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Attention Deficit Hyperactivity Disorder

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Resumo da disciplina: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo-Curso de Doutorado Livre em Psicanálise

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica que afeta crianças, adolescentes e adultos. Caracteriza-se por dificuldades persistentes de atenção, hiperatividade e impulsividade, que podem interferir significativamente na vida diária e nas atividades acadêmicas, profissionais e sociais. Neste texto, vamos explorar as principais características do TDAH, seus possíveis fatores causais, o impacto na vida das pessoas afetadas e as abordagens de tratamento disponíveis.

O TDAH é um transtorno complexo, com origem multifatorial. Dentre os fatores que podem contribuir para seu desenvolvimento, destacam-se a genética, disfunções neuroquímicas, problemas no funcionamento cerebral e fatores ambientais. Estudos indicam que existe uma predisposição genética para o TDAH, sendo mais comum em indivíduos com histórico familiar da condição. Além disso, alterações nos neurotransmissores dopamina e noradrenalina têm sido associadas ao transtorno.

As manifestações clínicas do TDAH variam de acordo com a idade. Em crianças, os sintomas mais comuns são dificuldades de concentração, impulsividade, hiperatividade motora, dificuldades de organização e planejamento, além de comportamentos desafiadores. No caso dos adolescentes e adultos, os sintomas podem se manifestar de maneira diferente, incluindo dificuldades em manter o foco, procrastinação, impulsividade, problemas de memória e dificuldades no gerenciamento de tarefas e responsabilidades.

O impacto do TDAH na vida das pessoas afetadas pode ser significativo. Na infância, as dificuldades de atenção e aprendizagem podem interferir no desempenho escolar e nas relações sociais. Na adolescência e idade adulta, o TDAH pode influenciar negativamente a vida acadêmica, profissional e os relacionamentos interpessoais. Além disso, a baixa autoestima, sentimentos de frustração e estigmatização são comuns entre aqueles que convivem com o transtorno.

O diagnóstico do TDAH é realizado por profissionais de saúde mental, como e psicólogos, por meio de uma avaliação clínica criteriosa. É importante considerar a avaliação do histórico de sintomas, observações do comportamento, entrevistas com o paciente e seus familiares, além de excluir outras condições médicas que possam apresentar sintomas semelhantes. O diagnóstico precoce e preciso é fundamental para garantir o acesso a intervenções adequadas.

O tratamento do TDAH envolve uma abordagem multimodal, que combina diferentes estratégias terapêuticas. A psicoeducação desempenha um papel fundamental, fornecendo informações sobre o transtorno, suas características e formas de manejo. A psicoterapia cognitivo-comportamental pode auxiliar no desenvolvimento de habilidades de organização, planejamento, autorregulação emocional e estratégias para lidar com as dificuldades do dia a dia. A terapia familiar também pode ser benéfica para melhorar a comunicação e as relações familiares.

Em alguns casos, o uso de medicamentos estimulantes, como a metilfenidato, pode ser recomendado. Esses medicamentos atuam no sistema nervoso central, melhorando a atenção e o controle dos impulsos. No entanto, é importante ressaltar que o tratamento medicamentoso deve ser acompanhado por um profissional especializado e ser integrado a outras abordagens terapêuticas.
Além disso, estratégias de apoio e adaptações ambientais são importantes para ajudar a pessoa com TDAH a lidar com as demandas do cotidiano. Isso pode incluir o estabelecimento de rotinas, a quebra de tarefas em passos menores, o uso de lembretes visuais, a organização do ambiente de trabalho e estudo, entre outras medidas que facilitam a organização e a execução de tarefas.

Em conclusão, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição que afeta significativamente a vida das pessoas, interferindo na atenção, e impulsividade. O diagnóstico precoce e o acesso a tratamento adequado são fundamentais para minimizar o impacto negativo do transtorno. A abordagem terapêutica multimodal, que combina intervenções psicoeducativas, psicoterapia, suporte familiar e, em alguns casos, medicamentos, pode proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida das pessoas com TDAH. É importante lembrar que cada indivíduo é único, e o tratamento deve ser adaptado às necessidades específicas de cada pessoa, levando em consideração sua idade, sintomas e contexto de vida.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade na visão Psicanalítica De acordo com a visão psicanalítica, o TDAH pode ser compreendido como uma expressão das dificuldades na regulação emocional e na organização interna do sujeito. A falta de atenção pode refletir uma dificuldade em sustentar o interesse e o envolvimento emocional nas tarefas, enquanto a hiperatividade pode ser entendida
como uma tentativa de aliviar a ansiedade e buscar estimulação constante.
A psicanálise enfatiza a importância do inconsciente e das experiências precoces na formação dos sintomas do TDAH. Traumas, conflitos não resolvidos e experiências traumáticas podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento do transtorno. Por exemplo, a separação precoce, negligência ou abuso podem gerar angústia e desencadear mecanismos de defesa que se manifestam como sintomas
de TDAH.
Na abordagem psicanalítica, o tratamento do TDAH se concentra na exploração na compreensão das causas subjacentes dos sintomas. O objetivo é ajudar o indivíduo a desenvolver uma maior consciência de si mesmo, de suas emoções e de suas dificuldades, promovendo uma integração e uma organização psíquica mais saudáveis. A psicoterapia psicanalítica oferece um espaço seguro para a expressão dos conflitos e a elaboração das experiências traumáticas, possibilitando a construção de novas significações e a transformação dos padrões de funcionamento.
Durante a terapia psicanalítica do TDAH, o terapeuta auxilia o paciente a identificar e explorar os padrões de pensamento e comportamento disfuncionais, bem como os processos inconscientes que influenciam sua vida cotidiana. A interpretação dos conteúdos inconscientes, a análise dos sonhos e o trabalho com a transferência são algumas das técnicas utilizadas para promover insights e mudanças duradouras.
Além da psicoterapia individual, a terapia familiar pode desempenhar um papel importante no tratamento do TDAH. A dinâmica familiar e os padrões de interação podem influenciar a expressão e a manutenção dos sintomas. A terapia familiar busca identificar e modificar esses padrões disfuncionais, promovendo a comunicação aberta e a resolução de conflitos de maneira saudável.
É importante ressaltar que a abordagem psicanalítica do TDAH não exclui a possibilidade de intervenções complementares, como o uso de medicamentos ou abordagens psicopedagógicas. A combinação de diferentes abordagens terapêuticas pode ser benéfica, visando abordar os aspectos neurobiológicos, emocionais e comportamentais do transtorno.

Em resumo, a visão psicanalítica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade busca compreender os aspectos inconscientes e emocionais que contribuem para o surgimento e a manutenção dos sintomas. A psicoterapia psicanalítica oferece um espaço de reflexão e transformação, ajudando o indivíduo a desenvolver uma maior consciência de si mesmo e a elaborar os conflitos internos. O tratamento psicanalítico pode ser complementado por outras intervenções terapêuticas, visando uma abordagem abrangente e integrada do TDAH.

Palavras-Chave: Psicanálise. TDAH. Personalidade. Desenvolvimento. Terapias.

Trabalho apresentado pelos alunos Ronaldo José de Menezes e José Samuel Teixeira Dantas como parte dos requisitos, para  a conclusão do curso livre de doutorado em psicanálise.

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