RESUMO DA DISCIPLINA DE “PSICOTERAPIA E PSICANÁLISE”

ALUNO: WILLIAM A. DO NASCIMENTO

RESUMO DA DISCIPLINA DE “PSICOTERAPIA E PSICANÁLISE”

INTRODUÇÃO

De acordo com as pesquisas e leituras sobre os estudos da Psicanálise e da Psicoterapia, faço teoria destas palavras em forma de resumo, que a psicanálise e a psicoterapia são antigas, mas desenvolvem tratamentos modernos por excelência.

Os objetivos dos estudos dos fundamentos da relação da Psicoterapia e a Psicanalítica como: fundamentos – princípio, razão, origem – aquilo que está na base de todo o operar em psicoterapia e psicanalítica, a racionalidade que determina as condutas técnicas com os conceitos técnicos que são: A resistência, transferência, interpretação, construção, elaboração, repetição, contratransferência, atenção flutuante, E associação livre. Freud descobre uma força que se opõe ao recordar e postula que deve ser a mesma força que obrigou ao recalcamento. Tenta manobras técnicas, como a mão na frente, postula que só o trabalho do terapeuta pode se contrapor à força da resistência. Com o abandono da hipnose se tornou evidente que a tarefa terapêutica não é uma aventura epistemofílica, como quem descobre novidades e coisas prazerosas, mas se dá em um magma de angústia, de conflito, de desprazer. Freud caracterizou a psicanálise em função de uma teoria, um método e uma técnica e definiu teoria como sistema conceitual dentro do qual é pensado o objeto de que a teoria pretende dar conta e afirmou que uma teoria se constrói a partir dos fenômenos, tentando revelar o sistema que os produz a partir do sintoma, do sonho e do ato falho, uma teoria construída do aparelho psíquico. A teoria do inconsciente e de seu funcionamento é o conceito central, mas é toda a articulação conceitual que permite voltar aos dados (movimento aparente) e entender sua gênese (movimento real). O analista deve atentar a conhecer bem todas as psicopatologias que acometem as pessoas, diferenciá-las para saber avaliar quando o caso é somente psicológico ou também precisa do tratamento psiquiátrico convencional. A psicanálise e a psicoterapia devem ser buscadas sempre que necessário, de preferência de livre vontade do paciente, e levada a sério, pois a busca de si mesmo é um caminho que exige dedicação e esforço, para se reencontrar o equilíbrio físico-emocional resolvendo os problemas em suas causas, não somente os sintomas superficiais. É importante compreender os benefícios que

os estudos dos métodos de tratamentos por meio das terapias no curso das neuroses e psicoses. É uma ciência dos estudos da alma e corpo de forma patológica e psicológica. Contudo a descoberta do inconsciente, pré-consciente, consciente, ciência e arte, torna-se entendimento da psicanálise e psicoterapia para o tratamento de neuroses e outros problemas de cunho psicológico.

RESUMO:

1. QUANDO SE DEU O HISTÓRICO E MÉTODOS PSICANALÍTICOS DE FREUD?

O fundador da Psicanálise foi um médico austríaco, Sigmund Freud, nascido em 1856, nas proximidades de Viena, cidade onde estudou Medicina. Em 1922, Freud definiu a psicanálise da seguinte maneira:

É um procedimento que serve para investigar processos anímicos dificilmente acessíveis por outras vias: Um método de tratamento das perturbações neuróticas, fundado nessa investigação; e Uma série de concepções psicológicas, obtidas por esse caminho, que pouco a pouco foram se constituindo em uma nova disciplina científica.

2. COMO FREUD CARACTERIZA A PSICANÁLISE EM FUNÇÃO DE UMA TEORIA, UM MÉTODO E UMA TÉCNICA?

2.1. A teoria:

a) O método psicanalítico consiste em uma forma de estruturação do material sobre a base do reconhecimento dos mecanismos psíquicos, que caracteriza a psicanálise em função de uma teoria.

b) Define-se como teoria o sistema conceitual dentro do qual é pensado o objeto de que a teoria pretende dar conta. Uma teoria se constrói a partir dos fenômenos, tentando revelar o sistema que os produz. A partir do sintoma, do sonho e do ato falho, Freud constrói uma teoria do aparelho psíquico.

c) A teoria do inconsciente e de seu funcionamento é o conceito central, mas é toda a articulação conceituai que permite voltar aos dados (movimento aparente) e entender sua gênese (movimento real). O valor de uma teoria não é dado por sua coerência interna, mas por sua capacidade explicativa dos fenômenos. Assim como uma ciência contém um sistema conceitual teórico, no qual é pensado seu objeto, contém também um método que expressa à relação que a teoria, em sua aplicação,tem como seu objeto.

2.2. O método:

a) O método em psicanálise é a associação livre, que possibilita a passagem de uma teoria geral de um processo (teoria da elaboração onírica) para a compreensão de um fenômeno particular.

b) Ou a passagem de uma teoria geral do sujeito para o estudo de um sujeito singular e das determinações que o constituem. Se uma teoria carece de método, é uma teoria especulativa e corre o risco de converter-se em dogma. Então a relação entre objeto teórico (teoria do inconsciente), com sua objetivação como método (associação livre, atenção flutuante) e determinação de uma técnica, o que permite transformações e articulações sobre a realidade e consiste em uma forma de estruturação do material sobre a base do reconhecimento dos mecanismos psíquicos.

3. AS ANÁLISES DE FREUD SÃO CHAMADAS DE:

Freud começou então a trabalhar sozinho criando um método, chamado “Psico-análise” ou “Análise da mente”, hoje chamado de “Psicanálise”.

3.1. O método é composto por quantas técnicas?

3.1.1. A Técnica da associação livre:

a) Freud ganhava a confiança dos pacientes, depois os fazia ficarem em repouso.

Geralmente em uma sala silenciosa. Ficava à sua cabeceira, sem encará-lo e pedia que contasse os fatos de sua vida dos quais se lembrasse. Essa técnica chama-se associação, porque Freud pedia ao paciente que mencionasse os fatos conforme lhe ocorressem, conforme fossem se associando uns aos outros em sua mente.

b) Quando ocorriam pausas no decorrer dos relatos, Freud chamou-as de”resistência”, e explicou resultarem do desejo do paciente ocultar alguma coisa do psicanalista ou de si mesmo.

c) O estudo das resistências é importante para a descoberta da causa dos sintomas que afligiam o paciente, para fazer o diagnóstico de sua doença mental. Muitas vezes o paciente poderá sentir aliviado; em outras ao contrário, passar por crises emocionais profundas por reviver certos fatos de sua vida.

d) O emprego dessa técnica oferece dois resultados: faz a catarse de alguns sintomas;

e) Auxilia o psicanalista a descobrir as causas da perturbação mental (diagnóstico).

3.1.2. A Técnica da análise dos sonhos:

Acontece quando o paciente relata o sonho. Certos aspectos da mente das pessoas

são conhecidos pela interpretação de seus sonhos. (A interpretação dos sonhos).

3.1.3 A técnica da análise dos atos falhos:

a) É a causa dos esquecimentos ou lapsos de linguagem; enfim certos atos que praticamos e que, aparentemente não tínhamos a intenção de praticar. Com a análise de fatos, o psicanalista pode compreender melhor certos sintomas apresentados pelos doentes.

4. A TEORIA PSICANALÍTICA DE ACORDO COM DOIS MODELOS É:

a) O primeiro é o modelo hipotético-dedutivo, que apresenta a teoria como um todo acabado, coerente, que vai desde as hipóteses mais abstratas até as mais específicas; em geral são exposições dogmáticas que deixam de lado os pontos obscuros que requerem maior elaboração. A obra de Freud apresenta uma assimetria relativa, não é um todo compacto, homogeneamente estruturado.

b) O segundo é o método histórico-crítico no qual a partir da teoria já desenvolvida, tenta-se reconstruir o momento de gênese de cada conceito e seu posterior processamento intrateórico.

c) A psicanálise para Freud é uma técnica, um método terapêutico e um conjunto de concepções psicológicas convertendo-se em uma cosmovisão, em uma ideologia relevante frente à crise ideológica. Isso faz com que em muitos pacientes, encontremos não um branco em sua história, mas um texto que vem recobri-la, texto que repete a conceitualização psicanalítica em voga e conta a história da infância,

não de sua infância.

5. A leitura organizada e complexa da obra de Freud situa o processo de aprendizagem no trabalho das regiões teóricas em um terceiro momento que são:

teoria do aparelho psíquico, teoria das pulsões, teoria da identificação, psicopatologia, teoria da técnica, teoria do narcisismo. Um quarto passo implicaria no trabalho sobre alguns conceitos. Um quinto passo, inevitável, que é o de mergulhar na atualidade da psicanálise.

5.1. Os Autores Pós-Freudianos são: Lacan, Melanie Klein, Winnicott, Aulagnier,Kohut, etc.

6. A PALAVRA PSICANÁLISE TEM, PORTANTO TRIPLO SENTIDO:

a) Significa o método criado por Freud, composto de três técnicas, destinado ao diagnóstico e ao tratamento das doenças mentais.

b) Significa a doutrina criada por Freud, explicando o funcionamento de nossa mente.

c) É também o nome dado ao conjunto dos adeptos do pensamento freudiano.

7. A CAUSA DE DOENÇA NA DOUTRINA FREUDIANA DA MAIORIA DE SEUS PACIENTES ERA?

a) Era sempre um problema sexual;

b) “o comportamento humano é orientado pelo impulso sexual”;

c) Dá o nome de “libido” ao impulso sexual (libido é uma palavra feminina que significa prazer).

8. Na personalidade há três elementos chamados de Id, Ego e Superego:

a) O Id – na nossa personalidade há uma parte irracional ou animal que é uma parte biológica, hereditária e irracional.

b) Ego – é quem procura manter o equilíbrio entre essas forças opostas, é nossa razão, a nossa inteligência.

c) Superego – é a força que é adquirida lentamente por influência da nossa vida em sociedade: ideias morais, religiosas, regras de conduta, etc.

O superego é contrário à satisfação da natureza animal enquanto que o Id procura satisfazê-la.

8. Quais são os Níveis de Vida Mental?

Na teoria de Freud a vida mental se dá em três níveis: consciente, subconsciente e inconsciente:

a) Nível consciente: há fenômenos mentais que se estão processando e deles estamos tomando conhecimento imediato.

b) Nível subconsciente: há fenômenos que não estão se passando agora em minha mente, mas que são do meu conhecimento. Sei da existência dos mesmos, posso chamá-los à minha mente quando quiser ou precisar.

c) Nível inconsciente: são fenômenos que se realizam em nossas mentes sem que o saibamos. Eles nos passam despercebidos, nós os ignoramos.

d) Freud forneceu meios para conhecer a vida mental inconsciente, as técnicas psicanalíticas e afirmou que os fatos inconscientes têm grande influência na direção do nosso comportamento, na orientação de nossas ações.

9. Como se dá o Desenvolvimento da Personalidade?

No desenvolvimento da personalidade, Freud explica nosso desenvolvimento emocional dizendo que o ser humano passa por diferentes períodos desde que nasce até alcançar a adolescência. Em cada um desses períodos a libido toma uma direção característica:

a) Período narcisista – no início da vida a criança dirige a sua libido para seu próprio corpo. Ela ama a si mesma, suas reações emocionais dependem de seu bem-estar ou mal-estar. Ela é egocêntrica. Essa fase é chamada auto erótica: a criança busca prazer em seu próprio corpo: chupa o dedo, etc. Esse período recebeu o nome de “narcisista” devido a lenda grega do formoso jovem Narciso, que se apaixonou pela sua própria imagem nas águas.

b) Período de latência sexual – esse período corresponde aos anos da escola primária, em que a criança se ocupará em adquirir habilidades, valores e papéis culturalmente aceitos. Ele é um período de latência porque os impulsos são impedidos de manifestar. A energia dos impulsos sexuais é sublimada.

c) Período da puberdade – tem duração de dois anos, é época de grandes modificações físicas para ambos os sexos. Nessa fase o jovem inicia sua libertação emocional dos progenitores. A principal característica é a ligação afetiva que se estabelece entre jovens do mesmo sexo e de idade aproximada. É a idade dos amigos prediletos ou inseparáveis.

d) Período da adolescência – nessa fase a libido se dirige a um adolescente do sexo oposto; essa ligação emocional heterossexual, fora da família, vai exigir a emancipação do adolescente de seus pais. A separação emocional ocasiona pelo menos por algum tempo, rejeição, ressentimento e hostilidade contra pais e outras autoridades. É uma fase difícil e às vezes o desenvolvimento emocional apresenta problemas anormais como: fixação e regressão.

10. Os Mecanismos de Defesa são?

Os mecanismos de defesa, os modos de o ego equilibrar as duas forcas opostas (Id e Superego) em conflito constante.

Pode ser através da: repressão, racionalização, projeção, conversão e sublimação.

a) A repressão é o dinamismo mais comumente usado para acomodar a oposição entre nossas tendências naturais e nossa consciência moral, que as julga más.

Consiste em não admitir a existência do Id, ignorá-las, torná-las inconscientes, recalcá-las.

b) A racionalização é o dinamismo pelo qual nossa inteligência apresenta razões socialmente aceitáveis para as nossas ações, que na realidade foram motivadas pelos impulsos do id. Racionalizar é inventar pretextos, razões para desculpar.

c) A Projeção é atribuir aos outros os nossos próprios desejos e impulsos, as tendências indesejáveis, cuja manifestação em nossas ações no podemos permitir e vão então ser projetadas nos outros.

d) A conversão é converter nossos conflitos em sintomas físicos: paralisia, dores de cabeça, perturbações digestivas, etc. A somatização é freqüente, pois mente e corpos estão ligados intimamente, e interagem. Pode também manifestar-se sob forma de tiques, que são contrações automáticas sem finalidade alguma.

A sublimação é a satisfação modificada dos impulsos naturais em atos socialmente aceitáveis. Pode ir desde a mudança de um objeto de lugar, mudança de reação ou ambas.

11. O ESTADO ATUAL DA PSICANÁLISE HOJE É CONHECIDO COMO:

A doutrina freudiana além de sua imensa repercussão em todos os campos do saber humano que continua em progresso em seu setor de estudos. A Psicanálise é como um instrumento construtivo e de grande valor para nos compreendermos a nós mesmos e aos outros.

11.1. A terminologia do diagnóstico:

a) Alguns setores da Psicanálise têm se aproximado do diagnóstico médico e psiquiátrico. A terminologia utilizada nos sistemas universais de diagnóstico tornou- se fundamental para que este se comunique com outros profissionais, principalmente o médico.

b) É necessário o psicanalista reconhecer quando existe a necessidade de encaminhar um paciente para avaliação psiquiátrica e qual o momento certo para isso.

c) É também indispensável o conhecimento dos psicofármacos. Sua forma de ação e reação do paciente aos efeitos colaterais, pois pode mudar o rumo do tratamento se não for observado.

As tendências da nossa psicologia são imensas o esforço que temos de fazer para sintetizar os pontos de vista. O resultado global pode ser dividido em quatro etapas:

a) A CONFISSÃO: As origens de qualquer tratamento analítico da alma estão no modelo do sacramento da confissão. No momento em que o espírito humano conseguiu inventar a ideia do pecado, surgiu à parte oculta do psiquismo em linguagem analítica: a coisa recalcada, que é segredo tem o mesmo efeito do veneno de um veneno psíquico que torna o portador do segredo estranho à comunidade.

b) O ESCLARECIMENTO: A psicologia apenas constata que aqui nos encontramos diante de um ponto vulnerável de primeira ordem; que não pode ser tratado sem preâmbulos, pois, também é uma problematicidade toda especial, conforme demonstrará o estágio seguinte, que é o do esclarecimento.

Esta é uma realidade que de antemão restringe consideravelmente o método catártico em sua aplicação; a outra limitação vem depois e conduz sem delonga à problemática da segunda etapa, isto é, do esclarecimento.

Enquanto o método catártico, em sua essência, devolve ao eu, conteúdos que normalmente deveriam fazer parte do consciente, o esclarecimento da transferência faz com que venham à tona conteúdos que, jamais teriam tido condições de se tornarem conscientes. Essa é uma diferença entre as etapas da “confissão e

esclarecimento”.

O resultado do método do esclarecimento de Freud é a elaboração mais minuciosa do lado sombrio do homem, é o antídoto mais eficaz de todas as ilusões idealísticas acerca da natureza humana.

c) EDUCAÇÃO: Pais e professores, apoiados na Psicanálise, ganharam maior força, compreensão da infância e, maior capacidade de previsão e controle do comportamento de seus filhos e alunos. De acordo com Adler, se faz necessária a educação social. Freud é pesquisador e intérprete, Adler é, sobretudo educador. O passo da educação para a autoeducação é um passo à frente lógico, complemente todas as fases anteriores; a exigência na fase da transformação, isto é, que o psicoterapeuta também se transforme para ser capaz de transformar o doente, é uma exigência bastante impopular.

d) A TRANSFORMAÇÃO: A etapa da transformação baseia-se nestes fatos que, para serem reconhecidos sem equívoco, tiveram que ser objeto de abrangentes experiências práticas que se estenderam pelo quarto de século que precedeu esse reconhecimento. O próprio Freud aceitou a exigência de que todo terapeuta fosse obrigatoriamente analisado. Isso porque o próprio psicoterapeuta também “está em análise”, tanto quanto o paciente. Ele é parte integrante do processo psíquico do tratamento, tanto quanto o paciente, razão por que também está exposto às influências transformadoras. Na medida em que o psicoterapeuta se fecha a essa

influência, ele também perde sua influência sobre o paciente.

12. COMO É A PSICOTERAPIA BREVE?

Mais rápida e acessível do que a psicanálise, a chamada psicoterapia breve vem ganhando cada dia mais adeptos ao acenar com alívio em curto prazo para dificuldades específicas.

Desde os anos vinte, seguidores de Freud, como o psicanalista austríaco Otto Fenichel, já achavam que algumas pessoas por causa da urgência e do tipo do problema que estavam vivendo, poderiam ser encaminhadas para terapias mais rápidas do que a psicanálise. Era o início da psicoterapia breve, que ganha cada dia mais adeptos. Segundo o terapeuta norte-americano Frank Dattilio

Na psicoterapia breve o tempo é limitado (de dois meses a um ano), prevê um número fixo de sessões, que são combinadas com o paciente e trabalha com um objetivo específico, que pode se resolver desde uma crise no casamento até um problema com os filhos.

12.1. Qual é o objetivo da terapia breve e Psicanálise?

O objetivo da terapia breve é trabalhar com o presente. A terapia é orientada para o problema. Enquanto a psicanálise modifica a relação da pessoa com o mundo, a psicoterapia breve muda sua relação com o mal estar. Há basicamente duas linhas de psicoterapia breve: a de orientação psicanalítica e a cognitiva ou comportamental.

A maior diferença entre elas está na forma como o terapeuta interpreta os conflitos e nas tarefas que prescreve. Ao contrário da linha psicanalítica, a cognitiva recomenda lições de casa.

12.2. A psicoterapia breve pode funcionar e dar bons resultados? Sim.

a) Na solução de Crise familiar

A psicoterapia breve funciona muito bem em casos como conflitos com um dos filhos ou entre irmãos. Normalmente é indicada apenas como preparação para uma terapia quando um dos membros é dependente de drogas ou apresenta algum outro distúrbio mais sério, que implique necessariamente um processo terapêutico mais

demorado.

O tratamento: o objetivo é ajudar os membros da família a perceber o problema.

Duração: dependendo da gravidade, de três meses a um ano, com sessão uma vez por semana.

b) Distúrbios obsessivo-compulsivos

A pessoa tem manias como lavar a mão, pentear o cabelo ou checar a fechadura da porta a toda hora. Tratamento: consiste em fazer com que o paciente perceba que suas manias causam problemas e, aos poucos vá modificando seu comportamento.

Duração: geralmente seis meses, com uma sessão por semana.

c) Fobias

São as queixas são as mais variadas possíveis. Medo de dirigir, de andar de avião, de falar em público, etc. Também há um tipo específico de fobia, a social, que impede a pessoa de fazer em público coisas tão simples quanto assinar o próprio nome ou tomar um café.

Tratamento: é feito o que os psicólogos chamam de dessensibilização sistemática.

No início o paciente se imagina fazendo aquilo que não consegue fazer, e aos poucos começa a falar sobre seus medos e vai superando a dificuldade.

Duração: geralmente três meses, com uma sessão por semana.

d) Bulimia

É um distúrbio alimentar que se caracteriza por uma fome insaciável seguida de vômitos provocados. Uma pesquisa do Dr. Táki Athanássios Cordas, autor de uma tese e de um livro sobre o assunto, revelou que 60 % dos pacientes apresentam uma melhora com esse tipo de tratamento.

Tratamento: nesses casos prepara-se o paciente para uma terapia mais demorada.

A psicoterapia breve faz a pessoa perceber que está doente e começa a enxergar que conflito se esconde atrás da avidez. Se a terapia for da linha cognitiva, são feitos exercícios para ajudá-la a treinar novas maneiras de pensar. Ela deve saborear apenas um prato da sua comida preferida ou anotar o que sentiu durante a última crise.

Duração: em média três meses, com uma sessão por semana.

e) Crise no casamento

Pode ser feita individualmente ou com marido e mulher.

Tratamento: muitas vezes a queixa é uma, mas o problema é outro. Portanto o primeiro passo nesses casos é procurar os sintomas e descobrir onde está o foco. O objetivo é que a partir daí, cada um passe a perceber o significado das suas atitudes com o outro e possa mudá-las se for necessário. Se seguir a linha cognitiva, são propostos vários exercícios, uma mulher que só reclama do marido, por exemplo, tem como tarefa encontrar vinte qualidades nele.

Duração: geralmente de três meses a um ano, com uma sessão por semana.

f) Crise de identidade

A psicoterapia breve vem sendo muito utilizada para adolescentes que manifestam essa crise, típica da fase de transição entre a infância e a vida adulta.

Tratamento: o terapeuta vai procurar as causas das suas angústias e refletir sobre isso com ele.

Duração: em média de dois a três meses com uma sessão por semana.

g) Crise no trabalho

Queixas do tipo “não consigo me dar bem com o meu chefe” ou “estou inseguro em relação a minha promoção” são perfeitamente tratáveis neste tipo de terapia.

Tratamento: o paciente vai começar a refletir sobre o que espera do chefe, qual é a sua meta profissional, como é a sua postura no trabalho. Confrontando-se com o que pensa, vai ter a oportunidade de rever suas atitudes.

Duração: em média três meses, com sessão uma vez por semana.

13. A psicoterapia e a visão do mundo surgiu como?

a) A psicoterapia que surgiu de métodos nascidos da prática e da improvisação.

Tanto é que por muito tempo teve dificuldade em refletir sobre os seus próprios fundamentos conceptuais. Como a psicologia empírica se apoiou inicialmente em conceitos físicos, e depois nos fisiológicos, e hesitou muito antes de acercar-se dos fenômenos complexos – isto é, do seu campo específico de trabalho-a psicoterapia começou como método auxiliar.

b) Através das instâncias da terapia, fatos extremamente complexos entraram na mira da ciência ainda incipiente, e seus representantes, frequentemente não estavam equipados para dar solução aos problemas que iam aparecendo.

c) A psicoterapia desenvolvendo-se no sentido de mexer num vespeiro dos grandes, por exemplo: A repressão de um instinto. A repressão ao ser suprimida liberará o instinto; que uma vez liberto quer viver e se manifestar à sua maneira.

d) Mas isso acarreta uma situação penosa, então deveria ser modificado, isto é, sublimado. De que modo isso será possível sem uma nova repressão, ninguém sabe ao certo.

14. O que são os conflitos de ordem moral, ética, filosófica e religiosa?

Os conflitos de ordem moral, ética, filosófica e religiosa que aparecem nesse momento do problema, são inimagináveis; a experiência prática ultrapassa toda imaginação. Todo psicoterapeuta, consciencioso e amante da verdade, poderia contar (se pudesse romper o sigilo) histórias incríveis a respeito. Nesses casos toda a problemática contemporânea, os questionamentos filosóficos e religiosos da atualidade são revolvidos. Se o psicoterapeuta ou o paciente não baterem em retirada, ambos se envolverão no problema, os dois se verão forçados a uma discussão profunda consigo mesmo e com o parceiro.

15. O que a arte da psicoterapia exige?

A arte da psicoterapia exige, portanto, que o terapeuta possua uma convicção recomendável, defensável e de grande credibilidade, com provas de eficácia, inclusive pelo fato de ter resolvido ou evitado dissociações neuróticas em si mesmo.

O terapeuta que tem uma neurose é desacreditado, é que não é possível levar um paciente além do ponto em que estamos. O fato de ter complexos, ao invés, não implica numa neurose, pois normalmente são os complexos que deflagram o acontecimento psíquico, e seu estado dolorido não é sinal de distúrbio patológico.

Sofrer não é doença, mas o pólo oposto, normal de felicidade. Um complexo só se torna patológico, quando achamos que não o temos. Os nossos pacientes sofrem da falta de liberdade característica da neurose. São prisioneiros do inconsciente, e quando nos esforçamos por penetrar com muita compreensão naquela esfera das forças inconscientes, temos que defender-nos das mesmas influências que fizeram sucumbir os nossos pacientes. O importante já não é a neurose, mas quem tem a neurose. É pelo ser humano que devemos começar, para poder fazer-lhe justiça.

A psicoterapia reconheceu o seu objetivo, isto é, que o fator fisiológico e o fator espiritual têm que ser considerados em nível de igualdade. Procedendo das ciências naturais, ela vai transferir o método empírico objetivo, à fenomenologia do espírito.

16. Qual (is) é o trabalho do psicoterapeuta?

Os psicoterapêuticos ajudam geralmente seres humanos angustiados e sobrecarregados de dúvidas e tensão. Homens e mulheres comuns, pais e mães, profissionais de todos os tipos, jovens e velhos, solteiros, casados e casais, todos com o mesmíssimo problema: infelicidade!

Os psicoterapeutas acreditaram que felicidade é um estado ótimo de equilíbrio entre as necessidades psicoemocionais e orgânicas do indivíduo e as possibilidades de satisfação que o meio ambiente oferece.

16.1. Quais são as Consequências da felicidade / Infelicidade?

a) Felicidade é sentir-se calmo, não ameaçado, livre de tensões e disposto a conviver cooperativamente com o meio ambiente externo, com o outro e consigo mesmo.

b) Infelicidade é qualquer estado no qual isso não seja possível. Esse sentimento provoca no ser humano, um sentimento variável de incomodo. Variável de acordo com o tipo de manifestação e sua intensidade.

16.2. O que são as consequências de quatro tipos de problemas, todos de base emocional?

a) São manifestações tornadas crônicas por estados prolongados de tensão que geram distúrbios, que ocorrem em quatro áreas básicas da atividade humana, provocadas por consequências de tipos de problemas, todos de base emocional:

orgânicos – afetivos – intelectuais e interpessoais.

1. O que são os problemas Orgânicos? são todos aqueles que eliminadas possíveis disfunções metabólicas, traumatismos ou invasões de microorganismos, rompem o delicado estado de equilíbrio de quaisquer funções somáticas (ou corporais).

a) As doenças classicamente reconhecidas como de fundo emocional oupsicossomáticas são:

– Afecções do trato respiratório: asma, bronquite crônica ou alérgica, rinite e

laringite alérgicas, dificuldade episódica de respirar, etc.

– Disfunções do aparelho digestivo: úlceras, prisão de ventre, gastrite, hemorroidas, constantes azias, etc.

– Disfunções do aparelho circulatório: hipertensão e hipotensão, taquicardia, enxaquecas, má circulação nas extremidades (pés, mãos), etc.

– Alterações nos tecidos epidérmicos: alergias, acne, psoríase, sudorese excessiva episódica ou crônica, etc.

– Disfunções no aparelho reprodutor: impotência masculina, anorgasmia feminina, cólicas menstruais excessivamente dolorosas, ejaculação precoce ou retardada, etc.

– Disfunções do aparelho urinário: incontinência urinária, enurese, etc. Já entre as doenças que estão por serem reconhecidas como psicossomáticos estão o câncer, a artrite e o reumatismo; a miopia e hipermetropia; a esterilidade feminina e a perda geral episódica ou crônica da resistência do organismo – causa provável de gripes e

estados infecciosos constantemente repetidos que o organismo sozinho não consegue debelar.

2. O que são os problemas Afetivos? Compreendem todos os problemas que alteram a qualidade ou quantidade dos afetos humanos. Em psicologia “afeto” é entendido como toda e qualquer manifestação de emoção, provocada pelo meio ambiente ou por reações internas a este meio.

O que são os distúrbios na esfera afetiva? são todos aqueles que alteram a capacidade do indivíduo de vivenciar adequadamente suas emoções, quer exagerando-as, às vezes, quer impedindo-as de se manifestar, outras vezes.

a) Quais são os distúrbios na esfera intelectual podem se manifestar de inúmeras formas e em variado grau de intensidade?

– incapacidade de entender determinado assunto (uma matéria escolar, por exemplo), embora outros temas, às vezes até mesmo mais complexos, sejam facilmente compreendidos.

– dificuldade de desempenho de determinadas atividades que não requerem dons

artísticos ou habilidade de coordenação motora específica e diferenciada (música e escultura).

– rebaixamento do nível geral de inteligência e da capacidade de compreensão, em determinadas épocas ou frente a determinados acontecimentos e pessoas.

– lacunas de memórias, sem motivo aparente que as explique.

3. Os problemas Intelectuais: Comportam os comprometimentos da esfera intelectual, de fundo emocional, e são muito mais comuns do que se imagina. São os que se manifestam através de alterações de algumas das funções racionais conscientes básicas de adaptação da pessoa à vida, “voltadas para o mundo exterior, para os outros e para aspectos generalizados de si mesmo: percepção, atenção, memória, pensamento, previsão (planificação ou programação da ação), exploração (atividades de tenteio e rodeio), execução, controle (regulação) e coordenação da ação”.

4. Quais são os problemas Interpessoais? É geralmente decorrência de diferentes combinações de problemas afetivos e intelectuais, afetando profundamente o comportamento relacional do indivíduo.

17. A PSICOTERAPIA É UMA ALTERNATIVA?

Sim, porque a psicoterapia é uma alternativa que, quando surge, nunca é encarada tranquilamente! Isto porque há razões condicionadas para essas reações negativas tão comuns em relação à alternativa de ajuda psicoterapêutica.

18. Quais as Modalidades de psicoterapia?

O psicoterapeuta atua de muitas maneiras na área psicoterapêutica, de acordo com a conveniência da situação do paciente. Ele pode praticar a psicoterapia em várias modalidades conforme o caso:

Psicoterapia individual: a relação terapêutica se estabelece somente entre paciente e psicoterapeuta, sem intervenção de terceiros nem como participante nem como observador.

-Psicoterapia socorrista: na qual se produz descargas emocionais (catarse) por parte do paciente, trazendo-lhe calma, pois sabe que o psicoterapeuta não o julgará, mas lhe dará apoio e confiança.

-Psicoterapia por hipnose: onde o paciente entra em transe tendo contato com seu próprio inconsciente e traz à tona seus traumas para serem trabalhados e superados.

-Psicoterapia hipnoídica: onde o paciente é induzido ao transe através de medicamentos e depois se explora este estado psicologicamente. Também se induz ao transe usando um placebo sob sugestão de narcose.

-Psicoterapia existencial: onde a atenção se concentra em tudo o que se refere ao paciente: sua vida, seus sonhos, seus traumas, suas alegrias, etc., tudo o que se refere a sua existência é analisado.

-Psicoterapia corporal: trabalha a respiração, postura corporal, funcionamento glandular e metabólico e todos os demais aspectos do funcionamento orgânico paramelhorar e ajudar equilibrar o emocional.

-Psicoterapias analíticas: se baseiam em que a noção de inconsciente e de dinamismo afetivo de expressão, é mais ou menos simbólica, então usa-se a análise para explicar as particularidades:

– Psicoterapia Freudiana: se baseia em explicações de fundo sexual, b- Psicoterapia

Adleriana: se baseia no sentimento de inferioridade, c- Psicoterapia Junquiana: se baseia na sistematização e sincronicidade.

Psicoterapias de grupo: que se aplica cada vez mais para problemas variados, onde os grupos podem ter de 2 a 15 participantes, onde todos falam de suas experiências e conflitos,

A- Psicoterapia sexual: trata das causas das dificuldades sexuais,

B- Psicoterapia familiar: cuida dos aspectos gerais do relacionamento,

C- Psicoterapia conjugal: investiga as causas da incompatibilidade.

D- Psicoterapia de apoio: anima, apóia e incentiva o paciente,

E- Psicoterapia exploratória: investiga a personalidade do paciente.

F-Psicanálise: o paciente é ouvido sem ser julgado ou questionado.

-Psicoterapia breve: mais rápida e acessível que a psicanálise, funciona bem em

casos que tem um objetivo específico, uma crise ou desorientação que está acontecendo no momento presente.

19. CONCLUSÃO

Os termos da “Psicoterapia” e “Psicanálise” nos são imposto pela atualidade europeia, pois não são dois domínios excludentes um do outro. Do ponto de vista do Estado, a psicanálise é classificada como uma forma de psicoterapia, como um elemento ou subconjunto do conjunto das psicoterapias.

Se considerarmos a psicanálise com base na psicoterapia, a psicanálise confunde-se com a psicoterapia; ao passo que se ela for considerada com base em si mesma, não tem nada a ver com psicoterapia.

Da perspectiva de diferenciar Psicanálise e Psicoterapia, podemos dizer que a psicanálise se mantém, como dispositivo que orienta sua direção no tratamento, em uma função que Lacan chama o desejo do analista. Emerge no sujeito que chega ao final de sua análise.

Contudo, entre tantas intersecções e controvérsias, o que há realmente de comum entre Psicanálise e Psicoterapia, é que ambas admitem a existência de uma realidade psíquica!

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