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ESQUIZOFRENIA: DOS SINTOMAS AO TRATAMENTO

Levando em consideração que na saúde mental ainda há muitos desafios e até mesmo falta de informações, esta pesquisa busca compreender melhor sobre a esquizofrenia em um contexto amplo, de sintomas, categorias, tratamentos e até mesmo o histórico de tratamento de institucionalização aos dias de hoje.
A esquizofrenia ainda carrega muito preconceito da sociedade, onde o indivíduo perde o contato com a realidade e sofre com a ausência de juízo crítico, assim, se busca como objetivo geral compreender a esquizofrenia e suas categorias e dimensões psicológicas.

O método que se usou nesta pesquisa foi de coleta de dados, via seleção de materiais sendo assim uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa e procedimentos de pesquisa descritiva.
Para Gil (2018) as pesquisas descritivas: “têm como objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis.” Frente ao objetivo estabelecido, esta pesquisa será do tipo descritiva, uma vez que irá descrever as características das variáveis estabelecidas.
Considerando o presente estudo, o método a ser utilizado será o qualitativo, pois o objetivo propõe a interpretação dos dados, análise do cenário, e assim obter considerações sobre o referido tema. O estudo se pauta pela abordagem qualitativa, pois se preocupa com os
significados que os sujeitos atribuem às coisas. A pesquisa qualitativa preocupa-se com
aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e
explicação da dinâmica das relações sociais. (LAKATOS, 2019).
Teve então por métodos revisão bibliográfica do tema por autores e publicações, com
procedimentos descritivos e abordagem qualitativa.

2 ESQUIZOFRENIA
Pela Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID-10), a esquizofrenia observa-se esta descrição para a esquizofrenia:

Os transtornos esquizofrênicos se caracterizam em geral por distorções
fundamentais e características do pensamento e da percepção, e por afetos
inapropriados ou embotados. Usualmente mantém-se clara a consciência e a
capacidade intelectual, embora certos déficits cognitivos possam evoluir no curso do
tempo. Os fenômenos psicopatológicos mais importantes incluem o eco do
pensamento, a imposição ou o roubo do pensamento, a divulgação do pensamento, a
percepção delirante, ideias delirantes de controle, de influência ou de passividade,
vozes alucinatórias que comentam ou discutem com o paciente na terceira pessoa,
transtornos do pensamento e sintomas negativos (CID- 10, 2007, p. 317).

 

Assim, destaca-se que o significado de Esquizofrenia é fragmentação da mente (esquizo – fragmentada e frenia – mente), que causa impacto no desenvolvimento do indivíduo, o indivíduo perde o contato com a realidade e sofre com a ausência de juízo crítico (VIEIRA, 2010).A motivação, ou motivações da esquizofrenia ainda são desconhecidas, entendendo que se trata de uma doença no cérebro com manifestações psíquicas. Ela parece estar relacionada com fatores hereditários e ambientais (VIEIRA, 2010).


Ainda no entendimento da Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID-10) a esquizofrenia se caracteriza pela distorção fundamental e as características do pensamento e da percepção e por afeto impróprio ou atordoado; pode existir ainda, a suposição de que os pensamentos e atos mais interiores sejam partilhados, e inúmeras vezes, acontecem o delírio explicativo.


Conforme também o entendimento da Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID-10) se divide em: F20.0 Esquizofrenia paranoide • F20.1 Esquizofrenia hebefrênica • F20.2 Esquizofrenia catatônica • F20.3 Esquizofrenia indiferenciada • F20.4 Depressão pós-esquizofrênica • F20.5 Esquizofrenia residual • F20.6 Esquizofrenia simples • F20.8 Outras esquizofrenias.
Já o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais – DSM V descreve o transtorno da seguinte forma:


Os sintomas característicos da esquizofrenia envolvem uma gama de disfunções cognitivas e emocionais que acometem a percepção, o pensamento inferencial, a linguagem e a comunicação, o monitoramento comportamental, o afeto, a fluência e produtividade do pensamento e do discurso, a capacidade hedônica, a volição o impulso e a atenção (DSM-IV, 2013).


Assim, agora vamos avaliar um pouco sobre as categorias de sintomas da esquizofrenia.


2.1 Das categorias de sintomas
E neste âmbito, o da esquizofrenia, no entendimento de Holmes (1997) os sintomas
podem ser classificados em quatro categorias: Sintomas Cognitivos, encontra-se ai as
alucinações, os delírios, os processos de pensamento perturbados e a sobrecarga de estímulos;
Sintomas de Humor, nestes sintomas são observados comportamentos embotados, não
modulados ou não apropriados, e várias vezes, os indivíduos com esse sintoma, não são tão
emocionalmente responsivos quanto se espera em situações ambientais e pessoais.
Portanto, devemos ter cuidado para não embaralhar os sintomas da doença com os
efeitos colaterais de alguns remédios; Sintomas Somáticos, estes sintomas podem ser
respostas a alucinações e delírios, mas não podem ser confundidos com sintomas somáticos

agudos e nem com efeitos colaterais de drogas usadas para o trato da esquizofrenia; e
Sintomas Motores, estes sintomas podem envolver contorções na face e incomuns
movimentos repetitivos de mãos e dedos.


Uma importante forma de caracterizar e classificar a esquizofrenia são abordadas por
Louzã Neto (1999), que entre os mais importantes sintomas da esquizofrenia estão: Delírios,
Alucinações, Alterações do Pensamento, Alterações da afetividade, Diminuição da motivação,
Sintomas Motores, Autismo, Ambivalência, Auto referência, Alterações da cognição.
Abaixo, um resumo sobre essa caracterização dos sintomas, segundo o Louzã Neto
(1999):


Delírios: Crenças, ideias ou pensamentos que não correspondem à realidade, mas
que o portador acredita veemente.
Alucinações: parecido com o anterior, no entanto está relacionado com percepções
irreais dos órgãos dos sentidos.
Alterações do Pensamento: Perda da sequencia lógica do pensamento, a qual leva
a uma desorganização, ocasionando uma conversa sem sentido.
Alterações da afetividade: Diminuição de capacidade de expressar emoções,
demonstrando indiferença ou incongruência à várias situações do cotidiano.
Diminuição da Motivação: Pouca vontade, apresentando apatia, desânimo,
desinteresse; podendo ficar isolado e retraído socialmente, afastando-se dos
amigos, além de deixar de participar de atividades que antes o atraía.
Sintomas Motores: Os movimentos ficam lentos, sem espontaneidade, podendo
ocorrer permanência em posturas estranhas, como estátuas, ou o inverso,
demonstrando agitação, gestos e falas excessivas, sem nexo.
Autismo: quando o indivíduo passa a viver dentro do seu próprio mundo
fantasioso, ocorrendo o desligamento do mundo que o cerca.
Ambivalência: Demonstração de dúvida entre dois sentimentos ou vontades
opostos ocorrendo ao mesmo tempo. Ocasionando a ‘paralisia’ diante da situação
por não conseguir decidir-se.
Auto-referência: Quando a pessoa acha que se encontra no centro de tudo que ocorre, desconfiando e suspeitando de tudo que a rodeia, achando que estão a observando ou querendo prejudicá-la.
Alterações da Cognição: Alteração na capacidade de adquirir conhecimento, devido a déficit de atenção, memória e capacidade de abstração, além de dificuldade para se concentrar e na compreensão de conhecimentos complexos e abstratos.


E mais uma classificação encontrada e muito promissora é entre os sintomas positivos
ou psicóticos (estes são mais contínuos e mais medidos com maior facilidade) e os sintomas
negativos e cognitivos os quais impedem que o indivíduo possua uma adequada integração
social, mesmo estando assintomático no plano psicótico (TEIXEIRA, 2007).
E uma forma de classificar os sintomas anteriores é a que divide em quatro grupos e
apresenta os seus principais sintomas, detalhado assim:


• Sintomas Positivos: Os quais apresentam como principais sintomas os delírios, as alucinações, assim como a desorganização do pensamento.
• Sintomas Negativos: Onde se encontram a diminuição da vontade e da afetividade, juntamente com o empobrecimento do pensamento e o isolamento social.
• Sintomas Cognitivos: Os quais se incluem as dificuldades de atenção, concentração, compreensão e abstração.
• Sintomas Afetivos: Incluindo sintomas como a depressão, a desesperança, as ideias de tristeza, inclusive, autodestrutivas. (LOUZÃ NETO, 1999).


No entendimento de Holmes (1997), também há as fases da esquizofrenia que são resumidas em: fase prodrômica, nesta fase o funcionamento psíquico começa a deteriorar;
fase ativa, onde os sintomas são nítidos e proeminentes; fase residual, onde os sintomas se
tornam menos nítidos novamente; e fase crônica, essa fase é a melhor observada em pacientes
que ficaram institucionalizados por longos períodos, onde apresentam uma deterioração muito
séria de habilidades sociais.


2.2 Fatores de risco biológicos
Segundo os estudos de Meireles (2012), Santos (2015) e também de Silva (2006),
mesmo existindo diversas pesquisas focadas na referida doença, ainda não estipulou-se uma
exata causa para o problema, entretanto, existe sim um consenso entre os especialistas sobre
sua origem, que se associa diretamente com os diversos fatores no âmbito biológico e
psicossocial.

No que diz respeito aos fatores Genéticos, observa-se que a neuregulina se apresenta como uma proteína que afeta diretamente no desenvolvimento neural e também na plasticidade sináptica, passando pela codificação do gene NRG1. Dessa forma, levando em consideração que a esquizofrenia trata-se de uma perturbação do neurodesenvolvimento, é possível que as alterações que afetamo referido gene se relacionem à sua origem, tal como as vistas no gene DTNBP1 que faz a codificaçãoda disbindina. A substância em questão se associa ainda com a neurotransmissão glutamatérgica, e possíveis modificações ocorridas em sua expressão acabam resultando na morte dos neurônios da pessoa. Há ainda evidencias que apontam uma possível participação do gene DISC (Dysrupted in schizophrenia), que faz parte da organização do hipocampo. Sendo assim, acabam ocorrendo perturbações na transmissão dopaminérgica, podendo ser consequentes das alterações ocorridas em genes que fazem a codificação dos receptores da referida substância, assim como o DRD1-5 e nos diferentes responsáveis em causar sua degradação no abismo sináptico, assim como o catecol-O- metiltransferase (COMT) (LOCH e WANG, 2015).


Entretanto, diferentes mutações, assim como as deleções ou duplicações de porções do citocromo (Copy Number Variations – CNV),podem também influenciar não somente na gênese da esquizofrenia, entretanto ainda em significativa parcela dos possíveis transtornos que afetam a mente. 

Levando em consideração ainda a estrutura em questão ainda é capaz de afetar significativamente os genes, possivelmente inativando sua função, resultando na transformação delas em alelos recessivos ou dominantes, causando problemas para a adequada regulação dentro do próprio DNA, prejudicando assim a manifestação de diferentes outros genes. Observando ainda que as CNVs ficam sumariamente localizadas em regiões que apresentam concentração de genes de maior importância para a interação ambiental, ressaltando entre eles os responsáveis em fazer a plasticidade neural e sinaptogênese (PALMEIRA, 2018).


Dessa maneira, a CNV que acabou se transformando em modelo da referida doença
trata-se da deleção do citocromo 22 (22q11.2). Existindo então a possibilidade de que ela se
responsabilize por um percentual entre 1% a 2% dos diagnósticos, levando em consideração
ainda que 1/3 de todos os indivíduos acometidos por ela acabe evoluindo para o transtorno em
foco. Dessa forma, trata-se da única mutação que atualmente se reconhece que se
responsabiliza pela ocorrência de casos não relacionados à familiares (PALMEIRA, 2018).
Os estudos de Elkis (2013) apontam ainda que o risco de a esquizofrenia ocorrer é de
aproximadamente 10% em indivíduos que contam com irmãos com a doença, já cerca de 18%
em pessoas que possuem irmão gêmeo fraterno e já cerca de 50% em casos de irmão gêmeo

univitelino, sendo possível alcançar uma porcentagem de até 80% levando em consideração o
ambiente, e cerca de 50% em situações onde os dois progenitores apresentam a doença em
questão. Entretanto, ressalta-se ainda que a genética não se apresenta como um fator
determinante absoluto para o surgimento do referido transtorno. Salientando ainda a
relevância da interação entre genética e ambiente para seu surgimento, levando em
consideração que mais de 85% dos indivíduos acometidos pela doença não contam com
parentes próximos acometidos por ela.


No âmbito dos fatores Neuroquímicos, ressalta-se que é possível que a quantia elevada
de dopamina nas sinapses e a alta sensibilidade dos receptores da referida substância acabem
se configurando nos aspectos mais importantes do distúrbio em questão, fato que pode ser
afirmado levando em consideração o resultado consequente da medicação antipsicótica que,
causando a obstrução dos receptores dopaminérgicos, proporciona um significativo alívio dos
quadros positivos dessa condição, entretanto, não pode ser considerado um fator que explica
exatamente a fisiopatologia da doença (PEREIRA, 2015).


Não há muito tempo, são feitas minuciosas análises sobre o papel da acetilcolina na
esquizofrenia. Há ainda duas classes de receptores capazes de regular as funções do referido
neurotransmissor no organismo, que são: Muscarínicos e os Nicotínicos. Apontando então
que nos níveis menores dos receptores muscarínicos e na disfunção dos nicotínicos,é possível
que se associe aos sintomas cognitivos da referida condição. Dessa forma, é possível que se
associe a uma hipofunção glutamatérgica, isso porque agonistas dos receptores de glutamato
passam por pesquisas que objetivam apontar alguma possível terapia para o problema,
especialmente no que diz respeito aos sintomas negativos, que não apresentam significativas
respostas ao tratamento farmacológico aplicado atualmente (PALMEIRA, 2018).


Ressaltando ainda como um outro importante neurotransmissor, a serotonina. Quando
essa substância se encontra em elevada quantidade nas sinapses, isso trata-se de um fator de
risco que pôde ser relatado quando se estudou a influência dos antipsicóticos de segunda
geração na situação onde bloqueiam os receptores de serotonina (5-HT2A), proporcionando
assim resultados benéficos sobre a cognição e sintomas negativos, proporcionando efeito
colateral inferior (PALMEIRA, 2018).


No tocante das alterações cerebrais, especialmente as que ocorrem em determinadas
regiões cerebrais tendem a se relacionar com o surgimento dessa doença, assim como no
sistema límbico, no córtex frontal e também nos gânglios basais. Podendo resultar assim em
alterações estruturais, tais como no surgimento de um volume inferior do córtex cerebral em
diferentes regiões, diminuindo ainda o número de neurônios no córtex pré-frontal, assim como

no tálamo médio-dorsal e hipocampo, proporcionando ainda em alterações na estrutura e na
função do corpo caloso e cerebelo (PEREIRA, 2015; CZEPIELEWSKI, 2016).

3 TIPOS DE ESQUIZOFENIA
Holmes (1997) ainda mostra os diversos tipos de esquizofrenia, e estes são separados
em cinco categorias: Desorganizado, demonstrando o maior grau de desorganização
psicológica; Catatônico, onde apresentam um distúrbio psicomotor e, em muitas décadas, esse
tipo de transtorno era mais frequente que nos dias de hoje; Paranóide, aqui os sintomas que
caracterizam são os delírios de perseguição e grandiosidade; Não Diferenciado, aquelas
pessoas não são enquadradas em alguma outra categoria; e Residual, neste o indivíduo no
passado tenha pelo menos um episódio esquizofrênico e apresentam sinais de esquizofrenia,
porém estes sintomas são geralmente abafados.


Ainda no entendimento de Holmes (1997), a visão que prevalece no âmbito da causa
para a doença é fisiológica, porém, os sintomas são influenciados por fatores psicológicos.

3.1 Histórico dos tratamentos
Na antiguidade, os vários tratamentos de esquizofrenia, existiam o de amarrar o
paciente em uma cadeira e girá-lo até o indivíduo perder os sentidos, e o de mergulhar o
paciente em banhos quentes e frios (HOLMES, 1997).
Vale citar aqui Foucault:
A prática do internamento, no começo do século XIX, coincide com o momento no
qual a loucura é percebida menos em relação ao erro do que em relação à conduta
regular e normal; no qual ela aparece não mais como julgamento perturbado, mas
como perturbação na maneira de agir, de querer, de ter paixões, de tomar decisões e
de ser livre (FOUCAULT, 1997, p. 48).
Neste contexto compreendemos que a psiquiatria passou por diversas mudanças ao
longo da história da humanidade. No seu histórico no Brasil:
No Brasil, a psiquiatria teve início na primeira metade do século XIX, com a
sociedade de medicina do Rio de Janeiro clamando pela construção de um hospital
psiquiátrico. Em 1841 foi fundado um hospital destinado privativamente para o
tratamento de alienados, com a denominação de Hospício D. Pedro II, sendo
inaugurado em 1852, ano em que também foi aberto em São Paulo o Hospital
Provisório. A partir daí, seguiu-se a criação de hospitais psiquiátricos em outras
partes do Brasil: em 1874, na Bahia; em 1883, no Recife e, cinco anos depois outro em São Paulo, o superlotado Juqueri, cujas imagens chocaram o mundo, nos anos de
1960 e 1970, pela desumanidade com que se tratavam os internos. Fato que se
repetiria quase simultaneamente na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro. Em
Minas Gerais no século XX, 1903, foi inaugurado o hospital de Barbacena,
sucedâneo do Juqueri e da Colônia Juliano Moreira. Barbacena testemunhou coisas
terríveis. Entre os anos de 1950 e 1970, a instituição chegou a comportar quase
cinco mil internos. Doentes que se encaminhavam para lá como um condenado à
morte ia para a cadeira elétrica (AMORIM et. al., 2006).
De acordo com Silveira e Alves (2003) as crescentes denúncias das práticas asilares a
violência e o abandono a que eram submetidos os loucos, fizeram surgir propostas de
intervenção nos manicômios, visando à democratização e a humanização do atendimento
iniciando o processo da Reforma Psiquiátrica.
O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da eclosão
do “movimento sanitário”, nos anos 70, em favor da mudança dos modelos de
atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta
dos serviços, e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos
processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado (BRASIL, 2005).
A Reforma Psiquiátrica é um processo político e social complexo, composto por
diversos atores, instituições e forças de diferentes origens. Compreendida como um
conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais. É , no
cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o
processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e
desafios (BRASIL, 2005).
Após recorrentes denúncias de maus tratos aos pacientes com transtornos mentais
institucionalizados houve uma mobilização de diversos profissionais dando inicio ao
Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) em 1978, em favor da mudança
dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, desencadeando o processo de reforma
psiquiátrica no Brasil (BRASIL, 2005).


A reforma psiquiátrica surgiu diante do movimento sanitário sendo um processo
político e social complexo com a finalidade de modificar o tratamento clínico da doença
mental, eliminando gradualmente a internação como forma de exclusão social. Houve o
processo de redução de leitos nos hospitais psiquiátricos e desinstitucionalização de pessoas
com histórico de internação. A ideia é tratar somente os casos agudos em hospitais e os
demais na rede extra-hospitalar, para não impedir o convívio familiar, facilitando à
reintegração a sociedade (SILVA, ANDRADE E MACEDO, 2009).


No Brasil se sabe que a Reforma iniciou a partir da eclosão do chamado como
“movimento sanitário” em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de
saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços, protagonismo dos

trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de
tecnologias de cuidado (BRASIL, 2005). 1
Na atualidade, as formas de se tratar a esquizofrenia não são mais tão extremas,
entretanto, ainda existem modos antiquados de tratar por causada falta de recursos, a falta de
conhecimento específico sobre a esquizofrenia e falta de interesse por essa população ainda
estigmatizada. (LOUZÃ NETO, 2006).
Por causa deste estigma sobre a doença, inúmeras vezes, as famílias por não possuírem
o correto preparo para lidar com a situação fora do comum, tendem a institucionalizar e não se
preparar para ajudar o indivíduo com o transtorno, e a instituição nem sempre tem um bom
preparo para acolher pessoas com esquizofrenia, levando o tratamento a ser longo e cansativo,
tanto para o paciente, quanto para os familiares.(LOUZÃ NETO, 2006).
Entretanto, a desinstitucionalização, por si só, não consegue os melhores resultados,
pois a comunidade não possui a correta preparação para lidar com os indivíduos com
transtornos mentais, aumentando o número de abandonos, indigentes, além de alguns casos
trazerem riscos a todos, fazendo o tratamento não ter eficácia.(LOUZÃ NETO, 2006).
Fazendo uso com da diminuição do tempo em instituição pode ser uma maneira
positiva de se avaliar individualmente, porém, se usada como regra, pode afetar o tratamento,
fazendo do tempo na instituição como um simples cuidado e não uma forma de tratamento,
por causa de o diagnóstico levar tempo para ser analisado, assim como a melhora a ponto da
pessoa estar estabilizada.(LOUZÃ NETO, 2006).
A maneira em que, neste instante tem sido mais bem aplicada, é a de desenvolver
várias atividades com os pacientes, para que eles tenham a possibilidade de se enxergar
novamente na sociedade, podendo contar com equipes multidisciplinares, e algumas vezes,
podendo sair da instituição com uma supervisão, deixando assim o paciente mais a vontade
com a comunidade. (LOUZÃ NETO, 2006).
Contudo, deve-se construir o preparo das famílias, e também o preparo da população
em geral, para lidar com esse tipo de indivíduo que sofre preconceito, por várias vezes, os
pacientes distanciarem essas situações, como se jamais pudesse acontecer com parentes
1A partir do ano de 1992 se conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a
substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental, a partir deste
período a política do Ministério da Saúde para a saúde mental, acompanhando as diretrizes em construção da
Reforma Psiquiátrica, começa a ganhar contornos mais definidos, marcada pelo compromisso firmado pelo
Brasil na assinatura da Declaração de Caracas e pela realização da II Conferência Nacional de Saúde Mental, que
passam a entrar em vigor no país as primeiras normas federais regulamentando a implantação de serviços de
atenção diária, fundadas nas experiências dos primeiros CAPS, Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) e
Hospitais-dia, e as primeiras normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos.

próximos, proporcionando o despreparo e desespero nestas ocasiões. (LOUZÃ NETO, 2006).

3.2 Esquizofenia e as Funções Sócio-Culturais
Na opinião de Teixeira (2008), funcionalidade tem embasamento com a qualidade da
participação de um indivíduo em ocupações significativas tanto no plano pessoal, quanto no
plano cultural, para a qual o entendimento das interações entre a pessoa e o ambiente é
essencial.
Por causa dos sintomas das variadas sub-formas da esquizofrenia, a pessoa que possui
a doença, passa a ter dificuldades sócio-culturais; seja a dificuldade do próprio sintoma, ou
como resposta por não saber lidar com o que as outras pessoas vão julgar; como: perturbação
do afeto, apatia, vergonha, isolamento social, embotamento afetivo, comprometimento da
higiene pessoal e do desempenho de papéis. (CLASSIFICAÇÃO DE TRANSTORNOS
MENTAIS E DE COMPORTAMENTO DA CID-10, 1993; GABBARD apud LOBO, 2008;
ZANINI apud LOBO, 2008).
E seguindo o pensamento de Lobo (2008), a evolução dos cuidados para os indivíduos
com esquizofrenia, buscam maneiras mais humanizadas para atender as necessidades básicas,
socializar o indivíduo junto à família, para incluir o indivíduo a sociedade, e buscar sua
reabilitação psicossocial.
4 TIPOS DE TRATAMENTOS
É importante compreender sobre os tratamentos envolvidos, Louzã Neto (1999) ensina
que:
Os portadores de doenças mentais e seus familiares têm direito à qualidade de vida,
à cidadania e à dignidade moral, espiritual, social e econômica, conforme valores
humanitários universais enunciados em declarações internacionais de direitos,
constituições nacionais e estaduais e demais lei e dispositivos legais, priorizando
para tal fim a defesa do direito ao tratamento intra e extra-hospitalar, a recuperação
de saúde e a reintegração social dos portadores de doenças mentais. (LOUZÃ
NETO, 1999, p.5).
Normalmente os tratamentos são feitos em hospitais psiquiátricos, especialmente na
presença de sintomas graves. Com a eficácia da medicação, os tratamentos passam a ser feitos
em outros centros e ambulatórios (VIEIRA, 2010).

O tratamento com remédios é especialmente realizado com antipsicóticos,
porque apoiam a correção do desequilíbrio bioquímico que pode causar os sintomas. Ademais,
a psicoterapia é utilizada para prover apoio ao indivíduo e a família, além de informar sobre a
doença e seu desenvolvimento (VIEIRA, 2010).
Algumas instituições usam equipes multidisciplinares para ajudar no tratamento de
pacientes com transtornos mentais, tendo, várias vezes, com terapeutas ocupacionais,
psicólogos, fisioterapeutas, educadores físicos, atividades de jardinagem, reciclagem, entre
outros. Destacando que para otimizar do tratamento todos os processos vistos devem interagir
para tratar todos os componentes da doença.
Nos ensinamentos de Lobo (2008),existe também tratamento com
Eletroconvulsoterapia (ECT), Intervenção Familiar, Oficina abrigada e intervenções extra-
hospitalares, como: Hospital Dia, Hospital-Noite, Pensão Protegida e Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS).
No entendimento da American Association Psychiatric (2002), a esquizofrenia é uma
doença cerebral muito séria e persistente. A esquizofrenia é uma doença que resulta em um
modo de agir psicótico, dificuldades no processamento de informações, relacionamentos
interpessoais e solução de problemas.
Podendo ter a apresentação de início agudo ou insidioso, os quais podem possuir
características distintas evoluindo para uma sintomatologia própria. O início agudo tem sua
característica pelo aparecimento dos sintomas de forma abrupta, tendo a evolução para uma
deterioração se não forem tratados urgentemente. (GIACON & GALERA, 2004)
E seus sintomas são a regressão, a confusão e a ansiedade que se alastram para o
estado de pânico, episódios que causam a confusão do delírio febril, excitação motora, insônia
e atitudes catatônicas. (GIACON & GALERA, 2004)
Esta doença é um transtorno psiquiátrico crônico e em vários instantes incapacitante,
que normalmente tem inicio em jovens e que se caracterizam pela presença de sintomas
psicóticos ou positivos como delírios e alucinações, desorganizando assim o pensamento e a
conduta, sintomas negativos de empobrecimento afetivo – volitivo, perdas cognitivas,
especialmente uma deficiência da capacidade de abstração e as funções executivas
prejudicadas e sintomas de depressão. Não é somente um transtorno psicótico, mas um
transtorno de desenvolvimento neurológico cerebral em que a psicose é encontrada.
(ALVARENGA 2008)

Nos dizeres de Stuart & Laraia (2001),os trabalhos de pesquisas neurocientíficas tem
seu avançando continuado no estudo da esquizofrenia, apesar da complexidade dessa doença e
a faixa de sintomas dificultam o progresso, os objetivos das pesquisas não são claros.
Assim, o que se observa nestas pesquisas neurocientíficas é que o risco de ser genético
é de 1% para desenvolver a esquizofrenia no percorrer de toda a vida, na população em geral,
com a exceção de indivíduos com algum parente de primeiro ou segundo grau com a doença.
A vulnerabilidade tem seu padrão herdado para esquizofrenia provavelmente resulta da
interação de influências desconhecidas com diversos genes, o que afeta a estrutura do cérebro.
O perigo de se desenvolver a esquizofrenia na população geral ao longo da vida sofre
a variação de 0,5% a 1%. Os homens sofrem com o um risco de 1,4% a 2,3% mais alto do que
as mulheres para o desenvolvimento desta doença, tendo a idade média de início cinco anos
mais baixa, tendo o ápice de incidência entre os 15-25 anos nos homens e 25-35 anos nas
mulheres.
Apesar de ser rara na infância, a esquizofrenia tendo seu início antes dos 15 anos já foi
encontrado. Um segundo ápice de acontecimento acontece após os 50 anos, existindo neste
caso a predominação de mulheres afetadas, fato que tem a atribuição à perda da proteção
estrogênica. (ALVARENGA 2008)
A predominância do transtorno ao longo da vida tem a estimativa entre 2,7 a 8,3/1.000
habitantes, isto é, 0,3-0,8%, o que se aproxima de 1%, predominância dita na maior parte das
pesquisas. (ALVARENGA 2008)
No entendimento de Stuart & Laraia (2001), apesar do interesse pelo cérebro e pela
conduta do ser humano tenha uma história tão decrépita quanto à da raça humana, o século
XX presenciou uma alteração no jeito de como a ciência enxerga o cérebro e o
comportamento e, então, a própria experiência humana. Ouve uma erupção de conhecimentos,
tecnologia e pesquisas no âmbito mental, e sendo assim, começou a aparecer causas para as
doenças cerebrais, intervenções para o tratamento das doenças e medidas eficazes da
prevenção.
Esses aperfeiçoamentos tecnológicos e as profissões relacionadas às questões da saúde
humana também ajudam para melhorar o atendimento ao ser humano. E tendo essa
preocupação, a enfermagem psiquiátrica efetua um papel nesse empreendimento, sempre
mantendo uma posição crucial para interagir nas teorias e tecnologias nas intervenções
terapêuticas e em abordagens centradas no paciente, tendo demonstrado grande capacidade
para fazer isso.

As dificuldades aparecem quando se enxerga a saúde mental como a média de um
grupo. É perigoso, de forma igual, igualar as diferenças sociais com doença, como acontece
quando um estilo de vida que não é comum é considerado doentio ou quando o
comportamento desarranjado é tomado como um sinal de pessoal anomalia. Essas
dificuldades podem ser contidas se reconhecemos que saúde/doença e conformismo/desvio
são variáveis autônomas. O arranjo redunda em quatro padrões: os conformistas saudáveis, os
desviantes saudáveis, o conformista doentio e o desviante doentio.
Geralmente, proferimos sobrea a saúde mental como um estado de bem estar que se
associa com a felicidade, contentamento, satisfação, conquista, otimismo ou esperança. Essas
termologiastêm sua definição dificultada e seus significados variam de acordo com o
indivíduo e com a situação. Não se pode confinar saúde mental a um conceito simples ou a
um aspecto isolado do comportamento. Esses critérios têm a obrigação deser considerados,
então, como um nível ótimo de saúde mental. De forma não absoluta, sendo assim, cada
indivíduo tem seus limites. Apesar de ninguém alcançar o ideal em todos os critérios, a maior
parte das pessoas pode se aproximar do ótimo.
A defesa de Stuart e Laraia (2001) diz que os seis critérios seguintes podem ser as
bases para a indicação da saúde mental: atitudes positivas com relação a si mesmo;
crescimento, desenvolvimento e auto-realização; integração; autonomia; percepção da
realidade; domínio sobre o ambiente.
Atitudes positivas com relação a si mesmo incluem a aceitação e o conhecimento de si
mesmo. O indivíduo deve ter alguma objetividade quanto à pessoa e as aspirações realistas
que mudam, necessariamente, com a idade. Uma pessoa saudável também deve ter um senso
de identidade, de integridade, de pertencimento, de segurança e de importância.
Consideráveis pesquisas foram no caminha do crescimento, desenvolvimento e auto-
realização. Maslow e Rogers apud Rocha (2007), usando-os como exemplo, produzem teorias
sobre a realização do potencial humano. Maslow apud Rocha (2007),explicaa conceituação da
autorealização e Rogers apud Rocha (2007) enfatiza a pessoa com pleno funcionamento. As
duas teorias têm sua concentração no espectro completo do ajuste humano. Elas explicam a
busca incessante por mais crescimento, desenvolvimento e desafios. Essas teorias se embasam
na pessoa como um todo, se essa pessoa satisfizer algumas exigências, tais como: está de forma
adequada em contato consigo mesmo para liberar os recursos que possui; tem acesso
livremente às próprias emoções e tem a capacidade de integrá-las ao funcionamento
intelectual e cognitivo; sofre a imobilização por conflitos íntimos e estresses ou tem a

capacidade de interagir livre e abertamente com o ambiente; tem a capacidade de compartilhar
com outros indivíduos e crescer com essas experiências.
O equilíbrio entre o que é expresso e o que é reprimido é a integração entre conflitos e
impulsos internos e externos e uma forma de regular humores e emoções. Se incluindo a
resposta e o controle emocional, bem como uma filosofia de vida unificada. Podendo medir
esse critério, pelo menos em parte, pela capacidade da pessoa de suportar o estresse e lidar
com a ansiedade. Um ego forte, mas não rígido, pode permitir ao indivíduo lidar com as
mudanças e crescer com elas. (LOUZÃ NETO, 2006).
O entendimento da realidade é poder testar suposições sobre o mundo com a ajuda do
pensamento empírico. O indivíduo mentalmente saudável tem a capacidade de mudar suas
percepções no entendimento de novas informações. Esse critério inclui a empatia ou a
sensibilidade social, tendo respeito pelos sentimentos e pelas atitudes de outras
pessoas.(LOUZÃ NETO, 2006).
A dominação do ambiente da a permissão para uma pessoa mentalmente saudável
vivenciar o sucesso em um papel aprovado pela sociedade. O indivíduo tem a capacidade de
lidar de forma efetiva com o mundo, solucionar problemas pessoais e conseguir uma
satisfação com a vida; devendo ter a capacidade de lidar com a solidão, a agressão e a
frustração sem sofrer julgamentos por essas situações e emoções.(LOUZÃ NETO, 2006).
Um indivíduo com sua saúde mental em ordem tem a capacidade de responder aos
outros, amar e ser amada e de lidar com os relacionamentos recíprocos. Essa pessoa tem a
capacidade de construir novas amizades e ter um envolvimento de forma gratificante com o
grupo social arbitrário. Possui uma continuidade ou descontinuidade com o passado? Poderá o
indivíduo adaptar-se as variadas necessidades ao longo do ciclo da vida? Esse modo de ver
materializa o conceito de flexibilidade psicológica, que pretende que os seres humanos devem
ter a capacidade de resistir a períodos de mudança no percorrer de sua vida. Superando com
sucesso cada momento de perturbação e reintegração tendo aumento da capacidade de lidar
com a próxima mudança. (LOUZÃ NETO, 2006).
A doença mental não é apenas um rótulo, uma categoria, um diagnóstico, ela
constitui-se numa experiência vivida pelo ser humano e por sua família. Alguns
sintomas trazem também, angústia e impaciência, decorrentes da necessidade de
constante atenção e estimulo à atenção. (SANT’ANA et al., 2011,p.53.)
16
Na maior parte dos casos, os cuidados ficam na responsabilidade de um membro da
família, e este membro tem contato mais próximo com o indivíduo com o transtorno mental, e
tende-se a se privar de atividades que estavam acostumados a fazer.
E Sant’Ana et al. (2011) diz que essa falta de atividades sociais, tem sua
caracterização por “sobrecarga familiar” que ocorre quando um familiar acaba se
sobrecarregando de cobranças e exigências em relação a eles próprios como cuidadores.

4.1 Possíveis Custos da Doença
Essa trata-se de uma doença que resulta em elevados custos, isso tanto para o
indivíduo acometido, como para sua família e também para a sociedade. Observando ainda
que é possível que os gastos sociais diretos sobre a referida doença sejam consequentes das
internações, assim como do atendimento e dos diversos medicamentos necessários, já no
tocante dos custos indiretos, esses se associam com a perda da produtividade das pessoas
acometida se também pelos impactos que afetam suas famílias. Aproximadamente 73% dos
indivíduos acometidos pela doença ainda não podem contar com um tratamento especializado
em território brasileiro, assim como dois terços dos que passam por um tratamento, realizam
pela iniciativa da rede pública de saúde (RONCATO, 2007; PALMEIRA, 2018).
Mesmo levando em consideração que essa trata-se de uma doença mental responsável
por causar uma elevada quantidade de internações no Brasil, foi unicamente em 2013 que o
Sistema Único de Saúde (SUS) passou a investir mais no seu tratamento, gastando cerca de
R$ 1,07 bilhão para tratar as recaídas, apresentando uma média de aproximadamente
R$12.108,00 por paciente. Mas, cabe ressaltar ainda que no decorrer dos últimos anos, houve
um crescimento da utilização de antipsicóticos de longa ação, percentual de
5%,proporcionando assim uma economia de aproximadamente R$ 0,3 milhão ao ano
(SANTOS, 2015; LIMA, SILVA e BATISTA, 2017).
Neste sentido, é de extrema importância contar com um tratamento de elevada
qualidade para esses indivíduos, sendo fundamental ainda que sejam feitas intervenções
psicoterápicas, objetivando assim minimizar as ocorrências de recaídas, tendo como
consequência a redução dos custos dessa doença, não unicamente para o sistema de saúde,
entretanto ainda para o indivíduo e familiares acometidos por ela (LOCH e WANG, 2015;
LIMA, SILVA e BATISTA, 2017).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Esquizofrenia é uma doença que por parte da opinião popular é extremamente
incompreendida. Os indivíduos que sofrem dessa mazela são alvos de desamparo e descaso
por parte do governo. Meu objetivo é estudar um meio de promoção, conscientização dessa
doença e novos meios de tratamento e tudo o que envolve esse contexto.

Este material sobre :  foi escrito por Wagner de Souza, formado no nosso Curso Livre de Doutorado em psicanálise.

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