Prova de psicanálise

1. O que é a Psicanálise?
A psicanálise é uma área independente da psicologia, tratada como arte, ciência, ética, é do ponto de vista terapêutico, pode-se dizer que é uma técnica psicoterapêutica, que tem como base a teoria do modelo inconsciente, desenvolvida por Sigmund Freud.
Ele a caracteriza como uma teoria, um método e uma técnica. Tem como pressuposto a investigação sobre o funcionamento da mente humana, o inconsciente, que são conteúdos mentais inacessíveis à própria pessoa. Através da fala do usando a técnica de associação livre, a interpretação dos sonhos, os atos falhos de palavras e ações dos pacientes, pode-se chegar a significados desses conteúdos do inconsciente, trazendo-os à consciência do paciente.
É um método de tratamento das perturbações neuróticas, fundado nessa investigação e que serve para investigar processos anímicos dificilmente acessíveis por outras vias, que pouco a pouco foram se constituindo em uma nova disciplina científica.
O processo terapêutico psicanalítico se dá através da análise, no qual o terapeuta explora e investiga o inconsciente do paciente. Esse processo visa trazer à consciência os desejos, medos, traumas e conflitos reprimidos que influenciam o comportamento, memórias traumáticas e impulsos não reconhecidos, geralmente
são as raízes dos problemas que afetam o sujeito psicológica e emocionalmente. A análise envolve frequentes sessões de fala e reflexão (do paciente), utilizando técnicas como a associação livre, interpretação dos sonhos e a análise da transferência e da resistência, com o objetivo de trazer clareza e compreensão aos padrões psíquicos inconscientes do analisando.

2. O que é esquizofrenia?

A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da idade adulta. A esquizofrenia evolui geralmente em episódios agudos onde aparecem os vários sintomas acima descritos, principalmente delírios e alucinações, intercalados por períodos de remissão, com poucos sintomas manifestos.
Os principais sintomas são: Os delírios, que são ideias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. As alucinações, que são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. Alterações do pensamento, quando as ideias podem se tornar confusas, desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender. Alterações da afetividade, quando pacientes tem uma perda da capacidade de reagir emocionalmente às circunstâncias. Diminuição da motivação, caracteriza quando o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não conversa, fica isolado e retraído socialmente.
Ainda hoje não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A
hereditariedade tem uma importância relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico têm chance maior de desenvolver a doença.
O diagnóstico é feito pelo especialista a partir das manifestações da doença.
Sendo que o tratamento é baseado no controle dos sintomas e na reintegração do paciente no meio social. Lembrando que o tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial.

3. Quem foi o Pai da Psicanálise?
Sigmund Freud, foi médico neurologista Austríaco de origem judaica, formado na Universidade de Viena, Áustria. O pai da psicanálise foi Sigmund Freud, que desenvolveu a teoria e a prática da psicanálise no final do século XIX e início do século XX, é conhecido por suas contribuições revolucionárias para a compreensão da mente humana, do inconsciente e dos processos psicológicos.

Reconhecido como o fundador da psicanálise, é uma abordagem revolucionária no campo da psicologia. Freud desenvolveu teorias inovadoras sobre a mente humana, a personalidade, o inconsciente e os processos psíquicos. Suas ideias influenciaram significativamente não apenas a psicologia clínica, mas também
áreas como a literatura, a filosofia, a sociologia e a cultura em geral.
Freud introduziu conceitos fundamentais, como o inconsciente, o complexo de Édipo, a interpretação dos sonhos e o papel dos impulsos sexuais na psique
humana, bem como descobriu a importância dos sonhos na revelação de conteúdos
inconscientes.
Através de sua abordagem clínica e teórica, Freud influenciou significativamente não apenas a psicologia e a psiquiatria, mas também campos como a literatura, a arte e a cultura em geral.
Freud também foi o fundador da primeira escola de psicanálise e
desenvolveu técnicas terapêuticas para explorar e resolver conflitos emocionais e traumas inconscientes. Sua obra influenciou gerações de teóricos e praticantes da psicoterapia, deixando um legado duradouro no campo da saúde mental.

4. Qual a diferença entre Psicanalista, psiquiatra e Psicólogo?
São profissionais da saúde mental, são os psiquiatras Psicólogo e
Psicanalista, atende as pessoas que têm transtornos, doenças, desequilíbrios na parte mental, também atendem indivíduos que anseiam por mudanças em relação ao que fazem, ao que sentem e ao que pensam. Tais diferenças dar-se no âmbito da sua formação profissional.
O psiquiatra é um profissional com formação em medicina e com
pós-graduação ou em Psiquiatria. Os psiquiatras fazem o diagnóstico da doença com base nos sinais e sintomas do paciente. Desta forma, o médico psiquiatra está preparado para lidar com os mais variados transtornos mentais (depressão, psicoses, etc). Ele faz uso do sistema de diagnóstico baseado em manuais como
CID10 – Código Internacional de Doenças e DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. E a principal forma de intervenção utilizada por este profissional é a prescrição de medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos e outros psicofármacos.
O psicólogo é um profissional que concluiu a graduação em Psicologia, podendo atuar na área do conhecimento, seja na clínica, hospitalar, recursos humanos, educacional, jurídica e outras. Para atuar na área clínica, o psicólogo geralmente complementa a sua formação com cursos (especialização, pós-graduação stricto sensu e lato sensu).

Já para se tornar um psicanalista, não é necessário ter formação em psicologia ou medicina, no Brasil é um profissional autônomo, reconhecido pelo ministério do trabalho. Assim, a psicanálise é reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (CBO – código 2515.50), amparada pelo Decreto no 2.208 de 17 de abril de 1997, que estabelece Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
– Lei no 9.394, de 1996, e pela Constituição Federal.
As instituições psicanalíticas têm a responsabilidade social de formar psicanalistas competentes, conferir-lhes autonomia para o exercício de sua função, responsabilizando-os quanto à ética de seus atos. A Psicanálise não é regulamentada como profissão no Brasil e em nenhum outro país.
Para se tornar um psicanalista, o pretendente precisa fazer um curso, que atualmente é classificado como curso livre de formação em psicanálise e seguir a determinação do tripé psicanalítico de formação, que é a sua própria análise , conhecer a teoria psicanalítica, e ter supervisão de seus casos com outro
psicanalista mais experiente. devendo a pessoa se autoriza a exercer essa função, quando julgar está em condições para exercer a função. Desse modo, não possuem Conselho de Profissão para orientar, fiscalizar e disciplinar o seu exercício e acolher denúncias contra profissionais.

5. O que é Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)? Quais são as principais causas? Cite exemplos de (TOC).
A sigla TOC, significa Transtorno Obsessivo-Compulsivo, que é um transtorno mental de ansiedade, caracterizado pela presença de obsessões, que são pensamentos próprios, intrusivos ou ideias recorrentes de cunho negativo, sem muito sentido, causando ansiedade e desconforto emocional. Já as compulsões são comportamentos ou atitudes de forma repetitiva, como uma mania, porém muito intensa quantitativamente, atrapalhando a vida da pessoa em suas relações pessoais e sociais. Essas atitudes, menos no início, ocorrem com o intuito de aliviar a ansiedade e o incômodo dos pensamentos desagradáveis do indivíduo.
Causa: é um transtorno multicausal, que pode estar associado a questões biológicas (genética), neuroquímica (cerebral), bem como infecções e psicológica, como o estilo de vida estressante.
Ex: Lavar as mãos repetidamente e/ou várias vezes ao dia, com medo de se contaminar. Isso faz com que, na cabeça dela, ela esteja tomando uma atitude de que aquele pensamento de contaminação, seja eliminado, porém esse alívio é momentâneo, pois logo em seguida surge o mesmo pensamento, recomeçando o mesmo ritual repetidamente.
Outro exemplo é checar se algo foi realizado, como por exemplo, verificar se trancou a porta, isso é feito muitas vezes.

6. Quem foi Carl Gustav Jung?
Carl Gustav Jung foi um psiquiatra e psicólogo suíço que teve uma influência significativa no campo da psicologia analítica. Ele nasceu em 26 de julho de 1875, em Kesswil, Suíça, e faleceu em 6 de junho de 1961, em Küsnacht, Suíça.
Jung desenvolveu suas próprias teorias psicológicas, que divergiam em alguns aspectos das ideias de Sigmund Freud, embora inicialmente eles tenham colaborado. A abordagem de Jung ficou conhecida como psicologia analítica e introduziu conceitos como o inconsciente coletivo, arquétipos, tipos psicológicos (como extroversão e introversão), individuação e sincronicidade.
Diferentemente de Freud, Jung acreditava que o inconsciente não se limitava apenas a aspectos reprimidos, mas também continha elementos universais compartilhados pela humanidade ao longo da história. Seu trabalho influenciou áreas como psicologia, psicoterapia, mitologia, religião, literatura e arte. A abordagem de Jung continua a ser estudada e aplicada por psicólogos e terapeutas.

7. O que você entendeu ao ler a disciplina: O Luto e sua relação com os estados Maníaco-Depressivos?
O luto é uma resposta natural e saudável à perda de alguém ou algo significativo em nossas vidas. Envolve um processo emocional e psicológico que pode incluir sentimentos de tristeza, raiva, negação, choque e até mesmo momentos de aceitação e esperança. O luto é uma experiência única para cada pessoa e não segue um padrão pré definido, podendo durar diferentes períodos de tempo.
Quando se trata da relação entre o luto e os estados maníacos-depressivos, é importante considerar que o luto pode desencadear ou agravar transtornos do humor, como a depressão ou transtorno bipolar. Algumas pessoas podem experimentar um episódio depressivo após uma perda significativa, enquanto outras podem alternar entre estados maníacos e depressivos, especialmente se já tiverem um diagnóstico prévio de transtorno bipolar.
O luto pode ser um fator desencadeante para transtornos do humor em algumas pessoas, especialmente se houver predisposição genética ou histórico pessoal de episódios depressivos ou maníacos.
Klein considerava que o processo de luto envolvia a aceitação da realidade da perda, a internalização do objeto amado perdido e a elaboração de sentimentos ambivalentes. Ela faz a distinção inicialmente dos tipos de objeto de desejo, sendo o primeiro objeto, o peito da mãe, representado pelo: amor, bondade e segurança.
Mas surge a dor e a preocupação pela perda dos “objetos bons” que é a posição depressiva, ou seja o objeto mau. Outras dores também surgem como a situação edípica, as frustrações, e ansiedades.
O sentimento de ambivalência é colocado como a mãe interna e externa ou seja o mundo real e imaginário. O aumento de amor e confiança e a diminuição dos temores através de experiências felizes, ajuda o menino passo a passo a vencer sua depressão e sentimento de perda (LUTO). Capacitam-no para provar sua realidade interior por meio da realidade externa.

8. Faça um breve resumo da disciplina: A interpretação dos sonhos – Parte 1
Sonho é um produto da atividade do inconsciente e que tem sempre um sentido intencional ou de realizações do desejo. Os sonhos são produzidos com os pensamentos, dados e experiências da nossa vida diária, que são recalcados para o inconsciente.
Os sonhos, são fenômenos psíquicos, que possuem uma distorção do seu conteúdo, ele se exprime de modo deformado, funcionando como se fosse uma defesa com um desejo proibido, reprovável (que sofreu censura). Sendo a censura é que vai ter a função de permitir que a consciência aceite os pensamentos latentes dos sonhos.
Freud considerou três características da memória onírica, tem preferência por impressões recentes, por aquelas indiferentes e lembranças infantis.Os sonhos podem escolher seu material de qualquer momento da vida, desde que exista uma relação entre as experiências do dia anterior com o passado mais distante. As
representações pouco intensas, assumem o lugar das mais intensas (deslocamento). O conteúdo onírico pode unificar duas ou mais experiências, estímulos recentes com as do passado.
Os sonhos são formados pela elaboração de fatores fundamentais: a Condensação; o Deslocamento ;a Dramatização (representabilidade) e a elaboração secundária. A Condensação, representa um conteúdo que está no lugar de muitos outros (o mesmo conflito em vários símbolos do sonho). O deslocamento quando um elemento importante é representado diretamente por outro, por exemplo a censura é a força psíquica para efetuar o deslocamento. As operações mentais inconscientes por meio das quais o conteúdo latente do sonho se transforma em sonho manifesto, damos o nome de elaboração do sonho, também chamada dramatização.
O método de interpretação dos sonhos, segundo Freud, há algumas normas, como por exemplo a experiência consciente, chamada de sonho manifesto que é o sonho que se consegue recordar. Já a parte dos os sonhos latentes, são os pensamentos e desejos inconscientes que ameaçam acordar a pessoa.

9. Qual é a definição de psicose e quais são as causas mais comuns?
A psicose é uma estrutura de personalidade, que afeta a capacidade de julgamento, ou seja, rompimento radical do contato do indivíduo com a realidade.
Ele cria uma realidade paralela, da qual ele irá realizar os desejos infantis. Na manifestação de transtornos mentais desta estrutura pode se mencionar: sociopata, desvio de caráter e esquizofrenia.
A causa da psicose é um desequilíbrio bioquímico cerebral, de causa genética, depressão profunda, uso de substâncias psicoativas e doenças que afetam o sistema nervoso central, como Alzheimer, AVC, AIDS e Parkinson, insônia grave, demência e traumas no cérebro também desencadeiam a psicose.

10. Defina Histeria, quais os principais sintomas e causas.
Na antiguidade a histeria era vista com muita distorção de como é hoje, desde o útero mudar de lugar no corpo a possessão demoníaca. A histeria era associada a possessão demoníaca, com sinais de convulsões e espasmos, um calor interno, associada ao erotismo.
Os sintomas acreditavam que poderiam ser minimizados com o ato sexual.
Em vários países a histeria era vista de uma forma, envolvendo a religião, hipnotismo, também foi tratado como doença dos nervos (neurose).
O conflito psíquico inconsciente é que foi reconhecido por Freud como a principal causa da histeria” e a teorização da sexualidade infantil permitiu a Freud
identificar o conflito nuclear da neurose histérica, desenvolvendo os conceitos de Complexo de Édipo e Angústia de Castração.
A histeria é um dos transtornos neuróticos, relacionados ao estresse e somatoformes, mais especificamente na subcategoria transtornos dissociativos (ou conversivos) O transtorno somatoforme é definido como o aparecimento de sintomas
físicos e apresenta variedades de sintomas que impactam a vida dos pacientes. O atendimento deve ser o que acolha suas necessidades e desenvolver uma escuta ativa.
A complacência somática é uma condição orgânica normal ou patológica que facilita a formação de um sintoma histérico.
Atualmente, o mais comum é que os pacientes chegam sem uma definição clara do seu sofrimento, seus corpos são simbolicamente desabitados de emoções, encaminhados por um clínico devido a sintomas físicos confundidos com somatizações dos histéricos.

11. Quais são as práticas de Freud que antecedem a formulação da teoria psicanalítica?
O próprio nome escolhido para o primeiro método – catarse = purificação – é um conceito corrente nas iniciações da antiguidade. O método catártico original consiste essencialmente em transferir o doente – com e sem a parafernália hipnótica
– ao fundo mais profundo de sua consciência, isto é, a um estado que nos sistemas de ioga orientais equivale aos estados de meditação ou contemplação. O objeto da contemplação, porém, diferencia-se do da ioga pelo emergir esporádico de vestígios
de noções crepusculares – ou na forma de imagens ou de sentimentos – que num cenário escuro se destacam do fundo invisível do inconsciente, a fim de se apresentarem, ainda que imprecisos, ao olhar introspectivo. É uma maneira de fazer voltar o que foi recalcado ou esquecido. Isso, por si só, já é um benefício, ainda que eventualmente desagradável, pois as qualidades inferiores e até condenáveis também me conferem substancialidade e corpo: é minha sombra.
A hipnose também foi uma técnica inicialmente empregada para colocar os pacientes em um estado de transe, em que eles começavam a rememorar os traumas que não podiam ser lembrados com espontaneidade. Ao tratar as jovens histéricas com a técnica da hipnose, Freud e Breuer perceberam que muitos
traumas estavam relacionados com conteúdos reprimidos. No entanto, havia alguns pacientes nos quais a técnica da hipnose realmente não era eficaz, o que gerou um certo desapontamento em Freud. Diante da insuficiência da técnica hipnótica, Freud
percebeu que a análise realmente não poderia ter eficácia.

12. Como se caracterizam as fases do desenvolvimento sexual?
Segundo Freud, a sexualidade do individuo evolui através dos estágios, denominados de fases: oral, anal, fálica, de latência e genital. Estes são chamados estágios psicossexuais porque cada estágio representa a concentração da libido (energia do impulso sexual) em uma área diferente do corpo. À medida que uma pessoa cresce, certas áreas do seu corpo (zonas erógenas) tornam-se, a cada momento, importantes como fontes de prazer, frustração potencial ou de ambos. De acordo com Freud, as crianças passam por cinco fases de desenvolvimento:

1.A fase oral , que vai do nascimento até 1 ano de idade
A primeira fase de desenvolvimento de uma criança se concentra na região oral. Tendo como exemplo principal foco a amamentação da mãe, a criança obtém prazer no momento da sucção e sente satisfação com a nutrição proporcionada pelo
ato. Com duração de um ano a um ano e meio, a fase oral termina com a época do desmame. As principais características psicológicas desse estágio, que podem evoluir ou se tonar fixadas, são onipotência, passividade, tendência à preensão e à
incorporação, não distinção interno-externo, intolerância à frustração, agressividade não intencional e dependência, entre outras.

2. A fase anal, que gira em torno de 1 a 3 anos de idade Durante esse período de vida principal região de prazer da criança é a região anal (zona erógena anal). A função mais importante nessa fase é o manejo das fezes (excreção e retenção) e o principal conflito desse estágio se dará em vista do controle dos esfíncteres. As características psicológicas próprias dessa fase são: busca de autonomia, agressividade intencional, formação das noções de tempo e espaço e formação das noções de ordem, higiene e limpeza.

3. A fase fálica (3 – 6 anos)
Dura mais ou menos do 3o ao 6o ano de vida da criança e tem como principal fonte de prazer a região genital (zona erógena genital). Essa fase é a mais crucial para o desenvolvimento sexual na vida de uma criança. O fato mais marcante dessa etapa é a masturbação infantil. É nesse estágio que ocorrem o conflito com dois dos mais momentosos complexos nomeados por Freud: os complexos de Édipo e Electra. São características psicológicas desse estágio: curiosidades (principalmente com relação à sexualidade), exibicionismo, sentimentos de superioridade / inferioridade e vaidade.

4. O período de latência (7 anos – puberdade)
A partir do 7o ano e até a puberdade, segue-se uma latência no desenvolvimento da sexualidade. Ou seja, não há ausência da sexualidade, mas sim uma detenção na sua evolução. Esse período é marcado pela ausência de novas descobertas sobre o corpo e a sexualidade e não instaura o funcionamento de uma nova zona erógena. Nessa fase ocorrem a escolarização, a socialização, o desenvolvimento intelectual e a formação de valores do pré-adolescente. A criança volta seu interesse para o mundo externo e aprende sobre as coisas da natureza: porque ocorrem, como são feitas, como funcionam, etc. Neste período, a criança já superou o complexo da fase fálica e, embora desejos e impulsos sexuais possam ainda existir, eles são expressos de forma assexuada em atividades como amizades, estudos ou esportes, até o começo da puberdade.

5. A fase genital (puberdade e vida adulta)
Daí em diante a sexualidade passa à fase genital, adulta. A puberdade é um período de grandes transformações físicas e fisiológicas. A ela segue-se a adolescência, período de importantes acontecimentos psicológicos. Ambas as fases se estendem até a vida adulta. A sexualidade surge agora impulsionada por uma nova onda instintiva, marcada por suas características adultas: primazia dos genitais sobre as demais zonas erógenas e escolha de um objeto fora do próprio corpo, normalmente outra pessoa. Por “primazia dos genitais” entende-se o fato de que os órgãos genitais passam a ser a principal via de descarga das tensões sexuais e sede de um prazer maior que o obtido nas demais zonas erógenas. Não se fala em zona erógena genital porque essa etapa é última e definitiva.

Do ponto de vista psicológico, o fim da evolução deve levar à capacidade de amar, produzir e criar. Desvios desses objetivos podem ocorrer por fixação a uma fase do desenvolvimento que já devia ter sido superada ou por regressão a ela.
Segundo Freud, na fase genital, a criança mais uma vez volta a sua energia sexual para seus órgãos genitais e, portanto, em direção às relações amorosas. Ele diz que esta é a primeira vez que uma criança quer agir de acordo com seu instinto de procriar.
Os conflitos internos típicos das fases anteriores atingem aqui uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta. Neste momento, meninos e meninas estão conscientes
suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais.

13. Como se caracteriza a pulsão?
A teoria da pulsão postulava que, se foi frustrada ou gratificada em excesso em um estágio psicossexual precoce (por meio da interação entre a aptidão temperamento da criança e a resposta dos pais), uma criança pode se tornar “fixada” em algumas das questões biológicas dessa fase.
O caráter era visto como uma expressão de efeitos de longo prazo decorrentes dessa fixação: se um homem adulto tivesse uma personalidade depressiva, era teorizado que havia sido ou negligenciado ou sobrecarregado de gratificações entre o primeiro e o segundo ano de vida (a fase de desenvolvimento
oral); se ele fosse obsessivo, era inferido que havia tido problemas entre as idades de um 1 e meio e 3 anos (a fase anal); se fosse histérico, isso se devia a rejeição, à superestimulação da sensualidade, ou a ambos, entre os 3 e os 6 anos, quando o interesse da criança se volta para os genitais e para a sexualidade (a fase “fálica”, na linguagem freudiana orientada por um viés do masculino, posteriormente chamada de “edipiana” devido a questões de competição sexual e a fantasias associadas a tais disputas, características desse estágio – um paralelo com os temas da Grécia Antiga e com a história de Édipo). Nos primeiros tempos do movimento psicanalítico, era comum ouvir alguém se referir ao paciente como portador de um caráter oral, anal ou fálico.

14. Quais os três usos do termo psicanálise?
O termo “psicanálise” pode ser utilizado de diferentes maneiras, refletindo diferentes aspectos da abordagem. Esses três usos destacam as dimensões terapêuticas, teóricas e acadêmicas da psicanálise, mostrando como o termo é abrangente e aborda diferentes aspectos da abordagem desenvolvida por Freud e seus seguidores.

Como Método Terapêutico: A psicanálise é frequentemente referida como um método terapêutico que visa explorar os processos mentais inconscientes e as influências do passado na vida psíquica do indivíduo. Em uma sessão de
psicanálise, o paciente é encorajado a falar livremente (associação livre), explorando pensamentos, emoções e memórias, enquanto o analista interpreta os conteúdos reprimidos do inconsciente. O objetivo é trazer à consciência elementos anteriormente não reconhecidos para promover insights e resolução de conflitos.

Como Teoria Psicológica: A psicanálise também se refere a uma teoria psicológica desenvolvida por Freud e posteriormente expandida por outros teóricos.
Essa teoria abrange conceitos como o inconsciente, a repressão, a sexualidade infantil, os mecanismos de defesa, o complexo de Édipo e a importância dos estágios do desenvolvimento psicossexual. A psicanálise busca compreender os processos mentais subjacentes que influenciam o comportamento humano.

Como Campo de Estudo Acadêmico: Além disso, o termo “psicanálise” é usado para descrever um campo de estudo acadêmico que engloba a pesquisa, a teoria e a prática clínica relacionadas à abordagem psicanalítica. Isso inclui a investigação sobre o desenvolvimento da personalidade, a aplicação da psicanálise em diferentes contextos clínicos e a análise crítica das contribuições de diversos
teóricos para a evolução da psicanálise como disciplina.

15. Faça uma breve análise sobre o caso do HOMEM DOS RATOS.
O famoso e intrigante caso do Homem dos ratos de Freud, foi um caso de neurose obsessiva compulsiva (TOC) grave. FREUD TEVE EXITO paciente era atormentado por ideias obsessivas, por anos, que consistiam no medo que algo de ruim pudesse ocorrer com a namorada e com seu pai, na época já falecido.
Além disso, tinha uma série de sintomas, tais como: compulsões, prescrições minuciosas e ordens auto impostas, permeadas por dúvidas, hesitações e mudanças de ideia. Nesse caso o paciente tinha um desejo inconsciente de ferir sua namorada e seu pai.
Em relação ao pai ele tinha sentimentos ambivalentes por desejar receber a herança de seu pai e ao mesmo tempo considerar repulsivo esse tipo de pensamento. Os sintomas seriam assim sentimentos ambivalentes inconscientes objetivando adiar o casamento. O conflito entre feri-la e protegê-la seria a raiz de seus problemas. A expressão dessa fantasia é seguida por uma reação de medo, é a maneira obsessiva de dar testemunho da existência do inconsciente como alteridade, e de tentar separar do amor o fundo de ódio que o sustenta.
Era ainda perseguido pela lembrança de um relato contado no tempo que prestava seus serviços militares. Trata-se de uma tortura praticada no Oriente, que consistia na introdução de um rato (Ratten) vivo no ânus do torturado. O paciente tem dificuldade de relatar este episódio, e essa dificuldade na exposição da cena é interpretada por Freud como resistência. Freud baseou-se nesse caso para formular suas teorias sobre a fase anal, erotismo infantil, racionalização, deslocamento e ambivalência. Freud argumenta que existia um elemento subtraído dessa equação que deveria ser reintroduzido, é aquele que fora recalcado na fala do paciente, a trazer à fala um desejo inconsciente” O complexo de Édipo, é evidenciado no aparente amor por seu pai, que na verdade servia de fachada para um ódio inconsciente, o “desejo de eliminar o pai, perturbador dos apetites sexuais do sujeito”
No plano familiar desencadeou um conflito no paciente relacionado à sua amada, a despeito de sua pobreza, ou se seguiria os passos de seu pai e casaria com a linda, rica e bem relacionada jovem que lhe havia predestinado. E resolveu esse conflito, que na verdade dizia respeito ao confronto entre seu amor e a persistente influência dos desejos de seu pai, ficando doente; ou melhor, o fato de ficar doente evitará a tarefa de resolvê-la na vida real.
no caso do Homem dos Ratos é como as sucessivas significações se relacionam não por meio do sentido das palavras do paciente, mas por meio de traços comuns em torno da sonoridade da palavra Ratten (rato), evidenciando com
isso o uso que ele fazia da linguagem em sua fala particular.
Länzer passou por um período de ardente devoção religiosa em sua adolescência, contudo, havia nele um constante desejo masturbatório. Ele temia que ao fazer isso algo de ruim pudesse ocorrer com a dama de quem gostava, de modo que compôs uma fórmula protetora contra esses desejos: Glejisamen. Freud
analisa que, por meio desta pequena oração, o analisante conseguia unir-se com o nome de sua amada Gisela (anagrama de sua amada + amen), contudo com samen (sêmen) unia-se ao seu corpo, “ou seja, para expressar-se de forma mais direta,
que se masturbou com a imagem dela” (Freud, 1909/2002, p. 109).
O conceito de gozo é resultado da indiferenciação entre a experiência de prazer e de dor que cabe ao sofrimento. No movimento de satisfação pulsional,
existe um resíduo que sobra na forma de frustração (Versagung), uma satisfação
que foi privada do sujeito e que por meio da repetição busca ser recuperada. O gozo
(Genuss) remeteria para a dimensão que estaria além do princípio do prazer, um “a
mais” interditado ao sujeito, impossível de ser reconciliado.

16. – O tipo de delírio onde o paciente se acha transformado em lobo ou em
outro tipo de animal é chamado de?

O tipo de delírio no qual um paciente acredita que foi transformado em um
animal é chamado de “licantropia” ou “delírio licantropo”. O termo é derivado da
lenda do lobisomem, onde a pessoa acredita que foi transformada em um lobo ou
outro animal. A licantropia é considerada um tipo específico de delírio de
transformação, onde a pessoa tem a convicção delirante de ter se metamorfoseado
em um animal. Esse tipo de delírio é uma manifestação de transtornos psicóticos,
como a esquizofrenia, por exemplo. Vale ressaltar que a licantropia é um fenômeno
psiquiátrico e não deve ser confundida com as crenças culturais ou folclóricas sobre
licantropia que podem existir em algumas sociedades.

17. Freud postulou diversos mecanismos de defesa. Defina: *Repressão:
*Recalque:
Algumas traduções da obra de Freud, bem como trabalhos publicados, têm
utilizado os dois termos como sinônimos. Recalque ou repressão é um dos
conceitos fundamentais da psicanálise, tendo sido desenvolvido por Sigmund Freud.
Denota um mecanismo mental de defesa contra idéias que sejam incompatíveis
com o eu
Então, de acordo com o mesmo, a repressão ocorre quando um pensamento,
memória ou sentimento é muito doloroso para um indivíduo. Por isso, a pessoa, de

maneira inconsciente, empurra a informação para fora da consciência. Sendo assim,
se torna inconsciente de sua existência.
Na psicanálise, a repressão é um mecanismo psíquico inconsciente. Ou
seja, é algo que a pessoa remove da sua consciência, pensamentos ou resíduos de
memória considerados inaceitáveis e intoleráveis pelo ego, ou seja, uma
experiência dolorosa e angustiante, sendo que o objetivo é modificar. Ou seja,
reestruturar em conteúdo e forma, o contexto real da memória reprimida daquela
experiência.
Freud dividiu a repressão psicológica em dois tipos: a repressão primária, na
qual o inconsciente é constituído; e a repressão secundária, que envolve a rejeição
de representações inconscientes. A repressão é o processo psíquico através do
qual o sujeito rejeita determinadas representações, ideias, pensamentos,
lembranças ou desejos, submergindo-os na negação inconsciente, no
esquecimento, bloqueando, assim, os conflitos geradores de angústia.
Mecanismo de ação da repressão: é distinguido por Freud em três momentos
do recalque:
Recalque originário (Urverdrängung), que, ao expulsar, da consciência, as
primeiras representações intoleráveis associadas à pulsão, marca uma cisão da
vida anímica, delimitando as áreas consciente/inconsciente e possibilitando a
repressão posterior. A premissa de Freud é a de que toda representação, para
poder ser reprimida, precisa ser atraída por essas representações originariamente
reprimidas.
Recalque propriamente dito ou recalque secundário, que desloca, para o
inconsciente, e ali mantém, as representações intoleráveis para a consciência,
magnetizadas pelo núcleo do inconsciente constituído pela repressão originária.
Retorno do recalcado , quando o recalcado expressa sua efetividade
psíquica, posto que mantém uma tendência a alcançar de algum modo a
consciência e a obter algum tipo de satisfação através das formações do
inconsciente, como os sonhos, os atos falhos ou os sintomas neuróticos.

18. O que é o COMPLEXO DE ÉDIPO? Explique com suas palavras.

Para Freud, o complexo de Édipo é uma formação psíquica que toda a
criança naturalmente acontece na fase fálica. A criança toma ambos os pais como

objetos sexuais, onde o menino se apaixona pela mãe e a menina pelo pai e ambos
(pai e mãe) são vistos alternadamente como rivais. Nessa fase é inevitavelmente
percebido a diferença anatômica entre os sexos, que resultará na formação do
complexo de castração. Que acontecerá de diferentes formas, no menino ao se
deparar com a ausência do pênis nas mulheres, o menino levará a sério a ameaça
de castração feita pelos pais durante seus momentos de masturbação e passará a
ter medo de perder o próprio pênis. Esse medo produzirá uma inibição dos impulsos
genitais. Como consequência, haverá um abandono dos pais como objetos sexuais
e a introjeção das imagos deles no próprio eu, formando o núcleo do superego. No
caso da menina, o complexo de castração, será diferente, não haverá diminuições
das fantasias edipianas. Pelo contrário, abre o caminho para a consolidação do
complexo de Édipo. Ao se dar conta de que não terá um pênis como o dos homens,
a menina se percebe como em falta e culpa a mãe por tê-la concebido dessa forma
supostamente defeituosa. A inveja do pênis e a mágoa da mãe levam a menina a
abandonar a mãe como objeto sexual e direcionar seu desejo para o pai, na
esperança de receber um filho. Essa fantasia incestuosa vai gradativamente se
desfazendo na medida em que não se realiza e, assim, a menina vai abandonando
seu complexo de Édipo e fazendo o mesmo processo de introjeção da imago
parental no eu para a formação do superego.

19. Quais são as diferenças entre transtorno bipolar e transtorno de
personalidade Borderline?
O transtorno bipolar e o transtorno de personalidade borderline (TPB) são
duas condições de saúde mental distintas, mas podem compartilhar algumas
características sintomáticas. Aqui estão as principais diferenças entre esses dois
transtornos:Transtorno Bipolar – Natureza do Humor: No transtorno bipolar, o
principal destaque é a presença de episódios distintos de alterações de humor,
incluindo episódios de mania, hipomania e depressão. Mania envolve um estado de
humor elevado, aumento da energia, impulsividade e diminuição da necessidade de
sono. Depressão no transtorno bipolar é caracterizada por tristeza intensa, baixa
energia, perda de interesse e prazer, alterações no sono e apetite. Episódios
Distintos:Os episódios de mania ou hipomania e depressão são claramente
delineados, com períodos de humor normal entre eles.Resposta a Medicamentos
Estabilizadores de Humor: Medicamentos estabilizadores de humor, como lítio ou

anticonvulsivantes, são frequentemente prescritos para controlar os sintomas do
transtorno bipolar.Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)- Instabilidade
nas Relações e Identidade:O transtorno de personalidade borderline está
caracterizado por instabilidade nas relações interpessoais, autoimagem e
afetos.Pessoas com TPB muitas vezes experimentam medo intenso de abandono,
mudanças abruptas na autopercepção e uma tendência a ver os outros como “todos
bons” ou “todos maus”.Impulsividade e Comportamento
Autodestrutivo:Comportamentos impulsivos, como gastos impulsivos, abuso de
substâncias, comportamento sexual de risco ou autolesões, são comuns no
TPB.Intensa Variação do Humor, mas sem Episódios Maníacos: Pessoas com TPB
podem experimentar alterações rápidas e intensas de humor, mas essas flutuações
não atingem o nível de episódios maníacos ou hipomaníacos como no transtorno
bipolar. Reações Intensas ao Estresse e Relacionamentos Instáveis: O TPB está
associado a reações intensas ao estresse, bem como a relacionamentos
interpessoais instáveis, caracterizados por idealização e desvalorização. Embora
haja distinções claras entre esses transtornos, a sobreposição de alguns sintomas,
como alterações de humor e impulsividade, pode levar a desafios diagnósticos. É
importante uma avaliação detalhada para determinar o diagnóstico correto e
desenvolver um plano de tratamento adequado. O tratamento para ambos os
transtornos pode envolver terapia, medicamentos e, em alguns casos,
hospitalização.

20. O que é TDAH? Quais os principais sintomas?
A perturbação de défice de atenção/hiperatividade é uma perturbação de
saúde mental que inclui uma combinação de problemas persistentes, como a
dificuldade em prestar atenção, a hiperatividade e o comportamento impulsivo. O
TDAH pode levar a relações instáveis, mau desempenho no trabalho ou na escola,
baixa autoestima e outros problemas. Os sintomas começam na primeira infância e
continuam na idade adulta. Em alguns casos, não é reconhecida ou diagnosticada
até a pessoa ser adulta. Nos adultos, a hiperatividade pode diminuir, mas as
dificuldades com a impulsividade, a inquietação e a dificuldade em prestar atenção
podem continuar.
TDAH significa Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. É um
transtorno neuropsiquiátrico comum na infância, mas que também pode persistir na

adolescência e na idade adulta. O TDAH é caracterizado por padrões persistentes
de desatenção, hiperatividade e impulsividade que interferem no funcionamento
normal e no desenvolvimento do indivíduo.
É importante notar que os sintomas podem variar em intensidade e
manifestação de pessoa para pessoa. Além disso, o TDAH pode afetar a vida
acadêmica, profissional e social do indivíduo, impactando suas relações
interpessoais e seu desempenho em diversas áreas.
O diagnóstico do TDAH geralmente envolve uma avaliação clínica
abrangente, que inclui observações do comportamento, entrevistas com pais,
professores e, em alguns casos, o próprio indivíduo. O tratamento pode incluir
intervenções comportamentais, terapia psicológica, suporte educacional e, em
alguns casos, medicamentos.
Os principais sintomas do TDAH são geralmente agrupados em duas categorias
principais:
Desatenção:
● Dificuldade em prestar atenção a detalhes, cometendo erros por
descuido.
● Dificuldade em manter o foco em tarefas ou brincadeiras.
● Esquecimento frequente em atividades diárias.
● Dificuldade em seguir instruções e concluir tarefas.
Hiperatividade e Impulsividade:
● Inquietação e incapacidade de permanecer sentado em situações nas
quais é esperado que se sente.
● Dificuldade em brincar ou participar de atividades de forma tranquila.
● Fala excessiva.
● Impulsividade, agindo sem pensar nas consequências.
● Interrupção constante de conversas ou atividades de outras pessoas.

21. Carl Gustav Jung sugeriu que a psique era composta por alguns
componentes, quais são eles?

Jung em sua teoria divide a psique em três elementos: o EGO, que é a nossa
consciência, onde contém nossos sentimentos, pensamentos conscientes, ações e
experiências pessoais.
O segundo componente é o Inconsciente Pessoal,que se divide em
pré-consciente e inconsciente, e é formado por nossas experiências pessoais, por
isso é único em cada pessoa. Nessa região psíquica, o material é de fácil acesso,
mas algumas memórias são de difícil acesso. Tem conteúdos que foram consciente
que foi esquecido, suprimido e tem impressões sensoriais muito fracas para serem
registradas.
E por fim os Complexos, onde armazenam mais experiências, com padrões
de emoções, memórias, percepções e desejos em torno de um mesmo tema. São
conteúdos que podem ser conscientes e inconscientes. Os complexos podem
originar-se de experiências na infância, na vida adulta e até vindo de nossos
ancestrais (inconsciente coletivo).

22. Quem foi Melanie Klein e qual era a sua teoria?
Melanie Klein foi uma psicanalista austríaca-britânica, nascida em Viena em
1882 e falecida em Londres em 1960. Ela foi uma das principais figuras no
desenvolvimento da psicanálise infantil e contribuiu significativamente para a teoria
psicanalítica.
A teoria de Melanie Klein é conhecida como psicanálise kleiniana ou
psicanálise das relações objetais.
Klein expandiu a teoria freudiana ao introduzir a ideia de “objetos internos” na
mente do indivíduo. Ela argumentava que, desde os primeiros estágios da vida, as
experiências emocionais com as figuras de apego (geralmente os pais) são
internalizadas e formam objetos internos que influenciam o desenvolvimento
emocional.
Klein concentrou-se nos estágios iniciais do desenvolvimento psicossexual,
enfatizando a importância das primeiras relações com a mãe e o pai na formação da
personalidade. Também propôs em sua teoria duas posições emocionais
fundamentais na infância: a posição esquizo-paranóide, que envolve experiências
de angústia, paranóia e projeção de objetos internos negativos, e a posição
depressiva, que envolve a internalização de objetos bons e maus e a capacidade de
lidar com conflitos de ambivalência.

Klein atribuiu uma importância significativa às fantasias inconscientes,
especialmente aquelas relacionadas a sentimentos de amor e ódio em relação aos
objetos internos.

23- Qual é a definição de fobia?
É o nome genérico de várias espécies de receios mórbidos ou patológicos de
algo específico, como escuro, fogo, aranha, altura, cachorro, etc. Fobia em
linguagem comum, é o temor ou aversão exagerada diante de situações
específicas, objetos, animais ou lugares.
Sob o ponto de vista clínico, no âmbito da psicopatologia, as fobias fazem
parte do espectro dos transtornos de ansiedade com a característica especial de só
se manifestarem em situações particulares.
São três os tipos de fobias:
1. Agorafobia – Temor de estar em lugares públicos concorridos, onde o
indivíduo não possa retirar-se de uma forma fácil ou despercebida.
2. Fobia Social – Temor perante situações em que a pessoa possa estar
exposta à observação dos outros, ser vítima de comentários ou passar perante uma
situação de humilhação em público.
3. Fobia Simples – Receio circunscrito diante de objetos ou situações
concretas.

24- O que é depressão, quais são as causas e principais sintomas?
No campo dos estudos sobre a depressão, o conhecimento é vasto,
enquanto as verdades absolutas são raras.Talvez futuramente, possamos descobrir
que cada ser possui um funcionamento único e peculiar e, como tal, requer um
tratamento individualizado, que seja capaz de harmonizar as suas verdades
bioquímicas, genéticas, psicológicas e/ou ambientais, das quais interagem no
surgimento e na apresentação do quadro depressivo.
O cérebro e o sistema endócrino apresentam um ponto de conexão
importante no hipotálamo. Hipotálamo: controla uma série de atividades corporais,
como o sono, o apetite e o desejo sexual, além de controlar a principal glândula do
corpo humano: a hipófise (ou glândula pituitária). O hipotálamo, para administrar a
produção hormonal do organismo, utiliza em parte a noradrenalina, a serotonina e a
dopamina. Por isso, a dosagem dos grandes grupos hormonais do organismo deve

constar na avaliação laboratorial de pacientes deprimidos: cortisol, hormônios
tireoidianos, os sexuais e os hormônios do crescimento etc.
Uma parcela significativa de pacientes que sofrem de depressão não
apresenta um quadro clínico de forma isolada. A depressão costuma vir
acompanhada de outros transtornos mentais ou mesmo de doenças físicas e fatores
de risco: abuso de drogas; dor crônica; Alzheimer; Parkinson; câncer; doenças
cardíacas; insônia crônica; transtorno de ansiedade; histórico familiar; estresse
crônico; ansiedade crônico; excesso de peso; sedentarismo e dieta desregrada; uso
excessivo de internet e redes sociais; traumas físicos ou psicológicos; separação
conjugal; enxaqueca crônica e outros.
Alguns dos diversos sintomas:
● irritabilidade, ansiedade e angústia; desânimo, cansaço fácil, necessidade de
maior esforço para fazer as coisas;
● diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer ;
● desinteresse, falta de motivação e apatia;
● sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero e desamparo;
● pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa
auto-estima;
● sensação, inutilidade, ruína e fracasso;
● interpretação distorcida e negativa da realidade;
● dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
● diminuição do desempenho sexual;
● perda ou aumento do apetite e do peso;
● insônia ou despertar matinal precoce;
● dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos;

25- Quais são as Cinco Premissas da Psicanálise?

As premissas fundamentais formam a base teórica da psicanálise são:

1. Inconsciente: A psicanálise postula a existência de processos mentais e
conteúdos emocionais que estão fora da consciência do indivíduo, mas que
influenciam seu comportamento, pensamentos e emoções. O inconsciente é
dinâmico, tem um conteúdo de difícil acesso, é atemporal, não conhece “o tempo”,
para o inconsciente, o que aconteceu há anos atrás em sua vida, é como se tivesse
acontecido hoje. As formas mais comuns de se acessar estes conteúdos são
através de técnicas terapêuticas: sonhos; associação livre; atos falhos; chistes;
testes projetivos; história de sintomas neuróticos e psicóticos.

2. Determinismo psíquico: A psicanálise considera que os comportamentos,
pensamentos e emoções humanas são determinados por uma série de fatores,
incluindo impulsos instintivos, experiências passadas e dinâmicas inconscientes.
Essa perspectiva contrasta com a ideia de livre-arbítrio absoluto.

3. Sexualidade infantil: Freud enfatizou a importância da sexualidade na
formação da personalidade e no desenvolvimento emocional, argumentando que as
fases do desenvolvimento psicossexual na infância têm um papel crucial na
estruturação da psique. A sexualidade infantil é o conjunto de transformações no
corpo e no psiquismo que se iniciam no nascimento e culminam na fase fálica.

4. Complexo de Édipo: Segundo a psicanálise, as crianças passam por uma
fase de desenvolvimento marcada por desejos e conflitos em relação aos pais,
conhecida como complexo de Édipo para meninos e complexo de Electra para
meninas. Essa dinâmica influencia as relações futuras e a formação da identidade.

5. Resistência e transferência: Durante a terapia psicanalítica, é comum que
os pacientes manifestem resistências (mecanismos de defesa) em relação à
exploração de conteúdos inconscientes. Além disso, ocorre a transferência, em que
o paciente projeta sentimentos e experiências passadas nos relacionamentos com o
terapeuta.

26- Quais são as Causas do Transtorno de Personalidade Narcisista?

Para Freud, o conceito de narcisismo refere a relação de amor que as
pessoas possuem com a sua própria imagem idealizada, que projetam de si
mesmas. O transtorno de personalidade narcisista é uma condição psíquica
complexa, que provoca no indivíduo um padrão generalizado de grandiosidade
(sentem-se superiores aos outros), necessidade de atenção constante e adulação,
além de falta de empatia.
Não se sabe o que causa o transtorno de personalidade narcisista. Ele é
resultado de um conjunto de fatores genéticos e ambientais que moldam as
características do indivíduo até a idade adulta.
As causas do transtorno narcisista, mesmo que ainda não exatas, os
pesquisadores observam fatores que acarretam a origem deste transtorno, entre
eles o genético, que segue a lei de genes hereditários. O fator ambiental que afirma
que o modo de criação e educação emocional de uma criança, além de traumas e
angústias do passado, podem acarretar no transtorno de personalidade narcisista.
Além de causas vindas da neurobiologia do sujeito, quando as conexões
entre pensamento e comportamento apresentam distúrbios no que se diz respeito
ao temperamento e também à capacidade de gerir tensões. Sabe-se que é mais
frequente em homens e também em pessoas que sofreram abusos na infância ou
tiveram relacionamentos problemáticos com pais e familiares.

27 – Para Freud o que é uma Ferida Narcísica?

Na teoria psicanalítica, o conceito de narcisismo está relacionado ao
desenvolvimento saudável da autoestima e do amor-próprio. Uma ferida narcísica
ocorre quando o ego do indivíduo é afetado por eventos que ameaçam sua visão
positiva de si mesmo, causando sofrimento emocional e psicológico.
A compreensão da ferida narcísica é importante na psicanálise, pois pode
influenciar a formação da personalidade, os padrões de relacionamento e o
bem-estar emocional do indivíduo.
Para Freud, uma ferida narcísica refere-se a um tipo de ferida emocional ou
psicológica que afeta a autoestima e a autoimagem de um indivíduo. O termo
“narcísico” tem origem na mitologia grega, relacionado ao mito de Narciso, um
jovem que se apaixonou por sua própria imagem refletida na água.

A ferida narcísica pode estar ligada a experiências de rejeição, críticas
severas, traumas emocionais ou situações que desafiam a imagem idealizada que o
indivíduo tem de si mesmo. Essas experiências podem levar a sentimentos de
inadequação, vergonha, angústia e dificuldade em manter uma autoimagem
positiva.
As “feridas narcísicas” são experiências individuais que se referem a tudo o
que venha a diminuir a autoestima do eu ou seu sentimento de ser amado, por
objetos valorizados e também o chamado “narcisismo das pequenas diferenças”.
A Ferida Narcísica é de natureza psicológica, luto pela perda do objeto A
faceta narcísica do ciúme. Com efeito, o que o ciumento verdadeiramente não
suporta não é exatamente a ausência do objeto amado, mas sim o buraco aberto
em sua autoimagem ao imaginar que seu parceiro ou parceira possam preferir outra
pessoa.
Também é colocada como uma lesão emocional profunda que ocorre quando
o narcisismo do indivíduo é ameaçado ou desafiado de alguma forma. Isso pode
acontecer quando suas crenças sobre si mesmo são questionadas, quando ele é
rejeitado, ignorado ou criticado, ou quando suas expectativas não são atendidas.
A ferida narcísica pode desencadear uma reação emocional intensa, como
raiva, humilhação, vergonha ou depressão, e pode levar o indivíduo a buscar
vingança ou a se isolar dos outros. Para um narcisista, sua autoimagem é
extremamente importante, e qualquer ameaça a ela pode ser vista como uma
ameaça à sua existência.

ALUNA ARABELA  BARBOSA  – DOUTORADO EM PSICANALISE

RESUMO DA DISCIPLINA NOÇÕES BÁSICAS DE PSICANÁLISE

SOCIEDADE INTERNACIONAL DE PSICANÁLISE DE SÃO PAULO – RESUMO DA DISCIPLINA NOÇÕES BÁSICAS DE PSICANÁLISE
ALUNA: ROSINEIDE R. FREITAS

A neurose, está ligada a uma tendência a repetir situações traumáticas.
Freud, focalizava suas teorias no complexo de Édipo e na sexualidade infantil.
Freud trazia os conteúdos do inconsciente para consciente através das seguintes formas:
– Através dos sonhos;
– Através da associação livre;
– Através dos atos falhos;
– Através dos chistes;
– Através dos testes projetivos;
– Através das histórias de sintomas neuróticos e psicóticos.

O Pré-consciente detém tudo aquilo que é de fácil acesso, como por exemplo memórias e lembranças que podem facilmente tornar-se consciente.
Desfruto – é a energia que um componente destrutivo se origina de um impulso agressivo.

Fases do desenvolvimento psicossexual;
São fases de fluxo gradual e variável denominadas de;
Fase oral. Fase anal, fase Fálica, fase de latência e fase genital.
Lembrando que a fase oral, anal e fálica, compreendem o desenvolvimento psicossexual da criança. Ressaltando que a fase oral e a fase anal, são
conhecidas também como fase narcísica.
E tanto o impulso libidinal quanto o impulso agressivo, fazem parte da progressão das fases.
Já as pulsões normais, são aquelas vistas no desenvolvimento psicossexual.
A compulsão a repetição, trata-se da tendência de voltar A catexia que significa a quantidade de energia psíquica envolvida na tensão provocada por
um impulso.

Fixação da libido é a permanência de forte acatexia libidinal em algum objeto ou modalidade de gratificação de uma fase passada.
O aparelho psíquico no seu dinamismo, vem nos mostrar o quanto nossa mente é dinâmica em todo o seu funcionamento. Lembrando que a diferença entre o pré-consciente e o inconsciente é que aquilo que está no pré- consciente torna-se consciente facilmente.

Há duas hipóteses do aparelho psíquico segundo Freud.
– Primeira hipótese topográfica; Freud dividia a mente em consciente, pré- consciente e inconsciente. Paradigma diz que o que é inconsciente precisa se
tornar consciente.
– Segunda hipótese, Estrutural. Onde Freud dividia a mente em:
ID – Ego – Superego. O Paradigma é que: onde há Id, precisa haver o Ego.
Id, onde reside os impulsos. Ego é onde a mente interage com o ambiente é
onde os impulsos do Id é intermediado com os preceitos morais do Superego.
O Ego, tem por propósito o controle motor, a percepção sensorial, as lembranças, os sentimentos, e os pensamentos. Temos dois fatores desenvolvidos do Ego: o crescimento físico do Sistema Nervoso Central exemplo a maturação que é determinado pelos fatores experienciais.

Lembrando que estudos e análises comprovam que o bebê é de uma importância fundamental para o desenvolvimento do Ego.
O Superego é formado durante o complexo de Édipo, como subproduto do medo da castração, sendo uma importância psíquica que separou do Ego.
O Superego age como uma consciência, mantendo o senso de moral e de proibição. Diz se que o Superego, é o herdeiro do complexo de Édipo por sua
formação estar marcada pelas proibições paternais que impedem a realização dos desejos incestuosos dessa fase.

Temos as três funções principais do Superego que são:
– Auto-Observação;
– Consciência Moral – Responsável pela culpa.
– Formação – Ideais – Responsável pelo sentimento de inferioridade.
Ideal do Ego é uma subdivisão relativamente autônoma, que surge com a perda do narcisismo individual no qual permite a submissão de grupos a figura
de um líder.

São três os aspectos do pensamento do processo primário:
– Temos o Deslocamento – que é uma parte que representa o todo, ou o todo representa uma parte de uma ideia ou objeto.

– Temos o Simbolismo – que é a linguagem inconsciente para objetos e ideias proibidas.

– Temos a Condensação – onde várias ideias são representadas por uma ideia ou parte de uma ideia.

Duas teorias da Ansiedade
1ª Teoria da Ansiedade, seria o resultado da transformação da libido represada.
2ª Teoria da Ansiedade, seria a consequência da influência de estímulos que podiam emanar dos impulsos ou do ambiente.

Mecanismo de defesa do aparelho psíquico – que é o controle exercido pelo Ego, sobre os impulsos do Id, usando a ansiedade que age sobre o onipotente
princípio do prazer.
As transformações sofridas pelo Ego, segundo Freud, não haveria Ego no recém-nascido, no início apenas o Id está presente. Melanie Klein e outros autores, relutam essa ideia para os pós-Freudianos o Ego é inato.
O ego arcaico – é o Ego do prazer puro e permite interação com o mundo exterior, mas é incapaz de diferenciar o ‘Eu’, do não ‘Eu’.
No ego da realidade primitiva, persiste a indiscriminação entre o ‘Eu’ e o outro, a realidade exterior.
Ego da realidade definitiva – é o estágio em que a criança procura reencontrar no exterior um objeto real que corresponda a representação de um objeto primitivo satisfatório e perdido.

As funções do Ego:
Freud definiu o Ego como sendo um conjunto de funções e de representações a nível inconsciente e consciente. Dessa forma na Psicanálise Clássica, a
preocupação era com os conflitos que se processavam no plano inconsciente entre as pulsões e as defesas.

Já na Psicanálise Contemporânea Vincular, embora persista a valorização da abordagem clássica é concedida grande importância a muitos outros aspectos do plano consciente.
As funções inconscientes do Ego, são os mecanismos de defesa e a ansiedade.
Atividades com participação consciente do Ego.
Percepção – é como o indivíduo percebe o mundo, exterior e a possível intenção dos outros e como o indivíduo percebe a si próprio.
Pensamento – A capacidade para pensar de forma eficaz, tem origem no plano inconsciente do Ego. Depende da capacidade que o sujeito tem de se deprimir, para possibilitar a formação de símbolos que permitem a generalização e a abstração do pensamento.

O ato de pensar requer o estabelecimento de confrontar correlações entre ideias, fatos presentes e passados e entre aspectos contraditórios de si
mesmo.
Juízo crítico – Supõe a capacidade do Ego em articular e discriminar diversos pensamentos que são separados entre si relaciona-se a capacidade de
raciocínio, enfim articulação de diversos juízos.
Capacidade de síntese: consiste em juntar e integrar os mesmos elementos que estão sendo pensados, mas com um novo arranjo combinatório de modo a
possibilitar um novo significado.
Conhecimento: função importante na prática psicanalítica, pois permite tomar ciência das verdades penosas, externas e internas.
Linguagem e comunicação: da boa ou má resolução das funções do pensamento, e conhecimento onde resultará na qualidade da estrutura
linguística e comunicacional.
Ação: função do Ego que se refere ao plano comportamental depende da harmonia entre as funções de pensamentos e conhecimento com as funções
de conduta (ação).
Vale lembrar que a falha nessa função, acarretará reprodução de vivencias de impotência infantil e na descarga da Ansiedade na forma de ‘Actings’ de
condutas e sintomas.
A diferença entre a visão Psicanalítica da visão Behaviorista do comportamento.

Os Psicanalistas valorizam a participação do ego (mundo interior), na conduta do indivíduo.
Os Behavioristas, preocupam-se apenas com os estímulos positivos e inibitórios provenientes do ambiente, que geram a resposta ou conduta exterior.

Temos essas duas teorias da Ansiedade segundo Freud:
1ª A ansiedade é resultado da descarga de um representa mento inadequado da libido. A ansiedade, era a libido transformada em uma manifestação patológica.

2ª teoria nos diz que a ansiedade é o problema central da neurose e tinha uma base biológica herdada, sendo o ego o local de todas as emoções, a ansiedade deveria, portanto, ser retirada do Ego e diz que: quanto mais desenvolvido for o Ego, mais ele será capaz de dominar ou descarregar os estímulos produzidos
quer sejam eles de ordem interna ou externa. Nesse caso a situação se tornaria traumática, apenas quando esses estímulos superarem a capacidade do ego, de digeri-los adequadamente.

Podemos ver claramente que a diferença entre a 1ª teoria da ansiedade e a 2ª teoria da ansiedade é que na primeira é originada por estímulos internos.
Já na segunda teoria da ansiedade pode tanto ser originado por estímulos internos quantos externos.

Símbolos – A formação de símbolos é uma capacidade exclusiva do ser humano e é por meio dela que a criança terá acesso a outras capacidades de
conceituar, generalizar, abstrair, verbalizar, construir metáforas e criar.
Identificação – é um sentimento de identidade coesa, harmônica resulta do conhecimento e da elaboração de diferentes identificações parciais que foram
sendo incorporadas aos indivíduos pela introjeção dos valores dos pais, por sua vez, transmitem os valores que assimilaram da sociedade.

A personificação no jogo dos meninos – Melanie Klein

Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo- Curso de Doutorado Livre em Psicanálise

Resumo da disciplina: A personificação no jogo dos meninos

A personificação no jogo dos meninos é um conceito estudado na psicologia do desenvolvimento, que se refere à capacidade das crianças de atribuir características humanas a objetos inanimados, animais ou até mesmo a aspectos abstratos do ambiente. Essa habilidade está relacionada à imaginação, à criatividade e ao desenvolvimento da linguagem simbólica.

Durante o jogo, as crianças têm a capacidade de criar histórias e situações imaginárias, em que objetos ou personagens não humanos assumem papéis e características humanas. Por exemplo, um urso de pelúcia pode se tornar um amigo, com quem a criança conversa e interage como se fosse uma pessoa real. Esse processo de personificação contribui para a expressão emocional, a resolução de conflitos e o desenvolvimento da empatia.

A personificação no jogo dos meninos também está relacionada ao desenvolvimento cognitivo, pois as crianças são capazes de atribuir intenções, desejos e emoções aos personagens criados. Isso demonstra a capacidade de compreender a perspectiva dos outros e de criar narrativas complexas.

Além disso, a personificação no jogo dos meninos também pode ter um papel importante no desenvolvimento social. Ao atribuir características humanas aos objetos, as crianças podem praticar habilidades de interação social, como compartilhar, cooperar e negociar. Essas experiências no contexto do jogo ajudam a construir as bases para a compreensão dos relacionamentos interpessoais.

Em resumo, a personificação no jogo dos meninos é um fenômeno observado no desenvolvimento infantil, em que as crianças atribuem características humanas a objetos não humanos durante o jogo. Isso reflete a capacidade de imaginação, criatividade, linguagem simbólica e desenvolvimento social. O estudo desse fenômeno contribui para uma melhor compreensão do desenvolvimento infantil e das habilidades cognitivas e emocionais das crianças.

Na psicanálise, a personificação é um processo psicológico que envolve a atribuição de características humanas a objetos inanimados, animais ou aspectos abstratos do mundo. É um mecanismo de defesa que ocorre no nível inconsciente, por meio do qual os indivíduos projetam suas próprias qualidades, desejos, medos ou traços de personalidade em objetos externos.

A personificação na psicanálise está relacionada ao conceito mais amplo de projeção, que envolve atribuir características ou emoções internas a outras pessoas ou objetos externos. No entanto, a personificação refere-se especificamente à atribuição de características humanas, como intenções, desejos, motivações ou sentimentos, a objetos não humanos.
Esse processo pode ser observado em diferentes contextos psicanalíticos, como nas fantasias, nos sonhos e nas relações interpessoais. Por exemplo, uma pessoa pode personificar um objeto inanimado, como um carro, atribuindo-lhe a capacidade de ter sentimentos ou intenções. Ou pode personificar aspectos abstratos, como o tempo, atribuindo-lhe a capacidade de controlar sua vida ou determinar seu destino.
A personificação pode ser considerada uma forma de lidar com emoções inconscientes, uma vez que permite que os indivíduos externalizem seus próprios conteúdos internos e lidem com eles de forma indireta. Ao atribuir características humanas a objetos ou aspectos abstratos, os indivíduos podem explorar suas próprias questões psicológicas, expressar seus desejos reprimidos ou lidar com seus conflitos emocionais de maneira simbólica.
Na psicanálise, a exploração da personificação é frequentemente utilizada como uma ferramenta terapêutica, permitindo que os indivíduos acessem e compreendam melhor seus processos inconscientes. Por meio da análise e interpretação dessas personificações, o terapeuta e o paciente podem desvendar as dinâmicas psicológicas subjacentes e promover a resolução de conflitos e o crescimento pessoal.
Em resumo, a personificação no campo da psicanálise refere-se ao processo de atribuir características humanas a objetos não humanos ou aspectos abstratos do mundo. É um mecanismo de defesa que permite aos indivíduos lidarem indiretamente com suas emoções e conflitos internos. A exploração da personificação é uma abordagem terapêutica que visa compreender melhor os processos inconscientes e promover a transformação e o autoconhecimento.
A personificação pode ser trabalhada na clínica psicanalítica por meio da análise e interpretação das manifestações desse processo. Aqui estão algumas abordagens que podem ser úteis:
1- Observação e escuta atenta: O terapeuta deve estar atento a qualquer indicação de personificação nas palavras, ações ou relatos do paciente. Isso pode incluir referências a objetos inanimados com características humanas, atribuição de intenções a outras pessoas ou atribuição de qualidades a aspectos abstratos.

2- Exploração das associações e significados: O terapeuta pode explorar as associações e significados subjacentes às personificações do paciente. Perguntas como “O que isso representa para você?” ou “Como você se sente quando atribui essa característica ao objeto?” podem ajudar a desvendar os conteúdos emocionais e simbólicos envolvidos.

3- Interpretação simbólica: A personificação pode ser interpretada como uma expressão simbólica de conflitos, desejos reprimidos ou questões emocionais. O terapeuta pode ajudar o paciente a explorar o significado mais profundo por trás das personificações, relacionando-as a aspectos da vida do paciente e à dinâmica inconsciente.

4- Vinculação com experiências passadas: As personificações podem estar relacionadas a experiências passadas significativas, como relacionamentos, eventos traumáticos ou experiências emocionais intensas. O terapeuta pode ajudar o paciente a fazer conexões entre as personificações presentes e essas experiências passadas, buscando compreender melhor sua origem e influência.

5- Exploração das projeções: A personificação pode estar relacionada a projeções de aspectos internos do paciente em objetos ou pessoas externas. O terapeuta pode auxiliar o paciente a identificar essas projeções e refletir sobre como elas podem estar relacionadas aos próprios sentimentos, desejos ou conflitos internos.

6- Elaboração e transformação: À medida que a personificação é explorada e compreendida, o terapeuta pode auxiliar o paciente na elaboração e transformação desses conteúdos. Isso pode envolver a reflexão sobre outras formas de expressão desses aspectos internos, o reconhecimento de sua natureza simbólica e a busca por novas perspectivas e significados.

É importante ressaltar que o trabalho com personificação na clínica psicanalítica requer sensibilidade e cuidado, pois envolve o acesso a conteúdos inconscientes e emocionalmente significativos. Portanto, é essencial que seja realizado por um terapeuta qualificado e que haja um ambiente terapêutico seguro e de confiança para a exploração desses aspectos.

Palavras-Chave: Psicanálise. Personificação. Desenvolvimento. Realização.
Desejo.

Trabalho apresentado pelos alunos Ronaldo José de Menezes e José Samuel Teixeira Dantas como parte dos requisitos, para  a conclusão do curso livre de doutorado em psicanálise.

Esquizofrenia

INTRODUÇÃO
A esquizofrenia pode causar incapacidade, devido aos sintomas como perda de contato com a realidade (psicose), alucinações (ouvir vozes), falsas convicções (delírios), pensamento e comportamento anômalos, diminuição da motivação e piora da função mental (cognição), isolamento, sensação de estar sendo perseguido, muito medo.
Os sintomas da esquizofrenia podem variar, sendo classificados em sintomas positivos, sintomas negativos e sintomas cognitivos.

Os sintomas positivos incluem delírios, alucinações e pensamento desorganizado.
Os Sintomas negativos envolvem uma diminuição ou ausência de características normais, como afeto embotado (diminuição da expressão emocional), anedonia (perda de interesse ou prazer), diminuição da fala e dificuldade de iniciar e manter atividades.

Os Sintomas cognitivos; temos a psicose que é um termo usado para descrever um conjunto de sintomas e condições psiquiátricas que envolvem uma perda de contato com a realidade. É uma condição complexa que pode afetar o pensamento, as emoções, as percepções e o comportamento de uma pessoa.
Seus sintomas mais comuns são a crença de estar sendo perseguida, a sensação de ter poderes especiais ou estar sendo controlada por forças externas.
Alguns pesquisadores acreditam que as células neurais chamadas de astrócitos podem afetar a rede vascular de algumas áreas cerebrais, mas isso ainda está em estudo para verificar se são responsáveis pela esquizofrenia.
Muitos estudos estão sendo feitos para saber a origem e o melhor tratamento ou até mesmo diagnosticar com antecedência sua manifestação.
Outros acreditam que a esquizofrenia pode ser genética e que fatores ambientais parecem estar associados a um aumento no risco de doenças psicológicas. E a proteína 97 (SAP97), que fica no hipocampo, pode ser a origem da esquizofrenia.

METODOLÓGICO
Foi utilizada a pesquisa de campo de natureza exploratória, segundo a abordagem qualitativa. Por meio da metodologia qualitativa exploratória, o pesquisador consegue compreender a realidade vivida pelos sujeitos envolvidos, a partir do contato direto com quem a vivência. Por trabalhar com o universo dos significados, esse tipo de metodologia permite ao pesquisador não somente descrever aquilo que observa, mas também interpretar, buscar explicações, reflexões e percepções das diferentes facetas do problema estudado.
As entrevistas somente foram realizadas após esclarecimento e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido pelo participante do estudo e pelo entrevistado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram três pessoas com esquizofrenia.

Características dos pesquisados:
Primeiro participante: Karla com 18 anos, sexo mulher trans, escolaridade superior.
Segundo participante Calos: 20 anos, sexo masculino, escolaridade ensino médio.
Terceira participante Tania: 24 anos, sexo feminino, escolaridade ensino médio.

DESENVOLVIMENTO
Pesquisa da mulher trans com esquizofrenia.

1- Relato
Nino, quando criança, sempre se sentiu diferente, mas nunca o demonstrava. Durante a adolescência, era popular e rodeado por meninos e meninas, mas. Por não saber o que estava acontecendo direito consigo mesmo, começou se afastar de todos, vários pensamentos confusos e sentimentos de medo, começa aparecer como vozes em sua cabeça dizendo o que fazer. Ele tinha medo de enlouquecer, então acabou se isolando em seu quarto. Nino demorou para compartilhar o que estava acontecendo, pois sentia que não tinha mais com quem conversar. Por não falar o que sente, os sintomas da esquizofrenia estabelecesse em sua mente, e leva ao agravamento da doença.
Aos 20 anos, Nino não aguentava mais e começou a se abrir com alguns amigos, até que finalmente conversou com sua mãe. Sua mãe nunca havia percebido nada de estranho, mas sabia que algo estava acontecendo com Nino, pois não ria mais, não saía para se divertir e apenas ficava recluso em seu quarto. Além disso, notou que ele começou a usar roupas mais coloridas, justas e com um estilo mais feminino.
Nino, diz a sua mãe que precisa passar no psicólogo pois tem vontade de se matar, não aceita seu órgão masculino e que ouve vozes na sua cabeça, ou seja, ele pediu socorro à Marta, sua mãe, que levou um susto, pois nem imaginava que Nino estava sofrendo. Marta se sentiu culpada por não perceber o sofria do seu filho. Marta então marcou uma consulta para Nino.
Seu pai, Fábio, não entende o que Nino está passando e acredita que é uma fase da adolescência. Sua irmã, Nina, mesmo distante, está sempre conversando com Nino.
Quando Nino começou a passar pelos médicos, ele não queria morrer, já que a morte muitas vezes parecia a solução de seus problemas, fez vários exames que o médico solicitou para verificar se não tinha outros problemas de saúde.
Nos exames tradicionais, deu normal. Nino começou o tratamento com os médicos: psicólogos, psiquiatras e psicanalistas e tomar remédio.
Sua família não entendia muito bem o que Nino estava passando, mas estavam sempre presentes, apoiando.

Nino teve coragem e disse para a família que era trans. Sua família, na hora, não teve reação, pois Nino nunca mostrou ser diferente.
Seu pai demorou para aceitar que seu menino era menina, mas acabou aceitando. Sua mãe e sua irmã aceitaram bem. Nino disse que gostaria de se chamar Karla e contou tudo o que havia passado em silêncio.
Karla contou à sua mãe que ouvia vozes, que sentia repulsa por seu pênis e que desejava cortá-lo. Quando revelou ser trans para seus amigos, muitos se afastaram como se ela tivesse uma doença contagiosa. Karla vivia com medo e, no quarto, desabafou durante horas, chorando tudo o que havia guardado por muitos anos e que a sufocava. Ela contou que sempre representou um personagem e que isso a levou ao isolamento, que sua mente não via luz, apenas o escuro da vida, sem cor, sem risos, sem alegria, apenas o medo da rejeição. Ela se sentia um monstro, uma aberração, e as vozes se multiplicavam em sua cabeça. Mas, de repente, quando começou a contar para sua mãe, um sorriso apareceu depois de muitos anos sem sorrir, e ela disse: As vozes sumiram da minha cabeça, tudo ficou mais claro e colorido. Na mesma semana, ela começou o tratamento médico.
Karla começou a trabalhar em eventos, onde todos sabiam que ela era trans e a tratavam com respeito. Foi lá que ela conheceu Oscar, um rapaz que sabia que Karla era trans. Os dois começaram a morar juntos e são felizes.
Karla passou por muitas coisas boas e ruins, como a perda de alguns amigos, a transformação de seu corpo através de medicamentos, a mudança de documentos e nomes, a aceitação da família, o trabalho, a faculdade e enfrentou olhares de rejeição e momentos de medo. As vozes diminuíram na cabeça, muitas vezes desapareceram com o tratamento médico adequado. O apoio da família e o ato de falar sobre suas angústias e medos ajudaram muito no tratamento.
Ela sabia que, se não falasse sempre sobre o que lhe trazia medo, angústia e preocupação, as vozes poderiam voltar, ela está em tratamento, mas bem e feliz.

2- Relato
Carlos, com 18 anos, morava com os pais. Ele tem duas irmãs, sendo a caçula da família. Carlos sempre se sentiu sozinha, pois quando era criança não tinha pessoas da sua idade para brincar. Seus pais trabalhavam, então ela ficava com a babá. Suas irmãs estavam na escola, quando estavam em casa, não brincavam muito com ele assim, Carlos começou a brincar sozinha. Durante o período escolar, ele era tímida e não tinha muitos amigos. Na maioria das vezes, ficava sozinha. Foi nesse período em que ele não tinha com quem conversar. Foi aí que apareceram as vozes. Ele passou a ficar mais no seu quarto e não participava das brincadeiras em família. Até que um dia, ele tentou se matar tomando vários comprimidos da sua mãe, que estavam no armário do banheiro. Quando ele pegou os comprimidos para tomar, seu pai entrou e viu. Ele deu um tapa na mão de Carlos, fazendo os comprimidos caírem no chão. Seu pai o abraçou e disse: Eu te amo. Os dois então se sentaram no chão do banheiro conversaram sobre o ocorrido.
Seu pai reuniu a família e contou o episódio. Carlos compartilhou o que estava passando, e todos o apoiaram. Ele começou a fazer tratamento médico para tratar da depressão, e as vozes que falavam para ele se matar desapareceram.
Carlos toma remédios para o tratamento da ansiedade e esquizofrenia.  Depois que ele contou tudo que passava para seu pai, tudo mudou as vozes naquele instante sumiu, hoje ele tem   colegas, amigos, dá risadas.
Sempre vai às sessões para conversar com seu psicólogo e toma remédios.

3- Relato
Tania tem 24 anos e as vozes começaram após sua separação. Ela foi casada por 3 anos, mas seu ex-marido a trocou por outra mulher.
Tania teve que começar do zero, pois só tinha a casa onde morava, que era de seus pais já falecidos. Ela teve que trabalhar como diarista, fazendo faxina nas casas de algumas vizinhas e familiares.
Devido ao longo período sem conversar, Tania começou a ver e ouvir coisas, e passou a beber em excesso até desmaiar. Houve um episódio em que ela procurou um médico. Foi quando Tania foi encontrada desmaiada dentro de uma lixeira de um shopping por um segurança. Ela provavelmente estava ali por horas, pois a embriaguez tinha passado. Nesse dia, Tania percebeu que algo estava errado, pois só lembrava de estar correndo com medo e a partir deste momento resolveu procurar um médico que diagnosticou com esquizofrenia. Ela relatou tudo que passou começou, as vozes pararam quando ela relatava seus sentimentos.  Hoje faz o tratamento, não consome bebidas
alcoólicas, pratica esportes e tem um cachorro, toma seus remédios diariamente conversa com seu animalzinho sempre, mas ainda tem medo, sempre está ocupando sua mente com algo.

OBJETIVO
Esta pesquisa mostra que os tratamentos com remédios e consultas com psiquiatras, psicólogos e psicanalistas, permitem que o paciente com esquizofrenia tenha uma vida social, e pode encontrar a felicidade.
Em todos os casos, observou-se um padrão entre os pacientes: a falta de comunicação, a falta de expressão de seus sentimentos e a relutância em compartilhar seus medos e preocupações. Eles tinham medo da rejeição, se preocupavam com a opinião das pessoas e tinham a solidão como companhia.
Isso acabava levando a um quadro de depressão, medo, isolamento e esquizofrenia.

CONCLUSÃO

A pesquisa mostra que o tratamento médico é importantíssimo, mas o apoio da família e a expressão dos sentimentos através da fala também são fundamentais.
Deixar o paciente falar sobre tudo o que lhe causa medo é fundamental, principalmente para os membros da família, não apenas para os médicos. Isso faz com que o paciente se sinta mais seguro e tenha controle sobre sua vida.
Pois, como podemos observar com Karla, Carlos e Tania, eles não conversavam sobre seus sentimentos, guardavam tudo para si, o que acabou resultando no desenvolvimento da esquizofrenia e outras doenças. Além disso, é importante lembrar que a esquizofrenia pode ter uma componente genética.
É essencial buscar ajuda adequada, uma vez que cada caso é único e requer uma abordagem individualizada.
Falar o que sente é muito importante, sempre.

 

Trabalho apresentado por Onanciara R. Fernandez

O desenvolvimento de uma criança

Resumo da disciplina  – O desenvolvimento de uma criança

Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo- Curso de Doutorado Livre em Psicanálise

O desenvolvimento de uma criança é um processo complexo e fascinante que abrange várias áreas, incluindo física, cognitiva, emocional e social. Desde o momento do nascimento, a criança começa a explorar e interagir com o mundo ao seu redor, construindo gradualmente uma compreensão do ambiente e de si mesma.
Nos primeiros anos de vida, o desenvolvimento físico é evidente à medida que a criança ganha habilidades motoras básicas, como segurar a cabeça, rolar, engatinhar, sentar e andar. À medida que cresce, a criança aprimora essas habilidades e adquire maior controle sobre seu corpo, permitindo-lhe explorar e interagir de maneira mais complexa com o ambiente.
Juntamente com o desenvolvimento físico, a criança também passa por um rápido desenvolvimento cognitivo. No início, suas habilidades cognitivas são limitadas, mas à medida que o cérebro se desenvolve e se conecta, a criança começa a perceber, entender e interpretar o mundo de forma mais sofisticada. Ela desenvolve habilidades de linguagem, começa a formar conceitos e a resolver problemas simples.
À medida que envelhece, a criança se torna cada vez mais capaz de raciocínio abstrato, pensamento crítico e resolução de problemas complexos.
O desenvolvimento emocional e social de uma criança também desempenha um papel crucial em seu crescimento. Desde o nascimento, a criança começa a formar vínculos emocionais com seus cuidadores e a desenvolver um senso de confiança e segurança. À medida que interage com outras crianças e adultos, ela aprende a compartilhar, cooperar, expressar emoções e regular seu comportamento. O
desenvolvimento social envolve a compreensão das regras sociais, a empatia pelos outros e a construção de relacionamentos saudáveis.
A educação e o ambiente em que a criança cresce desempenham um papel fundamental em seu desenvolvimento. Um ambiente estimulante, rico em oportunidades de aprendizado, desafia a criança e promove seu crescimento em várias áreas. A interação com cuidadores amorosos, que fornecem apoio emocional e estímulo intelectual, contribui para um desenvolvimento saudável e equilibrado.
No entanto, é importante reconhecer que cada criança é única e desenvolve-se em seu próprio ritmo. Algumas podem atingir marcos de desenvolvimento mais cedo, enquanto outras podem precisar de mais tempo e apoio. É essencial que os cuidadores estejam atentos aos sinais de atraso no desenvolvimento e busquem ajuda profissional, se necessário, para garantir que a criança receba a intervenção
adequada.
À medida que a criança cresce e se desenvolve, seu progresso pode ser observado em várias áreas, incluindo habilidades motoras, linguagem, pensamento abstrato, habilidades sociais e emocionais. É importante lembrar que o desenvolvimento de uma criança é um processo contínuo e que a jornada de crescimento não termina na infância. O desenvolvimento continua ao longo da vida, com a criança se transformando em um adolescente e, eventualmente, em um adulto.

Em suma, o desenvolvimento de uma criança abrange várias áreas e é influenciado por fatores genéticos, ambientais e de cuidado. À medida que a criança cresce e interage com o mundo ao seu redor, ela adquire habilidades físicas, cognitivas, emocionais e sociais que são fundamentais para seu crescimento saudável e bem- estar geral. É essencial fornecer um ambiente estimulante e apoio adequado para promover um desenvolvimento ótimo.

Palavras-Chave: Psicanálise. Desenvolvimento. Criança. Crescimento. Habilidades.

Trabalho apresentado pelos alunos Ronaldo José de Menezes e José Samuel Teixeira Dantas como parte dos requisitos, para  a conclusão do curso livre de doutorado em psicanálise.

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO

SOCIEDADE INTERNACIONAL DE PSICANALISE DE SÃO PAULO

CURSO DE DOUTORADO LIVRE EM PSICANALISE

TEMA: TOC TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO

NOME: JOSÉ VIEIRA DA SILVA FILHO

Trabalho de Conclusão de  curso, apresentado a Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Psicanálise.

RESUMO
Esse trabalho objetiva conhecer a doença Transtorno Obsessivo Compulsivo e estudar as melhores formas de tratamento e para isso foi consultada publicações e utilizadas buscas: sobre cura no tratamento de TOC, nos tratamentos aplicados em pacientes com obsessão compulsiva, angustias. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e buscar entender o processo de tratamento. Literatura sobre neurose obsessiva e transtorno obsessivo-compulsivo, analisados à luz da psicanálise; identificar uma lista de sintomas no paciente com TOC; apresentar histórico e identificar quais sintomas podem ser curados, pela “terapia cognitivo-comportamental”, com objetivo de alcançar o índice de bem estar satisfatório do tratamento do toc, proporcionar ao paciente maior compreensão no controle dos rituais e uma efetiva sensação de cura, para proporcionar uma melhor qualidade de vida.

1 – INTRODUÇÃO:
A doença de transtorno obsessivo-compulsivo, TOC, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, um transtorno mental caracterizado pela presença de crises recorrentes obsessões e compulsões ou ambas. As Obsessões são ideias, imagens, pensamentos, impulsos recorrentes, persistentes ou imagens indesejados ou ruins que invadem a consciência sem nenhum controle da pessoa, gerando ansiedade ou desconforto, físico e emocional, e são intrusivos. Devido a obsessão, muitas coisas que são indesejadas podem dificultar diversamente a vida do indivíduo e fazê-lo perder o foco em outras coisas. Sabe-se que a compulsão é resultado da obsessão, que o indivíduo sente que tem que agir de uma maneira especifica para cumpri-la. São atos ou rituais que o indivíduo se vê forçado a executar para aliviar ou evitar as obsessões. Se a pessoa não executa o ato compulsivo ela fica muito ansiosa. Os rituais são repetitivos, apesar da pessoa saber que não fazem sentido. Tanto as obsessões como as compulsões ocupam uma boa parte do tempo da pessoa, prejudicando ou dificultando seu dia a dia.
1.2 – Pesquisa e Estudo
Conceituando-se a doença de transtorno obsessivo-compulsivo, TOC, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, um transtorno mental, caracterizado pela presença de crises recorrentes, obsessões e compulsões ou ambas. As obsessões como ideias, imagens, pensamentos, impulsos recorrentes, persistentes, ou imagens indesejadas e são intrusivos. Sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo são pensamentos, imagens ou impulsos que ocorrem frequentemente, mesmo que a pessoa não queira e causam grande angústia e ansiedade, e envolvem pensamentos de dano, risco ou perigo.

É sabido que existem muitos tipos de TOC, e é de conhecimento que vai muito além do entendimento normal. É um tipo de transtorno que causa sofrimento e prejuízos irreparáveis. Conhece-se 15 (quinze) tipos de TOC, alguns são: 1. verificação, 2. contaminação, 3. contaminação mental, 4. acumulação, 5. Ruminação, 6. pensamentos intrusivos, 7. simetria e ordem, 8.TOC pré-natal ou Pós natal, 9.TOC homossexual e 10.
Ritual, 11. TOC de contagem compusiva, 12. TOC de evitações, 13. TOC de alimentar, 14. TOC de auto afirmação, 15. TOC sexual. (fonte: Clinica jequitibá – Saúde mental).

Verificação: Indivíduos que sofrem desse tipo de TOC experimentam imagens intrusivas, medos e impulsos relacionados à chance de machucarem a si ou a outra pessoa sem querer por meio de descuido ou negligência. Vemos que a obsessão aqui é o medo de danos, por
fogo ou vazamentos. E, neste caso, a compulsão é a necessidade de verificar. Verificar se o gás está fechado 5 ou 10 vezes; conferir diversas vezes se o carro está onde estacionou: voltar em casa várias vezes para conferir se trancou a porta; verificar por diversas vezes se realmente fechou o registro da torneira. O indivíduo deve se conscientizar que, as preocupações obsessivas e as compulsões de verificação comum incluem atos comportamentais como: Verificar fechaduras de portas, janelas, várias vezes devido a um sentimento de incerteza de que eles estão seguros.
Verificar botijões de gás ou fogões para garantir que eles estejam desligados ou fechados. Diversas vezes olhar e observar os botões até que se sinta com certeza de que ele está seguro.

Contaminação: Essa doença é um tipo de TOC que envolve obsessão como o medo de estar ou encostar em algo contaminado ou sujo, o receio de que pode causar danos a si mesmo ou a um ente querido. Neste caso as compulsões comuns podem ser, limpar ou evitar certas coisas excessivamente, nas quais incluem: O cuidado de não usar ou evitar banheiros públicos devido ao medo de se contaminar com germes. Atento a evitar entrar em lugares lotados devido ao medo de pegar uma infecção. lavagem exagerada e compulsiva das mãos; ao tocar em corrimãos ou maçanetas passar álcool nas mãos; tomar banhos demorados (1 ou 2 horas) ou repetidas vezes; limpar a casa repetidas vezes no mesmo dia; Contaminação mental: Os indivíduos portadores de TOC, os sentimentos de contaminação mental podem se tornar uma obsessão às vezes. Esse sentimento se desenvolve quando uma pessoa é humilhada ou quando fazem com que ela se sinta física ou mentalmente enojada sobre si mesma através de comentários críticos, abusivos ou maltratada. Tudo isso pode provocar um sentimento de auto rejeição ou impureza interna.

Acumulação: O ato ou comportamento de acumular é um tipo de TOC no qual o indivíduo mante posses inúteis ou gastas, e é incapaz de descarta-las. Isso incluem: Ter posse e manter coisa como livros escolares, roupas, e talvez um presente que esteja quebrado e sem utilidade. Indivíduos que se agarra a preocupações, medos obsessivos específicos, e medo do medo. Tem indivíduos que têm medo de abandonar seus objetos mesmo que sejam objetos inúteis. Evitar jogar embalagens plásticas usadas fora; não se desfazer de roupas que não servem ou não pretendem usar; tem medo ou que algo ruim vai acontecer ao se desfazer do objeto; está sempre estocando alimento do qual realmente consegue consumir.

Ruminação: Os indivíduos portadores desse tipo de TOC, desenvolvem pensamentos intrusivos ou uma profunda consideração sobre algo; e devido a isso uma pessoa pode ruminar sobre coisas que aconteceriam com elas após a morte, chegando ir a fundo no pensamento e podem visualizar mentalmente cenas de morte, céu ou inferno. O indivíduo com esse transtorno passa a imaginar possíveis coisas que possam vir acontecer em algum momento da vida. Muitos portadores dessa doença sofrem antecipadamente por algo que nem sabem se vai ou não se realizar.

Pensamentos Intrusivos: O indivíduo portador desse tipo de TOC e uma pessoa que pode sofrer pensamentos horripilantes, repulsivos e repugnantes e muitas vezes repetitivos por suas características sintomáticas. Nisso está o pensar em causar danos aos seus entes queridos que podem ser sexuais ou algum tipo de violência. Tais pensamentos repetitivos sobre a compreensão de um relacionamento, seu parceiro, ou a sua própria sexualidade. Tem indivíduo que passa a temer ser sexualmente atraído por crianças ou um membro da própria família. Muito medo da morte por agente internos ou externos; muitos pensamentos de agressividade para com pessoas próximas e queridas; pensa em violência contra animais ou terceiros.

Simetria e Ordem: A existência de grande número de pessoas portadoras desse tipo de TOC apresenta comportamento extremamente obsessivos em manter as coisas organizadas de uma maneira particular. E, entre tantos atos comportamentais, tem o de comprar ou jogar fora coisas para fazer com que elas pareçam equivalentes entre si. Faz parte disso, o habito de organizar simetricamente coisas como sapatos em um armário, utensílios em um rack, ou reorganizar repetidamente roupas por cor ou ordem alfabética. O indivíduo organizar os móveis alinhados as riscas do piso e a parede; organiza objetos na estante repetidas vezes ou simplesmente jogar fora, para que outros objetos fiquem simétricos; sempre organiza as roupas por cor, tipo, tamanho e estação.

TOC Pré-natal ou Pós-natal: Em muitas mulheres esse tipo de TOC se desenvolve durante a gravidez e após o parto, são épocas em que as mães se encontram tão angustiadas e muito preocupadas, que desenvolvem um medo de que possam maltratar, machucar seu bebê.
Nessas ocasiões, a obsessão atinge um nível onde a mãe tomará medidas para controlar sua ansiedade ou evita que seus medos se concretizem. Disso, se tem exemplos, de que ela pode começar a pesquisar vários conteúdos via internet ou agendar muitas consultas com um médico ou até mesmo despender muitos tempos limpando por conta do medo de que o bebê possa ser afetado.

TOC Homossexual: Os indivíduos portadores desse TOC sofrem inconscientemente. O termo pode não estar correto, mas é atribuído para se referir a uma pessoa que não é gay, mas desenvolve o medo de ser gay. Já é de conhecimento que, da mesma forma, esse tipo de TOC também pode impactar os gays, que sem saberem sofrem de medos e obsessões por não quererem ser gays.

Ritual: O portado desse tipo de TOC, tem um tipo específico de comportamento compulsivo onde um indivíduo segue e obedece a um conjunto de padrões de comportamentos com pontos de partida e fim claramente definidos. Para que se possa entender, exemplifica-se, identifica-se que o indivíduo passa a lavar o rosto do lado esquerdo e depois do lado direito, seguido de limpeza da testa, e se interrompido, então o sofredor inicia todo o processo seguindo um ritual desde o início.

TOC de contagem compulsiva: O indivíduo portador do TOC de contagem compulsiva sofre muito por ser motivado por pensamentos intrusos realiza a contagem sistemática as das coisas em inúmeras vezes, sem parar, com proposito de evitar alguma calamidade. Tem-se
exemplo: contar o número de letras que uma palavra possui; contar o número de pisos no chão; contar quantas vezes uma pessoa respira; realizar ações varia vezes.

TOC de evitações e crenças: Esse TOC de evitações e crença, ou denominado pensamento magico é difícil de identifica-lo. Evita coisas e realiza ações, por acreditar que tais atitudes podem mudar o curso natural da vida, impedindo catástrofes, relacionadas a mortes, acidentes ou punições. O indivíduo evitar andar por um caminho ou usar uma certa roupa para evitar uma possível morte sua ou de outra pessoa. Deixar de fazer coisas prazerosas com receio de punições de seres superiores; Ato e ações pouco racionais como sentar e levantar 5 ou 10 vezes para que algo ruim não aconteça. Identificamos que é muito comum que indivíduos com TOC evitam andar em determinados lugares (como banheiros públicos, hospitais e cemitérios), tocar em maçanetas ou dinheiro e até mesmo evitar contato com pessoas para sentirem-se seguros, isso é denominado de evitações. Evita frequenta determinados lugares; evita contato com determinadas pessoas; realiza rituais com repetições, contagem e verificações entre outros; mania de ordem, simetria, sequência ou alinhamento; orações; aflição e medo constante; sentimento de culpa; lentidão para realizar tarefas; comportamento indeciso; o indivíduo age com intuito de diminuir os pensamentos, ou impedir que eles aconteçam.

TOC alimentar: O indivíduo portador do TOC alimentar, é muito ansioso e por isso ingere grandes qualidades de alimentos para aliviar a ansiedade. Esse indivíduo organiza os alimentos separadamente no prato para poderem comer, caso não faça, será acometido de angustia.

TOC de auto afirmação de imagem: O indivíduo gosta de demonstrar boa aparência, por isso se torna refém do espelho com muita dificuldade de se achar bonito ou se aceitar. Sua psique passa a sofrer com pensamentos obsessivos, degradantes ou irracionais com distorção da realidade, e a pessoa passa a realizar procedimentos ou passar horas se arrumando, se olhando no espelho; verificando cabelo, maquiagem; pergunta sempre se está bonita para reafirma sua beleza. Faz exercícios físicos em exagera para se manter em forma.

TOC sexual é uma variável do TOC relacionado com ansiedade. É comum quem possui esse TOC pensa com temor em temas como infidelidade, pedofilia, incesto, abuso sexual, comportamento sexual violento, homossexualidade, pensamentos sexuais com amigos, estupro, entre outros. O portador do TOC sexual acaba desenvolvendo um comportamento compulsivo para lidar com bons pensamentos intrusivos, para que os pensamentos não se tornem realidade.
Causas do TOC sexual: Indivíduo com pré-disposição genética; parentes próximos que sofreram de TOC, ou outros transtornos como ansiedade; fatores biológicos; doenças neurológicas; uso de medicamentos que alteram zonas cerebrais desenvolvem TOC; fatores ambientais, histórico de vida; vivencia que tenha relação com sexualidades; rotina, stresse, relações familiares, relações amorosas; traumas que podem causar TOC sexual. Indivíduos que desenvolve toc sexual, aparece em todas as idades; tem maior incidência em crianças com idade escolar; incidência em jovens e adultos de 18 a 20 anos e se entende às idades mais avançadas; manifesta-se mais nos homens do que nas mulheres; em indivíduos com parentes de primeiro grau com TOC, e ou outros transtornos psicológicos tem mais probabilidade em desenvolver a doença. O TOC sexual aparece nos conflitos conjugais; divórcios e problemas familiares. O TOC sexual não é fantasia sexual. Os indivíduos cometidos de TOC sexual não se sentirá atraído, ou excitado devido tais pensamentos. Tratamento de indivíduos com TOC sexual. o indivíduo luta contra as próprias ideias; medo, pensamentos impróprios que sejam verdadeiros gera angustia e sentimento de culpa; afeta a vida no trabalho, no âmbito familiar e social. Sofre impacto na vida familiar e distúrbios. Deve ser multidisciplinar, e se baseia em medicamentos; psicologia comportamental; e terapia cognitiva comportamental. Indivíduos com TOC sexual pode voltar a ter recaídas e problemas, por isso é essencial manter o acompanhamento psicológico.

Os sintomas do toc sexual, são dois: Obsessivo e Compulsivo. A compulsão gera mudança de comportamento, em geral se manifesta de forma semelhante em pessoas que possuem outros tipos de transtornos obsessivo compulsivo. Os transtornos relacionados com a obsessão por serem ligadas a alterações de pensamentos, são sempre específicos. Sintomas específicos: pensamentos de pedofilia; de atração por membros da própria família; pensamentos intrusivos; de atração por pessoa do mesmo sexo; pensamentos sexuais sore amigos; pensamentos sexuais relacionados à infidelidade; pensamento de tocar numa criança de forma inadequada; pensamentos sore abuso sexual e agressão violenta; pensamentos sexuais sobre estupro ou ser estuporada; pensamentos sobre Deus, santos e figuras religiosas; pensamentos sexuais inadequados.

1.3 – Comorbidade
O ciclo do TOC é um transtorno de ansiedade, definido como “Transtorno Obsessivo Compulsivo” com ciclo:

1. ansiedade;

2. Obsessão;

3. Compulsão;

4. Alivio.

O pensamento de cunho sexual pode surgir em Transtorno Obsessivo Compulsivo pode envolver homossexualidade, pedofilia e até a própria família.
Obsessão, é um pensamento que “invade” nossa mente, sem que consigamos freá-lo. É um pensamento nosso, mas involuntário, que muitas vezes não concordamos, e que causa muito incômodo e ansiedade na pessoa. Como determina o Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, identificado como DSM-V, obsessões “são pensamentos, impulsos ou imagens persistentes e recorrentes, vivenciados pelo indivíduo como intrusivos e indesejados, causam angústia e ansiedade acentuada para o indivíduo. De acordo com o MSD “o tema dominante dos pensamentos obsessivos pode ser dano, aos outros ou a si mesmo, perigo, contaminação, dúvida, perda ou agressão. Obsessões são agonizantes, é por isso que pacientes tentam ignorar esses pensamentos.

Esses transtornos podem se observar devidos as situações como:

Medo de contaminação ou sujeira;

Preocupação com simetria de objetos;

Pensamentos agressivos de autoagressão;

Pensamentos indesejados, incluindo de temas sexuais ou religiosos;

Preocupação com a ordem correta dos objetos.

Compulsão, é algo que “precisamos” fazer para aliviar um pensamento ou uma sensação ruim. A pessoa tenta, às vezes, controlar a ação, “não fazer”, mas é muito difícil e acabamos cedendo. Como já está elencado no DSM-V, a compulsão são comportamentos repetitivos ou
atos mentais que obriga o indivíduo a executar em resposta à obsessão, ou regra a ser aplicada rigidamente. As compulsões, também se denomina rituais devido comportamento excessivo repetitivos, intencionais relacionados com o evento temido ou não, e sentem que devem fazer algo para reduzir a ansiedade e os pensamentos obsessivos, surge ai o comportamento compulsivo.
Sintomas da compulsão, o transtorno compulsivo percebe-se de diversas maneiras, como: mania de limpeza, lavagem das mãos excessivas, verificação repetidamente das coisas, contagem compulsiva, repetição de ações organização excessiva, comer um doce, comprar um vestido, arrumar algo que está bagunçado. Todas essas ações podem ter um caráter compulsivo em alguns momentos.

1.4 – Síndrome Olfativa
Síndrome de referência olfativa, classifica-se como um sub tipo de TOC. O indivíduo com transtorno de referência olfativa acredita que exala um odor corporal ofensivo, embora isso não esteja acontecendo. Essa crença causa angústia significativa e costuma diminuir a capacidade funcional da pessoa quando impede que ela saia em público. Esse transtorno apresenta semelhanças com o transtorno dismórfico corporal e é classificado como sendo um transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno relacionado. O tratamento com um inibidor seletivo de recaptação da serotonina ou com clomipramina. São medicamentos antidepressivo que pode ajudar. Um neuroléptico “antipsicótico” às vezes é administrado concomitantemente com um desses medicamentos. A terapia cognitivo-comportamental parecida com aquela utilizada para tratar o transtorno dismórfico corporal pode ser útil.

1.5 – Suicidas
Muitas pessoas com TOC também têm outros transtornos de saúde mental. Aproximadamente 75% das pessoas com TOC também têm um diagnóstico vitalício de transtorno de ansiedade, aproximadamente 40%, têm um diagnóstico vitalício de transtorno depressivo maior e entre 23% e 32%, têm um transtorno de personalidade obsessivocompulsivo. Aproximadamente 15% a 20% das pessoas com TOC têm transtorno depressivo maior no momento em que o transtorno é diagnosticado. Entre 25% e 75% das pessoas com TOC têm pensamentos suicidas em algum momento, e entre 10% e 13% cometem tentativa de suicídio. O risco de haver uma tentativa de suicídio é maior se a pessoa também tiver transtorno depressivo. Registro no MANUAL DO MSD.

Sinais de identificação, saber identificar sinais é vital na prevenção de um suicídio. É possível identificar 7 tipos de comportamentos que podem ajudar a reconhecer se uma pessoa está com pensamentos suicidas:

1 – Pensamentos; insistentemente obsessivo, sem esperança e concentração, enxergar a vida como algo sem sentido ou propósito.
2 – Humor; Alterações extremas no humor sinaliza emoções suicidas. Excesso de raiva, sentimento de vingança, ansiedade, irritabilidade, sentimentos de culpa ou vergonha, são sinais indicativos.
3 – Avisos; em falar “a vida não vale a pena”, “sozinho como estou é melhor morrer” ou “você vai sentir a minha falta” estão ligadas a pensamentos sobre a morte.
4 – Melhora súbita; A ideia de suicídio está ligada a um sentimento de que a pessoa está no fundo poço. A felicidade súbita pode ser sinal de que a pessoa está decidida a encerrar a própria vida. Ao perceber uma melhora repentina, busque ajuda imediatamente.
5 – Desapego; ao perceber que o indivíduo está começando a “fechar pontas soltas”, doar seus pertences, visitar vários entes queridos, faça uma intervenção rapidamente.
6 – Irresponsabilidade; comportamentos irresponsáveis e perigosos, o uso excessivo de álcool e drogas, direção imprudente e sexo sem proteção são indícios de que o indivíduo já não se importa com a própria vida.
7 – Mudança na rotina; caso a pessoa pare de frequentar os locais que sempre gostou de visitar, tome medida o mais rápido possível.

Abandonar atividades que lhe davam prazer é um grande sinal de alerta.
As crianças ou adolescentes socorridas após uma tentativa de suicídio classificam-se como alto risco, cujos procedimentos são: acolher, prestar os primeiros cuidados e encaminhar à emergência atendimento hospitalar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio podem ser evitados.

No Brasil, a cada dia, 32 pessoas se suicidam. O coeficiente de mortalidade por suicídio é estimado em número de suicídios para cada 100 mil habitantes, ao longo de um ano. O do Brasil gira em torno de 11,4 (15 em homens; 8,0 em mulheres). Esse índice pode ser considerado baixo, quando comparado aos de outros países. O leste da Europa, por exemplo, possui coeficiente 27, enquanto o mundo apresenta taxa de 14,5.

2 – METODOS

Método: foi consultada publicações e utilizadas buscas: publicações sobre possível tratamento de TOC, nos tratamentos aplicados em pacientes com obsessão cumpulsiva, angustias, trata-se de uma pesquisa qualitativa e busca entender o processo, literatura sobre neurose
obsessiva e transtorno obsessivo-compulsivo, analisados à luz da psicanálise. Identificar uma lista de sintomas no paciente com TOC, apresentar histórico e identificar quais sintomas podem ser curados, pela “terapia cognitivo-comportamental”, com objetivo de alcançar o indice de bem estar satisfatório do tratamento do toc, fazer o paciente sentir uma sensação de cura, e proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Obsessão no dicionário Oxford Languages:

1. Obsessão, a motivação irresistível para realizar um ato irracional; 2. Compulsão, o apego exagerado a um sentimento ou a uma ideia desarrazoada.
2.1 – Obsessão e Compulsão
As obsessões são fenômenos mentais, como pensamentos, imagens ou impulsos intrusivos, repetitivos e indesejáveis”. As obsessões com uma sensação de medo se desenvolvem de maneira patológica, surge a neurose obsessiva. Tem caso que a obsessão de um indivíduo por outro é tão forte grave, que o mesmo busca se aproximar do seu objeto de obsessão a qualquer custo. Etimologia da palavra obsessão, obcecado, vem do latim (obcaecare), significa cegueira.

O indivíduo obcecado não tem clareza de sua realidade, seu comportamento. Freud, obsessão é um substituto de uma ideia sexual incompatível e o afeto ora repelido. Obsessão é tida como resultado da genética, de causas biológica ou ambientais. Há estudos de identificação de alterações cerebrais e de pré-disposição genética que colabora nos casos de compulsão. O tratamento da obsessão oferecidos com intervenções espirituais, como exemplo sessões de orações onde o espírito que obsidia o encarnado deve ser tratado e ajudado para que deixe seu objeto de obsessão seguir sua vida sem interferir, sem trazer desequilíbrio. Essa forma de tratamento é para fazer o obsessor compreender que deve buscar entender os motivos que o acometeu dessa obsessão, e buscar ajuda para deixar de obsediar e evoluir. Na obsessão amorosa, obsessor tende a direcionar sua vida para a pessoa de seu interesse, e “esquece” seus próprios
interesses e sua interação social, e com a desilusão amorosa o indivíduo torna-se um perseguidor da pessoa amada.

Tratamento, a obsessão ainda não tem cura, mas, a pratica de algumas ações ajudam a amenizar os sintomas:

1. O paciente deve buscar entender e identificar os gatilhos que fazem surgir os pensamentos obsessivos.

2. Anotar os pensamentos no ato que surgem, para ajudar identificar os gatilhos.

3. O paciente deve mudar seu foco, quando surgir um pensamento obsessivo, buscando uma atividade que exija concentração. 4. paciente deve mentalizar uma placa de `PARE para interromper os pensamentos obsessivos.

1 – Tratamento do toc pode ter cura. Tratamento recomendado à compulsão, são os medicamentos que se utiliza para tratamentos de depressão também são eficazes para tratamento de compulsão, e de TOC. Um outro tratamento eficaz ao TCC é a (terapia cognitivocomportamental) com pratica exercícios de exposição e abstenção da execução dos rituais.

2 – O TOC tem controle, mas a ciência está em busca de uma cura que dê índice de bem estar satisfatório do tratamento do toc; manter os sintomas baixo e inexistente; e ter acompanhamento multidisciplinar, psiquiátrico, psicológico para minimizar os sintomas. Indivíduos com TOC sexual pode voltar a ter recaídas e problemas, por isso é essencial manter o acompanhamento psicológico.

3 – Tratamento satisfatório. Por se tratar sobre distúrbios psicológicos, é complicado dizer que existe uma cura, ou que a pessoa nunca mais irá sofrer com aquilo. Deve-se manter a esperança, mesmo sem cura, existe tratamento para o TOC, com procedimento de atendimento ao paciente e reduzir os sintomas existente. O paciente não se livra do TOC, mas com o tratamento deixa de sentir as mazelas da doença, sempre com objetivo de bem estar satisfatório do tratamento, que é um indice satisfativo que se busca atingir, que pareça ao paciente uma sensação de cura, que lhe proporcione maior qualidade de vida.

4 – É um objetivo para esse caso. Busca-se a remissão dos sintomas dos distúrbios, através do profissional especializado, para o tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo e evitar complicações ou outras doenças psicológicas como a depressão, ataques de pânico, ansiedade, transtornos alimentares, tentativas de suicídio e tiques. O paciente com TOC deve criar uma lista com os sintomas, identificando quanto tempo eles apareceram. Apresentar histórico médico identificando doenças e medicamentos utilizados, isso é útil para o tratamento.
Estudos da “Associação Brasileira de Psiquiatria”, sobre a Comorbidade do TOC. Há uma sequência temporal de instalação dos transtornos co-mórbidos ao longo da vida. Uma linha de pesquisa que tem fornecido importantes contribuições é a sequência temporal de instalação dos transtornos co-mórbidos ao longo da vida. Miranda5 observou que os transtornos de ansiedade tendem a anteceder a instalação do TOC, enquanto os transtornos do humor acompanham ou, mais frequentemente, sucedem ao TOC. Já os transtornos de abuso/dependência de substâncias em geral surgem após a instalação do TOC, e os do espectro do TOC podem ocorrer em qualquer momento. Yaryura-Tobias et al4 observaram que portadores de TOC apresentam, após sua instalação, risco significativamente maior de desenvolver um transtorno de ansiedade, do humor, de alimentação ou tiques. Esses dados encontram-se resumidos em uma pesquisa já conhecida. Segundo os estudos comportamentais, de cada quatro portadores de TOC, três apresentavam pelo menos um outro diagnóstico psiquiátrico. Observado que a fobia específica precedeu o início dos sintomas obsessivos em 75% dos casos e pânico em 60%. Essa sequência de adoecer pode trazer informações importantes sobre a patogênese desses transtornos. Tratamento de Pacientes com TOC e comorbidades psiquiátricas necessitam tratar também os transtornos associados, o que usualmente torna os tratamentos mais prolongados, sobretudo a terapia cognitivo-comportamental (TCC). Muitas vezes é difícil determinar qual dos transtornos deve ser tratado primeiro, devendo a escolha se basear na gravidade e na interferência sobre o funcionamento. Nos pacientes que apresentam impulsividade e agressividade, deve-se considerar a possibilidade de prescrição de neurolépticos, lítio ou carbamazepina. Na comorbidade com transtorno bipolar, torna-se imperativa a prescrição de estabilizadores do humor e, em alguns casos, a utilização de antipsicóticos atípicos. Nesses casos, o antidepressivo de escolha deve ser da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), que somente devem ser prescritos após a estabilização do humor. Os portadores de TOC e esquizofrenia habitualmente respondem bem a um ISRS ou clomipramina em adição aos neurolépticos. Nos que apresentam comorbidade com tiques ou Tourette, os sintomas respondem de forma mais eficaz à associação de ISRS com neurolépticos naqueles que não são responsivos inicialmente aos ISRS.

Conclusões
O TOC raramente ocorre sozinho; no entanto, ainda não se pode afirmar se o fenômeno da comorbidade reflete a simultaneidade de entidades (Afirma: Katia Petrib).
3.0 – TRATAMENTO DO TOC INFANTIL
O tratamento dos Transtornos Obsessivos Compulsivos TOC deve ser baseado em três determinantes:

1. Medidas educacionais;

2. Métodos psicológicos;

3. Avaliação biológica.

É sabido que as crianças podem desenvolver algumas manias, seja por brincadeiras, ou por um comportamento obsessivo. O que diferencia o TOC de uma mania inocente é a frequência e a intensidade em que aparecem nas crianças. É preciso estar atento aos padrões de repetição que a criança demonstra e procurar um especialista para realizar um diagnóstico do quadro Pesquisas tem demonstrado, Hanna (1995) em estudo prospectivo das características demográficas, sintomatologia e comorbidade de 31 crianças e adolescentes com transtorno obsessivo compulsivo, encontrou uma razão entre sexo masculino e feminino de 3:2. Nisso foi observado uma relação entre a severidade dos sintomas, sexo e idade de aparecimento do transtorno, com a doença tendendo a ser mais severa em homens com início antes dos 10 anos e meninas com aparecimento após essa idade. Muitos pacientes apresentaram múltiplas obsessões e compulsões que mudaram em conteúdo e severidade com o tempo, não havendo diferenças entre os sexos na freqüência das diferentes categorias dos sintomas. Uma alta prevalência de outros transtornos psiquiátricos associados também foi observada. Estudos demonstram que as crianças e adolescentes com transtorno obsessivo compulsivo pertencem a famílias normalmente estruturadas de classe média e classe média alta (Hanna, 1995; Adams et. al., 1973; Last et. al., 1992; Riddle et. al., 1990). Observa-se, em estudos de família, incidência maior de TOC, TOC subclínico e transtornos de tique em parentes de pessoas com o transtorno (Pauls et. al., 1995).
Em estudos com gêmeos o índice de concordância variou de 53 a 87% em gêmeos monozigóticos e 22 a 47% nos dizigóticos. Causas ambientais também podem representar um papel na etiologia do TOC ou afetar a gravidade dos sintomas durante o curso da doença. Recentes achados de altos índices de TOC em pacientes com febre reumática com e sem coréia de Sydenham, e sua associação com anticorpos antineuronais, sugerem que fatores biológicos, como reatividade cruzada antineuronal pós-infecciosa em pacientes que se recuperam de um processo de infecção do estreptococo B- hemolítico do grupo A, podem exercer um papel na etiologia do TOC. Tem sido demonstrada uma alteração nos receptores de serotonina no TOC, sugerindo similaridades com transtorno depressivo. Outros dados sugerem envolvimento do córtex pré-frontal, gânglios da base e determinadas regiões do sistema límbico na fisiopatologia do transtorno apesar da terapia comportamental ser considerada por alguns como tratamento de escolha do TOC, ( há relatos de ser mais efetiva que as intervenções farmacológicas, com melhora por longos períodos de tempo e baixas taxas de recaída), na verdade, poucas crianças e adolescentes se beneficiam dessa técnica, devido a uma recusa em participar desse tipo de tratamento, ao alto custo e a falta de profissionais qualificados (Leonard, 1993). Além disso, quadros depressivos podem interferir no processo psicoterápico (foa & emmelkamp, 1983), e cerca de dois terços dos pacientes com TOC apresentam, durante a vida, história de depressão maior, e um terço preenchem critério de depressão maior no período de sua primeira avaliação (ransmusen & eisen, 1992). Portanto, o tratamento farmacológico freqüentemente representa o principal tratamento da maioria dos pacientes sofrendo de TOC. Clomipramina, um tricíclico que inibe a recaptação neuronal da serotonina, é a única medicação que, em estudos rigorosamente realizados, tem se demonstrado eficaz no decréscimo dos sintomas obsessivo-compulsivos em crianças e adolescentes com TOC (Deveaugh-geiss et. al., 1992; Flament et. al., 1985; Leonard et. al., 1989,1991; Piccinelli et. al. , 1995). Relato de caso: g.a.s., 12 anos, branco, estudante da 4 série do 1o grau, trazido pelos pais ao serviço de psiquiatria infantil do hmcp/ pucc. A família queixava-se que a criança há mais ou menos três semanas apresentava-se muito chorosa, pois dizia que quando ia ler sentia que “sua cabeça” pedia para que ele lesse ao contrário, pois senão ele poderia ser atropelado e que estava com “mania de sentar e levantar”, devido as “idéias ruins que tenho sentido”. Seguia o mesmo caminho até a escola, pois senão, “quebraria a cabeça”. A mãe relata que a partir do início dos sintomas, a criança mostrava-se triste, desanimada, apresentou queda do rendimento escolar, isolou-se da família e parou de falar, pois tinha que repetir as frases ditas inúmeras vezes. Antes do início dos sintomas a criança era alegre, comunicativa, gostava de brincar e tinha muitos amigos. Não há história familiar de transtorno psiquiátrico. Aos seis anos, a criança havia sido submetida a um acompanhamento psicológico de durante um ano, pois apresentava dificuldade de concentrar-se na escola. Há quatro anos, a criança faz acompanhamento no serviço de pneumologia do hmcp/pucc com diagnóstico de asma brônquica, rinite alérgica e sinusopatia crônica. Havia sido submetido a apendicectomia há cinco
meses. Os pais apresentavam um bom relacionamento e mantinham uma postura afetiva adequada frente a criança. Apresentava eeg, ecg, t3, t4, tsh, hmg e glicemia normais. O exame psíquico demonstrava uma criança ansiosa, inquieta, de fala baixo e monossilábica, sem
alterações da senso-percepção e das funções cognitivas. Ao exame neurológico apresentava um tremor fino de extremidades. Através das diretrizes da CID 10, foi feito diagnóstico de transtorno obsessivo compulsivo associado a um episódio depressivo moderado. Foram tomadas as seguintes condutas: recebeu tratamento psicoterápico (psicoterapia comportamental) semanal no setor de psicologia do referido hospital, a mãe participou de um trabalho semanal de orientação familiar e a criança recebeu uma dose de clomipramina com aumento semanal com avaliação médica, estudos da “Associação Brasileira de Psiquiatria”.
O tratamento com fluoxetina: eficácia no TOC juvenil e principais efeitos colaterais as ações da fluoxetina resultam de um bloqueio altamente seletivo da recepção da serotonina nos neurônios pré-sinápticos. Com isso há uma elevação da concentração de serotonina ativa em áreas críticas do Sistema Nervoso Central. Além disso, apresenta uma ação reguladora dos b – adrenoceptores centrais e pode normalizar a densidade e a função dos receptores 5ht1a 5ht2 centrais em pacientes com depressão. A fluoxetina parece ser tão eficaz quanto os antidepressivos tricíclicos no tratamento da depressão e revela vantagens sobre estes com relação a tolerabilidade (Leonard, 1992). Devido à sua especificidade a fluoxetina não apresenta muitos dos efeitos associados com os receptores muscarínicos, histaminérgicos e a – adrenérgicos. Cardiotoxidade, sedação, ganho de peso e efeitos anticolinérgicos, próprios dos antidepressivos tricíclicos, não costumam ocorrer com a fluoxetina.
Nos estudos, observou-se o tratamento com a Sertralina: eficácia no TOC juvenil e principais efeitos colaterais. Os primeiros estudos que avaliaram a eficácia e segurança da fluoxetina em crianças e adolescentes com TOC estimularam a realização de pesquisas com outros ISSR, sempre em busca de nova opções de tratamento. Wolkow et. al. (1997) estudaram a eficácia da sertralina no TOC pediátrico em um estudo multicêntrico, duplo-cego, placebocontrolado, com duração de 12 semanas. Os autores avaliaram 187 crianças (107 crianças entre
6 e 12 anos e 80 adolescentes entre 13 e 17 anos) que foram tratadas de forma aleatória ou com sertralina (n= 92) ou com placebo (n=95). A dose terapêutica de sertralina foi, inicialmente, por recomendação médica. As medidas de eficácia utilizadas foram as seguintes:

Children’s YaleBrown Obsessive Compulsive Disorder (cy-bocs), National Institute of Mental Health Global Obsessive Compulsive Scale (nimh gocs), Clinical Global Impressions (CGI). Todas as mediadas de eficácia demonstraram uma melhora, maior e estatisticamente significativa, com o uso de sertralina do que com o uso de placebo. Discussão: Vários estudos tem documentado a eficácia dos antidepressivos serotoninérgicos no TOC (Devaugh-geiss et. al., 1992; Flament et. al., 1985; Leonard et. al., 1991; Riddle et. al., 1990, 1992). A fluoxetina nos diversos estudos revisados demonstrou-se eficaz em 50% a 74% dos pacientes pesquisados, reduzindo significantemente a sintomatologia obsessiva-compulsiva. (Liebowitz et. al., 1990; como & Kurlan, 1991; Riddle et. al., 1990,1992). Apesar de se ter demonstrada uma droga segura e bem tolerada pelos pacientes, uma série de efeitos colaterais foram relatados em crianças e adolescentes. Os principais efeitos colaterais, a exemplo dos adultos, foram relacionados com o sistema nervoso central (agitação psicomotora, mania, insônia, ideação suicida). Outros sintomas variam de náuseas, vômitos, perda do apetite até a descrição de galactorréia. Não foram descritos alterações na pressão arterial, pulso, peso ou medidas laboratoriais. O efeito adverso mais comum, a agitação psicomotora que ocorre nas crianças, muito nos faz lembrar os estados de ansiedade descritos em adultos usando inibidores seletivos da recaptação de serotonina. Psiquiatra Cesar de Moraes, Medico da PUC, Campinas-SP.

Percepção de sensação de cura: observa-se que o tratamento de TOC em criança com os medicamento mais recomendados e com o TCC tem maior possibilidade no avanço da cura pela pouca resistência pessoal e por ter o organismo mais jovial e adaptável aos medicamentos e à psicoterapia o que permite que o paciente tenha uma maior sensação de cura e bem estar e isso
certamente colabora para que os pensamentos obsessivos sejam melhor controlados evitando ao
paciente ceder aos sintomas da compulsão (Jvsf).
3.1 – Razões para o Tratamento.
Nas suas teses afirmar a psiquiatra Dra. Ana Beatriaz, no livro Mentes e Manias, cita
razões que ajudam no tratamento do TOC. Tratar as alterações do comportamento e como isso
se aplica ao TOC e apresentar de maneira objetiva as ferramentas que a medicina e a psicologia
disponibilizam em parceria, com a intenção de ajudar as pessoas com TOC a atingir um estado
de conforto essencial com a possibilidade de alcançar a condição mental COT (cognição,
organização e transformação) de forma produtiva e estruturadora. Em relação ao conceito de
tratamento hoje, precisamos ter em mente que só devemos tratar aquilo que traga incômodo
(desconforto) para o indivíduo ou para o meio social no qual ele estabelece suas relações. Assim,
na maioria absoluta dos casos em que as pessoas referem diferenças no seu modo de se
comportar, elas próprias terão condições de avaliar em conjunto com seu terapeuta ou psiquiatra
o grau de sofrimento e transtorno que tal situação vem trazendo para sua vida afetiva, profissional
ou social e suas reais chances de vencer essas limitações sem uma ajuda mais consistente. As
vezes a pessoa se sentem ridícula e isso dói e a faz sofrer muito. Logo, se há TOC, há sofrimento,
caso contrário não seria TOC. Por isso todo indivíduo com TOC deve ser tratado. Ele pode até
não querer, é um direito dele. No entanto, dentro dos critérios respeitosos e éticos praticados pela
medicina do comportamento, ele não só deve como merece ser tratado, a fim de usufruir uma
vida em que a dor e o sofrimento sejam exceções, e não regra a ser seguida dia após dia, e nesse
tratamento para que se avalie progresso na cura deve ser seguido algumas recomendações,
parâmetros e objetivo seguinte.
Recomendação: 1. Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. 2.
Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. 3. Relatos de casos
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(estudos não controlados). 4. Opinião desprovida de avaliação crítica, baseada em
consensos, estudos fisiológicos.
Objetivos: 1. Oferecer uma visão geral da melhor evidência disponível a respeito dos
recursos que devem fazer parte do tratamento de primeira linha do Transtorno Obsessivo
Compulsivo; 2. Apresentar detalhadamente as características do tratamento
psicoterápico do Transtorno Obsessivo-Compulsivo; 3. Apresentar detalhadamente as
características do tratamento farmacológico do Transtorno Obsessivo-Compulsivo; 4.
Apresentar o conceito de resistência e refratariedade ao tratamento e as alternativas
atuais propostas para essas situações.
1- Medidas educativas objetiva informar ao pacientes e familiares informações sobre as
causas e origens da doença, a epidemiologia, características clínicas, prognóstico e diferentes
tipos de tratamentos do TOC, bem como a explicação de origem e a reprodução dos sintomas,
com o objetivo de esclarece-lo e faze-lo a reconhecer e aprender controlar os seus sintomas dia
a dia e que possa contribuir para facilitar a aceitação do tratamento e o engajamento de todos os
envolvidos nas medidas que serão propostas ao longo do tratamento, para diminuir o estigma da
doença.
2. Os métodos psicológicos devem ser realizados em formato individual. As abordagens
em grupo podem ser com terapia familiar a ser indicada em certas situações, quando atitudes dos
familiares forem favoráveis para melhora dos sintomas do paciente.
3. Nas avalições os benefícios do tratamento farmacológico costumam ser lento, exige
aumento de tempo e, por isso, deve-se esperar pelo menos 03 meses para que se possa avaliar um
paciente que não respondeu ao tratamento. Para o TOC resistente a tratamento efetivado, diversas
formas de realização monitorada do tratamento inicial foi investigada.
Nas pesquisas com longa duração de estudos, a permanência da resposta ao longo da
manutenção do tratamento e do reaparecimento da doença quando é interrompido tratamento,
demonstra que esse tratamento deve ser perpetuado. Deve-se conscientiza que o TOC exige
tratamento de longa duração, com a aplicação de doses mínimas para assegurar um suportável
tratamento e uso moderado dos medicamentos. Medidas necessárias nas intervenções educativas
aos pacientes e familiares no tratamento do toc. As crianças podem obedecer a certos rituais, o
que é absolutamente normal. No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a
frequência desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue. Os pais e
familiares não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem ajudá-
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los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a ansiedade. No
TOC, acredita-se que intervenções educativas sejam necessárias, pois muitas pessoas
desconhecem que as diversas manifestações são sintomas de um transtorno tratável. No entanto,
são poucos os estudos comparando a efetividade de tais intervenções isoladas no tratamento do
TOC. Em estudo realizado com crianças ansiosas, junto com seus pais, observou-se que o grupo
de crianças que recebeu terapia cognitivo-comportamental (TCC) individual associada à
psicoeducação (biblioterapia) obteve maior grau de melhora, após 3 a 6 meses de
acompanhamento, quando comparado ao grupo que recebeu apenas a TCC, sugerindo que a
biblioterapia teve possível mérito sobre a melhora destes pacientes.
Recomenda-se que com indivíduos adultos, utilizar abordagens psicoeducativas tanto
para pacientes com TOC quanto para seus familiares, pois as principais manifestações clínicas e
formas de tratamento do TOC são largamente desconhecidas da população em geral e isso pode
ajudar na resposta terapêutica. A influência da acomodação familiar no prognóstico do paciente
deve ser moderada e rotina mantida. O TOC, em geral, interfere no funcionamento familiar,
levando os demais membros da família, muitas vezes, a modificar suas rotinas em função dos
sintomas do paciente. Na maior parte dos casos, em 88,2%, há a participação da família nos
sintomas do TOC. Os comportamentos mais frequentemente adotados por familiares incluem
responder com reasseguramento às dúvidas do paciente, esperar que ele complete os rituais,
obedecer às suas exigências ou imposições e assumir suas responsabilidades. A participação
direta dos familiares nos rituais, bem como a modificação no cotidiano da família em decorrência
dos sintomas do TOC (por exemplo, separar objetos para uso exclusivo do paciente, não entrar
em certos cômodos, deixar de receber visitas) é entendida como acomodação familiar e pode ser
um fator de manutenção dos sintomas.
Em estudo realizado em nosso meio, constataram que, no grupo dos pacientes refratários
ao tratamento, os familiares apresentaram maior índice de acomodação e de desgaste familiar
quando comparados aos familiares de pacientes respondedores. No entanto, não foi possível
saber se a maior acomodação familiar foi causa ou consequência da gravidade dos sintomas. Ao
se envolverem no tratamento, os membros da família também se beneficiam, compreendendo
melhor o transtorno e suas causas, e aprendendo estratégias efetivas para manejar os sintomas do
paciente. Assim, os familiares param de reforçar os comportamentos compulsivos e colaboram
efetivamente com o tratamento.
O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira.
Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para tratamento.
Ou seja, a família não deve mudar a sua rotina em função do TOC. Esconder os sintomas por
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vergonha ou insegurança é compreensível, é um péssimo caminho. Quanto mais se adia o
tratamento, mais grave fica a doença e maior o sofrimento para o paciente e para sua família.
Deve ser recomendado, sempre que possível, envolver os familiares do paciente no tratamento,
pois comportamentos de adaptação (acomodação familiar) aos sintomas são comuns e, além de
desgastantes emocionalmente, são mantenedores dos sintomas do TOC. A resistência a essas
recomendações, é forma impeditiva de proporcionar ao paciente uma melhor sensação satisfativa
de cura que o torne resistente aos rituais da compulsão.
Observa-se que existe o tratamento psicoterápico mais eficaz para o toc, estão
acessíveis. O tratamento psicoterápico considerado de primeira escolha para o TOC é a
Exposição com Prevenção de Respostas (EPR), uma técnica da terapia comportamental. A EPR
consiste na apresentação contínua de estímulos ansiogênicos (situações, objetos ou o próprio
pensamento obsessivo) combinada com a prevenção da resposta compulsiva. Quando há um
contato prolongado e repetitivo com um estímulo ansiogênico, gradativamente ocorre diminuição
da ansiedade diante do mesmo estímulo. Este fenômeno é chamado habituação. A EPR pode
incluir também técnicas cognitivas, como a correção de crenças disfuncionais, experimentos
comportamentais e reavaliação das probabilidades de risco, abordagem conhecida como
cognitivo comportamental. No entanto, estudos recentes seguem incluindo a EPR como elemento
chave do tratamento psicoterápico do TOC.
É recomendado que no tratamento psicoterápico dos sintomas do TOC, deve-se indicar
a exposição sistemática e repetida aos estímulos temidos, com prevenção dos rituais
compulsivos, terapia comportamental de EPR, de preferência associada à abordagem cognitiva,
que consiste na modificação das crenças errôneas subjacente.
3.2 – Neurociência
Pesquisas por universidades como na USP, com o auxílio de técnicas de neuroimagem,
os pesquisadores obtiveram evidências de que as duas formas de tratamento internacionalmente
recomendadas para amenizar os sintomas do TOC. A terapia cognitivo-comportamental. O
antidepressivos que atuam de maneira distinta no cérebro, em ambos os casos interferindo na
atividade do circuito neuronal supostamente envolvido no problema. Eles também demonstraram
que uma alternativa extrema, uma cirurgia cerebral que interrompe permanentemente a
comunicação entre partes desse circuito neuronal. No Brasil é feita de modo experimental, ajudou
a controlar os sintomas no TOC de alta gravidade, em que nem terapia nem medicação haviam
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surtido efeito, em metade dos casos. Outra contribuição relevante, talvez até a mais interessante
para quem tem TOC, é a constatação de que, nos casos leves e moderados, o resultado do
tratamento com medicação é semelhante ao efeito da psicoterapia, no TOC, os medicamentos
mais usados são os antidepressivos inibidores de recaptura de serotonina e a forma de
psicoterapia preferencial é a terapia cognitivo-comportamental. O importante, dizem os
pesquisadores, é tratar o problema de forma continuada. O acompanhamento de 158 pessoas com
TOC por dois anos deixou claro que os sintomas regrediam mais com o aumento da duração do
tratamento. “Esse trabalho mostra que, independentemente do tratamento adotado no início, o
importante é mantê-lo, porque a melhora leva tempo para aparecer”, afirma a psiquiatra Roseli
Shavitt, uma das autoras do estudo e coordenadora do Projeto Transtornos do Espectro
Obsessivo-Compulsivo (Protoc) da USP. “O TOC é uma doença crônica para a qual não existe
solução fácil”, comenta Juliana Diniz, outra psiquiatra da equipe. “Para surtir resultado, o
tratamento leva no mínimo meses; com frequência, anos; e não é incomum que dure a vida toda”,
conta. Estudos feitos em vários países indicam que o problema atinge de 2% a 3% das pessoas,
proporção que pode variar de acordo com a região ou a metodologia da pesquisa. A equipe da
psiquiatra Laura Andrade, também da USP, numa pesquisa com cerca de 5 mil moradores da
Região Metropolitana de São Paulo, em 2012, detectou que 4% dos participantes haviam
apresentado sintomas obsessivo-compulsivos no ano anterior ao levantamento – taxa bastante
expressiva, ainda que inferior à de depressão (11%) e à de diferentes formas de ansiedade (19%).
A neurociência tem demonstrado que ao longo da história da psiquiatria, desde o século XIX,
alguns autores antigos colocavam o TOC como um transtorno do Intelecto, da Vontade ou das
Emoções. Freud interpretou a neurose obsessiva como um conflito entre o consciente e o
inconsciente, resultado da repressão do desejo sexual.
3.3 – Medicamentos e TCC
Medicamentos: As medicações utilizadas para o TOC não causam dependência”. São
remédios que visam diminuir a ansiedade gerada pelas obsessões e compulsões, reestabelecendo
níveis do neurotransmissor serotonina. Assim, as medicações de primeira linha são os
antidepressivos serotoninérgicos. Algumas outras medicações mais modernas também atuam em
outros neurotransmissores, como a dopamina e glutamato e podem ser associadas ao
antidepressivo em casos de não resposta. O psiquiatra vai, juntamente com cada indivíduo,
escolher a medicação mais eficaz com o menor perfil de efeitos colaterais, visando um controle
máximo dos sintomas, afirma a Psiquiatra Ana Beatriz, em seu livro Mentes e Manias.
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É de suma importância o papel da psicoterapia individual e grupal no tratamento do toc.
para isso existem as vantagens e desvantagens para cada tipo de atendimento. A forma individual
da EPR, além de ser a modalidade cuja eficácia no TOC está mais bem estabelecida, tem a maior
taxa de resposta terapêutica, de 86%, enquanto que o uso de clomiprida tem resposta de 48% e a
associação deste fármaco com EPR apresenta taxa de resposta de 79%9. O TCC na forma
individual é a modalidade mais utilizada na prática clínica. É efetiva na redução dos sintomas
obsessivo-compulsivos em 70% dos pacientes. A falta de terapeutas treinados, levou os
pesquisadores a testarem a eficácia do formato grupal tanto da terapia de EPR como da TCC.
Vários estudos e pelo menos uma meta-análise recentes comprovam a eficácia da terapia de EPR
ou TCC em grupo no tratamento do TOC. A eficácia parece ser semelhante para a terapia grupal
e a terapia individual na redução dos sintomas obsessivo-compulsivos.
As vantagens do tratamento individual incluem a maior facilidade para adaptar a terapia
aos sintomas e às condições pessoais de cada paciente. Esse aspecto é importante ao se levar em
conta a diversidade de apresentações clínicas que caracterizam o TOC, e as diferenças nas
condições pessoais. Na terapia individual, o terapeuta pode utilizar intervenções mais adequadas
para a abordagem de cada dimensão de sintomas em particular, podendo dar uma atenção maior
a cada paciente. A terapia individual exige maior tempo do terapeuta treinados em TCC ou terapia
de EPR para o TOC.
A TCC em grupo, além de utilizar a EPR e técnicas cognitivas, procura tirar proveito
dos chamados fatores grupais, como o compartilhamento de experiências, a descoberta da
universalidade dos problemas decorrentes dos SOC, a coesão grupal, a aprendizagem social que
ocorre com a observação do comportamento dos demais participantes, entre outros. Calcula-se
que os terapeutas despenderam 1/5 do tempo que gastam caso tratassem o mesmo número de
pacientes individualmente. Em contrapartida, calculou-se que dois terapeutas conduzindo grupos
com 5 a 7 participantes necessitam de um total de 7 horas, enquanto que no tratamento individual
seriam necessárias 11 horas por paciente. Deve-se destacar ainda a importante função social da
terapia em grupo ao disponibilizar essa modalidade de tratamento para um número maior de
pacientes, podendo ainda ser oferecida em instituições públicas, otimizando a disponibilidade de
terapeutas treinados. Finalmente, o formato em grupo possibilita a participação de observadores,
condição que facilita o treinamento de outros profissionais, aspecto particularmente interessante
em hospitais-escola destinados ao treinamento de outros profissionais, cita a “Psiquiatra Dra.
Ana Beatriz”.
Já as desvantagens associadas à terapia em grupo incluem a contraindicação dessa
modalidade de tratamento para pacientes com sintomas muito graves, que em razão da sua
23
psicopatologia, ou por serem portadores de comorbidades como transtornos da personalidade
borderline, histriônica ou esquizotípica, fobia social, transtorno bipolar ou psicoses, possam
desagregar o grupo. Isso pode ocorrer por monopolizarem a atenção, provocarem confrontações
ou não conseguirem se relacionar com os demais membros. O grupo tem ainda pouca
flexibilidade de horários e o número de sessões geralmente prédeterminado. É imprescindível, e
recomenda-se avaliar caso a caso a indicação de psicoterapia cognitivo-comportamental
individual ou grupal, pois ambas as formas de tratamento se mostraram eficazes no TOC. A
psicoterapia grupal, além de apresentar boa relação custo-benefício e poder ser oferecida a um
maior número de portadores, diminui o isolamento e favorece a aprendizagem social, assim como
o compartilhamento de experiências semelhantes. No entanto, é contraindicada em casos muito
graves ou com certas comorbidades, como transtornos psicóticos ou alguns transtornos da
personalidade. Vários fatores estão associados com a menor adesão ao tratamento psicoterápico
do toc por alguns motivos. Até o momento, os fatores associados com menor adesão ao
tratamento das terapias de EPR ou TCC não estão bem esclarecidos. Diferentes variáveis têm
sido associadas a resultados desfavoráveis na terapia de EPR ou TCC do TOC: depressão
moderada ou intensa, crítica prejudicada, convicção quase delirante ou ideias supervalorizadas,
transtorno de personalidade esquizotípica. Parece que homens têm Transtorno Obsessivo
Compulsivo: Tratamento menor resposta à terapia e falta de motivação para a realização das
tarefas. Outro estudo correlacionou elevados escores na dimensão de sintomas
“sexual/religiosos” com resultados piores. No mesmo estudo, pacientes com colecionamento
tenderam a abandonar precocemente o tratamento e a apresentar pior resposta. A maior gravidade
inicial dos sintomas foi preditor de pior resposta para os que completaram o tratamento. Parece
haver uma associação independente entre as seguintes variáveis e a melhor resposta à TCC em
grupo: gênero feminino; qualidade de vida avaliada no domínio psicológico, e menor gravidade
dos sintomas avaliada pela escala “Clinical Global Impression”.
Estudos mostram que 20% a 30% dos pacientes se opõem à EPR, temerosos em sofrer
com a ansiedade provocada pelos exercícios de exposição, o que, somado ao abandono do
tratamento, torna esta modalidade de tratamento ineficaz em aproximadamente metade de todos
aqueles para os quais foi indicada, e em 1/4 dos que completam o tratamento. Em nosso meio,
foram encontrados índices de abandono na TCC em grupo que variaram de 4% a 6%. Espera-se,
no tratamento do TOC, que até 25% dos pacientes não se comprometam com os procedimentos
indicados na TCC e que apenas ao redor de 50% irão executar as tarefas de casa durante a TCC.
Verifica-se que ao se indicar a TCC, é importante considerar que muitos pacientes com TOC não
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aderem ou não seguem as orientações terapêuticas corretamente, prejudicando a resposta. Pior
resposta tem sido relatada em pacientes com sintomas mais graves inicialmente e pior crítica,
com ocorrência de sintomas depressivos moderados ou graves, traços esquizotípicos de
personalidade e falta de motivação para o tratamento.
Como demonstra a “Associação Brasileira de Psiquiatria” nos seus estudos, existem
vários tratamentos farmacológicos de primeira linha para o TOC. Esses tratamentos são os
inibidores de recaptação de serotonina (ISRS), classe de medicamentos antidepressivos que
inclui os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e a clomipramina (tricíclico). A
eficácia medicamentosa é avaliada pela diminuição de pelo menos 35% da Escala de Yale-Brown
Obsessive-Compulsive (YBOCS). Há controvérsias em relação à eficácia comparativa dessas
drogas, pois meta-análises demonstram que a clomipramina é mais efetiva que os ISRS, mas as
avaliações foram feitas em “ensaios de curta duração” e, no longo prazo, o perfil de efeitos
colaterais e interações medicamentosas acabam mostrando mais benefícios com os ISRS. Assim,
a escolha preferencial por algum destes ISRS varia de acordo com a disponibilidade e o perfil de
efeitos colaterais. Náusea, dor de cabeça e insônia são os efeitos colaterais mais comuns no uso
destas medicações.
O tratamento com os ISRS é mais eficaz que o placebo na redução dos sintomas de TOC
em 6-13 semanas, com redução da Escala de Yale-Brown Obsessive-Compulsive (ybocs) em 8
Transtorno Obsessivo Compulsivo: No tratamento ISRS são mais eficazes que o placebo na
obtenção de resposta clínica. Com os fármacos, a redução do risco relativo foi semelhante e a
média ponderada não teve diferença significativa. Quando a estratégia de primeira linha ISRS
falha, deve-se utilizar a associação de clomipramina, ou associar ISRS com antipsicóticos. Os
inibidores seletivos da recaptura de serotonina e noradrenalina (NASA), como a venlafaxina,
também são investigados como possíveis agentes no tratamento do TOC. Como estratégia de
primeira linha, comparando-se o ISRS (paroxetina) com o NASA (venlafaxina), a análise por
intenção de tratamento foi melhor para a paroxetina, com redução da Escala de Yale-Brown e a
venlafaxina reduziu satisfatoriamente. Para responsivos ao tratamento de primeira linha, a
paroxetina é melhor que a venlafaxina, porém esta última é uma alternativa de associação nos
casos de refratariedade, estudos pela “Associa Brasileira de Psiquiatria”.
Foi elaborado uma tabela onde constam todos os fármacos com evidência comprovada
de eficácia para o tratamento do TOC e as doses recomendadas. As doses efetivas para os
pacientes com TOC são, em geral, maiores do que as recomendadas habitualmente para o
tratamento dos transtornos depressivos. O uso de venlafaxina em doses corretas indica a
monitoração da pressão arterial, assim como o uso de clomipramina necessita de monitoração
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eletrocardiográfica e, se possível, seu nível sérico. Recomenda-se para o tratamento
farmacológico do TOC utilizar antidepressivos inibidores da recaptura de serotonina, sejam eles
seletivos (ISRS), como fluoxetina, sertralina, fluvoxamina, paroxetina, citalopram ou
escitalopram, ou não, como a clomipramina (tricíclico). A escolha deve se pautar no perfil de
efeitos colaterais de cada medicamento, e as doses médias necessárias, em geral, são mais altas
do que as recomendadas para os transtornos depressivos; a venlafaxina (NASA) é uma alternativa
de associação nos casos de refratariedade.
É sabido que remédio, é remédio, em qualquer canto, a origem também é a mesma: a
natureza, afirma a Psiquiatra Dra. Ana Beatriz. E isso tem tudo a ver com o tratamento
medicamentoso do transtorno obsessivo-compulsivo. A questão não está em tomar remédio,
medicação, e sim no que você ganha com isso em qualidade de vida cotidiana, e como esse ganho
é equacionado na balança de vantagens e desvantagens. São muitos os remédios utilizados no
tratamento do TOC, a maioria são antidepressivos. É importante notar que o paciente com TOC
em geral apresenta um quadro de depressão devido à incapacitação produzida pelos rituais.
Assim os médicos podem tratar tanto do TOC quanto da depressão com os mesmos
medicamentos. Nem todos os antidepressivos são eficazes para tratar o TOC. Alguns são usados
para tratar a depressão não têm efeito sobre os sintomas do TOC. Medicamentos como a
imipramina ou a amitriptilina, que são bons antidepressivos, só raramente melhoram as obsessões
e os rituais. Há alguns antidepressivos mais usados no TOC que se sabe ser eficazes. Cinco
medicamentos tiveram sua eficácia cientificamente comprovada em estudos duplo-cego. Nesse
tipo de pesquisa pega-se um grupo grande de indivíduos portadores de TOC e metade deles
recebe uma medicação de fato, e a outra metade, placebo (uma pílula de açúcar, sem nenhum
efeito). Os estudos duplo-cego fornecem uma avaliação imparcial e precisa da eficiência de cada
medicação testada, uma vez que durante sua realização (um ou dois anos) nem os médicos nem
os pacientes sabem quem de fato está recebendo o remédio e quem está tomando apenas uma
pílula inativa.
Em observações aos estudos de tratamento do TOC, foram classificados cinco
medicamentos que se mostraram eficazes em tais estudos foram fluvoxamina, fluoxetina,
sertralina, paroxetina e clomipramina. A clomipramina é o mais estudado de todos e era
considerado há bem pouco tempo o mais eficaz em todo o mundo. Hoje há uma crescente
evidência da eficácia dos demais, e esses remédios podem ajudar os portadores de TOC. Ainda
não está claro como esses medicamentos atuam na redução das idéias obsessivas e das ações
incontroláveis do TOC. Todos eles têm efeitos potentes em um neurotransmissor cerebral
chamado serotonina. Tudo leva a crer que esses efeitos potentes na serotonina são necessários
26
(porém não suficientes) para produzir a melhora do TOC. A serotonina é um dos vários
neurotransmissores químicos que as células nervosas no cérebro usam para se comunicar umas
com as outras. Seus receptores estão espalhados por diversas áreas do cérebro, e isso explica sua
participação em vários transtornos do comportamento, inclusive o TOC e a depressão. Os
antidepressivos utilizados no TOC são chamados de ISRS, os conhecidos inibidores seletivos da
recaptação da serotonina (exceção feita à clomipramina). Esses medicamentos aumentam a
quantidade de serotonina no espaço interasiático (espaço entre um neurônio e outro) ao impedir
que ela retorne para o neurônio que a liberou. Esse processo de retorno, chamado de recaptação,
se estiver inibido em função da ação de um ISRS, fará com que mais serotonina fique entre um
neurônio e seu vizinho. Assim a transmissão do impulso elétrico neuronal flui melhor, facilitando
o funcionamento dos sistemas cerebrais, inclusive o sistema de pensar e agir (obsessões e
compulsões). Necessita muitas doses de antidepressivos mostram eficácia no tratamento do TOC.
Para a grande maioria das pessoas, quase como regra geral, são necessárias altas doses dessas
medicações para que elas exerçam seus efeitos antiobsessivo.
Estudos feitos para tal fim sugerem os seguintes medicamentos com avaliação médica:
clomipramina, fluoxetina; paroxetina; sertralina; e fluvoxamina. Com dosagem suficiente a
eficácia em quadros de depressão, pânico ou fobia social, nos quais os mesmos medicamentos
são também bastante eficazes. Isso nos leva a acreditar que no TOC a “deficiência de serotonina
é muito grande”, daí a necessidade de doses mais elevadas de substâncias que, em última
instância, aumentam o nível de serotonina em diversos locais do cérebro. Vale destacar que na
prática clínica, um reduzido número de pacientes adultos que não responderam a altas doses
desses medicamentos, mas apresentaram melhora em doses muito baixas, de fluoxetina ou de
clomipramina. Constata-se um pequeno número de casos como esses na pesquisa clínica, a falta
de relatos semelhantes na literatura psiquiátrica em geral sugerem que estudos mais cuidadosos
sejam realizados nesse sentido. Na prática clínica depara-se com pacientes que não apresentaram
melhora com altas dosagens dos antidepressivos citados, talvez valha a tentativa de uma dose
muito baixa, afirma estudos da “Associação Brasileira de Psiquiatria” os benefícios da medicação
contra seus possíveis efeitos colaterais. Falo possíveis, pois existem pacientes, e não são raros,
que não se queixam de incômodo em face da grande melhora que obtiveram. É importante que o
paciente esteja aberto e fortalecido com relação a problemas que possam surgir em função da
medicação. Na maioria das vezes, um pequeno ajuste na dose ou a alteração no horário de tomála é tudo de que o paciente precisa, e isso pode ser facilmente resolvido entre ele e seu médico.
Como dissemos, fluvoxamina, fluoxetina, paroxetina e sertralina são antidepressivos do tipo
ISRS, enquanto a clomipramina é um antidepressivo tricíclico mais antigo, do tipo IRS, inibidor
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da recaptação da serotonina. Como a clomipramina não é seletiva, ela age sobre outros
neurotransmissores cerebrais, e não especificamente sobre a serotonina, como os demais. Tanto
os ISRS quanto os IRS podem produzir efeitos colaterais de natureza sexual em ambos os sexos.
A clomipramina costuma não alterar a libido, no entanto retarda muito o tempo de
ejaculação e de explosão do orgasmo. A fluvoxamina e a sertralina podem reduzir um pouco a
libido (desejo), mas em geral não alteram o tempo de ejaculação e do orgasmo. A paroxetina
costuma até aumentar a libido e reduzir o tempo de ejaculação e o orgasmo de forma discreta,
comparada à clomipramina. E, por fim, a fluoxetina, que não altera o timing, mas pode provocar
intensa redução do desejo sexual. Não deixe nunca de relatar a seu médico as dificuldades sexuais
advindas do uso da medicação. Embora isso possa soar a princípio embaraçoso, somente através
de seu relato ele poderá ajudá-lo a encontrar maneiras de lidar com elas ou ainda lhe indicar
medicações que eliminem o problema, enquanto você tiver de fazer uso da medicação para o
TOC. A própria Lilly, fabricante do Prozac (cujo princípio ativo é a fluoxetina), está
desenvolvendo um novo medicamento com todos os efeitos benéficos dele sem apresentar o
aspecto de redução da libido. Isso é ótimo, pois a eficácia da fluoxetina como agente
antiobsessivo é indiscutível. Os ISRS também podem, no início, causar náuseas, inapetência,
inquietação, sonolência em uns e insônia e alto senso de energia em outros. No entanto, todos
esses efeitos podem ser reduzidos ou mesmo evitados se o tratamento for iniciado em doses muito
pequenas e o aumento for feito de forma escalonada semanalmente ou de cinco em cinco dias,
dez em dez dias, conforme combine com seu médico. Outro aspecto que colabora para amenizar
esses efeitos é a ingestão de dois a três litros de água por dia e uma alimentação composta de
pequenas refeições (como se fossem lanches) de três em três horas. Prescrever essas
recomendações aos pacientes também são remédios em forma de cuidados. Quanto à
clomipramina, por ser uma medicação tricíclica (não específica) e mais antiga, pode causar
efeitos mais pronunciados como sonolência, boca seca, taquicardia, dificuldade de concentração
e problemas de urina, principalmente nos homens.
Esse medicamento clomipramina tem um papel importantíssimo no tratamento
farmacológico do TOC. Como já citado a clomipramina é um antidepressivo tricíclico que atua
em diversos sistemas de neurotransmissores. Estudos da “Associação Brasileira de Psiquiatria”
indicam que tem maior afinidade pelo transportador de serotonina do que outros antidepressivos
da mesma família, resultando em maior inibição da recaptura de serotonina. Foi a primeira
substância a ser aprovada como tratamento para o TOC. Porém, com o surgimento dos ISRS,
perdeu terreno no tratamento de primeira linha pela maior incidência de efeitos colaterais, apesar
de apresentar eficácia equivalente às drogas mais modernas. Em pacientes que não respondem a
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dois ISRS em dose máxima (tolerada ou recomendada), por pelo menos 12 semanas de
tratamento, a clomipramina é recomendada, em monoterapia. O uso da clomipramina
endovenosa ou em associação com ISRS pode ser indicado em casos refratários, mas ainda faltam
estudos que comprovem a segurança e a eficácia dessas abordagens. A recomendação é devida o
reconhecidamente eficaz a droga de referência no tratamento do TOC, a clomipramina, tem mais
efeitos colaterais, principalmente anticolinégicos, e é menos segura do que os ISRS, sendo por
isso atualmente indicada como segunda escolha. Seu uso em associação com os ISRS ou por via
endovenosa vem sendo estudado em casos refratários.
Como regra geral, a psiquiatra Dra. Ana Beatriz, registra que os medicamentos para
tratamento de TOC são muito seguros, mesmo quando usados por um longo período de tempo.
Todos os seus efeitos colaterais revertem quando são interrompidos ou retirados ao fim do
tratamento e não causam dependência ao organismo, mesmo possuindo tarja vermelha. Lembrese: viver é uma aventura cheia de efeitos colaterais e, até onde sabemos. Quando o paciente
apresentar efeitos colaterais mesmo com baixas doses das medicações é porque é portador de
hipersensibilidade a medicamentos em geral. Essas pessoas são muito sensíveis até à pequenas
doses dos antidepressivos. Para elas utiliza-se os micros doses iniciais de fluoxetina, de
paroxetina, de clomipramina, de sertralina e de fluvoxamina. Inicia-se o tratamento com doses
mínimas de uma das medicações escolhidas. Essa forma tem apresentado ótimos resultados para
muitos pacientes com TOC com hipersensibilidade medicamentosa. O problema em realizar as
micro doses é a apresentação dos remédios. A maioria desses medicamentos são fabricadas na
forma de comprimidos ou cápsulas.
Hoje já existem no mercado outras formas de apresentação de antidepressivos, como a
líquida da fluoxetina ou mesmo a solúvel, que pode ser diluída em água e tomada em frações
correspondentes às micro doses. Há a possibilidade de manipular essas medicações e o médico
pode prescrever doses mínimas. Assim pode-se realizar aumentos graduais e cuidadosos em
intervalos e aos pacientes mais sensíveis alcançar os níveis terapêuticos em um período de até
dois a três meses. Existe uma regra básica para o uso de qualquer tipo de medicação, ou seja,
deve-se evitar que sejam tomadas por mulheres grávidas, principalmente nos três primeiros
meses da gravidez, já que nesse período toda a estrutura do feto é formada. Algumas mulheres
conseguem controlar seus sintomas do TOC utilizando técnicas comportamentais de exposição e
prevenção de resposta, evitando assim o uso dos medicamentos. No entanto, se o TOC é muito
grave ou se agravou durante a gestação, haverá a necessidade de prescrever uma medicação.
Nesses casos, costumamos dar preferência ao uso da fluoxetina, uma vez que um de seus
fabricantes, o laboratório Lilly, foi o primeiro a realizar pesquisas confiáveis sobre esse aspecto.
29
Eles mostraram que a taxa de má-formação entre as mulheres grávidas que utilizaram a fluoxetina
e as que não utilizaram nenhuma medicação desse tipo foi praticamente a mesma (em níveis
estatísticos, não houve nenhuma diferença considerável). A Dra. Ana Beatriz que acompanhou
doze casos desses, e todos, sem exceção, foram muito bem-sucedidos tanto para a mãe como para
o bebê. Alguns dos” bebês” hoje já estão com 9, 10 anos e são crianças sadias e muito espertas.
Nos pacientes idosos devemos evitar a clomipramina, uma vez que eles, por terem o sistema
renal de eliminação medicamentosa funcionando com menor eficácia, tendem a apresentar os
efeitos colaterais de forma mais intensa e severa. Assim, podem ocorrer confusão mental,
retenção urinária e alterações do ritmo cardíaco. Em relação aos outros medicamentos,
paroxetina, fluoxetina, fluvoxamina e sertralina, o nível de segurança é bem maior, mas mesmo
assim devem ser utilizadas doses bem menores que as de adultos jovens com finalidade
terapêutica.
Constatado pelos estudos da “Associação Brasileira de Psiquiatria”, que todo
medicamento pode provocar efeitos colaterais mais frequentes para o tratamento do TOC. Os
efeitos colaterais mais comuns dos ISRS são: náusea, cefaleia, insônia ou sonolência e
nervosismo. Em doses maiores, também ocorrem com frequência o aumento da sudorese e
tremores de extremidades. Pode ocorrer também ganho de peso, redução da libido e anorgasmia.
O medicamento fluoxetina pode estar associada à perda de peso nos primeiros três meses de uso.
Também, o uso crônico dos ISRS está associado à osteoporose e, eventualmente, à síndrome da
secreção inapropriada do hormônio antidiurético. O aumento da prolactina também pode ocorrer.
A clomipramina tem como efeitos colaterais frequentes: ganho de peso (via aumento do apetite
por carboidratos), boca seca, constipação intestinal, sonolência, hipotensão postural, tremores de
extremidades, retenção urinária, redução da libido e atraso ejaculatório/anorgasmia. Em doses
máximas existe o risco de arritmias e redução do limiar convulsivo. A duração do intervalo QT
precisa ser monitorada, a fim de se evitar a ocorrência de arritmias malignas em pacientes
predispostos. O uso de clomipramina é contraindicado em pacientes com glaucoma de ângulo
fechado.
3.4 – Tratamento e Avaliação
Está reconhecido que a “síndrome serotonérgica” pode ocorrer quando os ISRS ou a
clomipramina são utilizados em associação com outras drogas serotonérgicas, como afirma os
estudos da “Associação Brasileira de Psiquiatria”. Para o diagnóstico dessa síndrome, que é
potencialmente grave e pode requerer cuidados intensivos, é necessário apresentar três dos
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seguintes sintomas: rebaixamento do nível de consciência (confusão mental), agitação
psicomotora, mioclonias, hiper-reflexia, sudorese excessiva, calafrios, tremores grosseiros de
extremidade, diarreia, incoordenação e febre. E, por isso é recomendado ao se prescrever ISRS
para portadores de TOC, deve-se estar atento aos efeitos colaterais mais comuns, que são: náusea,
cefaleia, insônia ou sonolência, nervosismo, sudorese, tremores, ganho de peso, redução da libido
e anorgasmia. A clomipramina tem mais efeitos anticolinérgicos e é menos segura em alguns
casos. A “síndrome serotonérgica” é rara, mas potencialmente grave, a ponto de demandar
cuidados intensivos.
Nos tratamentos de TOC já foi identificado o período mínimo recomendado para se
aguardar o efeito de uma determinada intervenção medicamentosa. O TOC é um transtorno
crônico, as vezes tem início na infância ou adolescência. Muitas vezes o tempo de evolução é
longo e a resposta ao tratamento pode ser mais lenta. No entanto, a melhora começa a ser
percebida após um mês de tratamento. Se não há melhora parcial nesse período, recomendase
subir a dose até a máxima recomendada por pelo menos oito semanas adicionais. Considera-se
prudente aguardar pelo menos 12 semanas com a dose (máxima tolerada) de determinado
antidepressivo, antes de tentar-se outro medicamento quando a resposta ao primeiro é parcial. No
entanto, se a resposta é nula em até seis semanas, recomenda-se trocar para outro ISRS. Nos
casos em que a ausência de efeitos colaterais indica uma provável metabolização rápida do
medicamento, doses maiores podem ser necessárias. No caso da clomipramina, esta pode ser
dosada no plasma e a presença de níveis baixos apesar da ingestão da dose máxima (250- 300
mg/dia) pode indicar tratar-se de paciente metabolizador rápido. Assim que encontrado o melhor
esquema terapêutico e a melhor dose individual, a persistência da resposta depende da
manutenção deste tratamento. Como há recidivas quando há interrupções, o tratamento deve ser
mantido na mesma dose por pelo menos um ou dois anos. Portanto, o TOC exige tratamento de
longo prazo, devendo-se buscar a dose mínima, segura e tolerável dos medicamentos em uso.
Devido a isso, sabe-se que a resposta aos inibidores da recaptação de serotonina não é imediata,
mas costuma demorar algumas semanas, em geral começando após um mês de tratamento.
Assim, deve-se aguardar pelo menos 12 semanas com a dose máxima (ou a máxima tolerada) de
determinado medicamento antes de se tentar outro, quando a resposta ao primeiro é parcial. Caso
a resposta seja nula em até seis semanas, recomenda-se trocar de medicação. Encontrado o
esquema terapêutico, ele deve ser mantido na mesma dose por pelo menos um ou dois anos.
Devido a eficácia do tratamento se tem uma magnitude da resposta ao tratamento
psicoterápico e farmacológico do toc. A melhora significativa dos sintomas do TOC com o
tratamento farmacológico de primeira linha (ISRS em dose máxima por pelo menos 12 semanas)
31
ocorre em 50% a 60% dos pacientes. Essa melhora é medida em relação à redução de pontos nas
escalas de gravidade, e representa a redução no tempo gasto com os sintomas, no incômodo que
estes provocam e na interferência que ocorre com as atividades e relações interpessoais. O
aumento do controle sobre os sintomas também é levado em conta. O tratamento psicoterápico
(20 sessões de psicoterapia individual ou grupal, incluindo técnicas de exposição com prevenção
de respostas) ou a associação das duas modalidades de tratamento pode melhorar os resultados,
contemplando até 70% dos pacientes em tratamento. Assim, 30% a 40% dos pacientes
necessitarão de tratamento adicional, com associação de medicamentos, uso de doses maiores do
que as recomendadas, intensificação ou aumento do tempo de terapia. Porém, mesmo aqueles
que se beneficiam do tratamento inicial podem não alcançar remissão total dos sintomas e
necessitarem tratamento adicional. Mesmo melhoras parciais dos sintomas, no entanto,
costumam resultar em importante melhora da qualidade de vida dos pacientes com TOC. Devido
a isso a recomendação de modo geral, não se deve esperar remissão completa dos sintomas do
TOC com o tratamento, pois a maioria dos pacientes (50% a 70%) apresenta melhora parcial,
porém bastante significativa sintomas passam a tomar menos tempo, incomodar e interferir
menos no dia a dia.
As medicações para o TOC devem ser tomadas diariamente e de forma regular, para que
os níveis sanguíneos se mantenham constantes. Como afirma a psiquiatra Dra. Ana Beatriz,
remédios tomados para estresse, os ansiolíticos, são conhecidos como calmantes. No caso do
TOC, os calmantes podem ser úteis em momentos de estresse agudo, como uma briga familiar
mais calorosa, a morte repentina de alguém muito querido, a perda de um emprego etc. Mesmo
assim, seu uso deve ser limitado a poucos dias, por serem tarja preta. O especialista para tratar o
TOC pode ser um psiquiatra que seja bastante familiarizado com o quadro clínico do transtorno
obsessivo-compulsivo e tenha grande experiência em seu tratamento. Tomar remédio para
controlar pensamentos e ações não representa uma espécie de fracasso pessoal. Que os outros
pensem isso de quem tem TOC, até é possível entender, mas você, mais do que ninguém, sabe
quanto é difícil controlar seus pensamentos e principalmente seus rituais ou manias. Tal qual
ocorre com os diabéticos e os hipertensos, que utilizam anti-hipoglicemiantes orais e antihipertensivos para ter uma vida confortável, as pessoas com TOC precisam de medicações
antiobsessivas/compulsivas para viver com qualidade. Devemos lembrar ao portador do TOC
que ele é algo muito maior que seus pensamentos indesejáveis e suas ações incontroláveis. E que
pior que viver mal é viver preso dentro de si mesmo, sem nenhuma liberdade de escolha. Isso é
literalmente escravidão. Ser ou não ser livre é uma decisão que faz parte desse processo. O tempo
que os medicamentos começam a produzir efeitos significativos na vida cotidiana da pessoa com
32
TOC, tudo vai depender de quanto tempo levaremos para atingir as doses terapêuticas, que, como
vimos, são bem mais altas que as utilizadas em outros transtornos, como a depressão e o pânico.
Em geral, no primeiro mês já podemos ver pequenas melhoras e, por volta do terceiro ou quarto
mês, o paciente passa a apresentar mudanças significativas com repercussões positivas em seu
cotidiano. Se nesse período o paciente estiver fazendo terapia comportamental de forma
combinada, suas chances de melhora estarão maximizadas. Estudos mais recentes revelam que
as medicações em doses terapêuticas para TOC podem ajudar cerca de 75% a 85% dos pacientes
pelo menos no que se refere a proporcionar algum alívio em seus sintomas. Uma melhora
consistente é relatada por 55% a 60% dos pacientes em monoterapia (apenas uma medicação).
Existe uma parcela reduzida de pacientes que não apresenta nenhuma melhora com esse tipo de
intervenção. Nesses casos, devemos optar por outro medicamento ou iniciar a terapia de
combinação medicamentosa, que vem se mostrando eficaz em potencializar resposta
clínica/terapêutica. Um bom exemplo dessa combinação tem sido o uso da fluoxetina ou da
fluvoxamina com a clomipramina. Não podemos esquecer que, inicialmente, as doses da
clomipramina devem ser um pouco mais baixas que as habituais, em razão do aumento nas taxas
sanguíneas de ambas as substâncias. No entanto, a melhor técnica para potencializar o tratamento
medicamentoso do TOC é associá-lo à terapia comportamental. E a boa notícia é que esta é
desprovida de efeitos colaterais e tem sua eficácia cientificamente comprovada. O uso da
medicação para TOC não é para sempre. É claro que esse é um parâmetro bastante subjetivo,
mas uma relação franca com seu médico pode fazer com que vocês estabeleçam este ponto tão
sutil quanto necessário. A partir daí vamos então pensar em tempo. Na verdade, ninguém sabe
por quanto tempo os pacientes devem tomar os medicamentos, uma vez que eles se mostrem
eficazes, mas a prática clínica aponta algumas direções: 10% dos pacientes conseguem
descontinuar os medicamentos após um período médio de dois anos, de forma gradual; 20% deles
precisam tomar uma dose alta de medicação por muitos anos ou pelo resto da vida; um grupo
grande, praticamente 70% deles, precisa tomar pelo menos uma dosagem baixa de medicação
durante muitos anos ou mesmo por toda a vida. Uma coisa é certa: os riscos de recaída serão mais
baixos se os pacientes aprenderem a usar as técnicas da terapia cognitivo-comportamental
enquanto estão se sentindo bem com a medicação, que continua agindo a longo prazo. As técnicas
comportamentais podem capacitar os pacientes a controlar qualquer sintoma que venha a retornar
após a retirada das medicações. É bom lembrar que, se houver a volta dos sintomas após um
período de descontinuidade da medicação, ela não ocorrerá imediatamente, mas sim num período
compreendido, em média, entre três e cinco semanas.
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A relação entre TOC e depressão diz a psiquiatra Dra. Ana Beatriz, é de
aproximadamente 75% dos pacientes com TOC sofreram pelo menos um episódio de grande
depressão na vida. Cerca de 40% já se apresentam deprimidos quando buscam a ajuda do
psiquiatra. Sabe-se que a consulta ocorre por causa da depressão e o TOC acaba sendo descoberto
no decorrer do tratamento. A maioria dos pacientes revelam que seus sintomas do TOC surgiram
muito antes. Isso confirma que a depressão teve início quando eles não conseguiram mais lidar
com seu TOC. É possível com certeza a combinação de medicamentos e terapia comportamental
fazer com que a maioria dos pacientes com TOC funcione bem tanto no trabalho quanto na vida
social e afetiva. A ciência continua sua busca incessante por mais dados que possam esclarecer
as causas do TOC e por novos tratamentos através de pesquisas, o que aumenta muito a esperança
de as pessoas com TOC e seus familiares obterem mais qualidade de vida em um futuro bem
próximo. Os antidepressivos mais modernos utilizados no tratamento do TOC leva a entender
que a eficácia de um remédio não é traduzida pelo seu tempo no mercado. Os antidepressivos
mais recentes diferem basicamente dos mais antigos pelo fato de estes possuírem muitos efeitos
colaterais, grande parte deles difíceis de suportar a longo prazo. O citalopram e o escitalopram
têm demonstrado bons resultados no controle das idéias obsessivas dos pacientes com TOC. As
doses de ambos costumam também ser mais altas que as utilizadas no tratamento da depressão,
porém a baixa incidência de efeitos colaterais vem motivando muitos pacientes a tratar seu
quadro de TOC. Através da experimentação real do alívio da ansiedade mesmo que o ritual não
tenha sido realizado. É óbvio que esse tratamento, a princípio, pode parecer um desafio
intransponível ao paciente com TOC. Muitos, com efeito, ficam arrepiados ao conhecer a técnica
e pedem uma solução alternativa. Contudo, não há solução possível sem o necessário
restabelecimento da bioquímica cerebral através da terapia medicamentosa, e sem o abandono
dos comportamentos condicionados e compulsivos.
A verdade é tão simples quanto dura: não há conforto vital, não há vida que valha a pena,
não há liberdade e felicidade diz as pesquisas da “Associação Brasileira de Psiquiatria”, quando
se é dependente de compulsões, quando se deixa de fazer inúmeras coisas por causa delas, quando
se perde um tempo para realizar compulsões que poderia ser empregado em viver. Assim, não se
deve insistir com alternativas à exposição e prevenção de respostas. Por mais que ela possa
parecer uma pesada pedra que se deve rolar encosta acima, no início do tratamento, nada se
compara à sensação de jogá-la encosta abaixo, depois de atingido o topo, vendo-a rolar enquanto
se diz para si mesmo:” Não preciso mais de você”. Para que o paciente se habitue à exposição
aos estímulos temidos, o psicólogo comportamental pedirá a ele que faça uma lista de eventos
mais temidos, relacionando também os pensamentos obsessivos, os rituais e a frequência com
34
que os executa. Utilizando o exemplo do “lavador”, ele poderia listar eventos que causam
desconforto, como apertar mãos, usar portas, abrir janelas, tocar em algum utensílio bastante
manuseado, como controles remotos, telefones etc. Os rituais compulsivos certamente
envolverão lavagens de mãos, banhos, limpeza sistemática e repetida de objetos. A partir dessa
lista, o paciente deve graduar, com o auxílio de seu psicoterapeuta, os eventos de menos temidos
a mais temidos. Pode-se usar uma escala de 0 a 100, em que 0 seja uma situação que não causa
ansiedade; 50, uma ansiedade média, mas já causadora de desconforto; e 100, a situação em que
se experimenta o maior grau de ansiedade e desconforto possível. Poderíamos, hipoteticamente,
imaginar uma lista assim: ansiedade graduada em 30 para abrir janelas, graduada em 50 para
abrir portas, em 70 para usar o controle remoto e 100 para apertar as mãos de outras pessoas.
Desse modo, deve-se iniciar o programa de exposição e prevenção de respostas pelas situações
causadoras de menor ansiedade, em que o paciente consiga sentir-se mais no controle e apto a
não ritualizar. À medida que a ansiedade for decrescendo com aquelas situações iniciais,
podemos partir para o próximo item da lista, causador de maior ansiedade que o primeiro, mas
que àquela altura não será tão aversivo ao paciente, visto que ele já enfrentou uma situação
desconfortável antes e deverá estar menos sensível aos estímulos. É óbvio que esse não é um
processo rápido. Alguns itens podem levar muitas semanas em exercícios de exposição diários e
com duração mínima de três horas, de preferência até que seu poder de causar sofrimento e
escravizar o paciente se arrefeça. Nesse meio tempo, o paciente pode desesperar-se, sentir-se
exausto e desesperançado, e, portanto, a cooperação da família e dos amigos é essencial. Todos
devem estar unidos no sentido de impedir que o paciente” recaia”, tal qual um dependente de
drogas, em sua necessidade de realizar os rituais.
4.0 – TÉCNICAS E RESULTADOS
Pesquisadores na USP procuram aplicar que o tipo de terapia mais eficaz para o TOC é
a chamada Terapia Cognitivo Comportamental, que muitos já ouviram falar. Mas um bom
profissional de terapia vai, junto com o indivíduo e, no tempo e na intensidade que cada pessoa
tolerar, adotando essas estratégias o que leva a uma diminuição das obsessões e compulsões.
Quando unimos a terapia com medicamentos, a eficácia é maior e os resultados tendem a ser
mais rápidos. Contudo, a maioria dos estudos apontam que o tratamento deve ser por um tempo
prolongado e que cerca de 40% dos pacientes, apesar de apresentarem importante melhora dos
sintomas, ainda continuam com resquícios do TOC. Assim, novos métodos têm sido muito
estudados e, no CINA, está disponibilizdo dois dos métodos mais avançados e pesquisados em
35
saúde mental, inclusive com muitas evidências de eficácia para TOC: A Estimulação Magnética
Transcraniana (EMT) e a técnica Mindfulness de treinamento cognitvo.
As pesquisas quanto ao tratamento do TOC são produtivas. A técnica Mindfulness, é
forma de re-aprendizado cognitivo que consiste em um treinamento de focalizar a atenção em
reações fisicas corporais, assim como em pensamentos e sentimentos, inibindo processos de
julgamento, crítica ou tentativa de mudança das sensações. Dessa forma, esse treino “inibe”
hiperativação do córtex orbito frontal, permitindo ao paciente se conectar ao momento presente
e não realizar os rituais e compulsões. É uma ferramenta nova ainda no Brasil, mas já utilizada
em diversos centros mundiais, notadamente na Universidade de Harvard e Oxford. Essa técnica
é derivada, em parte, de conceitos de meditação oriental, somados a conceitos modernos de
neurociência. Assim, não possui caráter religioso ou esotérico de meditações orientais, mas
potencializa seus efeitos benéficos. Ao se observar imagem nas pesquisas podemos ver que, no
cérebro de praticantes de Mindfulness, existe uma diminuição em áreas relacionadas ao
pensamento automático e divagação. Essas áreas são as que se encontram muito ativadas em
quadros ansiosos e no TOC.
Registra-se que décadas atrás, o TOC era considerado raro e intratável, afirma a
psiquiatra Ana Beatriz. Com o descobrimento das medicações antidepressivas tricíclicas, o
combate contra o transtorno passa da defensiva desesperançada à ofensiva vibrante. No campo
da psicoterapia, a união de uma antiga e grande força da psicologia, o comportamentalismo, com
a mais recente (e, no entanto, de crescimento exponencial) terapia cognitiva do psiquiatra
americano Aaron Beck resultou em um sistema teórico e psicoterápico robusto, cientificamente
orientado, objetivo, que busca a eficácia em nome do bem-estar do paciente: a terapia cognitivocomportamental. Cognições se referem a nossas funções mentais superiores, tais como
pensamento, memória, linguagem e atenção. A terapia cognitiva, o foco é nos processos de
pensamento, em como eles influenciam nossa visão de mundo e nossa interpretação dos
acontecimentos, refletindo-se em nossas emoções e comportamentos. Se uma pessoa tem um
padrão de pensamentos negativistas, pessimistas e autodepreciativos, podemos inferir sem muita
dificuldade como serão seus padrões de sentimentos e comportamentos. A psicoterapia
cognitivo-comportamental busca a mudança de padrões disfuncionais de pensamento para
promover a melhora, que se refletirá nas emoções e nos comportamentos. A mudança no padrão
de comportamento é de importância fundamental no caso do TOC. Os pacientes na mudança de
comportamentos levaram a uma mudança positiva nos padrões de pensamento no tratamento
cognitivo-comportamental para o TOC, a princípio, quando é familiarizado com o conteúdo e as
técnicas da terapia para o TOC, o paciente pode sentir-se intimidado, com a sensação de que vai”
36
dormir com o inimigo”. As técnicas comportamentais para o TOC envolvem justamente quebrar
o círculo vicioso. A ansiedade retorna e a necessidade de praticar os rituais também. É um círculo
vicioso que gira em torno do próprio eixo infinitamente. A pessoa com TOC condicionou-se a
ritualizar para ter um alívio ilusório e curto de seu sofrimento.
É preciso quebrar o círculo. A maneira mais eficaz de partir esta roda da ”desfortuna” é
atacando seu componente mais concretamente passível de modificação: os rituais. O processo é
aparentemente simples: depois de ter pensamentos obsessivos (que podem ser evocados através
da exposição proposital a estímulos e situações temidas), o paciente deve impedir-se de praticar
os rituais, mesmo que experimente ansiedade. Lembremos que o paciente associou a ritualização
com a diminuição de ansiedade. No entanto sabemos que a ansiedade tende a diminuir após certo
tempo (de vinte a quarenta minutos), mesmo que os rituais não sejam executados. Podemos dizer,
sucintamente, que a ansiedade decrescerá de qualquer maneira porque nosso organismo tem
mecanismos próprios para” desligar” as reações de ansiedade, já que estas causam um gasto
muito grande de energia. O desafio consiste em suportar esse período de ansiedade sem cair na
tentação de realizar os rituais. Embora isso seja aparentemente simples, o paciente precisa estar
disposto a enfrentar as situações e expor-se aos estímulos temidos, impedindo-se de realizar os
rituais pelo tempo que for necessário até a ansiedade ceder. Isso é extremamente importante, pois
é preciso que o paciente desvincule as compulsões da ansiedade, que ele desassocie os rituais da
sensação de alívio e segurança. Como dissemos, essa relação é apenas arbitrária e ilusória,
causando imensos problemas e impedimentos à vida de uma pessoa, em troca de apenas alguns
instantes de alívio.
Observando-se os tratamentos tornou-se possível comparar a eficácia dos tratamentos
psicoterápicos e farmacológicos no TOC. A psicoterapia via TCC, é a primeira opção quando
está disponível, desde que não haja outros transtornos comórbidos que indiquem a necessidade
de tratamento medicamentoso, e desde que o paciente se encontre motivado para este tipo de
tratamento. Alguns estudos sugerem a superioridade do tratamento combinado (ISRS e
psicoterapia comportamental) sobre a monoterapia com psicoterapia ou medicamentos. Portanto,
se houver disponibilidade, parece válido indicar as duas modalidades desde o início do
tratamento. O tratamento combinado apresentou significantemente menos sintomas de TOC após
o tratamento em relação a aqueles que receberam somente monoterapia medicamentosa. Os
pacientes com sintomas mais graves, e aqueles com pouca crítica do seu estado mórbido, devem
receber tratamento medicamentoso (em associação com psicoterapia). Pacientes com sintomas
leves e moderados podem receber apenas psicoterapia como tratamento inicial. A comorbidade
com depressão grave requer uso de medicamentos, já que o tratamento combinado parece
37
oferecer maiores benefícios em relação à melhora do humor. A psicoterapia não disponível ou
não aceita, o tratamento medicamentoso deve ser indicado. E, para isso recomenda-se iniciar o
tratamento do TOC apenas com TCC, ao paciente que se mostre motivado para a psicoterapia.
Já em casos mais graves, com sintomas depressivos relevantes associados, é recomendado o uso
de medicamentos ISRS, sempre que possível em combinação com a TCC.
Para eficácia do tratamento existem diversas estratégias farmacológicas que podem ser
usadas quando um paciente não responde a um primeiro tratamento medicamentoso. Registre-se
que “Associação Brasileira de Psiquiatria” traz diferentes estratégias farmacológicas podem ser
empregadas quando um paciente não responde a um primeiro tratamento medicamentoso. Vale
ressaltar que, antes de assumirmos que o paciente não respondeu ao tratamento, devemos garantir
que tenha sido feito uso de um medicamento de primeira escolha, na dose máxima recomendada
ou tolerada, por tempo suficientemente longo de pelo menos 12 semanas, pois a taxa de resposta
à monoterapia com ISRS é satisfatória. O aumento da dose do antipsicótico deve ser utilizado
em pacientes com dose máxima tolerada e sem resposta ao tratamento de 12 semanas. Há redução
do risco absoluto a favor do aumento da dose do antipsicótico. No grupo de pacientes com
comorbidade de tiques, há benefício com RRA. Na eventualidade do paciente ter obtido uma
melhora parcial com o primeiro tratamento, outra opção terapêutica é a associação de um
neuroléptico, típico ou atípico, ao ISRS que o paciente já fazia uso. Caso a resposta seja nula ou
mínima, pode-se substituir o ISRS em uso por outro ISRS, ou trocar pela clomipramina. Devido
a isso, a recomendação só se deve considerar não resposta a determinado medicamento quando
este tiver sido empregado pelo tempo mínimo de três meses, na dose máxima recomendada ou
tolerada. Nesse caso, recomenda-se chegar à dose máxima recomendada para os pacientes que
inicialmente usaram a dose tolerada ou substituir por outro ISRS ou pela clomipramina, ou ainda
associar um neuroléptico típico ou atípico ao ISRS.
As pesquisas tem demostrado que efetivamente no tratamento de TOC tenha bons
resultados as estratégias de potencialização medicamentosa a escolha do tratamento num caso de
resistência ao tratamento de primeira linha. Na resistência aos tratamentos de primeira linha para
o TOC, existem os ensaios clínicos aleatorizados (ECR) de potencialização medicamentosa de
ISRS com neurolépticos, particularmente com o haloperidol, a risperidona, a olanzapina e a
quetiapina. Os estudos com o haloperidol e a risperidona fornecem a evidência mais consistente
de eficácia. Outros neurolépticos, como a pimozidal e amisulprida, foram avaliados em estudos
abertos, com menor nível de evidência, mas também sugerindo algum benefício. A pimozidal
está entre os neurolépticos mais estudados na comorbidade de transtorno de tiques. O uso de
amisulprida, reduziu o escore da Escala de Yale-Brown em 12 semanas de tratamento. Efeitos
38
adversos mais comuns foram ganhos de peso (70% dos pacientes estudados), sedação leve (65%)
e astenia. A recomendação em casos resistentes aos tratamentos de primeira linha, recomenda-se
tentar a potencialização medicamentosa dos ISRS com neurolépticos, principalmente o
haloperidol, a risperidona, a olanzapina e a quetiapina.
Observa-se que se tem previsão da duração do tratamento e como deve ser feita a
retirada do(s) medicamento(s). O tratamento do TOC é de longo prazo. Uma vez estabelecida a
resposta ao tratamento, ou seja, melhora satisfatória do quadro clínico, em se tratando de primeiro
episódio ou primeiro tratamento, preconiza-se manter o tratamento farmacológico por pelo
menos um ano. Após um ou dois anos de terapia de manutenção, a retirada deve ser feita de modo
gradual, para evitar sintomas deve-se tentar a retirada lenta e gradual, mas em caso de duas ou
mais recaídas, deve-se manter o tratamento medicamentoso indefinidamente, principalmente se
o paciente não receber TCC concomitantemente.
Estudos da “Associação Brasileira de Psiquiatria” apresentam que pelos tratamentos já
se sabe que quando feito o diagnóstico de TOC refratário, qual é a alternativa terapêutica. Os
critérios de refratariedade variam de acordo com os estudos, mas, em geral, denominamos
refratário aquele paciente com pouca ou nenhuma melhora após ter se submetido a pelo menos
três tentativas de tratamento farmacológico com inibidores de recaptura de serotonina, ISRS
(sendo um deles a clomipramina), na dose máxima recomendada ou tolerada, por pelo menos 10
a 12 semanas; além da falta de resposta a esses tratamentos convencionais, o paciente, para ser
considerado refratário, precisa não ter apresentado resposta a duas tentativas de potencialização
dos ISRS com antipsicóticos ou com a clomipramina, e não ter respondido a tratamento com
terapia comportamental constituída por, no mínimo, 20 sessões de uma hora de duração. Vale
lembrar que a maioria dos estudos de tratamento do TOC, seja psicoterápico, farmacológico ou
neurocirúrgico, utiliza como critério de resposta a redução percentual do escore inicial da YaleBrown Obsessive Compulsive Scale (YBOCS). Esta escala é composta por cinco questões sobre
obsessões e cinco questões sobre compulsões, avaliando: (1) tempo ocupado pelos sintomas; (2)
angústia associada aos sintomas; (3) interferência que os sintomas causam nas tarefas cotidianas;
(4) capacidade de resistir aos sintomas; (5) capacidade de controlar os sintomas. Para os
portadores de TOC grave, incapacitante, e com refratariedade comprovada a múltiplas
intervenções farmacológicas e à TCC, o tratamento cirúrgico é uma opção a ser considerada. Para
avaliar a opção de neurocirurgia estereotática para transtornos psiquiátricos constituiu-se um
comitê consultivo. Em sete anos, o comitê avaliou 91 pedidos de intervenções cirúrgicas e
observou que nove pacientes não preencheram o critério de TOC refratário; em 65 pacientes foi
recomendado o procedimento e somente 50 pacientes realizaram efetivamente. Recomendação
39
Portadores de TOC grave, incapacitante e com refratariedade comprovada a múltiplas
intervenções farmacológicas, e a TCC têm no tratamento cirúrgico uma opção a ser considerada.
Já se constatou nos tratamentos qual é o papel das intervenções nos sistemas neuronais,
como a radiocirurgia e a estimulação cerebral profunda, no tratamento do toc refratário. As lesões
cirúrgicas para o tratamento do TOC refratário podem ser produzidas mediante neurocirurgia
estereotática (termo lesões), ou implantando-se no alvo cirúrgico um estimulador ligado a um
marcapasso cerebral (estimulação encefálica profunda=EEP), ou mediante o uso de raios gama,
sem a necessidade de abertura do crânio (radiocirurgia “Gamma Knife”). Existem atualmente
sete técnicas cirúrgicas para o tratamento do TOC refratário. Em todas elas, o alvo cirúrgico
encontra-se em um dos pontos dos circuitos córtico estriado-tálamocorticais implicados na
fisiopatologia do TOC: Capsulotomia anterior. A capsulotomia anterior pode ser realizada tanto
por meio de neurocirurgia convencional, como por radiocirurgia e por estimulação cerebral
profunda. Resultados com 25 pacientes com TOC refratário seguidos por 10,9 anos após
capsulotomia anterior, independente de terem sido feitas por neurocirurgia (termocapsulotomia)
ou por radiocirurgia gama (capsulotomia “Gamma Knife”), demonstraram eficácia em reduzir os
sintomas do TOC medida pela redução dos escores da Escala de Yale-Brown (ybocs).
4.1 – Técnica clinica
Cingulotomia anterior registra a “Associação Brasileira de Psiquiatria”, resultados com
44 pacientes que realizaram Cingulotomia anterior, única ou múltiplas, seguidos por 32 meses,
demonstrou eficácia em reduzir os sintomas do TOC com resposta parcial em 14% dos casos, e
resposta completa em 32% dos casos. Tractotomia subcaudado; Leucotomia límbica. Estas duas
técnicas são pouco empregadas na atualidade, principalmente pelo risco de induzirem efeitos
adversos cognitivos. Talamotomia central lateral com palidotomia anterior medial. É uma
técnica relativamente recente de neurocirurgia estereotática em investigação, porém com vários
efeitos adversos. Estimulação encefálica profunda (EEP) do núcleo acumbente. Estimulação
encefálica profunda (EEP) do núcleo subtalâmico. Resultados preliminares em oito pacientes
sugerem que a EEP do núcleo subtalâmico possa reduzir significativamente os sintomas do TOC
grave, mas são associados com um risco substancial de eventos adversos sérios, como hemorragia
intracerebral e infecções. As modalidades de cirurgia ablativa mais empregadas são: A
capsulotomia anterior (por termolesão ou por radiocirurgia). A cingulotomia (por termolesão ou
por radiocirurgia). As descrições de eficácia do tratamento cirúrgico do TOC refratário variam
de acordo as técnicas utilizadas, sendo encontrado ao redor de 27% a 57% (cingulotomia anterior)
40
e 37,5% a 100% dos casos (capsulotomia anterior por termolesão ou radiocirurgia). As
contraindicações do tratamento cirúrgico do TOC são: doenças neurológicas concomitantes,
retardo mental e, em algumas situações, TOC associado a alguns transtornos da personalidade.
Dentre as principais complicações das técnicas ablativas mais empregadas, descrevem-se casos
isolados de convulsões, hemorragias cerebrais, delirium, em cingulotomias, capsulotomias),
incontinência urinária e aumento de peso (em 94 de 297 cingulotomias). Relativo à radiocirurgia
(capsulotomia por raios gama), o evento adverso mais comum foi cefaleia. Em casos isolados,
episódio maníaco, delirium e confabulação foram descritos. Apatia, disfunções executivas e
desinibição de comportamento foram observadas quando lesões maiores foram empregadas.
Atualmente, segundo a “ABP” o primeiro estudo controlado, aleatorizado, duplo-cego,
de radiocirurgia para o tratamento do TOC refratário está sendo realizado no Brasil, empregandose um aperfeiçoamento da técnica de gamacapsulotomia (capsulotomia ventral por raios gama).
Relativo à estimulação encefálica profunda (EEP), nesta técnica, o cirurgião implanta eletrodos
no cérebro e conecta-os a um pequeno gerador elétrico, capaz de inibir ou estimular o tecido
nervoso adjacente ao implante. A espessura de tecido nervoso lesado é muito pequena, quando
comparada às técnicas ablativas. Emprega-se EEP para modular a transmissão de sinais do
cérebro. Esta estimulação pode ser intermitente. O problema está em não haver consenso sobre
a melhor topografia para a implantação destes eletrodos, nem a quantidade dos mesmos. As
topografias mais empregadas para o implante do neuroestimulador são a porção ventral do braço
anterior da cápsula interna e, mais recentemente também no núcleo subcaudado. Atualmente,
em função da irreversibilidade das lesões cirúrgicas ablativas, tem sido investigada e eficácia da
capsulotomia anterior por estimulação capsular elétrica crônica nos pacientes com TOC grave e
resistente. Estudos iniciais de EEP na cápsula interna sugeriam que 75% dos pacientes se
beneficiavam da técnica (3 dos 4 pacientes, estudados). A mais recente estatística multicêntrica,
avaliou 26 pacientes, dos quais cerca de 1/3 se beneficiou após o primeiro procedimento e 2/3
melhoraram após o terceiro procedimento. Todos mantiveram sintomas residuais. Quanto à EEP
de núcleo caudado, 6 dos 8 pacientes estudados (75%) mostraram redução significativa dos
sintomas após o procedimento ativo, versus 3 dos 8 pacientes do estudo (38%) submetidos à EEP
placebo. Os eventos descritos nos estudos de EEP para tratamento do TOC foram: Para EEP da
cápsula interna: crise epiléptica (1 caso entre 26 operados), hemorragias intracerebrais (2 casos),
piora de depressão (4 casos) e do TOC (3 casos), e hipomania (1 caso).
Para EEP de núcleo subtalâmico, registra a “Associação Brasileira de Psiquiatria” que
eventos adversos graves foram observados em 11 de 16 pacientes operados, sendo os mais
significativos um caso de hemorragia intracerebral acompanhado de paralisia de um dedo e dois
41
casos de infecção intracerebral. Outros eventos adversos foram transitórios ou de menor
gravidade. Nesse caso o tratamento cirúrgico do TOC somente em casos muito graves e
incapacitantes, comprovadamente refratários a várias intervenções farmacológicas e à TCC.
Diversas técnicas podem ser utilizadas, com alvo no circuito córtice estriado-tálamo-cortical,
sem a necessidade de abertura do crânio (por exemplo, termolesão, radiocirurgia, estimulação
encefálica profunda), sendo a capsulotomia anterior e a Cingulotomia as modalidades cirúrgicas
ablativas mais empregadas. De 35% a 50% dos pacientes com TOC refratário podem se
beneficiar das cirurgias ablativas. De 30% a 70% dos pacientes com TOC refratário podem se
beneficiar da estimulação cerebral profunda, mas este benefício necessita de mais do que um
procedimento cirúrgico.
Nos tratamentos, segundo estudos da “Associação Brasileira de Psiquiatria” existem
fatores preditivos de resposta ao tratamento psicoterápico e ou farmacológico do TOC. Para a
psicoterapia, os principais fatores preditivos de boa resposta já identificados são: ter um cônjuge
e apresentar motivação e engajamento adequado ao tratamento. Já os fatores preditivos de
resposta inadequada são: presença de obsessões sexuais e religiosas, sintomas de
colecionamento, outras comorbidades psiquiátricas, juízo crítico prejudicado, início precoce e
curso crônico dos TOC, gravidade acentuada de TOC e de sintomas depressivos. Para o
tratamento farmacológico, os principais fatores preditivos de boa resposta já identificados são:
sintomas leves e de curta duração, ausência de tiques, presença de depressão secundária, curso
intermitente, resposta terapêutica inicial completa e presença de história familiar de TOC. Já
fatores que predizem pior resposta são: idade de início precoce dos TOC (na infância ou
adolescência), comorbidade com fobia social, ser solteiro, história familiar de qualquer
transtorno psiquiátrico, adaptação social inadequada, certos transtornos da personalidade
(obsessiva, esquizotípica, esquizoide, evitativa e borderline ou limítrofe), transtorno de tiques,
predominância de compulsões, presença de sintomas sexuais ou religiosos e alto grau de
acomodação familiar. Por isso deve-se considerar que a resposta ao tratamento pode ser pior em
pacientes que apresentem obsessões sexuais e religiosas, sintomas de colecionamento,
predomínio de compulsões, outras comorbidades psiquiátricas como a depressão, fobia social,
transtorno de tiques e alguns transtornos da personalidade, juízo crítico prejudicado, início
precoce, curso crônico e maior gravidade dos sintomas, pior adaptação social e alto grau de
acomodação familiar aos sintomas.
Como registra a “Associação Brasileira de Psiquiatria” ABP, que nos tratamentos
observa-se os aspectos diferenciais do tratamento do toc em crianças e adolescentes, em relação
ao tratamento de adultos. A experiência clínica sugere que o tratamento de crianças e
42
adolescentes com TOC poderá ter melhor resultado quando acompanhado de um processo
sistêmico, que envolva a participação das pessoas mais próximas do paciente no tratamento (pais,
familiares, cuidadores e professores). A psicoeducação em especial, um dos principais itens do
tratamento, deverá ser estendida a todos os envolvidos no processo. Quanto menor a idade do
paciente, maior deverá ser a participação da família no seu tratamento. As recomendações para
o tratamento de TOC na infância e na adolescência baseiam-se no conjunto de estudos sobre o
tratamento farmacológico e psicoterapêutico em crianças e adolescentes com TOC. Há grande
convergência entre esses estudos de que, nesta faixa etária, a TCC essencialmente baseada na
ERP foi mais eficaz que a farmacoterapia com inibidores de recaptação de serotonina (ISR), e
ambas as abordagens foram superiores ao placebo no tratamento do TOC. Portanto, recomendase iniciar o tratamento com TCC (quando disponível) para casos leves ou moderados, ou com a
combinação da TCC e farmacoterapia para casos mais graves, com risco de suicídio, ou
comorbidade significativa com depressão. Além disso, também existe evidência de que a TCC
familiar, individual ou em grupo também na redução dos níveis de ansiedade e depressão dos
familiares e nos níveis de acomodação familiar, o que indica que trabalhar com a família pode
melhorar o prognóstico dos pacientes. Inicia-se o tratamento com doses mais baixas de
(fluoxetina) para diminuir a frequência e a intensidade dos efeitos colaterais devido os
antidepressivos, como cefaleia, tontura, náusea, vômito, epigastralgia, insônia ou sonolência.
Devido a esses sintomas recomenda-se aumentar semanalmente a dose até alcançar a dose-alvo
da medicação, ou a dose máxima tolerada pelo paciente, semelhantes às doses para o tratamento
de adultos.
No tratamento de crianças e adolescentes com TOC é importante a participação dos pais
ou cuidadores. A psicoeducação deve envolver também outros familiares e professores.
Recomenda-se iniciar com TCC para casos leves ou moderados, ou já com TCC e farmacoterapia
para casos mais graves. Devem-se iniciar os medicamentos (fluoxetina, fluvoxamina, sertralina
ou clomipramina) com doses baixas, para minimizar efeitos colaterais, com aumentos graduais
até a dose-alvo, semelhante aos adultos, ou a dose tolerada. É uma luta, de fato. Uma luta em que
o paciente pode vir a enxergar seu psicoterapeuta como carrasco ou madrasta má em certos
momentos. O terapeuta sabe que o remédio é amargo e quanto o paciente está sofrendo, mas
insistirá para que ele persevere e mantenha a luta para desenredar-se da teia que ele próprio teceu.
Como Camões, o terapeuta pedirá que o paciente assim entenda o sofrimento inicial que o
tratamento pode vir a causar: “cuidar que se ganha em se perder”. Algumas práticas como fazer
ioga, meditação, hipnose, pode ajudar no sentido de melhorar sua qualidade de vida de maneira
geral, mas não no caso de TOC. Esses métodos funcionam bastante bem em outros casos de
43
transtorno de ansiedade, como o pânico; mas no TOC os resultados não são satisfatórios.
Algumas pesquisas demonstram resultados positivos, mas ainda não são conclusivos, no uso da
hipnose para o tratamento da tricotilomania e da síndrome de Tourette. Em seus escritos a
“Psiquiatra Ana Beatriaz” registra. Tenho tricotilomania, vivo arrancando fios de cabelo. O que
devo esperar do tratamento. Costumo responder a esta pergunta em tom de brincadeira: na
verdade, pense no que o tratamento deve esperar de você. Se você está disposto, realmente
motivado e firme para seguir as orientações medicamentosas e as técnicas comportamentais, deve
esperar ótimos resultados, claro. Mas, em última instância, isso dependerá da sua motivação e
perseverança. Portanto, o tratamento é que depende de você, e não você dele.
Ora se diz “compulsão”, ora se diz “ritual”. O termo médico é “compulsão”, mas
também se usa a palavra “ritual”. O problema do termo “ritual” é que alguns deles, como os
religiosos, por exemplo, nos são benéficos. O ritual compulsivo do TOC sempre é desagradável.
Há ainda o termo “mania”, do senso comum. Alguém que não esteja familiarizado ou não
conheça o TOC provavelmente dirá que um portador desse transtorno é “cheio de manias
esquisitas”. Em psiquiatria, mania designa o estado afetivo em que há um humor anormal e
intensificado, persistentemente eufórico ou de extrema irritabilidade, não tendo nada a ver com
TOC. No entanto, com o objetivo de facilitar a compreensão do TOC, acabamos usando mania
para as compulsões, já que torna mais fácil o entendimento. Afinal, quase todo mundo conhece
alguém “cheio de manias”. A maioria das pessoas passa por uma fase de rituais na infância. É
difícil encontrar alguém que, quando pequeno, não tenha tido suas maniazinhas, como pular
linhas na calçada ou só atravessar soleiras de porta de determinado modo. É possível que tal
característica cumpra alguma função no desenvolvimento da criança, como estimular o
pensamento organizado, dirigido a metas. Essa é uma hipótese. Para diferenciar essa fase
passageira do TOC, é necessário avaliar o grau de ansiedade e sofrimento da criança, o tempo
que ela perde com os rituais e se estão interferindo em seu desempenho escolar, em suas amizades
e em seu cotidiano, de forma geral. Se você sentir que o filho cruzou a linha e está sofrendo, é
hora de buscar ajuda.
Caso o indivíduo venha reprimir os rituais, não quer dizer que pode aparecer outros
problemas. Tem escolas que afirma que poderá, mas essa é uma teoria de outras escolas
psicoterápicas segundo a qual conteúdos inconscientes e desagradáveis da mente podem vir à
tona, afirma a “Associação Brasileira de Psiquiatria”. Na verdade, hoje sabemos que se deve
fazer justamente o contrário. Deve-se reprimi-los porque, quanto mais a pessoa executa os rituais
de TOC, mais se condicionará a fazê-los. E o alívio temporário da ansiedade que eles
proporcionam se tornará cada vez mais breve, fazendo com que a vida da pessoa pareça um disco
44
de vinil arranhado: uma sucessão cada vez mais rápida de obsessões-compulsões. O pior que
pode acontecer durante a terapia comportamental, como explicamos, é o aumento temporário da
ansiedade, que cederá com a progressão do tratamento.
Não se pode dar certeza de que os pensamentos obsessivos, que as coisas que a pessoa
sente medo, não virão realmente a acontecer se o indivíduo parar de fazer os rituais. Se você quer
ter todas as garantias com cem por cento de certeza, deve ficar claro que isso é impossível. Não
só em relação a seus medos específicos como em relação a acontecimentos da vida, de forma
geral. A pessoa com TOC sofre muito, pois acredita que precisa ter absoluta certeza de tudo, o
que é um desejo irrealizável. Parte do tratamento toca nesta questão: a necessidade de ser flexível
e aceitar fatalidades e acontecimentos inevitáveis da vida. Mas, em relação à terapia, certamente
o que você teme não vai acontecer por ter deixado de fazer os rituais. A probabilidade de que
venha a acontecer aquilo que você teme depende da natureza desse medo. A morte, por exemplo,
é um fato inevitável, com rituais ou sem rituais. Já se seu temor é mais ilógico, como ir dormir
sem fazer rituais e, por isso, acordar feio ou desfigurado, pode-se dizer que a possibilidade de
isso ocorrer é praticamente nenhuma.
5.0 – QUALIDADE DE VIDA
O TOC pode ser grave, mas com a terapia comportamental funcionará bem com a
realização de alguns exercícios. Poderá demorar e ser mais trabalhosa em razão da complexidade
e extensão dos rituais, mas funciona. O indivíduo deve estar preparado para atingir determinados
níveis do tratamento, deve, em conjunto com o terapeuta dele, ajustar os exercícios até que seja
possível fazê-los, em uma progressão suave e constante. O que ele não deve é desistir, e sim ser
perseverante. Enfrentar o dia-a-dia afirma “a psiquiatra Ana Beatriz”, reaprenderá sonhar e você
verá que a emoção começa agora, é brincar de viver não esquecer ninguém é o centro do universo
assim é maior o prazer. A diferenças que somam e multiplicam talentos: a nova ideologia de
trabalho o volume de informações com que o ser humano precisa lidar aumentou em progressão
geométrica na última década. Das informações mais importantes às mais prosaicas, quase não
temos mais a desculpa da ignorância. Ao comer um sanduíche ou fazer uma compra a prazo,
pensamos nas informações que temos sobre colesterol e calorias, juros e taxas. Calculamos,
avaliamos, escolhemos, desconfiamos, pesamos vantagens e desvantagens. É quase como se
tivéssemos a obrigação de saber. No mercado de trabalho isso adquire contornos dramáticos.
Com a reestruturação dos cargos e o encolhimento das ofertas de emprego, percebemos que os
trabalhadores remanescentes precisam acumular funções e executar tarefas díspares, que exigem
45
crescentes esforços e investimento em informação. Em nome do enxugamento de gastos, o que
vemos é um crescente deserto humano em locais que anteriormente se amontoava gente
disputando mesas, cadeiras e desktops. Mais e mais as pessoas têm a incômoda sensação de que
falta alguma coisa para fazer e, pior, os momentos de lazer e descanso são vividos com culpa.
Acredito que o trabalho é uma fonte de realização e orgulho para o ser humano, desde que ele
não seja obrigado a fazer tudo e, paradoxalmente, sinta que não está produzindo nada. Citação
de um paciente: “Fui transformado em um canivete suíço que, no entanto, não funciona bem,
porque não tenho tempo para afiar e polir aquela infinidade de peças, que são as funções
diferentes que tenho de cumprir”. Percebe-se que são mais felizes e produtivas as pessoas que
podem exercer seu trabalho de uma forma que se afine essencialmente com seu funcionamento
ou condição mental. Uma equipe de pessoas em que cada um contribui de sua maneira particular,
em complementaridade uns com os outros, é certamente detentora de maior capacidade produtiva
e criativa que os trabalhadores” faz tudo”, cronicamente ansiosos e infelizes.
Pensando nisso, cito as do professor Antônio Carlos Pradel Azevedo, de Porto Alegre,
de seu texto” Reflexões”, destaco:” O outro está em um domínio de realidade diferente do meu,
mas igualmente válido, ainda que não me agrade. Ao se respeitar as diferenças fundamentais,
COT e DDA podem entrar em uma guerrinha de cão e gato, pois enquanto um preza a
organização o outro caminha para a dispersão. No entanto, como os opostos se complementam,
um DDA, guiado por um COT, pode transformar suas idéias evanescentes em substância
duradoura. Um COT, inflamado por um DDA, pode dar crédito àquela idéia original, embora
arriscada, e empregar todo o seu poder de realização nessa empreitada. Imaginemos essa dupla
em uma cena surreal, pisando literalmente em ovos. O COT pega pela mão seu companheiro
DDA e, cuidadosa e pacientemente, o leva, apontando-lhe o caminho, incentivando-o e tornando
mínimas as perdas. No entanto, se o momento pedisse ímpeto e impulsividade, como se o
caminho desmoronasse ao ser pisado, o DDA agarraria seu companheiro COT pela gola e o
arrastaria dali a toda, quebrando os ovos e tudo o mais que se interpusesse no caminho dos dois.
Quando somos valorizados, é mais fácil aceitarmos nossos pontos fracos e buscarmos maneiras
de nos superar ou mesmo conviver de forma transcendente ou mais harmoniosa com nossas
imperfeições humanas. De modo geral, vejo que pessoas com condição mental COT são
especialmente aptas para funções executivas, de organização, intendência, pesquisa e
desenvolvimento, logística, estratégia e quaisquer outras que exijam objetividade,
responsabilidade, capacidade de solução de problemas e certa tendência a conceituar ambientes
e situações de maneira mais lógica e emocionalmente balanceada. Em relação à capacidade de
liderança, percebo que na maioria das vezes pessoas comcondição mental COT a exercem não
46
por vaidade, sede de poder ou simplesmente por fruto de carisma pessoal. Elas acabam sendo
escolhidas como líderes pelo conjunto e harmonia de suas capacidades, aliadas a seu
desenvolvido senso de responsabilidade. Por essas mesmas razões, os COT acabam sendo
aquelas pessoas às quais as outras recorrem para pedir orientações, esclarecimentos, ajuda,
sugestões. A facilidade com que detectam falhas e elaboram planos de trabalho, sendo concisos
e responsáveis, os torna um ponto de referência no ambiente de trabalho, na comunidade, no
círculo de amizades e em família. Muitas vezes, essa posição de liderança os preocupa e os deixa
ansiosos, pois são bastante caprichosos e temem não poder preencher a expectativa alheia. No
entanto são os mais afeitos a essa função, justamente por encará-la com seriedade e sinônimo de
dever, e não como meio de ascensão e influência. Imagino que grupos de pessoas, no trabalho e
na comunidade, com absoluta diferença de talentos e por isso mesmo grande capacidade de
complementaridade, tendo o mínimo direito de exercer suas qualidades intrínsecas, seriam o
cenário ideal neste futuro próximo em que todos, sem exceção, estarão lidando com imensas
quantidades de informação, gerenciando informação, criando informação, organizando
informação e revolucionando a informação. Não vejo como humanamente possível, e muito
menos considero justo, que pessoas sejam utilizadas como fazedoras de tudo em seus trabalhos.
Os” faz-tudo” que observo quase sempre nada criam e não amam o fruto de seu fazer. São o
extremo oposto dos” apertadores de parafusos”, que fazem só isso, mas igualmente descontentes
e não-realizados. O respeito às singularidades em um grupo é o melhor caminho para quebrar
estereótipos e possibilitar a convergência das diferenças em prol de um objetivo comum. O às
vezes dispersivo DDA, com sua criatividade, teria no organizado COT o parceiro perfeito para
implementar suas ideias, afirma Ana Beatriz, tornando sonhos em realidade para ambos e, até
para muitos de nós.
CONCLUSÃO.
Observa-se como já evidenciado nas pesquisas e estudos com os adultos, o presente
trabalho através de análises, achado e leituras, revela que o TOC é um transtorno comum entre
os adolescentes. Com base em estudos, pesquisas e levantamentos populacional constata-se taxa
elevada dessa doença nos jovens na faixa etária de dos 10 aos 17 anos nos alunos de ensino
médio. Constatou-se que a maioria dos jovens desconhecem sofrer dos transtosnos como também
jamais haviam buscado tratamento o que revela uma realidade assustadora e a falta de diagnostico
e tratamento do TOC. Isso demonstra uma lacuna na saúde publica brasileira referente a
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transtornos mentais, torna-se necessária uma campanha educativa sobre a doença nessa
população Jovem tendo em vista a grande incidência de TOC nessa faixa etária. É urgente a
identificação dos sintomas ainda em nível inicial e a buscar de atendimento especializado e o
correto diagnóstico em tratamento precoce, para evitar a se tornar crônico que resulta em alto
índice de incapacitação. O TOC tem grande impacto na vida e na família comprometendo o
desempenho acadêmico e profissional, como dos relacionamento sociais e relacionamento
afetivos, além de gerar grandes dispêndio financeiro para o sistema de saúde. Existe uma baixa
taxa de tratamento da doença nos jovens por desconhecimento dos pais e da família, e as
dificuldade ao acesso ao serviço de saúde, e um reduzido numero de profissionais especializado
para tratamento adequado dos transtornos. É necessária uma campanha nas escolas para que seja
observado possíveis alunos com transtornos e possam ser encaminhados para diagnóstico correto.
Os primeiros estudos que avaliaram a eficácia e segurança da fluoxetina em crianças e
adolescentes com TOC estimularam a realização de pesquisas com outros ISRS, sempre em busca
de nova opções de tratamento. Por outro lado, o estudo demonstrou que são necessárias pesquisas
futuras com adolescentes para se possa colher mais novos dados sobre a relação entre os
diferentes transtornos psiquiátricos e o impacto na qualidade de vida. Verificou-se vario tipos de
TOC, a síndrome olfativa e sintomas do suicídio. Foi identificado os tipos de medicamentos e
tratamentos psicoterápicos do TOC. Que a Obsessão é tida como resultado da genética, de causas
biológica ou ambientais, e o paciente deve buscar entender e identificar os gatilhos que fazem
surgir os pensamentos obsessivos, e risco significativamente maior de desenvolver um transtorno
de ansiedade, do humor, de alimentação ou tiques. O Tratamento de pacientes com TOC e
comorbidades psiquiátricas necessitam tratar também os transtornos associados. Em relação ao
conceito de tratamento hoje, precisamos ter em mente que só devemos tratar aquilo que traga
incômodo. Os métodos psicológicos devem ser realizados em formato individual. As abordagens
em grupo podem ser com terapia familiar a ser indicada em certas situações. É importante utilizar
abordagens psicoeducativas tanto para pacientes com TOC quanto para seus familiares. Assim,
param de reforçar os comportamentos compulsivos e colaborar efetivamente com o tratamento,
ou seja, a família não deve mudar a sua rotina em função do TOC. O tratamento psicoterápico
considerado de primeira escolha para o TOC pela Exposição com Prevenção de Respostas (EPR),
é uma técnica da terapia comportamental. A terapia cognitivo-comportamental e o uso de
antidepressivos atuam de maneira distinta no cérebro, recomendados pela neurociência. Estudos
mostram que uma parcela dos pacientes se opõe à EPR. Os antidepressivos utilizados no TOC,
os ISRS, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (exceção feita à clomipramina). Em
relação aos outros medicamentos, paroxetina, fluoxetina, fluvoxamina e sertralina, o nível de
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segurança é bem maior. o tratamento farmacológico de primeira linha (ISRS em dose máxima
por pelo menos 12 semanas) ocorre em 50% a 60% dos pacientes. pois a maioria dos pacientes
(50% a 70%) apresenta melhora parcial. O uso da medicação para TOC não é para sempre.
Existem as técnicas comportamentais podem capacitar os pacientes a controlar qualquer sintoma
que venha a retornar após a retirada das medicações. A depressão nos pacientes com TOC chega
a 75%. As pesquisas em saúde mental, com muitas evidências de eficácia para TOC é a
Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) e a técnica Mindfulness de treinamento cognitivo,
e o cérebro de praticantes de Mindfulness, apresentam diminuição em áreas relacionadas ao
pensamento automático e divagação. Tornou-se possível comparar a eficácia dos tratamentos
psicoterápicos e farmacológicos no TOC, e a psicoterapia via TCC, é a primeira opção quando
está disponível. Já usa intervenções nos sistemas neuronais, como a radiocirurgia e a estimulação
cerebral profunda, no tratamento do toc refratário. Não há consenso sobre a implantação de
eletrodos e nem a quantidade dos mesmos. As técnicas empregadas para o implante do
neuroestimulador na porção ventral do braço no núcleo subcaudado. Uma grande maioria dos
pacientes com TOC refratário podem se beneficiar das cirurgias ablativas. Uma maioria de até
70% dos pacientes com TOC refratário podem se beneficiar da estimulação cerebral profunda,
mas este benefício necessita de mais do que um procedimento cirúrgico. O tratamento de crianças
e adolescentes com TOC terá melhor resultado quando acompanhado de um processo sistêmico
que envolva a participação das pessoas (pais, familiares, cuidadores e professores). Ora se diz
“compulsão”, ora se diz “ritual”. O termo médico é “compulsão”, mas também se usa a palavra
“ritual”. Espera-se que com esse roteiro de estudo se possa desenvolver melhor técnica
psicoterápica para efetivo tratamento do TOC, e objetivando melhor qualidade de vida. Esse
estudo de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, e psiquiátrico que contém diversos sintomas nos
indivíduos, e a Neurose Obsessiva explorado na Psicanálise, e que neste trabalho teve como foco
a visão freudiana clássica. Esses dois temas, foram discutidas algumas vertentes de tratamento e
conclui-se que ambos os conceitos são conectados, e sua visão ao longo do tempo variou de
acordo com as novas teorias que foram surgindo e trazendo novas formas de compreensão e
tratamento. Surgiu em forma de loucura submeteu-se à psicanálise de neurose está sendo avaliada
pela psiquiatria registrada nos manuais de diagnósticos. As visões são distintas entre si, pois a
Psicanálise sugere uma relação com a sexualidade infantil e a Psiquiatria parte dos pressupostos
genéticos e de situações traumáticas. Sabe-se que no desenvolvimento, apresentam
características convergentes. Esses estudo são bastante relevantes, face ao grande número de
indivíduos portadores de traços obsessivos e/ou compulsivos. Há necessidade de se propor novas
abordagens clínicas e psicológicas que resulte em tratamento e melhora na qualidade de vida dos
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pacientes. Finalmente para uma convivência sociocultural mais humanizada e também as
diferentes perspectivas dentro da Psicanálise a respeito deste tema, devem ser objeto de futuros
métodos que resultem efetivamente no melhor tratamento e qualidade e vida do indivíduo.
Referências:
Biblioteca de Psicanalise – apostilas:
– Transtornos Obsessivos Compulsivo
– Transtornos do Pânico
– Transtornos do déficit de atenção e imperatividade
– Fobias e Transtornos Fóbico-Ansioso
– Esquizofrenia
Melanie Klain:
– Uma Contribuição às Psicogenese dos Cacoetes
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– ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria
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Individual versus group cognitive-behavioral treatment for obsessive-compulsive disorder: a controlled pilot study. 14. Van Noppen BL, Pato
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Obsessão e compulsão pg. 5
https://psiquiatriapaulista.com.br/como-funciona-a-mente-de-quem-tem-toc/
https://books.google.com/books?id=fLw3AgAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false.
Suicidas.
COMISSÃO DE ESTUDOS E PREVENÇÃO DE SUICÍDIO DA ABP.
Coordenadora: Alexandrina Maria Augusta da Silva Meleiro – SP Vice coordenador: Humberto Corrêa da Silva Filho – MG Membro:
Fábio Gomes de Matos e Souza – CE
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/comportamento-suicida-eautomutila%C3%A7%C3%A3o/comportamento-suicida
https://www.tcrclinica.com.br/noticias/7-sinais-de-comportamentos-suicidas-que-voce-pode-identificar.
https://www.pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/transtorno-obsessivo-compulsivo-toc
https://medprev.online/blog/doencas/toc-transtorno-obsessivo-compulsivo-sintomas-e-tratamentos/
-26173730-guia-intersetorial-de-prevencao-do-comportamento-suicida-em-criancas-e-adolescentes-2019.pdf
-Estou compartilhando o arquivo ‘6240_Tratamento_de_TOC_infantil’ com você
Tratamento do toc e comorbidade – pag. 9
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I Disorders.
TRATAMENTO TOC INFANTIL PAG. 11
BIBLIOGRAFIA: VIII- Referências Bibliográficas: 1. ACHAMALLAH, N.S.; DECKER, D.H.- Mania induced by fluoxetine in an adolescente
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BOLTON,D.; COLLINS, S.; STEINBERG, D.- the treatment of obsesivecompulsive disorder in adolescence: a report of fifteen cases. Br. J.
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DESMOND, A.; MOORE, J. Darwin: a vida de um evolucionista atormentado. São Paulo: Geração Editorial, 1995. DSM IV. Manual diagnóstico
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profissionauta. São Paulo: Futura, 2001. GOLDEBERG, E. O cérebro executivo: lobos frontais e a mente civilizada. Rio de Janeiro: Imago,
Pesquisas USP-Mindfulness-based cognitive therapy in obsessive-compulsive disorder – A qualitative study on patients’ experiences. BMC
Psychiatry. 2012; 12: 185. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3549892/. The Effects of a Mindfulness Intervention on ObsessiveCompulsive Symptoms in a Non-Clinical Student Population. Journal of Nervous & Mental Disease, October,
2008.http://journals.lww.com/jonmd/Abstract/2008/10000/The_Effects_of_a_Mindfulness_Intervention_on.9.aspx
A Mindfulness-Based Treatment of Obsessive-Compulsive Disorder. Clinical Case Studies October.

GRADE CURRICULAR DO CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE

MÓDULO 01 – SUPLEMENTO PSICANALÍTICO

  • Noções Básicas de Psicanálise

  • A Psicanálise e a Psicoterapia

  • Sociologia das Doenças Mentais

  • Introdução a Psicanálise

  • Psicanálise dos Sonhos

  • Psicanálise e Complexo de Édipo

  • Medicina Psicossomática

  • A Diferença entre Psiquiatra, Psicólogo, Psicanalista…

  • Alcoolismo

  • Transtorno Obsessivo Compulsivo

  • Transtorno de Pânico

  • Transtorno de Déficit de Atenção E Hiperatividade

  • Fobias (Transtornos Fóbico-Ansiosos)

  • Esquizofrenia

  • Depressão no Idoso

  • Depressão (Transtorno Depressivo)

MÓDULO 02 – SIGMUND FREUD (O pai da psicanálise)

  • O Desenvolvimento de uma Criança

  • Publicações pré-Psicanalíticas e esboços inéditos

  • Estudos sobre a histeria

  • Primeiras Publicações Psicanalíticas

  • A interpretação dos sonhos – Parte 1

  • A interpretação dos sonhos – Parte 2

  • Sobre a psicopatologia da vida cotidiana

  • Um Caso de Histeria. Três Ensaios sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos

  • Os chistes e sua relação com o inconsciente

  • Gradiva de Jensen e outros trabalhos

  • O Pequeno Hans e o Homem dos ratos

  • Cinco lições de psicanálise, Leonardo da Vinci e outros trabalhos

  • O caso Schereber, artigos sobre técnica e outros trabalhos

  • Totem e tabu e outros trabalhos

  • A história do movimento psicanalítico, artigos sobre metapsicologia e outros trabalhos

  • Conferências introdutórias sobre psicanálise – Parte 1 e 2

  • Conferências introdutórias sobre psicanálise – Parte 3

  • História de uma neurose infantil e outros trabalhos

  • Além do princípio do prazer, psicologia de grupo e outros trabalhos

  • O ego e o ID e outros trabalhos

  • Um estudo autobiográfico, Inibições, sintomas e ansiedade, A questão da análise leiga

  • O Futuro de uma Ilusão, O mal-estar na civilização e outros trabalhos

  • Novas conferências introdutórias sobre psicanálise e outros trabalhos

  • Moisés e o monoteísmo, Esboço de psicanálise

MODULO 03 – MELANIE KLEIN

  • O Desenvolvimento de uma Criança

  • Inibições e Dificuldades na Puberdade

  • O Papel da Escola no Desenvolvimento Libidinal da Criança

  • Análise Infantil

  • Uma Contribuição à Psicogêneses dos Cacoetes

  • Princípios Psicológicos da Análise Infantil

  • Simpósio sobre Análise Infantil

  • Tendências Criminosas em Meninos Normais

  • Estágios Temporões do Conflito Edípico

  • A Personificação no Jogo dos Meninos

  • Situações Infantis de Angústia Refletidas numa obra de arte e no Impulso Criador

  • A Importância da Formação de Símbolos no Desenvolvimento do Id

  • A Psicoterapia das Psicoses

  • Uma Contribuição à Teoria da Inibição Intelectual

  • O Desenvolvimento Temporão da Consciência no Menino

  • Sobre a Criminalidade

  • Contribuição a Psicogênese dos estados Maníaco-Depressivos

  • O Desmame

  • Amor, Culpa e Reparação

  • O Luto e sua relação com os estados Maníaco-depressivos

MÓDULO 04 – CARL GUSTAV JUNG

  • O Segredo da Flor de Ouro

  • Mito Moderno

  • A Energia Psíquica

  • Análise de Sonhos

  • O Desenvolvimento da Personalidade

  • Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo

  • Psicologia do Inconsciente

  • Psicologia e Religião

Transtornos Fóbicos-ansiosos

Resumo da disciplina: Transtornos Fóbicos-ansiosos

Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo- Curso de Doutorado Livre em Psicanálise

As fobias, também conhecidas como transtornos fóbico-ansiosos, são um grupo de transtornos psiquiátricos caracterizados por medos intensos e irracionais de objetos, situações ou atividades específicas. Esses medos podem levar a respostas de ansiedade extremas, acompanhadas por uma série de sintomas físicos e emocionais. A abordagem psicanalítica oferece uma compreensão profunda das fobias, buscando identificar as origens inconscientes dos medos e trabalhando para transformar esses padrões disfuncionais.
A visão psicanalítica entende as fobias como manifestações simbólicas de conflitos e ansiedades reprimidas que remontam à infância e ao período de desenvolvimento. Esses medos irracionais são considerados mecanismos de defesa que surgem para proteger o indivíduo de sentimentos e memórias dolorosas que estão no nível inconsciente. A fobia se torna uma forma de evitar o confronto direto com esses conteúdos reprimidos.
O tratamento psicanalítico das fobias tem como objetivo fundamental a exploração e a resolução desses conflitos inconscientes subjacentes. O trabalho terapêutico busca identificar as causas e os significados simbólicos dos medos fóbicos, ajudando o indivíduo a acessar e compreender os conteúdos inconscientes relacionados. A interpretação dos sonhos, as associações livres e a análise da transferência são algumas das técnicas utilizadas para aprofundar a compreensão e promover a mudança.

Um aspecto importante da terapia psicanalítica das fobias é a análise das memórias e experiências traumáticas que podem estar associadas ao desenvolvimento do transtorno. Eventos traumáticos da infância ou experiências de natureza aversiva podem ter um impacto duradouro no psiquismo do indivíduo, levando ao surgimento de medos fóbicos. Através do processo terapêutico, é possível revisitar essas memórias traumáticas e trabalhar na sua elaboração e assimilação.

Outro aspecto relevante na abordagem psicanalítica das fobias é a compreensão do simbolismo por trás dos objetos ou situações temidas. A fobia muitas vezes está associada a significados ocultos e simbólicos que remetem a questões mais profundas do indivíduo. A terapia psicanalítica busca identificar e explorar esses significados, auxiliando o paciente a trazer à consciência os conteúdos inconscientes
que estão sendo expressos através dos medos fóbicos.

É importante ressaltar que o tratamento psicanalítico das fobias pode ser um processo longo e profundo, uma vez que busca trabalhar não apenas os sintomas visíveis, mas também as raízes psíquicas dos medos fóbicos. Além disso, a terapia psicanalítica das fobias pode ser complementada por abordagens terapêuticas adicionais, como a terapia cognitivo-comportamental, que se concentra na modificação dos padrões de pensamento e comportamento associados às fobias.

Em resumo, a abordagem psicanalítica das fobias busca compreender e transformar os medos irracionais a partir da exploração dos conflitos inconscientes subjacentes. O trabalho terapêutico envolve a análise das memórias traumáticas, a compreensão do simbolismo por trás dos medos fóbicos e a elaboração dos conteúdos reprimidos. A terapia psicanalítica das fobias oferece um espaço seguro para a exploração profunda do psiquismo e a busca pela superação dos medos paralisantes.

Transtornos Fóbicos-ansiosos na visão Psicanalítica
Os transtornos fóbico-ansiosos são caracterizados por medos intensos e irracionais de objetos, situações ou atividades específicas. Esses medos desencadeiam respostas de ansiedade significativas, levando a sintomas físicos e emocionais desconfortáveis. Na visão psicanalítica, os transtornos fóbico-ansiosos são compreendidos como manifestações de conflitos inconscientes e ansiedades reprimidas que remontam à infância e ao processo de desenvolvimento.
A abordagem psicanalítica busca identificar as origens inconscientes dos medos fóbicos, explorando as experiências passadas e a dinâmica psíquica do indivíduo. Acredita-se que esses medos irracionais sejam mecanismos de defesa que surgem para proteger o indivíduo de sentimentos e memórias dolorosas que estão reprimidos no nível inconsciente. A fobia torna-se uma forma de evitar o confronto direto com esses conteúdos reprimidos.

O trabalho terapêutico psicanalítico na abordagem dos transtornos fóbico- ansiosos envolve a exploração e a resolução desses conflitos inconscientes subjacentes. O terapeuta busca identificar as causas e os significados simbólicos dos medos fóbicos, ajudando o indivíduo a acessar e compreender os conteúdos inconscientes relacionados. Isso é feito por meio de técnicas como a interpretação dos sonhos, associações livres e análise da transferência.

Um aspecto importante da terapia psicanalítica dos transtornos fóbico-ansiosos é a análise das memórias e experiências traumáticas que podem estar associadas ao desenvolvimento do transtorno. Eventos traumáticos da infância ou experiências aversivas podem deixar marcas duradouras no psiquismo do indivíduo, contribuindo para o surgimento dos medos fóbicos. A terapia psicanalítica visa revisitar essas memórias traumáticas e trabalhar na sua elaboração e assimilação.

Além disso, a visão psicanalítica busca compreender o simbolismo por trás dos objetos ou situações temidas. As fobias muitas vezes estão associadas a significados ocultos e simbólicos que remetem a questões mais profundas do indivíduo. O terapeuta auxilia o paciente a identificar e explorar esses significados, ajudando-o a trazer à consciência os conteúdos inconscientes que estão sendo expressos através
dos medos fóbicos.

É importante ressaltar que o tratamento psicanalítico dos transtornos fóbico- ansiosos pode ser um processo longo e complexo, uma vez que busca trabalhar não apenas os sintomas visíveis, mas também as raízes psíquicas dos medos fóbicos. A terapia psicanalítica oferece um espaço de investigação e compreensão profunda do psiquismo, permitindo ao paciente a oportunidade de transformar seus padrões de
funcionamento e superar os medos paralisantes.

Em conclusão, a abordagem psicanalítica dos transtornos fóbico-ansiosos busca compreender e transformar os medos irracionais a partir da exploração dos conflitos inconscientes e da análise das memórias e experiências traumáticas. A terapia psicanalítica oferece um caminho para o paciente acessar e compreender os conteúdos reprimidos e simbólicos por trás dos medos fóbicos, permitindo uma maior
integração e harmonia psíquica.

-Chave: Psicanálise. Fobia. Tratamento. Simbolismo. Sintomas.

Trabalho apresentado pelos alunos Ronaldo José de Menezes e José Samuel Teixeira Dantas como parte dos requisitos, para  a conclusão do curso livre de doutorado em psicanálise.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Resumo da disciplina: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo-Curso de Doutorado Livre em Psicanálise

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta crianças, adolescentes e adultos. Caracteriza-se por dificuldades persistentes de atenção, hiperatividade e impulsividade, que podem interferir significativamente na vida diária e nas atividades acadêmicas, profissionais e sociais. Neste texto, vamos explorar as principais características do TDAH, seus possíveis fatores causais, o impacto na vida das pessoas afetadas e as abordagens de tratamento disponíveis.

O TDAH é um transtorno complexo, com origem multifatorial. Dentre os fatores que podem contribuir para seu desenvolvimento, destacam-se a genética, disfunções neuroquímicas, problemas no funcionamento cerebral e fatores ambientais. Estudos indicam que existe uma predisposição genética para o TDAH, sendo mais comum em indivíduos com histórico familiar da condição. Além disso, alterações nos neurotransmissores dopamina e noradrenalina têm sido associadas ao transtorno.

As manifestações clínicas do TDAH variam de acordo com a idade. Em crianças, os sintomas mais comuns são dificuldades de concentração, impulsividade, hiperatividade motora, dificuldades de organização e planejamento, além de comportamentos desafiadores. No caso dos adolescentes e adultos, os sintomas podem se manifestar de maneira diferente, incluindo dificuldades em manter o foco, procrastinação, impulsividade, problemas de memória e dificuldades no gerenciamento de tarefas e responsabilidades.

O impacto do TDAH na vida das pessoas afetadas pode ser significativo. Na infância, as dificuldades de atenção e aprendizagem podem interferir no desempenho escolar e nas relações sociais. Na adolescência e idade adulta, o TDAH pode influenciar negativamente a vida acadêmica, profissional e os relacionamentos interpessoais. Além disso, a baixa autoestima, sentimentos de frustração e estigmatização são comuns entre aqueles que convivem com o transtorno.

O diagnóstico do TDAH é realizado por profissionais de saúde mental, como e psicólogos, por meio de uma avaliação clínica criteriosa. É importante considerar a avaliação do histórico de sintomas, observações do comportamento, entrevistas com o paciente e seus familiares, além de excluir outras condições médicas que possam apresentar sintomas semelhantes. O diagnóstico precoce e preciso é fundamental para garantir o acesso a intervenções adequadas.

O tratamento do TDAH envolve uma abordagem multimodal, que combina diferentes estratégias terapêuticas. A psicoeducação desempenha um papel fundamental, fornecendo informações sobre o transtorno, suas características e formas de manejo. A psicoterapia cognitivo-comportamental pode auxiliar no desenvolvimento de habilidades de organização, planejamento, autorregulação emocional e estratégias para lidar com as dificuldades do dia a dia. A terapia familiar também pode ser benéfica para melhorar a comunicação e as relações familiares.

Em alguns casos, o uso de medicamentos estimulantes, como a metilfenidato, pode ser recomendado. Esses medicamentos atuam no sistema nervoso central, melhorando a atenção e o controle dos impulsos. No entanto, é importante ressaltar que o tratamento medicamentoso deve ser acompanhado por um profissional especializado e ser integrado a outras abordagens terapêuticas.
Além disso, estratégias de apoio e adaptações ambientais são importantes para ajudar a pessoa com TDAH a lidar com as demandas do cotidiano. Isso pode incluir o estabelecimento de rotinas, a quebra de tarefas em passos menores, o uso de lembretes visuais, a organização do ambiente de trabalho e estudo, entre outras medidas que facilitam a organização e a execução de tarefas.

Em conclusão, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição que afeta significativamente a vida das pessoas, interferindo na atenção, e impulsividade. O diagnóstico precoce e o acesso a tratamento adequado são fundamentais para minimizar o impacto negativo do transtorno. A abordagem terapêutica multimodal, que combina intervenções psicoeducativas, psicoterapia, suporte familiar e, em alguns casos, medicamentos, pode proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida das pessoas com TDAH. É importante lembrar que cada indivíduo é único, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades específicas de cada pessoa, levando em consideração sua idade, sintomas e contexto de vida.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade na visão Psicanalítica De acordo com a visão psicanalítica, o TDAH pode ser compreendido como uma expressão das dificuldades na regulação emocional e na organização interna do sujeito. A falta de atenção pode refletir uma dificuldade em sustentar o interesse e o envolvimento emocional nas tarefas, enquanto a hiperatividade pode ser entendida
como uma tentativa de aliviar a ansiedade e buscar estimulação constante.
A psicanálise enfatiza a importância do inconsciente e das experiências precoces na formação dos sintomas do TDAH. Traumas, conflitos não resolvidos e experiências traumáticas podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento do transtorno. Por exemplo, a separação precoce, negligência ou abuso podem gerar angústia e desencadear mecanismos de defesa que se manifestam como sintomas
de TDAH.
Na abordagem psicanalítica, o tratamento do TDAH se concentra na exploração na compreensão das causas subjacentes dos sintomas. O objetivo é ajudar o indivíduo a desenvolver uma maior consciência de si mesmo, de suas emoções e de suas dificuldades, promovendo uma integração e uma organização psíquica mais saudáveis. A psicoterapia psicanalítica oferece um espaço seguro para a expressão dos conflitos e a elaboração das experiências traumáticas, possibilitando a construção de novas significações e a transformação dos padrões de funcionamento.
Durante a terapia psicanalítica do TDAH, o terapeuta auxilia o paciente a identificar e explorar os padrões de pensamento e comportamento disfuncionais, bem como os processos inconscientes que influenciam sua vida cotidiana. A interpretação dos conteúdos inconscientes, a análise dos sonhos e o trabalho com a transferência são algumas das técnicas utilizadas para promover insights e mudanças duradouras.
Além da psicoterapia individual, a terapia familiar pode desempenhar um papel importante no tratamento do TDAH. A dinâmica familiar e os padrões de interação podem influenciar a expressão e a manutenção dos sintomas. A terapia familiar busca identificar e modificar esses padrões disfuncionais, promovendo a comunicação aberta e a resolução de conflitos de maneira saudável.
É importante ressaltar que a abordagem psicanalítica do TDAH não exclui a possibilidade de intervenções complementares, como o uso de medicamentos ou abordagens psicopedagógicas. A combinação de diferentes abordagens terapêuticas pode ser benéfica, visando abordar os aspectos neurobiológicos, emocionais e comportamentais do transtorno.

Em resumo, a visão psicanalítica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade busca compreender os aspectos inconscientes e emocionais que contribuem para o surgimento e a manutenção dos sintomas. A psicoterapia psicanalítica oferece um espaço de reflexão e transformação, ajudando o indivíduo a desenvolver uma maior consciência de si mesmo e a elaborar os conflitos internos. O tratamento psicanalítico pode ser complementado por outras intervenções terapêuticas, visando uma abordagem abrangente e integrada do TDAH.

Palavras-Chave: Psicanálise. TDAH. Personalidade. Desenvolvimento. Terapias.

Trabalho apresentado pelos alunos Ronaldo José de Menezes e José Samuel Teixeira Dantas como parte dos requisitos, para  a conclusão do curso livre de doutorado em psicanálise.

Esquizofrenia

Resumo da disciplina esquizofrenia

Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo- Curso de Doutorado Livre em Psicanálise

A esquizofrenia é um transtorno mental crônico que afeta a maneira como uma pessoa pensa, sente e se comporta. Caracterizada por sintomas como delírios, alucinações, desorganização do pensamento e comprometimento social, a esquizofrenia tem um impacto significativo na vida daqueles que a vivenciam, bem como de seus familiares e cuidadores.

Diagnóstico

O diagnóstico da esquizofrenia é complexo e requer uma avaliação cuidadosa dos sintomas apresentados pelo indivíduo. Embora a causa exata da esquizofrenia ainda seja desconhecida, sabe-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos desempenha um papel importante no seu desenvolvimento.

Sintomas

No que diz respeito aos sintomas, a esquizofrenia é caracterizada por sintomas positivos e negativos. Os sintomas positivos referem-se a alterações perceptivas ou cognitivas adicionais à experiência normal, como delírios, alucinações e pensamento desorganizado. Os sintomas negativos, por sua vez, referem-se a uma diminuição ou perda de funções normais, como apatia, anedonia e dificuldades de comunicação.

A esquizofrenia é um transtorno mental crônico que afeta a forma como uma pessoa pensa, sente e se comporta. Os sintomas da esquizofrenia podem variar de pessoa para pessoa e podem mudar ao longo do tempo. Vamos explorar os principais sintomas associados a essa condição:

1- Delírios: São crenças falsas e irracionais que não são compartilhadas pela maioria das pessoas. Os delírios podem envolver ideias de perseguição, grandiosidade, controle externo ou pensamentos de que os pensamentos são transmitidos para outras pessoas.

2- Alucinações: São experiências sensoriais vividas por uma pessoa que não estão presentes no mundo real. As alucinações mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, como vozes que só o paciente escuta.
3- Alterações do pensamento: Pessoas com esquizofrenia podem apresentar dificuldades em organizar seus pensamentos e expressá-los de maneira coerente. O discurso pode parecer confuso ou incoerente.

4- Comportamento desorganizado: Isso pode incluir dificuldades em realizar tarefas diárias, falta de cuidado com a higiene pessoal e comportamentos estranhos ou inapropriados.

5- Sintomas negativos: São caracterizados pela diminuição ou ausência de emoções, falta de motivação, isolamento social e redução da fala.

6- Prejuízo cognitivo: Pessoas com esquizofrenia podem apresentar dificuldades de memória, atenção e concentração, o que pode afetar sua capacidade de funcionar no trabalho, nos estudos e nas atividades diárias.

7- Alterações emocionais: Oscilações de humor, depressão e ansiedade também podem estar presentes na esquizofrenia.

É importante destacar que os sintomas da esquizofrenia podem variar em intensidade e gravidade, e o diagnóstico da condição é feito com base em uma avaliação médica completa, incluindo a análise dos sintomas, histórico médico e exames físicos e laboratoriais. O tratamento da esquizofrenia envolve uma abordagem multidisciplinar que geralmente inclui medicamentos antipsicóticos, psicoterapia e suporte social. Cada caso é único, e o tratamento é adaptado às necessidades individuais de cada pessoa com esquizofrenia.

Tratamento

O tratamento da esquizofrenia envolve uma abordagem multidisciplinar que inclui medicamentos antipsicóticos, terapia psicossocial e suporte familiar. Os medicamentos antipsicóticos são usados para controlar os sintomas positivos da esquizofrenia, enquanto a terapia psicossocial ajuda a melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Essa terapia pode incluir intervenções individuais, grupais e familiares, com o objetivo de melhorar habilidades sociais,promover a independência e fornecer suporte emocional.

Além do tratamento convencional, abordagens complementares, como a terapia cognitivo-comportamental, a terapia ocupacional e programas de reabilitação psicossocial, também podem ser úteis no manejo da esquizofrenia.
É importante ressaltar que a esquizofrenia é uma condição crônica e, portanto, requer um acompanhamento contínuo. O suporte familiar e social desempenha um papel crucial na vida das pessoas com esquizofrenia, pois pode ajudar a reduzir o estigma, fornecer apoio emocional e auxiliar na adesão ao tratamento.
Embora a esquizofrenia possa apresentar desafios significativos, muitas pessoas com essa condição conseguem levar uma vida significativa e gratificante com o tratamento adequado e o suporte adequado. A conscientização, a educação e a destigmatização são fundamentais para garantir que as pessoas com esquizofrenia recebam o apoio necessário e tenham a oportunidade de viver plenamente suas vidas.
Em resumo, a esquizofrenia é um transtorno mental complexo que afeta a cognição, a percepção e o comportamento. Com um tratamento adequado e uma abordagem abrangente, é possível ajudar as pessoas com esquizofrenia a alcançar uma melhor qualidade de vida e a se reintegrar na sociedade. A pesquisa contínua e a conscientização pública são cruciais para melhorar a compreensão e o manejo
dessa condição.

Causas da Esquizofrenia

As causas da esquizofrenia não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e neuroquímicos desempenhe um papel importante no desenvolvimento da doença. Vamos explorar esses fatores em mais detalhes:

1- Fatores genéticos: Estudos demonstraram que a esquizofrenia tende a ocorrer em famílias, indicando uma predisposição genética para a doença. Pessoas que têm um parente de primeiro grau com esquizofrenia têm um risco aumentado de desenvolver a doença em comparação com a população em geral. No entanto, a esquizofrenia não é estritamente hereditária, e muitas
pessoas com histórico familiar não desenvolvem a condição.

2- Fatores ambientais: Diversos fatores ambientais podem influenciar o desenvolvimento da esquizofrenia. Estes incluem complicações durante a gravidez ou no parto, exposição a toxinas ambientais, infecções virais durante a gestação, trauma na infância, estresse crônico, abuso de substâncias e experiências adversas na vida.

3- Disfunção neuroquímica: Acredita-se que desequilíbrios nos neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina, desempenhem um papel na esquizofrenia. Esses neurotransmissores estão envolvidos na regulação das funções cerebrais, e alterações em seus níveis ou
funcionamento podem contribuir para os sintomas da esquizofrenia.

Além desses fatores, pesquisas recentes também sugerem a interação de fatores epigenéticos, que envolvem modificações químicas que afetam a expressão dos genes, e fatores de desenvolvimento cerebral anormal como possível contribuinte para a esquizofrenia.
É importante ressaltar que a esquizofrenia é uma condição complexa e multifatorial, e diferentes combinações de fatores podem estar envolvidas no desenvolvimento da doença em diferentes indivíduos. No entanto, o conhecimento sobre as causas específicas da esquizofrenia ainda está em evolução, e mais pesquisas são necessárias para a compreensão completa dessa condição.

Palavras-Chave: Psicanálise. Esquizofrenia. Tratamento. Sintomas. Causas.

Trabalho apresentado pelos alunos Ronaldo José de Menezes e José Samuel Teixeira Dantas como parte dos requisitos, para  a conclusão do curso livre de doutorado em psicanálise.