RESUMO DA DISCIPLINA DE PSICANÁLISE: TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO
1. INTRODUÇÃO
De acordo com as pesquisas e leituras sobre “transtorno obsessivo compulsivo”, faço teoria destas palavras, que o transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por obsessões, compulsões ou ambas.
As obsessões são ideias, imagens ou impulsos recorrentes, persistentes, indesejados, que provocam ansiedade e são intrusivos. As compulsões (também conhecidas como rituais) são determinadas ações ou atos mentais que a pessoa se sente impelida a praticar para tentar diminuir ou evitar a ansiedade causada pelas obsessões. O transtorno obsessivo- compulsivo (TOC) é um pouco mais frequente em mulheres que em homens e afeta entre 1% e 2% da população. Em média, o TOC tem início entre os 19 e 20 anos de idade, porém, mais de 25% dos casos começam antes dos 14 anos de idade Até 30% das pessoas com TOC têm ou já tiveram algum tipo de transtorno. O TOC é diferente dos transtornos psicóticos, que são caracterizados pela perda do contato com a realidade, embora em uma pequena minoria dos casos de TOC a percepção esteja ausente. O TOC também é diferente do transtorno de personalidade obsessiva-compulsiva, embora pessoas com esses transtornos possam apresentar as mesmas características, como ser metódico, confiável ou perfeccionista. É importante quando o indivíduo percebe que transtorno obsessivo compulsivo pode prejudicar a saúde emocional, física e mental do paciente. Assim há uma necessidade de procurar ajuda para o controle e buscar o equilíbrio da dependência com acompanhamento de profissionais da saúde.
2. QUANTOS TIPOS SÃO DE MANIFESTAÇÕES DO TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO?
O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) caracteriza-se por dois tipos de manifestações: as obsessões ou ideais obsessivas e as compulsões ou rituais compulsivos. As obsessões são ideias ou imagens que vem à mente da pessoa independente de sua vontade repetidamente. Embora a pessoa saiba que são
ideias suas, sem sentido, não consegue evitar pensá-las. São frequentes ideias relacionadas à religião, sexo, duvida, contaminação, agressão (por exemplo, a
pessoa tem ideia repetidas de que suas mãos estão contaminadas por ter tocado em objetos “sujos”).
2.1. Como se dá as compulsões frequentes?
As compulsões são atos ou rituais que o indivíduo se vê obrigado a executar para aliviar ou evitar as obsessões. Se a pessoa não executa o ato compulsivo ela fica muito ansiosa. Os rituais são repetidos numerosas vezes, apesar da sensação que a pessoa tem de que não fazem sentido. Compulsões frequentes são lavar as mãos, verificar se a porta está trancada ou a válvula do gás está fechada, questionar uma informação repetidamente para ver se está correto, executar minuciosamente uma série pré-programada de atos para evitar que aconteça algum mal a alguém, contar ou falar silenciosamente. Tanto as obsessões como as compulsões ocupam uma boa parte do tempo da pessoa, prejudicando ou dificultando seu dia a dia. Como a própria pessoa reconhece que seus pensamentos ou atos é sem sentido, ela procura disfarçar tais manifestações, evitando conversar sobre esse assunto e relutando em procurar auxilio médico psiquiátrico.
2.2. Qual é a faixa etária do diagnóstico?
O transtorno obsessivo compulsivo inicia em geral no fim da adolescência, por volta dos 20 anos de idade e atinge cerca de dois indivíduos em cada 100 pessoas. A doença pode se manifestar em crianças também. Em geral a doença evolui com períodos de melhora e piora; com o tratamento adequado há um controle satisfatório dos sintomas, embora seja pouco frequente a cura completa da doença.
2.3. Portadores apresentam transtornos mentais?
Muitos portadores de TOC apresentam também outros transtornos como fobia social, depressão, transtorno de pânico e alcoolismo. Alguns como a tricotilomania (arrancar pelos ou cabelos), o distúrbio dimórfico do corpo (ideia fixa de que há um pequeno defeito no corpo, em geral na face) e a síndrome de Tourette (síndrome dos tics) parecem estar relacionados ao TOC.
2.4. Onde se forma os sintomas do transtorno obsessivo compulsivo –TOC?
Pesquisas recentes mostram que o TOC é uma doença do cérebro na qual algumas áreas cerebrais apresentam um funcionamento excessivo. Sabe-se também que o neurotransmissor serotonina está envolvido na formação dos sintomas obsessivo-compulsivos. Acredita-se também que as pessoas que tem uma predisposição para a doença, reagem excessivamente ao estresse. Tal reação consiste nos pensamentos obsessivos, que por sua vez geram mais estresse, criando assim um circulo vicioso.
2.5. Como é o tratamento do transtorno obsessivo compulsivo na Psicoterapia?
O tratamento do transtorno obsessivo compulsivo envolve a combinação de medicamentos e psicoterapia. Os medicamentos utilizados são os antidepressivos, em geral em doses elevadas e por tempo bastante prolongado. A psicoterapia mais estudada é a terapia comportamental, através da qual o paciente é estimulado a controlar seus pensamentos obsessivos e rituais compulsivos. Outras formas de psicoterapia auxiliam o paciente a lidar com as situações de ansiedade que agravam a doença.
3. COMO É UMA PESSOA COM TOC?
Uma pessoa que possui o Transtorno Obsessivo-Compulsivo passa por um grande sofrimento. Os pensamentos são intrusivos, ou seja, não pedem licença para entrar e ficam pairando sobre a cabeça do indivíduo de forma persistente, literalmente tirando a paz. As consequências podem ser inúmeras
4. ALGUNS DESSES TIPOS DE TOC ESTÃO LISTADOS ABAIXO:
5. Os Pacientes com TOC frequentemente têm depressão? Sim.
De acordo com pesquisas médicas, cerca de 80% a 90% dos pacientes com o transtorno obsessivo compulsivo apresentam um episódio depressivo ao longo da vida. A Depressão é a complicação mais freqüente, sendo a causa mais comum de hospitalização, e tem sido relacionada à gravidade, cronicidade, resposta terapêutica insatisfatória e pior prognóstica. Quanto à comorbidade com transtornos do humor, Perugi et al16,17 verificaram que a ocorrência de transtorno do pânico, agora fobia, abuso e dependência de substâncias, assim como início gradual e curso episódico, é mais comum nos pacientes com TOC e transtorno bipolar que nos portadores de TOC e depressão unipolar. Yaryura- Tobias & Neziroglu20 consideram que a depressão observada nos pacientes com TOC é mais frequentemente secundária à incapacitação ocasionada pelos sintomas obsessivos compulsivos do que um transtorno co-mórbido propriamente dito, sugerindo que as cifras de comorbidade sejam menores do que as observadas em outros estudos.
6. CONCLUSÕES
O TOC raramente ocorre sozinho; no entanto, ainda não se pode afirmar se o fenômeno da comorbidade reflete a simultaneidade de entidades diagnósticas distintas ou se decorre da sobreposição de sintomas e síndromes. O estudo da comorbidade é uma área de grande importância, podendo permitir que relevantes informações sejam obtidas sobre a etiologia e a fisiopatologia dos transtornos mentais e apontar inúmeras perspectivas no desenvolvimento da nosologia e do tratamento dos transtornos associados. Pesquisas clínicas sobre comorbidade e fenomenologia deverão ser críticas para determinar os subtipos dessas entidades heterogêneas e quais os tratamentos mais eficazes para esses casos. Diante de um paciente com TOC, é importante uma avaliação criteriosa em relação à possibilidade de comorbidade. Em casos considerados refratários, a comorbidade deve ser avaliada, pois certamente trará implicações terapêuticas e prognósticas. Fonte – Rev Bras Psiquiatr 2001;23(Supl II):17-20
Trabalho apresentado pelo aluno William A. do nascimento como parte dos requisitos, para para a conclusão do curso livre de doutorado em psicanálise.
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