Prova de psicanálise

1. O que é a Psicanálise?
A psicanálise é uma área independente da psicologia, tratada como arte, ciência, ética, é do ponto de vista terapêutico, pode-se dizer que é uma técnica psicoterapêutica, que tem como base a teoria do modelo inconsciente, desenvolvida por Sigmund Freud.
Ele a caracteriza como uma teoria, um método e uma técnica. Tem como pressuposto a investigação sobre o funcionamento da mente humana, o inconsciente, que são conteúdos mentais inacessíveis à própria pessoa. Através da fala do usando a técnica de associação livre, a interpretação dos sonhos, os atos falhos de palavras e ações dos pacientes, pode-se chegar a significados desses conteúdos do inconsciente, trazendo-os à consciência do paciente.
É um método de tratamento das perturbações neuróticas, fundado nessa investigação e que serve para investigar processos anímicos dificilmente acessíveis por outras vias, que pouco a pouco foram se constituindo em uma nova disciplina científica.
O processo terapêutico psicanalítico se dá através da análise, no qual o terapeuta explora e investiga o inconsciente do paciente. Esse processo visa trazer à consciência os desejos, medos, traumas e conflitos reprimidos que influenciam o comportamento, memórias traumáticas e impulsos não reconhecidos, geralmente
são as raízes dos problemas que afetam o sujeito psicológica e emocionalmente. A análise envolve frequentes sessões de fala e reflexão (do paciente), utilizando técnicas como a associação livre, interpretação dos sonhos e a análise da transferência e da resistência, com o objetivo de trazer clareza e compreensão aos padrões psíquicos inconscientes do analisando.

2. O que é esquizofrenia?

A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da idade adulta. A esquizofrenia evolui geralmente em episódios agudos onde aparecem os vários sintomas acima descritos, principalmente delírios e alucinações, intercalados por períodos de remissão, com poucos sintomas manifestos.
Os principais sintomas são: Os delírios, que são ideias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. As alucinações, que são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. Alterações do pensamento, quando as ideias podem se tornar confusas, desorganizadas ou desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender. Alterações da afetividade, quando pacientes tem uma perda da capacidade de reagir emocionalmente às circunstâncias. Diminuição da motivação, caracteriza quando o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não conversa, fica isolado e retraído socialmente.
Ainda hoje não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A
hereditariedade tem uma importância relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico têm chance maior de desenvolver a doença.
O diagnóstico é feito pelo especialista a partir das manifestações da doença.
Sendo que o tratamento é baseado no controle dos sintomas e na reintegração do paciente no meio social. Lembrando que o tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial.

3. Quem foi o Pai da Psicanálise?
Sigmund Freud, foi médico neurologista Austríaco de origem judaica, formado na Universidade de Viena, Áustria. O pai da psicanálise foi Sigmund Freud, que desenvolveu a teoria e a prática da psicanálise no final do século XIX e início do século XX, é conhecido por suas contribuições revolucionárias para a compreensão da mente humana, do inconsciente e dos processos psicológicos.

Reconhecido como o fundador da psicanálise, é uma abordagem revolucionária no campo da psicologia. Freud desenvolveu teorias inovadoras sobre a mente humana, a personalidade, o inconsciente e os processos psíquicos. Suas ideias influenciaram significativamente não apenas a psicologia clínica, mas também
áreas como a literatura, a filosofia, a sociologia e a cultura em geral.
Freud introduziu conceitos fundamentais, como o inconsciente, o complexo de Édipo, a interpretação dos sonhos e o papel dos impulsos sexuais na psique
humana, bem como descobriu a importância dos sonhos na revelação de conteúdos
inconscientes.
Através de sua abordagem clínica e teórica, Freud influenciou significativamente não apenas a psicologia e a psiquiatria, mas também campos como a literatura, a arte e a cultura em geral.
Freud também foi o fundador da primeira escola de psicanálise e
desenvolveu técnicas terapêuticas para explorar e resolver conflitos emocionais e traumas inconscientes. Sua obra influenciou gerações de teóricos e praticantes da psicoterapia, deixando um legado duradouro no campo da saúde mental.

4. Qual a diferença entre Psicanalista, psiquiatra e Psicólogo?
São profissionais da saúde mental, são os psiquiatras Psicólogo e
Psicanalista, atende as pessoas que têm transtornos, doenças, desequilíbrios na parte mental, também atendem indivíduos que anseiam por mudanças em relação ao que fazem, ao que sentem e ao que pensam. Tais diferenças dar-se no âmbito da sua formação profissional.
O psiquiatra é um profissional com formação em medicina e com
pós-graduação ou em Psiquiatria. Os psiquiatras fazem o diagnóstico da doença com base nos sinais e sintomas do paciente. Desta forma, o médico psiquiatra está preparado para lidar com os mais variados transtornos mentais (depressão, psicoses, etc). Ele faz uso do sistema de diagnóstico baseado em manuais como
CID10 – Código Internacional de Doenças e DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. E a principal forma de intervenção utilizada por este profissional é a prescrição de medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos e outros psicofármacos.
O psicólogo é um profissional que concluiu a graduação em Psicologia, podendo atuar na área do conhecimento, seja na clínica, hospitalar, recursos humanos, educacional, jurídica e outras. Para atuar na área clínica, o psicólogo geralmente complementa a sua formação com cursos (especialização, pós-graduação stricto sensu e lato sensu).

Já para se tornar um psicanalista, não é necessário ter formação em psicologia ou medicina, no Brasil é um profissional autônomo, reconhecido pelo ministério do trabalho. Assim, a psicanálise é reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (CBO – código 2515.50), amparada pelo Decreto no 2.208 de 17 de abril de 1997, que estabelece Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
– Lei no 9.394, de 1996, e pela Constituição Federal.
As instituições psicanalíticas têm a responsabilidade social de formar psicanalistas competentes, conferir-lhes autonomia para o exercício de sua função, responsabilizando-os quanto à ética de seus atos. A Psicanálise não é regulamentada como profissão no Brasil e em nenhum outro país.
Para se tornar um psicanalista, o pretendente precisa fazer um curso, que atualmente é classificado como curso livre de formação em psicanálise e seguir a determinação do tripé psicanalítico de formação, que é a sua própria análise , conhecer a teoria psicanalítica, e ter supervisão de seus casos com outro
psicanalista mais experiente. devendo a pessoa se autoriza a exercer essa função, quando julgar está em condições para exercer a função. Desse modo, não possuem Conselho de Profissão para orientar, fiscalizar e disciplinar o seu exercício e acolher denúncias contra profissionais.

5. O que é Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)? Quais são as principais causas? Cite exemplos de (TOC).
A sigla TOC, significa Transtorno Obsessivo-Compulsivo, que é um transtorno mental de ansiedade, caracterizado pela presença de obsessões, que são pensamentos próprios, intrusivos ou ideias recorrentes de cunho negativo, sem muito sentido, causando ansiedade e desconforto emocional. Já as compulsões são comportamentos ou atitudes de forma repetitiva, como uma mania, porém muito intensa quantitativamente, atrapalhando a vida da pessoa em suas relações pessoais e sociais. Essas atitudes, menos no início, ocorrem com o intuito de aliviar a ansiedade e o incômodo dos pensamentos desagradáveis do indivíduo.
Causa: é um transtorno multicausal, que pode estar associado a questões biológicas (genética), neuroquímica (cerebral), bem como infecções e psicológica, como o estilo de vida estressante.
Ex: Lavar as mãos repetidamente e/ou várias vezes ao dia, com medo de se contaminar. Isso faz com que, na cabeça dela, ela esteja tomando uma atitude de que aquele pensamento de contaminação, seja eliminado, porém esse alívio é momentâneo, pois logo em seguida surge o mesmo pensamento, recomeçando o mesmo ritual repetidamente.
Outro exemplo é checar se algo foi realizado, como por exemplo, verificar se trancou a porta, isso é feito muitas vezes.

6. Quem foi Carl Gustav Jung?
Carl Gustav Jung foi um psiquiatra e psicólogo suíço que teve uma influência significativa no campo da psicologia analítica. Ele nasceu em 26 de julho de 1875, em Kesswil, Suíça, e faleceu em 6 de junho de 1961, em Küsnacht, Suíça.
Jung desenvolveu suas próprias teorias psicológicas, que divergiam em alguns aspectos das ideias de Sigmund Freud, embora inicialmente eles tenham colaborado. A abordagem de Jung ficou conhecida como psicologia analítica e introduziu conceitos como o inconsciente coletivo, arquétipos, tipos psicológicos (como extroversão e introversão), individuação e sincronicidade.
Diferentemente de Freud, Jung acreditava que o inconsciente não se limitava apenas a aspectos reprimidos, mas também continha elementos universais compartilhados pela humanidade ao longo da história. Seu trabalho influenciou áreas como psicologia, psicoterapia, mitologia, religião, literatura e arte. A abordagem de Jung continua a ser estudada e aplicada por psicólogos e terapeutas.

7. O que você entendeu ao ler a disciplina: O Luto e sua relação com os estados Maníaco-Depressivos?
O luto é uma resposta natural e saudável à perda de alguém ou algo significativo em nossas vidas. Envolve um processo emocional e psicológico que pode incluir sentimentos de tristeza, raiva, negação, choque e até mesmo momentos de aceitação e esperança. O luto é uma experiência única para cada pessoa e não segue um padrão pré definido, podendo durar diferentes períodos de tempo.
Quando se trata da relação entre o luto e os estados maníacos-depressivos, é importante considerar que o luto pode desencadear ou agravar transtornos do humor, como a depressão ou transtorno bipolar. Algumas pessoas podem experimentar um episódio depressivo após uma perda significativa, enquanto outras podem alternar entre estados maníacos e depressivos, especialmente se já tiverem um diagnóstico prévio de transtorno bipolar.
O luto pode ser um fator desencadeante para transtornos do humor em algumas pessoas, especialmente se houver predisposição genética ou histórico pessoal de episódios depressivos ou maníacos.
Klein considerava que o processo de luto envolvia a aceitação da realidade da perda, a internalização do objeto amado perdido e a elaboração de sentimentos ambivalentes. Ela faz a distinção inicialmente dos tipos de objeto de desejo, sendo o primeiro objeto, o peito da mãe, representado pelo: amor, bondade e segurança.
Mas surge a dor e a preocupação pela perda dos “objetos bons” que é a posição depressiva, ou seja o objeto mau. Outras dores também surgem como a situação edípica, as frustrações, e ansiedades.
O sentimento de ambivalência é colocado como a mãe interna e externa ou seja o mundo real e imaginário. O aumento de amor e confiança e a diminuição dos temores através de experiências felizes, ajuda o menino passo a passo a vencer sua depressão e sentimento de perda (LUTO). Capacitam-no para provar sua realidade interior por meio da realidade externa.

8. Faça um breve resumo da disciplina: A interpretação dos sonhos – Parte 1
Sonho é um produto da atividade do inconsciente e que tem sempre um sentido intencional ou de realizações do desejo. Os sonhos são produzidos com os pensamentos, dados e experiências da nossa vida diária, que são recalcados para o inconsciente.
Os sonhos, são fenômenos psíquicos, que possuem uma distorção do seu conteúdo, ele se exprime de modo deformado, funcionando como se fosse uma defesa com um desejo proibido, reprovável (que sofreu censura). Sendo a censura é que vai ter a função de permitir que a consciência aceite os pensamentos latentes dos sonhos.
Freud considerou três características da memória onírica, tem preferência por impressões recentes, por aquelas indiferentes e lembranças infantis.Os sonhos podem escolher seu material de qualquer momento da vida, desde que exista uma relação entre as experiências do dia anterior com o passado mais distante. As
representações pouco intensas, assumem o lugar das mais intensas (deslocamento). O conteúdo onírico pode unificar duas ou mais experiências, estímulos recentes com as do passado.
Os sonhos são formados pela elaboração de fatores fundamentais: a Condensação; o Deslocamento ;a Dramatização (representabilidade) e a elaboração secundária. A Condensação, representa um conteúdo que está no lugar de muitos outros (o mesmo conflito em vários símbolos do sonho). O deslocamento quando um elemento importante é representado diretamente por outro, por exemplo a censura é a força psíquica para efetuar o deslocamento. As operações mentais inconscientes por meio das quais o conteúdo latente do sonho se transforma em sonho manifesto, damos o nome de elaboração do sonho, também chamada dramatização.
O método de interpretação dos sonhos, segundo Freud, há algumas normas, como por exemplo a experiência consciente, chamada de sonho manifesto que é o sonho que se consegue recordar. Já a parte dos os sonhos latentes, são os pensamentos e desejos inconscientes que ameaçam acordar a pessoa.

9. Qual é a definição de psicose e quais são as causas mais comuns?
A psicose é uma estrutura de personalidade, que afeta a capacidade de julgamento, ou seja, rompimento radical do contato do indivíduo com a realidade.
Ele cria uma realidade paralela, da qual ele irá realizar os desejos infantis. Na manifestação de transtornos mentais desta estrutura pode se mencionar: sociopata, desvio de caráter e esquizofrenia.
A causa da psicose é um desequilíbrio bioquímico cerebral, de causa genética, depressão profunda, uso de substâncias psicoativas e doenças que afetam o sistema nervoso central, como Alzheimer, AVC, AIDS e Parkinson, insônia grave, demência e traumas no cérebro também desencadeiam a psicose.

10. Defina Histeria, quais os principais sintomas e causas.
Na antiguidade a histeria era vista com muita distorção de como é hoje, desde o útero mudar de lugar no corpo a possessão demoníaca. A histeria era associada a possessão demoníaca, com sinais de convulsões e espasmos, um calor interno, associada ao erotismo.
Os sintomas acreditavam que poderiam ser minimizados com o ato sexual.
Em vários países a histeria era vista de uma forma, envolvendo a religião, hipnotismo, também foi tratado como doença dos nervos (neurose).
O conflito psíquico inconsciente é que foi reconhecido por Freud como a principal causa da histeria” e a teorização da sexualidade infantil permitiu a Freud
identificar o conflito nuclear da neurose histérica, desenvolvendo os conceitos de Complexo de Édipo e Angústia de Castração.
A histeria é um dos transtornos neuróticos, relacionados ao estresse e somatoformes, mais especificamente na subcategoria transtornos dissociativos (ou conversivos) O transtorno somatoforme é definido como o aparecimento de sintomas
físicos e apresenta variedades de sintomas que impactam a vida dos pacientes. O atendimento deve ser o que acolha suas necessidades e desenvolver uma escuta ativa.
A complacência somática é uma condição orgânica normal ou patológica que facilita a formação de um sintoma histérico.
Atualmente, o mais comum é que os pacientes chegam sem uma definição clara do seu sofrimento, seus corpos são simbolicamente desabitados de emoções, encaminhados por um clínico devido a sintomas físicos confundidos com somatizações dos histéricos.

11. Quais são as práticas de Freud que antecedem a formulação da teoria psicanalítica?
O próprio nome escolhido para o primeiro método – catarse = purificação – é um conceito corrente nas iniciações da antiguidade. O método catártico original consiste essencialmente em transferir o doente – com e sem a parafernália hipnótica
– ao fundo mais profundo de sua consciência, isto é, a um estado que nos sistemas de ioga orientais equivale aos estados de meditação ou contemplação. O objeto da contemplação, porém, diferencia-se do da ioga pelo emergir esporádico de vestígios
de noções crepusculares – ou na forma de imagens ou de sentimentos – que num cenário escuro se destacam do fundo invisível do inconsciente, a fim de se apresentarem, ainda que imprecisos, ao olhar introspectivo. É uma maneira de fazer voltar o que foi recalcado ou esquecido. Isso, por si só, já é um benefício, ainda que eventualmente desagradável, pois as qualidades inferiores e até condenáveis também me conferem substancialidade e corpo: é minha sombra.
A hipnose também foi uma técnica inicialmente empregada para colocar os pacientes em um estado de transe, em que eles começavam a rememorar os traumas que não podiam ser lembrados com espontaneidade. Ao tratar as jovens histéricas com a técnica da hipnose, Freud e Breuer perceberam que muitos
traumas estavam relacionados com conteúdos reprimidos. No entanto, havia alguns pacientes nos quais a técnica da hipnose realmente não era eficaz, o que gerou um certo desapontamento em Freud. Diante da insuficiência da técnica hipnótica, Freud
percebeu que a análise realmente não poderia ter eficácia.

12. Como se caracterizam as fases do desenvolvimento sexual?
Segundo Freud, a sexualidade do individuo evolui através dos estágios, denominados de fases: oral, anal, fálica, de latência e genital. Estes são chamados estágios psicossexuais porque cada estágio representa a concentração da libido (energia do impulso sexual) em uma área diferente do corpo. À medida que uma pessoa cresce, certas áreas do seu corpo (zonas erógenas) tornam-se, a cada momento, importantes como fontes de prazer, frustração potencial ou de ambos. De acordo com Freud, as crianças passam por cinco fases de desenvolvimento:

1.A fase oral , que vai do nascimento até 1 ano de idade
A primeira fase de desenvolvimento de uma criança se concentra na região oral. Tendo como exemplo principal foco a amamentação da mãe, a criança obtém prazer no momento da sucção e sente satisfação com a nutrição proporcionada pelo
ato. Com duração de um ano a um ano e meio, a fase oral termina com a época do desmame. As principais características psicológicas desse estágio, que podem evoluir ou se tonar fixadas, são onipotência, passividade, tendência à preensão e à
incorporação, não distinção interno-externo, intolerância à frustração, agressividade não intencional e dependência, entre outras.

2. A fase anal, que gira em torno de 1 a 3 anos de idade Durante esse período de vida principal região de prazer da criança é a região anal (zona erógena anal). A função mais importante nessa fase é o manejo das fezes (excreção e retenção) e o principal conflito desse estágio se dará em vista do controle dos esfíncteres. As características psicológicas próprias dessa fase são: busca de autonomia, agressividade intencional, formação das noções de tempo e espaço e formação das noções de ordem, higiene e limpeza.

3. A fase fálica (3 – 6 anos)
Dura mais ou menos do 3o ao 6o ano de vida da criança e tem como principal fonte de prazer a região genital (zona erógena genital). Essa fase é a mais crucial para o desenvolvimento sexual na vida de uma criança. O fato mais marcante dessa etapa é a masturbação infantil. É nesse estágio que ocorrem o conflito com dois dos mais momentosos complexos nomeados por Freud: os complexos de Édipo e Electra. São características psicológicas desse estágio: curiosidades (principalmente com relação à sexualidade), exibicionismo, sentimentos de superioridade / inferioridade e vaidade.

4. O período de latência (7 anos – puberdade)
A partir do 7o ano e até a puberdade, segue-se uma latência no desenvolvimento da sexualidade. Ou seja, não há ausência da sexualidade, mas sim uma detenção na sua evolução. Esse período é marcado pela ausência de novas descobertas sobre o corpo e a sexualidade e não instaura o funcionamento de uma nova zona erógena. Nessa fase ocorrem a escolarização, a socialização, o desenvolvimento intelectual e a formação de valores do pré-adolescente. A criança volta seu interesse para o mundo externo e aprende sobre as coisas da natureza: porque ocorrem, como são feitas, como funcionam, etc. Neste período, a criança já superou o complexo da fase fálica e, embora desejos e impulsos sexuais possam ainda existir, eles são expressos de forma assexuada em atividades como amizades, estudos ou esportes, até o começo da puberdade.

5. A fase genital (puberdade e vida adulta)
Daí em diante a sexualidade passa à fase genital, adulta. A puberdade é um período de grandes transformações físicas e fisiológicas. A ela segue-se a adolescência, período de importantes acontecimentos psicológicos. Ambas as fases se estendem até a vida adulta. A sexualidade surge agora impulsionada por uma nova onda instintiva, marcada por suas características adultas: primazia dos genitais sobre as demais zonas erógenas e escolha de um objeto fora do próprio corpo, normalmente outra pessoa. Por “primazia dos genitais” entende-se o fato de que os órgãos genitais passam a ser a principal via de descarga das tensões sexuais e sede de um prazer maior que o obtido nas demais zonas erógenas. Não se fala em zona erógena genital porque essa etapa é última e definitiva.

Do ponto de vista psicológico, o fim da evolução deve levar à capacidade de amar, produzir e criar. Desvios desses objetivos podem ocorrer por fixação a uma fase do desenvolvimento que já devia ter sido superada ou por regressão a ela.
Segundo Freud, na fase genital, a criança mais uma vez volta a sua energia sexual para seus órgãos genitais e, portanto, em direção às relações amorosas. Ele diz que esta é a primeira vez que uma criança quer agir de acordo com seu instinto de procriar.
Os conflitos internos típicos das fases anteriores atingem aqui uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta. Neste momento, meninos e meninas estão conscientes
suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais.

13. Como se caracteriza a pulsão?
A teoria da pulsão postulava que, se foi frustrada ou gratificada em excesso em um estágio psicossexual precoce (por meio da interação entre a aptidão temperamento da criança e a resposta dos pais), uma criança pode se tornar “fixada” em algumas das questões biológicas dessa fase.
O caráter era visto como uma expressão de efeitos de longo prazo decorrentes dessa fixação: se um homem adulto tivesse uma personalidade depressiva, era teorizado que havia sido ou negligenciado ou sobrecarregado de gratificações entre o primeiro e o segundo ano de vida (a fase de desenvolvimento
oral); se ele fosse obsessivo, era inferido que havia tido problemas entre as idades de um 1 e meio e 3 anos (a fase anal); se fosse histérico, isso se devia a rejeição, à superestimulação da sensualidade, ou a ambos, entre os 3 e os 6 anos, quando o interesse da criança se volta para os genitais e para a sexualidade (a fase “fálica”, na linguagem freudiana orientada por um viés do masculino, posteriormente chamada de “edipiana” devido a questões de competição sexual e a fantasias associadas a tais disputas, características desse estágio – um paralelo com os temas da Grécia Antiga e com a história de Édipo). Nos primeiros tempos do movimento psicanalítico, era comum ouvir alguém se referir ao paciente como portador de um caráter oral, anal ou fálico.

14. Quais os três usos do termo psicanálise?
O termo “psicanálise” pode ser utilizado de diferentes maneiras, refletindo diferentes aspectos da abordagem. Esses três usos destacam as dimensões terapêuticas, teóricas e acadêmicas da psicanálise, mostrando como o termo é abrangente e aborda diferentes aspectos da abordagem desenvolvida por Freud e seus seguidores.

Como Método Terapêutico: A psicanálise é frequentemente referida como um método terapêutico que visa explorar os processos mentais inconscientes e as influências do passado na vida psíquica do indivíduo. Em uma sessão de
psicanálise, o paciente é encorajado a falar livremente (associação livre), explorando pensamentos, emoções e memórias, enquanto o analista interpreta os conteúdos reprimidos do inconsciente. O objetivo é trazer à consciência elementos anteriormente não reconhecidos para promover insights e resolução de conflitos.

Como Teoria Psicológica: A psicanálise também se refere a uma teoria psicológica desenvolvida por Freud e posteriormente expandida por outros teóricos.
Essa teoria abrange conceitos como o inconsciente, a repressão, a sexualidade infantil, os mecanismos de defesa, o complexo de Édipo e a importância dos estágios do desenvolvimento psicossexual. A psicanálise busca compreender os processos mentais subjacentes que influenciam o comportamento humano.

Como Campo de Estudo Acadêmico: Além disso, o termo “psicanálise” é usado para descrever um campo de estudo acadêmico que engloba a pesquisa, a teoria e a prática clínica relacionadas à abordagem psicanalítica. Isso inclui a investigação sobre o desenvolvimento da personalidade, a aplicação da psicanálise em diferentes contextos clínicos e a análise crítica das contribuições de diversos
teóricos para a evolução da psicanálise como disciplina.

15. Faça uma breve análise sobre o caso do HOMEM DOS RATOS.
O famoso e intrigante caso do Homem dos ratos de Freud, foi um caso de neurose obsessiva compulsiva (TOC) grave. FREUD TEVE EXITO paciente era atormentado por ideias obsessivas, por anos, que consistiam no medo que algo de ruim pudesse ocorrer com a namorada e com seu pai, na época já falecido.
Além disso, tinha uma série de sintomas, tais como: compulsões, prescrições minuciosas e ordens auto impostas, permeadas por dúvidas, hesitações e mudanças de ideia. Nesse caso o paciente tinha um desejo inconsciente de ferir sua namorada e seu pai.
Em relação ao pai ele tinha sentimentos ambivalentes por desejar receber a herança de seu pai e ao mesmo tempo considerar repulsivo esse tipo de pensamento. Os sintomas seriam assim sentimentos ambivalentes inconscientes objetivando adiar o casamento. O conflito entre feri-la e protegê-la seria a raiz de seus problemas. A expressão dessa fantasia é seguida por uma reação de medo, é a maneira obsessiva de dar testemunho da existência do inconsciente como alteridade, e de tentar separar do amor o fundo de ódio que o sustenta.
Era ainda perseguido pela lembrança de um relato contado no tempo que prestava seus serviços militares. Trata-se de uma tortura praticada no Oriente, que consistia na introdução de um rato (Ratten) vivo no ânus do torturado. O paciente tem dificuldade de relatar este episódio, e essa dificuldade na exposição da cena é interpretada por Freud como resistência. Freud baseou-se nesse caso para formular suas teorias sobre a fase anal, erotismo infantil, racionalização, deslocamento e ambivalência. Freud argumenta que existia um elemento subtraído dessa equação que deveria ser reintroduzido, é aquele que fora recalcado na fala do paciente, a trazer à fala um desejo inconsciente” O complexo de Édipo, é evidenciado no aparente amor por seu pai, que na verdade servia de fachada para um ódio inconsciente, o “desejo de eliminar o pai, perturbador dos apetites sexuais do sujeito”
No plano familiar desencadeou um conflito no paciente relacionado à sua amada, a despeito de sua pobreza, ou se seguiria os passos de seu pai e casaria com a linda, rica e bem relacionada jovem que lhe havia predestinado. E resolveu esse conflito, que na verdade dizia respeito ao confronto entre seu amor e a persistente influência dos desejos de seu pai, ficando doente; ou melhor, o fato de ficar doente evitará a tarefa de resolvê-la na vida real.
no caso do Homem dos Ratos é como as sucessivas significações se relacionam não por meio do sentido das palavras do paciente, mas por meio de traços comuns em torno da sonoridade da palavra Ratten (rato), evidenciando com
isso o uso que ele fazia da linguagem em sua fala particular.
Länzer passou por um período de ardente devoção religiosa em sua adolescência, contudo, havia nele um constante desejo masturbatório. Ele temia que ao fazer isso algo de ruim pudesse ocorrer com a dama de quem gostava, de modo que compôs uma fórmula protetora contra esses desejos: Glejisamen. Freud
analisa que, por meio desta pequena oração, o analisante conseguia unir-se com o nome de sua amada Gisela (anagrama de sua amada + amen), contudo com samen (sêmen) unia-se ao seu corpo, “ou seja, para expressar-se de forma mais direta,
que se masturbou com a imagem dela” (Freud, 1909/2002, p. 109).
O conceito de gozo é resultado da indiferenciação entre a experiência de prazer e de dor que cabe ao sofrimento. No movimento de satisfação pulsional,
existe um resíduo que sobra na forma de frustração (Versagung), uma satisfação
que foi privada do sujeito e que por meio da repetição busca ser recuperada. O gozo
(Genuss) remeteria para a dimensão que estaria além do princípio do prazer, um “a
mais” interditado ao sujeito, impossível de ser reconciliado.

16. – O tipo de delírio onde o paciente se acha transformado em lobo ou em
outro tipo de animal é chamado de?

O tipo de delírio no qual um paciente acredita que foi transformado em um
animal é chamado de “licantropia” ou “delírio licantropo”. O termo é derivado da
lenda do lobisomem, onde a pessoa acredita que foi transformada em um lobo ou
outro animal. A licantropia é considerada um tipo específico de delírio de
transformação, onde a pessoa tem a convicção delirante de ter se metamorfoseado
em um animal. Esse tipo de delírio é uma manifestação de transtornos psicóticos,
como a esquizofrenia, por exemplo. Vale ressaltar que a licantropia é um fenômeno
psiquiátrico e não deve ser confundida com as crenças culturais ou folclóricas sobre
licantropia que podem existir em algumas sociedades.

17. Freud postulou diversos mecanismos de defesa. Defina: *Repressão:
*Recalque:
Algumas traduções da obra de Freud, bem como trabalhos publicados, têm
utilizado os dois termos como sinônimos. Recalque ou repressão é um dos
conceitos fundamentais da psicanálise, tendo sido desenvolvido por Sigmund Freud.
Denota um mecanismo mental de defesa contra idéias que sejam incompatíveis
com o eu
Então, de acordo com o mesmo, a repressão ocorre quando um pensamento,
memória ou sentimento é muito doloroso para um indivíduo. Por isso, a pessoa, de

maneira inconsciente, empurra a informação para fora da consciência. Sendo assim,
se torna inconsciente de sua existência.
Na psicanálise, a repressão é um mecanismo psíquico inconsciente. Ou
seja, é algo que a pessoa remove da sua consciência, pensamentos ou resíduos de
memória considerados inaceitáveis e intoleráveis pelo ego, ou seja, uma
experiência dolorosa e angustiante, sendo que o objetivo é modificar. Ou seja,
reestruturar em conteúdo e forma, o contexto real da memória reprimida daquela
experiência.
Freud dividiu a repressão psicológica em dois tipos: a repressão primária, na
qual o inconsciente é constituído; e a repressão secundária, que envolve a rejeição
de representações inconscientes. A repressão é o processo psíquico através do
qual o sujeito rejeita determinadas representações, ideias, pensamentos,
lembranças ou desejos, submergindo-os na negação inconsciente, no
esquecimento, bloqueando, assim, os conflitos geradores de angústia.
Mecanismo de ação da repressão: é distinguido por Freud em três momentos
do recalque:
Recalque originário (Urverdrängung), que, ao expulsar, da consciência, as
primeiras representações intoleráveis associadas à pulsão, marca uma cisão da
vida anímica, delimitando as áreas consciente/inconsciente e possibilitando a
repressão posterior. A premissa de Freud é a de que toda representação, para
poder ser reprimida, precisa ser atraída por essas representações originariamente
reprimidas.
Recalque propriamente dito ou recalque secundário, que desloca, para o
inconsciente, e ali mantém, as representações intoleráveis para a consciência,
magnetizadas pelo núcleo do inconsciente constituído pela repressão originária.
Retorno do recalcado , quando o recalcado expressa sua efetividade
psíquica, posto que mantém uma tendência a alcançar de algum modo a
consciência e a obter algum tipo de satisfação através das formações do
inconsciente, como os sonhos, os atos falhos ou os sintomas neuróticos.

18. O que é o COMPLEXO DE ÉDIPO? Explique com suas palavras.

Para Freud, o complexo de Édipo é uma formação psíquica que toda a
criança naturalmente acontece na fase fálica. A criança toma ambos os pais como

objetos sexuais, onde o menino se apaixona pela mãe e a menina pelo pai e ambos
(pai e mãe) são vistos alternadamente como rivais. Nessa fase é inevitavelmente
percebido a diferença anatômica entre os sexos, que resultará na formação do
complexo de castração. Que acontecerá de diferentes formas, no menino ao se
deparar com a ausência do pênis nas mulheres, o menino levará a sério a ameaça
de castração feita pelos pais durante seus momentos de masturbação e passará a
ter medo de perder o próprio pênis. Esse medo produzirá uma inibição dos impulsos
genitais. Como consequência, haverá um abandono dos pais como objetos sexuais
e a introjeção das imagos deles no próprio eu, formando o núcleo do superego. No
caso da menina, o complexo de castração, será diferente, não haverá diminuições
das fantasias edipianas. Pelo contrário, abre o caminho para a consolidação do
complexo de Édipo. Ao se dar conta de que não terá um pênis como o dos homens,
a menina se percebe como em falta e culpa a mãe por tê-la concebido dessa forma
supostamente defeituosa. A inveja do pênis e a mágoa da mãe levam a menina a
abandonar a mãe como objeto sexual e direcionar seu desejo para o pai, na
esperança de receber um filho. Essa fantasia incestuosa vai gradativamente se
desfazendo na medida em que não se realiza e, assim, a menina vai abandonando
seu complexo de Édipo e fazendo o mesmo processo de introjeção da imago
parental no eu para a formação do superego.

19. Quais são as diferenças entre transtorno bipolar e transtorno de
personalidade Borderline?
O transtorno bipolar e o transtorno de personalidade borderline (TPB) são
duas condições de saúde mental distintas, mas podem compartilhar algumas
características sintomáticas. Aqui estão as principais diferenças entre esses dois
transtornos:Transtorno Bipolar – Natureza do Humor: No transtorno bipolar, o
principal destaque é a presença de episódios distintos de alterações de humor,
incluindo episódios de mania, hipomania e depressão. Mania envolve um estado de
humor elevado, aumento da energia, impulsividade e diminuição da necessidade de
sono. Depressão no transtorno bipolar é caracterizada por tristeza intensa, baixa
energia, perda de interesse e prazer, alterações no sono e apetite. Episódios
Distintos:Os episódios de mania ou hipomania e depressão são claramente
delineados, com períodos de humor normal entre eles.Resposta a Medicamentos
Estabilizadores de Humor: Medicamentos estabilizadores de humor, como lítio ou

anticonvulsivantes, são frequentemente prescritos para controlar os sintomas do
transtorno bipolar.Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)- Instabilidade
nas Relações e Identidade:O transtorno de personalidade borderline está
caracterizado por instabilidade nas relações interpessoais, autoimagem e
afetos.Pessoas com TPB muitas vezes experimentam medo intenso de abandono,
mudanças abruptas na autopercepção e uma tendência a ver os outros como “todos
bons” ou “todos maus”.Impulsividade e Comportamento
Autodestrutivo:Comportamentos impulsivos, como gastos impulsivos, abuso de
substâncias, comportamento sexual de risco ou autolesões, são comuns no
TPB.Intensa Variação do Humor, mas sem Episódios Maníacos: Pessoas com TPB
podem experimentar alterações rápidas e intensas de humor, mas essas flutuações
não atingem o nível de episódios maníacos ou hipomaníacos como no transtorno
bipolar. Reações Intensas ao Estresse e Relacionamentos Instáveis: O TPB está
associado a reações intensas ao estresse, bem como a relacionamentos
interpessoais instáveis, caracterizados por idealização e desvalorização. Embora
haja distinções claras entre esses transtornos, a sobreposição de alguns sintomas,
como alterações de humor e impulsividade, pode levar a desafios diagnósticos. É
importante uma avaliação detalhada para determinar o diagnóstico correto e
desenvolver um plano de tratamento adequado. O tratamento para ambos os
transtornos pode envolver terapia, medicamentos e, em alguns casos,
hospitalização.

20. O que é TDAH? Quais os principais sintomas?
A perturbação de défice de atenção/hiperatividade é uma perturbação de
saúde mental que inclui uma combinação de problemas persistentes, como a
dificuldade em prestar atenção, a hiperatividade e o comportamento impulsivo. O
TDAH pode levar a relações instáveis, mau desempenho no trabalho ou na escola,
baixa autoestima e outros problemas. Os sintomas começam na primeira infância e
continuam na idade adulta. Em alguns casos, não é reconhecida ou diagnosticada
até a pessoa ser adulta. Nos adultos, a hiperatividade pode diminuir, mas as
dificuldades com a impulsividade, a inquietação e a dificuldade em prestar atenção
podem continuar.
TDAH significa Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. É um
transtorno neuropsiquiátrico comum na infância, mas que também pode persistir na

adolescência e na idade adulta. O TDAH é caracterizado por padrões persistentes
de desatenção, hiperatividade e impulsividade que interferem no funcionamento
normal e no desenvolvimento do indivíduo.
É importante notar que os sintomas podem variar em intensidade e
manifestação de pessoa para pessoa. Além disso, o TDAH pode afetar a vida
acadêmica, profissional e social do indivíduo, impactando suas relações
interpessoais e seu desempenho em diversas áreas.
O diagnóstico do TDAH geralmente envolve uma avaliação clínica
abrangente, que inclui observações do comportamento, entrevistas com pais,
professores e, em alguns casos, o próprio indivíduo. O tratamento pode incluir
intervenções comportamentais, terapia psicológica, suporte educacional e, em
alguns casos, medicamentos.
Os principais sintomas do TDAH são geralmente agrupados em duas categorias
principais:
Desatenção:
● Dificuldade em prestar atenção a detalhes, cometendo erros por
descuido.
● Dificuldade em manter o foco em tarefas ou brincadeiras.
● Esquecimento frequente em atividades diárias.
● Dificuldade em seguir instruções e concluir tarefas.
Hiperatividade e Impulsividade:
● Inquietação e incapacidade de permanecer sentado em situações nas
quais é esperado que se sente.
● Dificuldade em brincar ou participar de atividades de forma tranquila.
● Fala excessiva.
● Impulsividade, agindo sem pensar nas consequências.
● Interrupção constante de conversas ou atividades de outras pessoas.

21. Carl Gustav Jung sugeriu que a psique era composta por alguns
componentes, quais são eles?

Jung em sua teoria divide a psique em três elementos: o EGO, que é a nossa
consciência, onde contém nossos sentimentos, pensamentos conscientes, ações e
experiências pessoais.
O segundo componente é o Inconsciente Pessoal,que se divide em
pré-consciente e inconsciente, e é formado por nossas experiências pessoais, por
isso é único em cada pessoa. Nessa região psíquica, o material é de fácil acesso,
mas algumas memórias são de difícil acesso. Tem conteúdos que foram consciente
que foi esquecido, suprimido e tem impressões sensoriais muito fracas para serem
registradas.
E por fim os Complexos, onde armazenam mais experiências, com padrões
de emoções, memórias, percepções e desejos em torno de um mesmo tema. São
conteúdos que podem ser conscientes e inconscientes. Os complexos podem
originar-se de experiências na infância, na vida adulta e até vindo de nossos
ancestrais (inconsciente coletivo).

22. Quem foi Melanie Klein e qual era a sua teoria?
Melanie Klein foi uma psicanalista austríaca-britânica, nascida em Viena em
1882 e falecida em Londres em 1960. Ela foi uma das principais figuras no
desenvolvimento da psicanálise infantil e contribuiu significativamente para a teoria
psicanalítica.
A teoria de Melanie Klein é conhecida como psicanálise kleiniana ou
psicanálise das relações objetais.
Klein expandiu a teoria freudiana ao introduzir a ideia de “objetos internos” na
mente do indivíduo. Ela argumentava que, desde os primeiros estágios da vida, as
experiências emocionais com as figuras de apego (geralmente os pais) são
internalizadas e formam objetos internos que influenciam o desenvolvimento
emocional.
Klein concentrou-se nos estágios iniciais do desenvolvimento psicossexual,
enfatizando a importância das primeiras relações com a mãe e o pai na formação da
personalidade. Também propôs em sua teoria duas posições emocionais
fundamentais na infância: a posição esquizo-paranóide, que envolve experiências
de angústia, paranóia e projeção de objetos internos negativos, e a posição
depressiva, que envolve a internalização de objetos bons e maus e a capacidade de
lidar com conflitos de ambivalência.

Klein atribuiu uma importância significativa às fantasias inconscientes,
especialmente aquelas relacionadas a sentimentos de amor e ódio em relação aos
objetos internos.

23- Qual é a definição de fobia?
É o nome genérico de várias espécies de receios mórbidos ou patológicos de
algo específico, como escuro, fogo, aranha, altura, cachorro, etc. Fobia em
linguagem comum, é o temor ou aversão exagerada diante de situações
específicas, objetos, animais ou lugares.
Sob o ponto de vista clínico, no âmbito da psicopatologia, as fobias fazem
parte do espectro dos transtornos de ansiedade com a característica especial de só
se manifestarem em situações particulares.
São três os tipos de fobias:
1. Agorafobia – Temor de estar em lugares públicos concorridos, onde o
indivíduo não possa retirar-se de uma forma fácil ou despercebida.
2. Fobia Social – Temor perante situações em que a pessoa possa estar
exposta à observação dos outros, ser vítima de comentários ou passar perante uma
situação de humilhação em público.
3. Fobia Simples – Receio circunscrito diante de objetos ou situações
concretas.

24- O que é depressão, quais são as causas e principais sintomas?
No campo dos estudos sobre a depressão, o conhecimento é vasto,
enquanto as verdades absolutas são raras.Talvez futuramente, possamos descobrir
que cada ser possui um funcionamento único e peculiar e, como tal, requer um
tratamento individualizado, que seja capaz de harmonizar as suas verdades
bioquímicas, genéticas, psicológicas e/ou ambientais, das quais interagem no
surgimento e na apresentação do quadro depressivo.
O cérebro e o sistema endócrino apresentam um ponto de conexão
importante no hipotálamo. Hipotálamo: controla uma série de atividades corporais,
como o sono, o apetite e o desejo sexual, além de controlar a principal glândula do
corpo humano: a hipófise (ou glândula pituitária). O hipotálamo, para administrar a
produção hormonal do organismo, utiliza em parte a noradrenalina, a serotonina e a
dopamina. Por isso, a dosagem dos grandes grupos hormonais do organismo deve

constar na avaliação laboratorial de pacientes deprimidos: cortisol, hormônios
tireoidianos, os sexuais e os hormônios do crescimento etc.
Uma parcela significativa de pacientes que sofrem de depressão não
apresenta um quadro clínico de forma isolada. A depressão costuma vir
acompanhada de outros transtornos mentais ou mesmo de doenças físicas e fatores
de risco: abuso de drogas; dor crônica; Alzheimer; Parkinson; câncer; doenças
cardíacas; insônia crônica; transtorno de ansiedade; histórico familiar; estresse
crônico; ansiedade crônico; excesso de peso; sedentarismo e dieta desregrada; uso
excessivo de internet e redes sociais; traumas físicos ou psicológicos; separação
conjugal; enxaqueca crônica e outros.
Alguns dos diversos sintomas:
● irritabilidade, ansiedade e angústia; desânimo, cansaço fácil, necessidade de
maior esforço para fazer as coisas;
● diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer ;
● desinteresse, falta de motivação e apatia;
● sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero e desamparo;
● pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa
auto-estima;
● sensação, inutilidade, ruína e fracasso;
● interpretação distorcida e negativa da realidade;
● dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
● diminuição do desempenho sexual;
● perda ou aumento do apetite e do peso;
● insônia ou despertar matinal precoce;
● dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos;

25- Quais são as Cinco Premissas da Psicanálise?

As premissas fundamentais formam a base teórica da psicanálise são:

1. Inconsciente: A psicanálise postula a existência de processos mentais e
conteúdos emocionais que estão fora da consciência do indivíduo, mas que
influenciam seu comportamento, pensamentos e emoções. O inconsciente é
dinâmico, tem um conteúdo de difícil acesso, é atemporal, não conhece “o tempo”,
para o inconsciente, o que aconteceu há anos atrás em sua vida, é como se tivesse
acontecido hoje. As formas mais comuns de se acessar estes conteúdos são
através de técnicas terapêuticas: sonhos; associação livre; atos falhos; chistes;
testes projetivos; história de sintomas neuróticos e psicóticos.

2. Determinismo psíquico: A psicanálise considera que os comportamentos,
pensamentos e emoções humanas são determinados por uma série de fatores,
incluindo impulsos instintivos, experiências passadas e dinâmicas inconscientes.
Essa perspectiva contrasta com a ideia de livre-arbítrio absoluto.

3. Sexualidade infantil: Freud enfatizou a importância da sexualidade na
formação da personalidade e no desenvolvimento emocional, argumentando que as
fases do desenvolvimento psicossexual na infância têm um papel crucial na
estruturação da psique. A sexualidade infantil é o conjunto de transformações no
corpo e no psiquismo que se iniciam no nascimento e culminam na fase fálica.

4. Complexo de Édipo: Segundo a psicanálise, as crianças passam por uma
fase de desenvolvimento marcada por desejos e conflitos em relação aos pais,
conhecida como complexo de Édipo para meninos e complexo de Electra para
meninas. Essa dinâmica influencia as relações futuras e a formação da identidade.

5. Resistência e transferência: Durante a terapia psicanalítica, é comum que
os pacientes manifestem resistências (mecanismos de defesa) em relação à
exploração de conteúdos inconscientes. Além disso, ocorre a transferência, em que
o paciente projeta sentimentos e experiências passadas nos relacionamentos com o
terapeuta.

26- Quais são as Causas do Transtorno de Personalidade Narcisista?

Para Freud, o conceito de narcisismo refere a relação de amor que as
pessoas possuem com a sua própria imagem idealizada, que projetam de si
mesmas. O transtorno de personalidade narcisista é uma condição psíquica
complexa, que provoca no indivíduo um padrão generalizado de grandiosidade
(sentem-se superiores aos outros), necessidade de atenção constante e adulação,
além de falta de empatia.
Não se sabe o que causa o transtorno de personalidade narcisista. Ele é
resultado de um conjunto de fatores genéticos e ambientais que moldam as
características do indivíduo até a idade adulta.
As causas do transtorno narcisista, mesmo que ainda não exatas, os
pesquisadores observam fatores que acarretam a origem deste transtorno, entre
eles o genético, que segue a lei de genes hereditários. O fator ambiental que afirma
que o modo de criação e educação emocional de uma criança, além de traumas e
angústias do passado, podem acarretar no transtorno de personalidade narcisista.
Além de causas vindas da neurobiologia do sujeito, quando as conexões
entre pensamento e comportamento apresentam distúrbios no que se diz respeito
ao temperamento e também à capacidade de gerir tensões. Sabe-se que é mais
frequente em homens e também em pessoas que sofreram abusos na infância ou
tiveram relacionamentos problemáticos com pais e familiares.

27 – Para Freud o que é uma Ferida Narcísica?

Na teoria psicanalítica, o conceito de narcisismo está relacionado ao
desenvolvimento saudável da autoestima e do amor-próprio. Uma ferida narcísica
ocorre quando o ego do indivíduo é afetado por eventos que ameaçam sua visão
positiva de si mesmo, causando sofrimento emocional e psicológico.
A compreensão da ferida narcísica é importante na psicanálise, pois pode
influenciar a formação da personalidade, os padrões de relacionamento e o
bem-estar emocional do indivíduo.
Para Freud, uma ferida narcísica refere-se a um tipo de ferida emocional ou
psicológica que afeta a autoestima e a autoimagem de um indivíduo. O termo
“narcísico” tem origem na mitologia grega, relacionado ao mito de Narciso, um
jovem que se apaixonou por sua própria imagem refletida na água.

A ferida narcísica pode estar ligada a experiências de rejeição, críticas
severas, traumas emocionais ou situações que desafiam a imagem idealizada que o
indivíduo tem de si mesmo. Essas experiências podem levar a sentimentos de
inadequação, vergonha, angústia e dificuldade em manter uma autoimagem
positiva.
As “feridas narcísicas” são experiências individuais que se referem a tudo o
que venha a diminuir a autoestima do eu ou seu sentimento de ser amado, por
objetos valorizados e também o chamado “narcisismo das pequenas diferenças”.
A Ferida Narcísica é de natureza psicológica, luto pela perda do objeto A
faceta narcísica do ciúme. Com efeito, o que o ciumento verdadeiramente não
suporta não é exatamente a ausência do objeto amado, mas sim o buraco aberto
em sua autoimagem ao imaginar que seu parceiro ou parceira possam preferir outra
pessoa.
Também é colocada como uma lesão emocional profunda que ocorre quando
o narcisismo do indivíduo é ameaçado ou desafiado de alguma forma. Isso pode
acontecer quando suas crenças sobre si mesmo são questionadas, quando ele é
rejeitado, ignorado ou criticado, ou quando suas expectativas não são atendidas.
A ferida narcísica pode desencadear uma reação emocional intensa, como
raiva, humilhação, vergonha ou depressão, e pode levar o indivíduo a buscar
vingança ou a se isolar dos outros. Para um narcisista, sua autoimagem é
extremamente importante, e qualquer ameaça a ela pode ser vista como uma
ameaça à sua existência.

ALUNA ARABELA  BARBOSA  – DOUTORADO EM PSICANALISE

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