, aluno formado no nosso Curso Livre de doutorado em psicanálise.
Deixe um comentário